Clipping – Tempo para voltar ao normal

Clipping – Tempo para voltar ao normal

Florianópolis, 04.03.2015 – Com a trégua dos bloqueios nas estradas de Santa Catarina, as tarefas da cadeia produtiva começam a voltar ao normal, mas a rotina produtiva e o escoamento de mercadorias dos setores serão reestabelecidos em até 40 dias. A perspectiva é da Federação das Associações Empresariais. O vice-presidente da entidade, André Gaidzinski, ressalta que as empresas exportadoras enfrentaram dificuldades diante dos bloqueios aos terminais portuários de Itajaí e Navegantes.
– Por um lado apoiamos o movimento, mas por outro há o problema de ter a produção e exportação parados. Tudo isso deverá ser reconsiderado e reagendado – disse.
Já a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) estima um período mais curto, de 30 dias. Para a Associação Catarinense de Supermercados (Acats), a normalização dos estoques depende da logística de cada setor.
Entidades empresariais estão cautelosas para falar sobre prejuízos e implicações nos custos, mas na área de criação de animais um número preocupante já desponta: a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que os prejuízos com os bloqueios das rodovias chegam a R$ 700 milhões nos três Estados do Sul. Como SC é responsável por cerca de um terço da produção, o prejuízo seria próximo de R$ 230 milhões no setor de rações. A Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo Oeste (Cooperoeste) retirou 40 caminhões com 600 mil litros de leite para atender os clientes do Sul ontem. Durante a paralisação, a empresa deixou de industrializar 3 milhões de litros, o que representa perdas de R$ 2,5 milhões para os produtores.
Fonte: Luis Hangai e Darci Debona – Diário Catarinense

Cadeia é parcialmente normalizada

A coleta de leite foi retomada no Extremo-Oeste com a liberação das rodovias pela Polícia Rodoviária Federal. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipostos), Sérgio Galli, cerca de 30% dos 43 postos receberam combustível ontem. Os outros tinham carretas a caminho.
Na região, as agroindústrias retomaram o abate parcialmente após o desbloqueio das rodovias do Estado. Na JBS a expectativa é de que a produção volte ao normal em até 40 dias.
A distribuição da ração não foi totalmente normalizada. Os grãos que chegaram ao campo não tinham os nutrientes necessários por falta de matéria-prima, o que interfere no desenvolvimento dos animais. As fábricas de ração ainda precisam receber esses componentes para fabricar a ração e depois levar para o campo.
Fonte: Luis Hangai e Darci Debona – Diário Catarinense

“A produção será normalizada em até 30 dias”

José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), explica que os 14 dias de bloqueios nas estradas deixarão sequelas aos produtores porque a cadeia foi desestabilizada.

Como fica a situação do agronegócio agora que os bloqueios começam a diminuir?
José Zeferino Pedrozo –Vamos começar a contabilizar o que ocorreu, verificar os prejuízos e torcer para que a normalidade retorne o mais rápido possível, embora isso vá deixar sequelas porque muitos produtores de leite, de suíno e de aves tiveram esses desencontros na rotina produtiva. Os prejuízos ainda não temos como contabilizar. Foram mais de 10 dias que mudaram a rotina, principalmente no Extremo-Oeste, a região que mais produz esses animais e leite.

Quanto à situação de aves e outros animais, que foram mais impactados, quando a produção será normalizada?
Pedrozo – Os animais que tiveram restrição alimentar já estão seriamente comprometidos, principalmente o frango, que tem um ciclo curto de vida. Dentro de cerca de 30 dias ele fica pronto pro abate. Então ficar 10 dias com alimentação prejudicada vai trazer reflexo na qualidade desse frango. Espero que rapidamente possamos reverter isso. Mas respondendo resumidamente sua pergunta, acredito que entre 15 e 30 dias nós vamos normalizar a produção.

Qual a interpretação do movimento dos agricultores?
Pedrozo – Desde o começo dos protestos manifestamos reconhecimento quanto à situação precária. Eles esperavam continuar tendo uma receita que pudesse saldar seus compromissos dando condições de uma vida tranquila à família.

