Estudo do Decope indica defasagem 10,14% nos fretes

Estudo do Decope indica defasagem 10,14% nos fretes

Florianópolis, 6.8.15 – O Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC&Logística(Decope), indicou, após pesquisa realizada com mais de 300 empresas do setor de transporte rodoviário de cargas e reunião do Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado – CONET –, realizada em Florianópolis (SC), uma diferença de 10,14% entre os fretes praticados e os custos efetivos da atividade.

Além da defasagem, a pesquisa afirma que 80% dos empresários consideram uma piora na situação das empresas quando comparadas ao ano anterior, sendo que 84% dos pesquisados indicam queda nos negócios, devida, principalmente, à menor demanda e volume de carga, aumento dos custos e diminuição do frete.

A defasagem no frete tem sua origem tanto no acúmulo das defasagens quanto na inflação dos insumos que compõem os custos, sendo o combustível e a mão de obra, os que mais pesam na conta.


Outros custos


Além das pressões do setor com restrições à circulação nos centros urbanos, infraestrutura precária e crédito pouco acessível para capital de giro, o transportador não tem conseguido adequar a remuneração de forma completa, sacrificando, por vezes, itens fundamentais na composição tarifária, como tempo de espera para realizar carga e descarga (TDE), gerenciamento de risco e até serviços de paletização, guarda/permanência de mercadorias, entre outros.

José Hélio Fernandes, presidente da NTC, ressalta a importância da conscientização para redução de custos e cobranças justas de frete. “O empresário precisar estar ainda mais atento aos custos em momentos de crise econômica, pois as armadilhas são grandes com a ilusão de se destacar da concorrência. É importante lembrar que, quanto menor o volume de carga, maior o custo a ser diluído nesse fluxo. A fórmula de descontos não se sustenta em longo prazo”, explica.

Ainda como agravante da situação da defasagem, a pesquisa aponta que 79% dos entrevistados não recebem o frete em dia, ou seja, com o atraso dos pagamentos, os juros dos empréstimos ou das contas a pagar tendem a complicar a contabilidade das empresas.

Índice Nacional do Custo do Transporte de Carga – Fracionada e Lotação


O número de defasagem do frete tem como base o estudo realizado pelo DECOPE sobre a variação média do INCT-F e INCT-L (Índice Nacional do Custo do Transporte de Carga – Fracionada e Lotação) no acumulado dos meses. A pesquisa, também divulgada hoje, avalia, dentre outros temas, o impacto dos dois últimos aumentos do combustível e da mão de obra.

Além dos dois reajustes do litro do óleo diesel que representaram 7,59% de aumento durante esse ano, o dissídio, com 9% de aumento nos últimos 12 meses, e as despesas administrativas e de terminais, com 2,11% de aumento só em julho desse ano, foram os insumos que mais pesaram na atualização do índice.

Essa variação média do transporte de carga registrou 10,91% para carga fracionada e 8,01% para carga lotação.


Presidente da NTC&Logística fala sobre Atitude e Gestão


O início do evento foi marcado pelo lembrete do lema “Atitude e Gestão” e da parceria feita entre NTC e Fundação Dom Cabral para colaborar com a competitividade empresarial, por meio do Projeto Parceiros por Excelência (Paex) e implementação de modelo de gestão, capacitação gerencial e intercâmbio.
O presidente da NTC, José Hélio Fernandes, aproveitou o lema de sua gestão e propôs uma fórmula para o momento atual do setor. “Se somarmos Atitude e Gestão, chegaremos à equação do Limite. Esse é o caminho para conhecer e entender até onde podemos ir. Claro que cada um tem um limite diferenciado, devido à estrutura e realidade em que atua, mas somente com a identificação dessas balizas será possível o equilíbrio do negócio”, orientou.
Ainda na abertura do evento, vice-presidente da NTC, Urubatan Helou, trouxe algumas reflexões para os empresários presentes.
“Estamos vivendo o pior dos mundos com a estagnação econômica, e o nosso setor é cruel, porque os insumos que nos afetam são, em sua grande maioria, oligopolizados, do petróleo ao caminhão. Assim, o único ponto que temos condições de modificar é a gestão da receita e o foco do tipo de carga. O Conet, por meio dos estudos do transporte, é um conclave para mostrar quais são as defasagens tributárias e o que vamos fazer em cada uma de nossas empresas. Nós não ditamos política comercial, mas temos a responsabilidade de identificar em que ponto estão os custos do nosso setor”, afirmou.


