Laguna, 1º.7.15 – No último dia do prazo estabelecido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) de Santa Catarina para a entrega da ponte Anita Garibaldi, em Laguna, operários ainda trabalhavam em pintura e testes ontem. Os acabamentos começaram a ser feitos pela empresa terceirizada. A parte estrutural foi concluída segunda-feira.
Essa é a segunda maior ponte estaiada no Brasil, que começou a ser erguida em 2012 e, finalizados os testes, deve ser inaugurada na presença da presidente da República, Dilma Rousseff, quando será aberta para circulação de veículos. A data ainda não foi confirmada pelo DNIT, mas, segundo o presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Conclusão das BRs 101 e 285, deputado federal Ronaldo Benedet (PMDB), o Ministério dos Transportes vai pedir para a inauguração ser marcada para dia 13 de julho.
O engenheiro Maury Maicone Morales, da Construbase Engenharia Ltda, que integra o Consórcio Ponte de Laguna, explicou que todo o serviço de concretagem nas juntas da ponte também foram concluídos na segunda.
– Agora temos que esperar três ou quatro dias para secar o concreto. Na semana que vem, vamos analisar o teste de cargas, enquanto as demais empresas terminam a colocação dos postes de iluminação e fazem os acabamentos com grama, pintura e limpeza – explica Morales.
A estimativa é que os serviços sejam finalizados até dia 10. Em meados de maio, o superintendente do DNIT em Santa Catarina, Vissilar Pretto, anunciou que a obra seria entregue dia 30 de junho. A ponte Anita Garibaldi foi construída por 2,7 mil profissionais, tem 90 mil metros cúbicos de concreto e 13 mil toneladas de aço em 3 km de extensão.
“A grande dificuldade foi fazer a parte estaiada” (Entrevista com Maury Morales, engenheiro civil da obra)
Quais as peculiaridades da ponte de Laguna?
São características comuns a grandes obras. Por exemplo, no asfalto utilizamos polímero, um material que melhora a durabilidade. Uma manta de concreto também foi colocada sobre as pistas e mão-francesa para evitar fissuras na pista. Assim como na maioria das obras de grande extensão, o interior da ponte é oco, para que a estrutura seja mais leve.
Como foi a projeção da ponte para suportar rajadas fortes de vento?
Foi feito um cálculo com base na velocidade do vento que ocorre na região. Ela foi construída para suportar ventos de 160km/h. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e um consultor do Rio de Janeiro realizaram um ensaio em túnel de vento, que seria a projeção equivalentes a essa velocidade em uma maquete idêntica a da ponte. Foi comprovada a resistência.
Qual o maior desafio para a engenharia na construção?
Durante a execução da fundação encontramos, além das rochas, uma camada com uma mistura de pedregulho, areia e conchas que ao furar para a colocar as estacas, desmoronava algumas partes. Tivemos que criar uma proteção de concreto provisório e aumentar o número de estacas para solucionar este problema.
Qual a durabilidade e a velocidade permitida para o trânsito em cima da ponte?
Ela terá uma durabilidade média de 50 anos e foi projetada para uma velocidade de 110km/h.
Por que ela é estaiada?
Para fazer o estaiado contratamos uma empresa francesa. Este modelo é muito usado em pontes grandes. O motivo é que dá um visual mais leve à estrutura. A grande dificuldade foi fazer a parte estaiada em curva, a primeira no Brasil. O desafio foi fazer as duas partes (norte e sul) se encontrarem ao centro.
Fonte: Diário Catarinense (Mônica Foltran)
Setores bem no emprego
Entre os números que explicam as razões pelas quais Santa Catarina sente menos a recessão econômica está a geração de novos postos de trabalho nos setores de comércio e serviços. O mapa do emprego com base no Caged elaborado pela Fecomércio SC, federação que representa os dois setores, mostra que eles fecharam os 12 meses completados em maio com saldo total de 22.820 novos empregos. Desse montante, 4.868 vagas foram do comércio e 17.952 dos serviços. Isso ajudou o saldo total de SC no período, que ficou em 8.211 novos empregos, o quinto lugar no ranking nacional positivo. Nos mesmos meses, o país registrou -593.375 vagas. O setor que mais contratou foi o de supermercados, com saldo de 3.768 vagas, seguido por farmácias, com 547. Um ponto favorável é que são produtos de compra à vista, o que normalmente vende bem em tempos de crise, observam analistas da Fecomércio. Quem sente mais a crise são os segmentos que vendem a prazo. Nos 12 meses, os segmentos de automóveis e autopeças fecharam 87, de móveis e eletrodomésticos, 359.
Fonte: Diário Catarinense (Estela Benetti)
Gasolina volta a subir na Capital
Quem abasteceu em postos de combustíveis de Florianópolis nos últimos 20 dias deve ter sentido no bolso um acréscimo de até R$ 0,30 no litro de gasolina na Capital. O sindicato da categoria justifica o aumento devido ao repasse de até R$ 0,10 pelas distribuidoras e, além disso, afirma que trabalham com margem abaixo da ideal, que é de 20%. Já a secretaria de Defesa do Consumidor garante que realiza fiscalizações quinzenais e irá notificar em caso de aumento abusivo.