Transportadoras e caminhoneiros chegam a acordo e termina bloqueio no Porto de Itajaí

O acordo entre transportadoras e caminhoneiros autônomos de Itajaí para encerrar a greve, anunciado ontem à noite, deve normalizar a situação do pátio do Complexo Portuário do Itajaí-Açu a partir de hoje. Até esta terça-feira, cerca de 85% da área destinada aos contêineres estava lotada porque o protesto prejudicou transferências para outros locais de armazenagem. Conforme a superintendência, o volume ideal de ocupação para garantir mobilidade e rotatividade de cargas não deveria passar de 70%.
Os motoristas aceitaram a proposta das empresas e deram fim à paralisação que durou seis dias. A categoria vai receber aumento imediato de 15% no frete praticado para trajetos internos e, a partir da próxima terça-feira, inicia a negociação de mais 10% de reajuste. Para os trajetos externos (intermunicipais e interestaduais) foi acordado aumento imediato de 10% e nesta modalidade também será negociado um percentual maior de reajuste na próxima semana.
Com o acerto, as transportadoras de Itajaí e Navegantes voltaram a operar normalmente às 20h de ontem. No entanto, a decisão não foi unânime. Cerca de 70 caminhoneiros de Navegantes, que carregam apenas contêineres vazios, não aceitaram a proposta. Eles reivindicam 20% de aumento imediato. Uma reunião entre eles e as transportadoras tentou resolver o impasse na noite de ontem, mas terminou sem definição.
Eles concordaram em suspender o bloqueio ao terminal portuário de Navegantes por 24 horas. Também se comprometeram a não atrapalhar a operação de quem voltou ao trabalho, mas não descartam novos bloqueios.
Fonte: Luis Hangai e Darci Debona – Diário Catarinense

Protestos e preço da insegurança

Com a liberação das estradas e o recuo da mobilização dos caminhoneiros, boa parte de Santa Catarina começa a retomar à vida normal. Essa volta não se restringe apenas à retomada da produção, mas também a contabilização dos prejuízos e mais prevenção devido ao aumento da insegurança. Além das perdas milionárias das agroindústrias nas atividades de frango e suíno, há custos que não aparecem, como a redução da qualidade genética devido à falta de alimentação e prejuízo de imagem junto a clientes no mercado internacional. As pequenas propriedades do Estado também perderam vendas de leite, o que não pode ser recuperado. O mesmo ocorre com o comércio, especialmente de supermercados e serviços, inclusive de transporte. As restrições de ir e vir impostas pelos caminhoneiros surpreenderam e causaram muita tristeza pelo Estado. As pessoas imaginam que podem enfrentar falta de abastecimento de alimentos em função de seca, enchente ou desabastecimento pontual de produto do exterior em caso de guerra ou outro problema lá fora, mas não por um movimento que impede o transporte nas estradas até em pequenas cidades. Tudo indica que muitos vão investir em estruturas para ter estoques maiores de alimentos e até combustíveis com medo desse problema de novo. E os transportadores, para terem os pleitos atendidos, devem estar convencidos de que devem protestar e fazer cobranças em Brasília, no centro do poder, e não no interior.
Fonte: Estela Benetti – Diário Catarinense

Obras da SC-403 são retomadas após atraso de duas semanas

Quem passou pela SC-403, que liga a Vargem Grande aos Ingleses, no norte da Ilha de SC, no início desta semana, pôde observar uma movimentação diferente. Desde a última segunda-feira máquinas e operários começam a voltar às pistas para a retomada das obras na rodovia, depois de duas semanas de atraso.
Após a resolução de impasses relacionados ao pagamento e à paralisação dos caminhoneiros, que prejudicou a vinda das máquinas e trabalhadores da empresa Planaterra para Florianópolis, a duplicação recomeçou – e com alterações no cronograma.
Segundo o secretário de Estado de Infraestrutura, João Carlos Ecker, todos os problemas de pagamento foram sanados e, agora que a empresa conseguiu chegar a Florianópolis, a obra seguirá normalmente.
– Vamos trabalhar forte dentro do prazo de entrega, previsto para outubro deste ano. Se atrasar, não passará do final de novembro. É um compromisso do governo do Estado – promete.
Fonte: Trânsito 24h – Diário Catarinense

