Clipping – Maior acidente do país com um só ônibus

Clipping – Maior acidente do país com um só ônibus

Florianópolis, 16.3.15 – Acidente com ônibus na última curva perigosa da SC-418, na Serra Dona Francisca, em Joinville, causa a morte de 51 pessoas que participariam de evento religioso na praia. É a maior tragédia rodoviária já registrada em Santa Catarina. Mesmo que o número oficial de mortos ainda possa mudar, o acidente com o ônibus de excursão já coloca as curvas da Serra Dona Francisca, em Joinville, como cenário de uma das maiores tragédias rodoviárias de toda a história do país.
Envolvendo um único ônibus, este se enquadra como o maior registrado no Brasil, segundo informação da superintendência da Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina.
Todos os demais acidentes que computaram um número maior de mortos tinham mais de um veículo envolvido, sendo que a terceira maior tragédia do Brasil, com 68 mortos, envolveu o transporte por um caminhão.
O acidente rodoviário com maior número de mortos da história brasileira ainda é o de julho de 1987, com 68 vítimas fatais, em Belo Vale (MG).
E o que teve o maior número de mortes envolvendo um único veículo, sem ser um ônibus, foi o que matou, em 1988, 67 pessoas, envolvendo um caminhão que transportava trabalhadores, conhecido como pau de arara, em Cachoeira (BA).
Fonte: Diário Catarinense


Brechas na fiscalização

Em apenas três meses, 2015 registra um número de vítimas em acidentes envolvendo ônibus sem precedentes no Estado. Pelo menos 61 ocupantes de ônibus morreram em três acidentes registrados desde janeiro. O da Serra Dona Francisca, em Joinville, no sábado, expõe divergências sobre fiscalização entre o Departamento de Transportes e Terminais (Deter) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Uma das dúvidas mais latentes é a lotação do ônibus, cujo modelo é um Scania K-112, de 1988, segundo a ANTT. Embora ainda não tenha sido confirmada a capacidade, anúncios na internet de ônibus do mesmo modelo, todos da década de 1980, apontam para a ocupação máxima de 50 passageiros.
A ANTT se posiciona oficialmente apenas via assessoria de comunicação, de Brasília, que não atendeu às ligações no sábado e no domingo no telefone de plantão. Mas segundo fiscais do posto de Florianópolis, há convênio da agência com o Deter (responsável pelas linhas intermunicipais) para ambos fiscalizarem ônibus interestaduais e que, embora tenha saído do Paraná, a linha poderia ser abordada pelo Deter ou pela fiscalização paranaense – no Estado vizinho nenhum representante foi localizado.
Presidente do Deter, Fúlvio Brasil Rosar Neto diz que o convênio assinado em 2005 entre o Deter e a agência nacional é válido apenas onde não há agentes da ANTT. Rosar diz que cabe à ANTT decidir se o veículo poderia usar estradas catarinenses, porque o ônibus saiu do Paraná e iria para outra cidade do mesmo Estado – no sábado, fiscais dos dois órgãos estiveram no local.
O que se sabe é que o ônibus com placas GVJ-9509 estava em dia com o Certificado de Registro para Fretamento, para fretamento ou transporte turístico interestadual, embora aponte para o nome da Cooperinter, cooperativa de Minas Gerais. O certificado de cronotacógrafo foi emitido em março do ano passado e é valido até 2016.
Fonte: Cristian Weiss – Diário Catarinense

Espaço na mídia internacional

Um dos maiores acidentes rodoviários da história do país, com pelo menos 51 vítimas fatais, a tragédia ocorrida na Serra Dona Francisca, em Joinville, ganhou grande destaque na imprensa internacional.
O NY Times colocou o fato na capa de seu noticiário internacional. A publicação destacou: “O acidente é mais um reflexo das más condições das estradas brasileiras. O país ocupa uma das piores posições no ranking mundial de mortes em estradas, com cerca de 40 mil ao ano”.
A rede NBC também destacou a situação precária das rodovias brasileiras: “O Brasil tem as rodovias mais mortais da América Latina. O país apresenta mais de 18 mortes por 100 mil habitantes por ano, o que é comparado com os 10 países mais violentos do mundo”.
As mais importantes redes mundiais noticiaram o fato. Entre elas os londrinos The Guardian (que seguiu a mesma linha quanto às más condições das estradas) e BBC (que relatou os esforços heroicos de resgate), a norte-americana CNN e o principal portal do mundo árabe Aljazeera.
Fonte: Diário Catarinense

