São Paulo, 12.8.15 – No primeiro semestre de 2015, as empresas de transporte rodoviário de carga do Pais fizeram 2.548 demissões a mais que contratações. É a primeira vez que o setor tem saldo negativo de empregos desde 2007 – primeiro ano em que é possível fazer a comparação no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O pior resultado anterior era o de 2009, quando o saldo foi positivo em 10.742 vagas. E o melhor, em 2010, quando o TRC contratou 48.475 funcionários a mais que demitiu.
Os números mostram a gravidade da crise econômica sobre o setor, que havia passado por uma década de prosperidade. “Sou caminhoneiro há 22 anos. Nunca passei uma época assim. Os fretes estão ruins, o diesel só aumenta, os pedágios também”, afirma Márcio Nishimura, autônomo de Goiânia. Puxando carga seca e fracionada, ele diz que a situação piorou muito desde janeiro. “Tinha um frete para São Paulo que pagavam R$ 3.200. Agora pagam R$ 2.300ÂÂ, afirma. Devido ao caro pedágio paulista, ele deixou de viajar para o Estado.
Para tentar manter seu negócio, diz que passou a abastecer somente à vista. “Pago R$ 2,59 no litro do diesel. Se for com prazo de 10 dias, sobe para R$ 2,89ÂÂ, conta. Os pneus, que pagaria R$ 1.400 a prazo, ele conseguiu por R$ 1.200 à vista. “Às vezes, até penso em desistir da minha profissão, mas eu gosto do que faço. Espero que as coisas melhorem”, declara.
O autônomo de São Paulo Wanderley Queiroz jogou a toalha. Vendeu o caminhão (Volvo NL12 420 6Â~4) e foi trabalhar como taxista. “Era agregado na Usiminas. Fazia todo interior de São Paulo. O pedágio estava muito caro. Passei a fazer fretes mais baratos dentro da capital. Mas, a crise não deu trégua. Atendia várias montadoras. Com a queda nas vendas de automóveis e caminhões, a quantidade de frete despencou”, conta.
Já Luiz Antônio Rodrigues, dono da Expresso Luizão, de Contagem (MG), não se deixa abater. Ele montou sua empresa recentemente e faz o transporte de produtos Sealed Air (embalagens) com exclusividade em Minas Gerais. Rodrigues tem expectativa de que sua “pequena transportadora” irá dobrar de tamanho. “Estou negociando com uma outra grande distribuidora”, afirma.
Para baixar custos, diz estar ele mesmo pilotando um dos veículos da empresa. “Assim, eu conheço melhor as rotas e consigo otimizar as entregas com mais organização”, conta. Antes de ir para a estrada, as rotas consumiam três dias. Agora levam dois.
Há pouco tempo, Rodrigues ouviu de um amigo uma mensagem de otimismo. “Ele falou que estou iniciando uma empresa em um dos períodos mais turbulentos da economia. E que, quando vier a calmaria, estarei sólido por ter sobrevivido a toda esta tempestade. Torço para que ele esteja certo”, declara. A Expresso Luizão tem dois carros próprios e trabalha com seis agregados.
Entre 30% e 60% foi a redução de fretes sentida pela Transportes Inácio, com sede em Peritiba (SC). O proprietário Jeferson Luis Knob conta que diminuiu o número de viagens em que as sete carretas-baú frigorificadas da empresa seguem vazias. “Ainda que, na maioria das vezes, o frete de retorno seja só para pagar o diesel, a gente conseguiu diminuir em 50% as viagens sem carga”, declara.
Sem fórmula mágica
O assessor técnico da NTC&Logística, Lauro Valdivia, diz que não há fórmula mágica para as empresas adotarem durante a crise. A receita é a mesma de sempre: aumentar a produtividade dos caminhões e reduzir custos. “Tem de fazer todo o possível para reduzir a ociosidade dos veículos. Até, se for o caso, contratando mais um motorista para cada caminhão. E tentar reduzir o tempo de carga e descarga”, ensina.
Ele ressalta que quem mais tem sofrido com a crise são as empresas que compraram muitos caminhões nos últimos anos, empolgadas com as facilidades dadas pelo governo. “Se a empresa tem 80 caminhões financiados e só 20 pagos, ela está numa situação complicada”, afirma. Valdívia diz que o momento é de adiar a renovação de frota. “Quem tem pouco caminhão para pagar, consegue passar melhor pela crise.”