Duplicação da BR-116, por Cesar Sass – Diretor-superintendente Autopista Planalto Sul – Rio Negro (PR)

As grandes obras demandam trabalho minucioso em sua fase de planejamento, na qual é necessário levar em conta não só demandas de engenharia, como também especificidades sociais, econômicas, ambientais e territoriais. Quando isso não ocorre, em algum momento da execução, será necessário reformular a proposta original. A duplicação da BR-116 não é diferente.
A concessionária Autopista Planalto Sul está incumbida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de elaborar o estudo de viabilidade para três traçados. Para que isso ocorra, um grupo paritário formado pelas associações de municípios ao longo do trecho, em conjunto com a ANTT e a Polícia Rodoviária Federal, foi montado com o potencial de se tornar um exemplo de articulação da sociedade. Também foram envolvidos representantes de transportadores, empresariado e entidades de classe.
Isso permitirá que a elaboração do projeto atenda à necessidade de uma BR-116 ainda mais segura, eficiente e condizente com as necessidades dos principais usuários e da população do entorno. Tal abordagem participativa permitirá que os principais públicos interessados não sejam surpreendidos por uma proposta inadequada para a realidade local.
No fim do ano passado, foi realizada, em Lages, a primeira audiência pública sobre a duplicação, sendo que outras mais deverão ocorrer durante 2015. Esse processo coletará os subsídios para que o projeto seja discutido com municípios e, posteriormente, enviado à ANTT em condições de ser iniciado no menor prazo possível. É uma sinalização importante para os investidores interessados no Estado e que buscam segurança, pois trará logística aperfeiçoada para SC.
A economia catarinense tem a vantagem competitiva da proximidade com os países do Mercosul, mas isso precisa ser fortalecido por novos investimentos que permitam que rodovias estejam adequadas ao potencial industrial e agropecuário. Certamente, esse processo participativo, iniciado pelo grupo paritário, vai favorecer a inclusão desse importante empreendimento na terceira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Fonte: Diário Catarinense

Diálogo é o melhor remédio, por Glauco José Côrte, presidente da FIESC

Por ser um dos Estados mais afetados pelos protestos dos caminhoneiros nas últimas duas semanas, podem recair sobre Santa Catarina também as mais graves consequências do bloqueio de rodovias. A categoria reclama do aumento do preço dos combustíveis que, associado às péssimas condições das estradas, eleva os custos operacionais. São efetivamente problemas estruturais do país. No entanto, é imprescindível considerar que, independentemente do mérito, nunca se pode fazer um movimento que cause um abalo econômico e social dessa magnitude.
Com maior incidência no oeste do Estado, as
paralisações colocam em risco um patrimônio catarinense que levou décadas para ser construído: o modelo agroindustrial. O setor se desenvolveu graças a um formato que enfatiza a parceria entre a indústria e os agricultores e que levou o Estado a liderar a produção brasileira de suínos, além de posições de destaque nos segmentos de aves e leite. O bloqueio de rodovias prejudica toda a cadeia produtiva, do fornecimento de insumos, como é o caso da ração para aves e outros animais, ao escoamento dos produtos acabados.
A indústria tem se pronunciado continuamente a respeito das dificuldades do setor produtivo no país, notadamente em relação às deficiências da infraestrutura, à elevada carga tributária, ao custo Brasil e à corrupção. Na reunião de negociações pelo fim dos bloqueios da qual participamos em Brasília, na última quarta-feira (25/2), com representantes dos caminhoneiros e do governo federal, propusemos que os tributos recaíssem somente sobre o valor do óleo diesel praticado em 2014, não incidindo sobre a parcela do aumento de preço aplicado em 2015, o que permitiria baixar o custo do combustível.
A democracia pressupõe o direito à livre manifestação e às reivindicações. Mas esse direito não pode sobrepujar o direito dos demais e chegar ao impedimento das atividades das indústrias, dos produtores rurais, do comércio e dos serviços em geral. Até hoje, não se descobriu melhor ferramenta do que o diálogo e o entendimento para a superação de conflitos. Até hoje, ainda não foi descoberta melhor ferramenta para a superação de conflitos.
Fonte: Diário Catarinense