ECONOMIA – Dólar atinge maior valor em quase 12 anos

Florianópolis, 14.3.15 – Influenciado pela instabilidade interna do país e pela expectativa de aumento de juro nos Estados Unidos, o dólar chegou a avançar ontem a R$ 3,28, recuou e fechou a R$ 3,249 – a maior cotação desde 2 de abril de 2003. Em março, a alta acumulada é de 13,76%, e no ano, de 22,20%.
Foi o terceiro aumento do dólar em relação ao real, em um dia marcado por protestos a favor do governo e pela expectativa de manifestações contrárias por todo o país amanhã. Operadores do mercado também testaram até quando o Banco Central (BC) vai assistir a alta do dólar sem elevar suas intervenções no câmbio.
Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, o principal motivo para a desvalorização do real é a instabilidade política que pode “prolongar a crise econômica”.
Nesse ambiente volátil, o risco de o ajuste fiscal ficar comprometido por causa da derrubada de um veto presidencial levou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a fazer um desabafo, usado por governistas para pressionar seus aliados, de que neste caso preferia pedir demissão.
A ameaça do ministro foi feita na quarta-feira, quando o Congresso quase derrubou o veto da presidente Dilma Rousseff à prorrogação até 2042 dos subsídios sobre a energia elétrica para grandes empresas do Nordeste – representaria custo de R$ 5 bilhões ao Tesouro neste ano.
O cenário externo também contribuiu para a forte valorização do dólar. Das 24 principais moedas de países emergentes, 22 se desvalorizaram em relação ao dólar ontem. Integrantes do Federal Reserve (Fed, banco central americano) se reúnem na próxima semana. Analistas esperam que seja divulgado comunicado após o encontro indicando a proximidade de um aumento do juro nos Estados Unidos.
A elevação da taxa deixa os títulos americanos mais atraentes aos investidores internacionais, que preferem aplicar seus dólares lá em vez de levar os recursos para países de maior risco – como emergentes, incluindo o Brasil.
Fonte: Diário Catarinense

Maxidesvalorização do real e mais ajustes

Florianópolis, 14.3.15 – Em uma das semanas mais turbulentas do ano até agora, o fato econômico que se destaca é a alta do dólar, que chegou ontem a R$ 3,25 com elevação de 2,81% no dia. Como a moeda teve aumento superior a 30% desde a reeleição da presidente Dilma, em outubro, alguns economistas já denominam esse movimento de maxidesvalorização do real. A mudança cambial, que sofre o impacto da alta do juro nos Estados Unidos e da instabilidade econômica e política no Brasil, vai continuar por algum tempo. Com certeza, vai gerar mais insegurança e deverá motivar muitas pessoas a ir para as ruas neste domingo para mostrar insatisfação com o atual cenário econômico. Depois que a presidente afirmou que o governo esgotou todos os recursos possíveis para combater a crise iniciada em 2008 e que agora chegou a hora de fazer o ajuste fiscal para voltar a crescer, economistas que atuaram no Banco Central José Julio Senna, Affonso Celso Pastore e Eduardo Loyo disseram ontem, em evento no Rio, que o dólar terá que flutuar. A razão principal, na opinião deles, é que como o país não consegue aumentar as exportações para cobrir o déficit em conta corrente de 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o ajuste terá que ocorrer via câmbio real, informou o Valor online. 
Para reverter essa fase negativa, o governo sinalizou com uma segunda etapa do ajuste fiscal que contempla melhoria nas condições das concessões para a retomada do investimento em infraestrutura e alta menor da contribuição previdenciária de empresas beneficiadas com a desoneração do INSS na folha. Isto significa que a alta de 150% passará por uma negociação. 
E para parte dos contribuintes pessoa física, haverá mesmo aumento da carga tributária com a tabela escalonada do Imposto de Renda (IR).
Fonte: Estela Benetti – Diário Catarinense