Fonte: Nelson Bortolin/ Revista Carga Pesada
Safra de grãos atual atinge 208,8 milhões de toneladas
A produção de grãos no Brasil chega a 208,8 milhões de toneladas, batendo novo recorde. O aumento de 7,9% ou 15,2 milhões de toneladas supera a produção de 2013/14, de 193,62 milhões de toneladas. Os números estão no 11º levantamento da safra, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira, 11.
O crescimento se deve, sobretudo, ao ganho de produtividade do milho segunda safra, registrado em quase todos os estados produtores, principalmente nos do Centro-Oeste e no Paraná. A estimativa é de 54 milhões de t, com aumento de 11,6% a mais que em 2013/2014. Com relação ao último levantamento, houve um acréscimo de 2,5 milhões de t. Já a produção de soja deve alcançar 96,2 milhões de toneladas, marcando 11,7% a mais que as 86,1 milhões da safra anterior.
Já os números de área registram 57,8 milhões de hectares, com correção nas culturas de inverno, de milho segunda safra e feijão terceira safra frente ao levantamento do mês passado. Para as áreas de inverno, cujo plantio está em estágio final, ainda não há definição do total plantado. A área de plantio das principais culturas é de 1,3% maior que a da safra 2013/14, com um aumento de 732,8 mil ha.
Inmet – No mesmo evento de divulgação da safra de grãos, a Conab formalizou a assinatura de um acordo de cooperação técnica com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para aperfeiçoar os métodos e ferramentas de monitoramento agrícola agrometeorológico. A cooperação viabiliza a manutenção e gestão conjunta do Laboratório de Análise, Tratamento e Elaboração de Produtos de Imagens de Satélites (LATIS) para o desenvolvimento de produtos derivados de estações meteorológicas e dados de satélites, em apoio a projetos na área agrícola.
“A soma de esforços possibilitará o avanço em estudos que auxiliam na estimativa de produtividade, e poderá trazer dados com maior qualidade de previsões sobre o comportamento sazonal do clima. Com isso, teremos informações cada vez mais confiáveis à sociedade e que influirão construtivamente na tomada de decisão”, ressalta o diretor de Política Agrícola e Informações, João Marcelo Intini. Fonte: Economia SC.
Vendas da indústria de SC fecham semestre com queda de 8%
As vendas da indústria catarinense no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período em 2014 acumularam queda de 8,1%, segundo pesquisa realizada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) com 170 empresas do setor. Dos 16 setores pesquisados, 11 registraram recuo no faturamento, com destaque para produtos alimentícios (-18,1%), bebidas (-10,7%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-26,7%), veículos automotores e autopeças (-15,7%) e celulose e papel (-9,6%). Entre os segmentos que cresceram no período estão produtos de madeira (7,7%), equipamento de informática, eletrônicos e óticos (16,2%) e móveis (2,4%).
O levantamento, divulgado nesta terça-feira (11), mostra ainda que no mesmo período de comparação, houve diminuição de 4,8% nas horas trabalhadas na produção e de 0,8 ponto percentual na capacidade produtiva das fábricas, que passou de 83,4% em 2014 para 82,6% neste ano.
Balança Comercial: As exportações catarinenses de janeiro a julho somaram US$ 4,71 bilhões, valor 12,7% inferior ao registrado no mesmo período no ano passado. Dos dez principais produtos exportados pelo Estado, oito apresentaram queda: carne de frango (-13,5%), carne suína (-17,2%), soja (-35%), motores e geradores (-18%), motocompressores (-24,8%), blocos para motores (-10,3%), fumo (-0,38%) e preparações e conservas de galos e galinhas (-20,4%).
Entre os destinos que registraram queda nos embarques estão a China (-26,7%), Estados Unidos (-4,6%), Japão (-29,4%), Países Baixos (-20,9%), Rússia (-18,8%), Alemanha (-23%) e Reino Unido (-13,2%).
Nos primeiros sete meses do ano em comparação com o mesmo período no ano passado, as importações catarinenses recuaram 12,3% para US$ 8,07 bilhões. Dos dez principais produtos comprados pelo Estado no exterior, nove apresentaram retração, com destaque para catodos e seus elementos (-45,3%), laminados de ferro e aço (-19%), fios de fibras de poliésteres (-19,2%), automóveis (-48,1%) e pneus (-25,3%). No acumulado do ano, o saldo da balança comercial catarinense está negativo em US$ 3,35 bilhões
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