Procon constata aumento abusivo de combustível

Dos 60 postos notificados em Florianópolis, metade praticou aumento abusivo no preço do combustível. Conforme a análise do Procon da Capital, 30 estabelecimentos da cidade aumentaram a margem de lucro após o aumento dos tributos pelo governo federal no início de fevereiro. O órgão de defesa do consumidor não divulgou a relação completa dos estabelecimentos que praticaram o aumento abusivo e informou que as multas podem variar de R$ 400 a R$ 6 milhões, dependendo do faturamento da empresa.
Os estabelecimentos devem receber os autos de infração na próxima semana e terão 10 dias para apresentar defesa. Gabriel Meurer, diretor do Procon de Florianópolis, afirma que o aumento acima da margem de lucro anterior ficou entre R$ 0,02 e R$ 0,40.
– Alguns postos acabaram utilizando o aumento dos tributos para aumentar a margem de lucro, o que no Código de Defesa do Consumidor é definido como abusivo.
Também foi constatado que as próprias distribuidoras repassaram aumento acima dos R$ 0,22 para o litro de gasolina, e R$ 0,15 para o diesel. Essa documentação também será encaminhada para o Procon estadual para uma possível ação civil pública. Nenhum representante do sindicato dos postos de combustíveis foi localizado para comentar o assunto.

Itajaí e Joinville em fase de autuação
Em Joinville, o órgão municipal de defesa do consumidor notificou 98 postos dos 116 estabelecimentos na cidade. Kleber Fernando Degracia, gerente do Procon no município, afirma que muitos ainda estão dentro do prazo para apresentar a documentação.
Em Itajaí foram notificados 29 dos 48 postos de combustíveis da cidade porque reajustaram o litro da gasolina acima de R$ 0,22. Os estabelecimentos têm 10 dias para apresentar documentação.

Municípios não têm notificações
Em Chapecó, foram notificados todos os 43 postos da cidade. Mas após análise da documentação, foi verificado que o aumento médio do litro da gasolina, de R$ 0,22 a R$ 0,25, não era abusivo, pois englobava o repasse maior dos tributos e o aumento da base de cálculo do ICMS.
Em Blumenau, o Procon fez um procedimento diferente e não notificou diretamente os postos, mas sim o sindicato da categoria.
– É muito documento para analisar, mas devemos finalizar esta semana. O que tem chamado muita atenção é que o repasse pelas distribuidoras não foi de apenas R$ 0,22, foi bem acima – afirma Alexandre Caminha, do Procon.
O aumento médio dos postos da cidade ficou em R$ 0,29. O Procon analisa a documentação de 80 estabelecimentos. Em Lages não houve notificações, pois o mercado se reorganizou. Fonte: Karine Wenzel – Diário Catarinense

Indenizações do DPVAT crescem 20% em 2014

O número de indenizações pagas pelo seguro obrigatório, o DPVAT, aumentou 20% no ano passado ante 2013, totalizando 763.365 pagamentos, conforme dados da seguradora responsável, a Líder. Invalidez permanente continuou a ser o principal impulsionador dos pagamentos com elevação de 34% no período de referência.
Na outra ponta, indenizações por morte e despesas médicas recuaram 5% e 14%, nessa ordem. Os pagamentos das indenizações correspondem, segundo a Líder, às ocorrências em 2014 e em anos anteriores, uma vez que o prazo prescricional é de três anos para solicitar o benefício.