MANIFESTAÇÕES – Protestos contra impeachment

São Paulo, 14.3.15 – O protesto convocado por organizações sociais para a sexta- feira ensaiou dar mais ênfase a cobranças ao governo federal, mas, na prática, um dos temas centrais da mobilização que ocorreu em 24 Estados e no Distrito Federal foi mesmo a defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff.
Em São Paulo, onde ocorreu o maior, milhares de manifestantes ligados a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e União Nacional dos Estudantes (UNE) e apoiadores em geral fecharam a Avenida Paulista e marcharam até a Praça da República sob chuva forte em diversos momentos para condenar um eventual processo de impeachment – além de defender a Petrobras, os direitos trabalhistas e a reforma política. Muitos usavam adesivos com a inscrição “Fica Dilma”.
Sem presença de grandes estrelas, logo no início do protesto ficou claro que uma das prioridades dos participantes era fazer um contraponto à manifestação anti-Dilma prevista para amanhã – embora isso não tenha sido exposto explicitamente nos materiais de divulgação. O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, esclareceu o que significava o slogan de “defesa da democracia” anunciado como um dos motes da mobilização:
– A eleição já acabou. O Brasil precisa encerrar o terceiro turno. As pessoas têm o direito de se manifestar contra ou a favor do governo, mas não podemos viver esse clima de continuidade eleitoral o resto da vida. Precisamos criar condições de o Brasil crescer.
Freitas defendeu, ainda, a continuidade de investimentos para garantir o crescimento do país, em vez da recente política de austeridade iniciada pelo governo federal. Entre os participantes que enfrentaram sucessivas pancadas de chuva (mais de 50 mil, conforme os organizadores, ou cerca de 12 mil, segundo a PM), havia desde líderes sindicais até servidores públicos, estudantes e aposentados dispostos a defender pautas variadas – tendo o mandato de Dilma como ponto em comum.
Uma parte dos presentes foi convocada por líderes sindicais para reforçar a manifestação. Um grupo de moradores do bairro do Limão, vestindo coletes da CUT, informou que não sabia bem que bandeiras defenderia no local, mas que havia sido convencido por uma líder sindical a lutar por “direitos dos trabalhadores”. Eles informaram ter recebido carona até a Avenida Paulista, mas nenhuma outra vantagem.
A representante do Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo que convocou o grupo, Noélia Bandeira, 45 anos, afirma que todos foram convidados para defender seus próprios interesses.
– Não podemos perder conquistas como o seguro-desemprego e o 13o salário – afirmou Noélia.

Reforma política e educação na pauta

Muitos outros participaram sem vinculação a organizações. O casal de aposentados Kiyosumi e Helena Misawa, ambos de 67 anos, foram à rua pedir uma reforma política que privilegie financiamento público de campanhas.
– Hoje é o capital que elege os políticos – afirmou Kiyosumi.
As irmãs Dalita, 29 anos, e Deborah Guimarães, 24, tomaram a Paulista em favor da educação – mas também para garantir presidente até o fim do mandato.
– A Dilma foi eleita pelo povo, e não pode ser tirada pela elite econômica – defendeu Dalita, enfrentando a chuva que desafiou os milhares de participantes.
Fonte: Marcelo Gonzatto (São Paulo) – Diário Catarinense