Joel Fernandes, diretor do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis da Grande Florianópolis e administrador de cinco postos na Capital, defende que o reajuste é por questão de sobrevivência dos estabelecimentos. Ele acrescenta que o mercado vive um efeito dominó. Quando um sobe, os outros vão subindo gradativamente:
– A economia está ruim e estamos tentando equilibrar os custos. Ou você morre ou sobe os preços. Hoje o litro de gasolina é comprado por cerca de R$ 2,90, então com a margem ideal de 20% deveria ser vendido a R$ 3,49 – diz.
Fernandes afirma que houve dois aumentos seguidos nos últimos 20 dias por parte das distribuidoras somados chegaram a R$ 0,10 no custo do litro. Aldo Nienkötter, dos Postos Nienkötter, com duas unidades em Florianópolis e duas em São José, reforça que o preço praticado atualmente é o mais próximo do patamar ideal, desde o aumento dos tributos pelo governo federal em fevereiro.
– O que houve foi uma guerra de preços entre os postos. Todos baixaram para cerca de R$ 2,99, o que dá uma margem de 6% ou 7%, sendo que o ideal é 20% – diz Nienkötter, que cobra R$ 3,279 o litro da gasolina.
O secretário de Defesa do Consumidor da Capital, Tiago Silva, ressalta que são feitas fiscalizações quinzenais e que a preocupação é que os estabelecimentos cheguem ao patamar de R$ 3,47, valor de fevereiro na cidade.
Com queda no valor médio do litro, Joinville tem preço mais baixo de SC
Apesar do aumento da gasolina na Capital, outras cidades catarinenses tiveram uma pequena queda no preço litro do combustível. É o caso de Joinville, que no último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apareceu com a média de preço mais baixa entre as cidades de Santa Catarina pesquisadas pelo órgão regulador, com R$ 3,041. Na pesquisa anterior, era de R$ 3,052.
Um dos fatores que explicam a queda de preços em Joinville é o valor médio cobrado pelas distribuidoras aos postos da cidade, de R$ 2,766, enquanto em Florianópolis é de R$ 2,888, segundo a ANP.
Já em Blumenau, após a variação de preços que atingiu as bombas de gasolina entre fevereiro e março, o setor agora dá sinais de estabilidade.
Na pesquisa a partir dos valores divulgados pela ANP no dia 23 de junho, de 16 postos de gasolina, apenas dois apresentaram uma variação nos preços diferente na semana seguinte, quando o litro mais baixo da gasolina comum registrado foi de R$ 3,09 e o mais alto R$ 3,19 – o valor que mais se repete entre os postos. Em março, quando o governo colocou em prática o aumento dos tributos, o preço da gasolina segundo alta da ANP na cidade chegou a R$ 3,39.
Fonte: Diário Catarinense (Karine Wenzel)
Redução da desoneração trará corte nos empregos
A última parte do ajuste fiscal proposto pelo governo federal, a redução da desoneração da folha de pagamento para a maioria dos 56 setores que foram beneficiados com a medida em 2011, deverá aumentar o desemprego no país e em santa Catarina.
Esta é a expectativa de entidades empresariais como Fiesc (Federação das indústrias de santa Catarina) e acate (associação Catarinense de empresas de tecnologia). De acordo com o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, a aprovação pelo plenário da Câmara dos deputados do projeto de lei que reduz a desoneração da folha é uma “péssima notícia” para o setor produtivo. “Este é o momento em que deveríamos ter a desoneração. Agora, a elevação do custo da produção e dos encargos sociais certamente vai contribuir para ampliar o desemprego no país?, explicou. A acate emitiu um posicionamento oficial sobre o aumento da alíquota de 2% para 4,5% para o setor, afirmando que será difícil manter o ritmo de crescimento e as novas contratações previstas para este ano com esta medida. “Esta medida vai na contramão da necessidade de geração de empregos qualificados, especialmente neste contexto de recessão econômica que o país enfrenta”, comentou Guilherme Bernard, presidente da acate, em nota para a imprensa.
Maior arrecadação…
A proposta de aumentar de 1% para 2,5% (indústrias) e de 2% para 4,5% (serviços) as alíquotas incidentes sobre o faturamento para a folha de pagamento foi aprovada pelos deputados federais com algumas exceções. Transportes, comunicação (empresas jornalísticas e de radiofusão), call center, calçados e confecções vão passar de 1% para 1,5%, e empresas alimentícias que produzem massas, pães, suínos, aves e pescados continuarão pagando 1%. Com estas exceções aprovadas no último minuto, o governo projeta arrecadar r$ 10 bilhões em impostos a mais por ano. Antes, a previsão era de r$ 12,5 bilhões.
…e os efeitos negativos
Ainda não foram feitas estimativas para o corte de empregos em santa Catarina, mas algumas entidades nacionais e a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) já fizeram as suas contas. No comunicado da Acate, a entidade cita estimativas feitas por associações nacionais, como Brasscom, Abes e Assespro de perdas de 80 mil empregos nos próximos dois anos na área de ti (tecnologia da informação). Pesquisa feita pela Fiesp prevê que 54% das indústrias filiadas à entidade devem demitir por causa do aumento do custo da folha de pagamento, e que 40% das empresas podem ter que repassar a alta dos custos para os preços dos produtos.
Fonte: Notícias do Dia (Panorama – Alessandra Ogeda)