Homens jovens compõem a maioria dos acidentados
As vítimas, em sua maioria, eram homens, respondendo por 75%, e os outros 25%, mulheres. Os jovens continuam respondendo pela maior parcela dos acidentados. De acordo com a Líder, 24% das vítimas tinham entre 18 e 24 anos; 28%, de 25 a 34; 19%, de 35 a 44; 19%, de 45 a 64; 4% mais de 65; 1% de 0 a 7; e 5% de 8 a 17.
Além disso, no ano passado, 76% das indenizações pagas foram para acidentes envolvendo motocicletas, que representam 27% da frota nacional.
– As motocicletas substituíram a locomoção por animal nas áreas rurais do Brasil. Nas grandes cidades, tornaram-se o meio de transporte mais ágil para fugir dos engarrafamentos. Mas, justamente, o motorista de moto é quem sofre uma incidência maior de lesões físicas – analisa Ricardo Xavier, diretor-presidente da Seguradora Líder-DPVAT.
Ele lembra, porém, que as estatísticas mostram que a adoção de equipamentos e políticas de segurança, como uso do cinto, airbag, redução da velocidade nas vias e a Lei Seca já trazem resultados positivos, como a diminuição das mortes. Dos recursos arrecadados pelo Seguro DPVAT, 45% são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) para ajuda no custeio do tratamento de vítimas do trânsito. Em 2014, esse valor ficou em R$ 3,8 bilhões, alta de 5,6% ante o ano anterior.
Fonte: Diário Catarinense

Fim dos bloqueios nas estradas

Treze dias após o início dos bloqueios e protestos, que alteraram a rotina de 49 cidades catarinenses, o movimento de caminhoneiros recuou e as estradas foram liberadas.Mas os motoristas prometem voltar a fechar rodovias caso as reivindicações não sejam atendidas.A rediscussão de temas como a diminuição no preço do óleo diesel e a renegociação no preço do frete tem prazo até a próxima terça-feira, caso contrário, novas mobilizações podem começar.
A principal conquista do movimento foi a sanção presidencial, sem vetos, da Lei dos Caminhoneiros.Porém, a categoria afirma que a decisão não foi suficiente.Após a mobilização, o foco se volta ao reabastecimento, especialmente de leite, carne e combustíveis.Mesmo assim, a expectativa de setores da economia ligados aos alimentos é de que as produções ainda levem algumas semanas para recuperar o ritmo normal de antes dos protestos, especialmente no setor de laticínios.
O Sindileite-SC (Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado) ainda não calculou o valor dos prejuízos para o setor, mas adiantou que as empresas e indústrias do Estado foram as maiores prejudicadas. “O Sul, como um todo, e Santa Catarina, em especial, foram os mais atingidos.Produtores e indústrias tiveram grandes prejuízos, que só serão compensados com bastante trabalho”, disse o presidente do Sindileite-SC, Valter Brandalise.
Já o setor de carnes, que teve na produção e distribuição de frangos e suínos os maiores problemas, também amarga prejuízos com as manifestações.De acordo com o diretor do Sindicarne-SC (Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado), Ricardo Gouveia, nos três Estados do Sul o passivo de produtores e empresas ultrapassa R$ 700 milhões. “É bom frisar que terminaram os bloqueios, mas o movimento, não.Então, a partir de agora será fundamental um mutirão para voltar a produzir como antes”, assegurou.
Fonte: Leonardo Thomé – Notícias do Dia