MANIFESTAÇÕES – Multidão nas ruas do Brasil

Florianópolis, 16.3.15 – Menos de cinco meses depois de vencer a eleição presidencial mais apertada da história, Dilma Rousseff se viu ontem na condição de alvo de uma das maiores mobilizações populares que o Brasil já testemunhou. Da manhã à noite, brasileiros saíram às ruas em mais de 150 cidades para manifestar o repúdio à presidente e ao seu governo, associando-os ao bilionário escândalo na Petrobras. Os atos, registrados em pelo menos 24 unidades da federação, teriam reunido, segundo estimativas das polícias militares, cerca de 1,5 milhão de pessoas – mobilização comparável às de junho de 2013 e superior às da última sexta-feira, promovidas por grupos próximos ao governo.
Em meio à crise econômica e às desconfianças éticas que derrubaram os índices de aprovação da presidente, os gritos de “Fora, Dilma” ecoaram de Sul a Norte, com respingos até em cidades do exterior, como Nova York, Miami, Londres e Buenos Aires. Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes cantaram o Hino Nacional, exibiram faixas e cartazes com ataques à presidente e ao PT e pediram o fim da corrupção. A bandeira nacional apareceu em muitas janelas e buzinaços saudaram a passagem de passea­tas. No Twitter, 100 mil mensagens sobre o assunto foram postadas a cada hora.
Uma parcela considerável dos manifestantes reivindicava o impeachment da presidente, trazendo à lembrança o movimento popular de 1992 que ajudou a apear Fernando Collor de Mello do poder.
– Somos milhares de pessoas que pedem o impea­chment. O governo está numa situação lamentável – afirmou, em São Paulo, Rubens Nunes, do Movimento Brasil Livre.
Outros grupos, ainda mais radicais, pediram uma intervenção militar para derrubar a presidente.
– Quero os militares. Com impeachment, não haverá limpeza. Os militares têm seriedade e hierarquia – defendeu, em Belém, a gestora em saúde Flávia Mour
, 33 anos.
Os protestos começaram ainda pela manhã, mas atingiram seu ápice no meio da tarde, quando a Polícia Militar estimou em cerca de um milhão o total de manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo – o Instituto Datafolha, no entanto, calculou o total de presentes em 210 mil.
Depois de São Paulo, epicentro do antipetismo e baluarte do PSDB, Porto Alegre foi, conforme as estimativas oficiais, a cidade que mais reuniu descontentes. Segundo a Brigada Militar, cerca de 100 mil pessoas protestaram na capital gaúcha.
Na segunda maior metrópole brasileira, o Rio de Janeiro, a polícia calculou em 15 mil os participantes – segundo os organizadores, foram 50 mil. O senador Aécio Neves (PSDB), candidato derrotado por Dilma no segundo turno da eleição presidencial, não saiu à rua, mas tratou de se mostrar solidário aos protestos. Deixou-se fotografar na janela de seu apartamento, na orla do Rio, com uma camiseta da Seleção – uniforme adotado por muitos manifestantes – e publicou um vídeo de apoio no Facebook. Segundo Aécio, o 15 de março será lembrado como o “dia da democracia”:
– Depois de refletir muito, optei por não estar nas ruas neste domingo, para deixar muito claro quem é o grande protagonista dessas manifestações. E ele é o povo brasileiro, o povo cansado de tantos desmandos, de tanta corrupção.
Em Brasília, os manifestantes – 40 mil, segundo a PM, e 100 mil, conforme os organizadores – concentraram-se pela manhã em frente ao Congresso Nacional. Munidos de vassouras e sabão, eles lavaram as calçadas do parlamento. Protestos e marchas também ocorreram em cidades como Belém (50 mil pessoas, segundo a Polícia Militar), Campinas (35 mil pessoas), Belo Horizonte (24 mil ), Fortaleza (15 mil), Salvador (7 mil) e Recife (5 mil). Em Jundiaí, no interior paulista, a sede local do PT foi incendiada.
Em comparação com os protestos de 2013, os atos de ontem chamaram a atenção pela organização e estrutura. Em diversas cidades, houve distribuição de adesivos, vuvuzelas, camisetas e flores. Em São Paulo, nove carros de som foram espalhados ao longo da Avenida Paulista – três deles ligados a grupos que pregam intervenção militar. Em Brasília, o funcionário público João Carlos de Souza, envolvido na organização do protesto, disse que houve apoio financeiro de “importantes empresários do Distrito Federal”.

