Brasília, 11.3.15 – Uma semana após o fim dos protestos que paralisaram as estradas do Brasil, os caminhoneiros voltaram a se reunir com o governo federal e empresários do setor, ontem, na sede da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília. A reunião durou cerca de três horas e contou com a participação dos ministros dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, do Trabalho, Manoel Dias, e da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto.
Os motoristas querem criar uma tabela para regular o preço dos fretes em todo país. Essa proposta vai ser analisada por um dos três grupos de trabalho que foram formados durante a reunião na ANTT. Um segundo grupo vai cuidar da regulamentação da Lei dos Caminhoneiros, que foi sancionada, sem vetos, na semana passada pela presidente Dilma Rousseff.
A sanção dessa lei era uma das exigências dos manifestantes, mas ainda precisa de definições. Por exemplo, sobre onde vão ser construídos os locais de descanso para os motoristas. O presidente da ANTT, Jorge Bastos, não deu detalhes, mas disse que as obras vão ser iniciadas em breve.
– Vão começar pelas rodovias concedidas. Essas rodovias vão ter os pontos de parada em no máximo um ano. Vão ser estabelecidos e ficar prontos nesse prazo.
Fonte: Diário Catarinense
Nova reunião está marcada
Um terceiro grupo de trabalho vai se concentrar na revisão do marco regulatório do transporte de cargas. Apesar de não ter trazido resultados conclusivos, o encontro foi avaliado como positivo pela maioria dos caminhoneiros que estavam presentes. Mas a categoria diz que segue em alerta e não descarta novas paralisações.
– A gente vai ficar de olho. Se o governo cumprir, a gente cumpre. Mas estamos cansados de promessas – diz o caminhoneiro autônomo Jorge Flores de Oliveira, de Lages.
Uma nova reunião entre governo federal, caminhoneiros e empresários foi marcada para o próximo dia 26, em Brasília, quando as propostas desenvolvidas pelos grupos de trabalho serão apresentadas.
Fonte: Diário Catarinense
Proposta desagrada líderes de SC
Insatisfeitos com o encaminhamento da reunião em Brasília, os caminhoneiros podem voltar a realizar manifestações nas rodovias.
– Não posso te afirmar onde, mas em alguns Estados vai ter paralisação – disse Vilmar Bonora, líder do movimento em SC.
O caminhoneiro de São Miguel do Oeste afirmou que não foi satisfatório o resultado do encontro na Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT).
As lideranças catarinenses insistem em medidas para a redução do preço dos combustíveis. Apesar de uma nova reunião estar marcada para 26 de março, os caminhoneiros não estão com muita paciência para esperar até lá.
– Só empurraram para frente, o governo criou o problema, ele que dê um jeito de baixar o combustível – avalia Bonora.
Ele afirmou que cerca de 20 lideranças dos três Estados do Sul, de São Paulo e do Mato Grosso se reuniram na noite de ontem para avaliar as medidas. O local do encontro não foi informado.
Fonte: Darci Debona – Diário Catarinense
Produtores de leite calculam os prejuízos
A paralisação dos caminhoneiros, que em Santa Catarina durou de 18 de fevereiro a 3 de março, causou prejuízos de R$ 20 milhões somente no setor leiteiro. A estimativa foi divulgada ontem pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados de Santa Catarina (Sindileite).
O valor corresponde a uma perda de R$ 14,2 milhões para os produtores, pois deixaram de ser recolhidos 15,7 milhões de litros. Boa parte dessa produção foi jogada fora, por ser um item perecível e que teria que ser industrializado em menos de 48 horas.
Outros R$ 6 milhões são de prejuízo das indústrias. De acordo com o Sindileite, esse é o valor mensurável sem contar a perda de mercado para concorrentes de outros Estados.
Durante a greve, além dos prejuízos contabilizados, as empresas estimam que deixaram de faturar R$ 62,5 milhões em produtos que deixaram de ser vendidos.
Fonte: Diário Catarinense
Caminhoneiros
Após reunião com alguns avanços em Brasília ontem, a expectativa é de que os líderes da mobilização dos caminhoneiros não optem mais por ações que prejudiquem os demais setores. É importante que negociem onde está o poder. Segundo a Associação Nacional de Transportes de Cargas, a defasagem no frete é de 14,11%. Para o presidente da Federação dos Transportes de SC (Fetrancesc), Pedro Lopes, uma alternativa é dar subsídio tributário ao setor para que possa comprar outros insumos, como já ocorreu em SC.
Fonte: Estela Benetti – Diário Catarinense
Medalha JK
Três empresários catarinenses receberão hoje, em Brasília, da Confederação Nacional do Transporte, a Medalha do Mérito JK. Na área do transporte coletivo, Leo Mauro Xavier Filho (Florianópolis), de transporte de carga, Edvandro Perondi (Videira) e pela atuação empresarial, Eclésio da Silva (Itajaí). O presidente da Fetrancesc, Pedro Lopes, estará presente.
Fonte: Moacir Pereira – DC