“Continuaremos com a atenção redobrada”, alerta policial

As multas aplicadas pelos agentes – cuja totalidade ainda não foi calculada -, os comboios realizados com o apoio de policiais e os problemas de abastecimento que se agravaram com o avanço do movimento foram decisivos para o fim dos bloqueios nas rodovias do estado, segundo o inspetor Ivo Silveira, da PRF (Polícia Rodoviária Federal) do Oeste. “Continuaremos com a atenção redobrada em alguns trechos críticos, como na entrada de São Miguel do Oeste, onde o movimento nasceu no estado. De qualquer forma, o trânsito está liberado e caminhões com os mais variados produtos já circulam tranquilamente nas rodovias”, disse.
O Governo do Estado, que no sábado intensificou a ações para a liberação das rodovias, não divulgou um balanço oficial. Informações como o destino dos comboios, por exemplo, foram consideradas estratégicas e, por isso, mantidas em sigilo. Outro problema resolvido foi nos portos. Os caminhoneiros chegaram a um acordo com as transportadoras em Itajaí e, após a assinatura de documento aceitando a proposta feita pelos empresários, às 16h de ontem, os protestos na cidade e na vizinha navegantes terminaram.
Conforme os caminhoneiros, o aceno das transportadoras é que os motoristas recebam 10% de aumento no frete para fora da cidade e 15% para o frete interno, dentro de Itajaí. Além disso, uma comissão deve ser formada a partir do dia 10 de março para discutir mais um aumento para o valor pago à categoria. Essas negociações devem durar 30 dias.Com o primeiro reajuste salarial, os caminhoneiros voltam a trabalhar a partir de hoje.
Fonte: Leonardo Thomé – Notícias do Dia

“A guerra não acabou”, anuncia motorista


O encerramento da greve dos caminhoneiros foi considerado uma “trégua”, mas não o fim da “guerra”, de acordo com o líder do movimento no Extremo-Oeste, Vilmar Bonora. “Que o governo tome isso como um recado, o povo tem força e a batalha vai continuar.Foi só uma trégua, a guerra não acabou, recém começou”, disse.
“Nós não queremos sacrificar a população, deixando faltar alimento por uma culpa do governo, mas a guerra continua”, completou.A demonstração da “força do povo” foi a principal conquista da mobilização, assegurou Bonora.
“O importante foi mostrar que a população tem força e é unida. O povo não é bandido, como vê o governo federal, que manda reforço policial. Em nenhum momento houve confusão, enquanto drogas entram na fronteira e lá não tem policiamento”, acusou Bonora. Sobre a diminuição no preço do óleo diesel, bandeira
prioritária do movimento, que não foi alcançada, o caminhoneiro reforçou que o assunto continuará na pauta de reivindicações, em busca de reajustes.
Bonora ainda agradeceu o engajamento da comunidade local.
“Os caminhoneiros e os agricultores estiveram aqui desde o primeiro dia, dando o sangue, carregando um problema do Brasil todo, não só das duas classes. Que isso sirva de exemplo”, apontou.
Fonte: Leonardo Thomé – Notícias do Dia

Ganhos e Perdas


O protesto dos caminhoneiros chegou ao fim depois de duas semanas. Ontem, os últimos pontos de bloqueio em rodovias de Santa Catarina foram liberados. Os motoristas enrolaram as faixas e voltaram às atividades com a carga um pouco aliviada e algumas promessas.Talvez em breve voltem a interromper o trânsito de mercado rias, para forçar alguma medida de ajuste em benefício da categoria.
O que ficou deste movimento é o prejuízo para todas as partes envolvidas. Os produtores, que não tiveram como escoar a produção; os próprios caminhoneiros, que ficaram sem trabalhar; e a população, que viu faltar combustíveis e leite, entre outros itens.
O abastecimento se normalizará em alguns dias e é provável que a maioria esqueça dos caminhões que até há pouco ganharam as manchetes na imprensa. Os caminhoneiros conquistaram alguma coisa, como a sanção da nova lei nacional, mas não se pode dizer que esta legislação seja totalmente benéfica ao incluir itens como a tolerância para o excesso de peso. Uma concessão, no mínimo, questionável.
Foi um movimento desconectado, com lideranças divididas, que causou tumultos e fez vítimas. Uma situação que demorou para ser controlada pelo governo, que talvez não tenha apostado na capacidade de mobilização dos simpatizantes. Pode até ser uma estratégia, deixar que a bomba estoure para tomar as providências mais óbvias, mas certamente a antecipação seria bem menos desgastante. 
Fonte: Editorial – Notícias do Dia

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