Presidente permaneceu em Brasília com ministros

Enquanto os protestos ocorriam pelo país e ganhavam repercussão internacional, Dilma permaneceu no Palácio do Planalto, onde reuniu-se com ministros e assessores. Ela teria discutido o lançamento de um pacote anticorrupção para aplacar a voz das ruas. No começo da noite, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, concederam entrevista coletiva sobre os atos populares.
– O governo, que tem clara postura de combate à corrupção, que ao longo desses últimos tempos tem criado mecanismos que propiciam as investigações com autonomia, irá anunciar algo que já era promessa eleitoral: um conjunto de medidas de combate à corrupção e à impunidade. A postura do governo é de que sua posição não se limite a essas medidas. Estamos abertos ao diálogo – disse Cardozo.

Governo reage com medidas anticorrupção e reforma política

O Planalto respondeu às manifestações que se espalharam pelo país com antigas promessas, como o combate “rigoroso” à corrupção, a reforma política e o ampliação do diálogo. Os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, não admitiram que o governo está enfraquecido.
– Não considero que o nosso governo esteja fragilizado. Quem foi eleito por quase 55 milhões de votos e tem claro compromisso com a democracia não está fragilizado – observou Cardozo.
Os dois ministros insistiram no discurso de que os governos petistas combatem a corrupção de forma rigorosa, diferentemente dos anteriores. As investigações dos desvios da Petrobras, feitas na Operação Lava-Jato, foram usadas como exemplo de rigor. Cardozo e Rossetto ainda anunciaram que, nos próximos dias, o Planalto enviará um pacote de medidas para combater a corrupção, que deve passar pelo Congresso. As regras haviam sido prometidas após as manifestações de junho de 2013 e reforçadas na campanha de 2014.
Cardozo e Rossetto reconheceram as manifestações como democráticas e legítimas, mas lembraram que foram dominadas por setores da sociedade críticos ao PT e que não votaram em Dilma. Eles negaram que o governo tenha sido surpreendido pela dimensão dos atos, que ainda carregariam a polarização da campanha eleitoral.
– A realização das manifestações mostra que o Brasil vive um Estado democrático, que admite opiniões contrárias e que, de fato, está muito longe de alternativas golpistas. O governo está atento e revela a disposição que sempre teve de ouvir as vozes das ruas. Não há democracia sem diálogo, sem tolerância de posições divergentes – frisou Cardozo.
Apesar das dificuldades de articulação no Congresso, o governo defendeu a aprovação da reforma política, em especial o fim do financiamento empresarial das campanhas.
– São necessárias mudanças para o sistema político eleitoral. É um sistema político anacrônico que constitui a porta de entrada para a corrupção – disse Cardozo.
Fonte: Guilherme Mazui – RBS Brasília

Empresários de SC e os protestos

Fim da corrupção e uma política favorável ao crescimento econômico foram bandeiras defendidas por empresários catarinenses que também foram às ruas ontem para protestar. Lideranças da Federação das Associações Empresariais do Estado (Facisc) não só apoiaram iniciativas das suas associadas, as ACIs de diversos municípios, mas também participaram do movimento. O vice-presidente da entidade, André Gaidzinski, esteve em Florianópolis, e o presidente, Ernesto João Reck, compareceu no Oeste. O presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Glauco José Côrte, também apoiou as causas do movimento e espera que ele acelere a agenda positiva da União. Desta vez, o industrial não foi para a rua, mas na campanha contra a CPMF, em 2007, marcou presença em passeata na Capital.
– É um movimento suprapartidário, queremos que o Brasil melhore, independentemente de quem está no governo. Nossa participação foi para mostrar ao governo federal que há algo errado na política econômica que precisa ser melhorado – disse Gaidzinski, que reclama da falta de uma política industrial, de incentivo ao empreendedorismo, da corrupção e do excesso de carga tributária.
De acordo com Glauco Côrte, a população tem duas oportunidades de se manifestar de forma ostensiva: na eleição e nos movimentos de rua. Segundo ele, a expectativa é de que isso motive o governo a mudar, conter a corrupção e fazer uma gestão mais equilibrada.
– Não dá para colocar nos ombros da sociedade todo o peso do ajuste fiscal. É preciso uma gestão melhor e condições para o setor produtivo continuar investindo, avançando em produtividade – disse Côrte.
Fonte: Estela Benetti – Diário Catarinense

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