Estudos e apresentações técnicas

O diretor técnico da NTC, Neuto Gonçalves dos Reis, apresentou também no evento o tema “Sistema Tarifário: Das tabelas de frete aos índices referenciais”, retomando os modelos de tabelas de fretes comuns da década de 80 e ressaltando as diferenças das planilhas referenciais de custos atuais.
Reis ainda tratou da evolução dos insumos do INCT-L e INCT-F nos últimos 24 meses, dentre eles, os mais impactantes: óleo diesel, arla 32, salários dos motoristas e despesas administrativas e terminais.
Em seguida, o engenheiro Antonio Lauro Valdivia, assessor técnico da NTC, apresentou a Pesquisa do DECOPE sobre custos, com o INCT no período de 12 meses e a defasagem tarifária. Os dados apresentados são resultado da pesquisa realizada com mais de 300 empresas do setor de transporte rodoviário e debate no Conselho.

Além da defasagem, a pesquisa afirma que 80% dos empresários consideram uma piora na situação das empresas quando comparadas ao ano anterior, sendo que 84% dos pesquisados indicam queda nos negócios, devida, principalmente, à menor demanda e volume de carga, aumento dos custos e diminuição do frete.

De acordo com Valdivia, o lucro só será possível com uma gestão assertiva do negócio.  “O que gera a receita da empresa é o preço e a quantidade, ou seja, o frete e a carga. Para manter o equilíbrio em um momento de crise, com pouca demanda, é necessário trabalhar na redução de custos, uma vez que o aumento da receita não apresenta expectativas promissoras”, comentou.

Durante a explanação, Valdivia falou sobre o INCT, um índice de custos de referência, assim como o IPCA é para outras generalidades. Para estabelecer esse índice muitos insumos são considerados, entre eles estão os dois reajustes do litro do óleo diesel que representaram 7,59% de aumento durante esse ano, o dissídio, com 9% de aumento nos últimos 12 meses, e as despesas administrativas e de terminais, com 2,11% de aumento só em julho.

Essa variação média do transporte de carga registrou 10,91% para carga fracionada e 8,01% para carga lotação nos últimos 12 meses.

Propostas para votação

Após as apresentações técnicas, propostas foram expostas para votação durante o evento.


Vice-Presidências Extraordinárias de Especialidades

Em consonância com o disposto no artigo 54, §2º de seu Estatuto Social, foi proposta a criação de Vice-Presidências Extraordinárias, que visem aumentar o grau de representatividade de cada uma das especialidades do transporte rodoviário de cargas.

As indicações para os cargos de vice-presidentes serão feitas pelo presidente da NTC no prazo máximo de 30 dias. Entre as especialidades consideradas estão:

a. Vice-presidente Extraordinário de Transporte de Cargas Fracionadas;

b. Vice-presidente Extraordinário de Transporte de Lotações;

c. Vice-presidente Extraordinário de Transporte de Produtos Perigosos;

d. Vice-presidente Extraordinário de Transporte do Agronegócio;

e. Vice-presidente Extraordinário de Transporte de Produtos Agroquímicos;

f. Vice-presidente Extraordinário de Transporte de Produtos sob Controle de Temperatura;

g. Vice-Presidência Extraordinária de Transporte de Produtos Farmacêuticos;

h. Vice-presidente Extraordinário de Assuntos Trabalhistas;

i. Vice-presidente Extraordinário de Assuntos Tributários;

j. Vice-presidente Extraordinário para Jovens Empresários.

k. Vice- presidente Extraordinário de Transporte de Graneis e Sólidos (SILO)

l. Vice-presidente Extraordinário das Empresas de Transporte da Amazônia

m. Vice-presidente Extraordinário para Assuntos de Seguros


Instituto ComJovem de Discussões Mercadológicas

Para disseminar as melhores práticas mercadológicas por todo o Brasil, por meio de reuniões presenciais ou remotas, vídeos e mídias digitais, a proposta pretende criar um Instituto sob liderança da ComJovem Nacional.

Entre os próximos passos da proposta aprovada no evento estão a eleição dos quatro integrantes desse grupo de trabalho, junto com a coordenadora nacional e os dois vice coordenadores da ComJovem, reunião e definição de plano de ação, com linhas gerais de atuação do Instituto para o período de 2015/2016.


Revisão do Sistema Tarifário

Considerado referência na área em razão de sua consistência técnica e metodológica, o Sistema Tarifário desenvolvido pela NTC poderá ser atualizado para se adaptar às mudanças do mercado nos últimos anos. Essa proposta de revisão será colocada em prática por meio de um comitê específico, a ser nomeado em, no máximo, 15 dias a partir da data do evento.


Sobre a NTC&Logística


Fundada em 1963, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) é uma entidade civil que representa as empresas de transporte de carga e logística em todo o Brasil. Constituída por mais de três mil empresas associadas, a entidade defende a categoria frente aos órgãos e autoridades governamentais, a fim de informar as deficiências e discutir melhorias para o setor. Oferece, também, orientação técnica, política, jurídica e institucional às empresas associadas e a um complexo sistema de representação formado por outras entidades de classe empresarial. Veja aqui a Carta de Florianópolis
O Conet foi uma realização da NTC, com patrocínio de BgmRodotech, Cummins, MAN Latin America, Sascar, Fenatran com Reed Exhibitions Alcantara Machado, SEI Solutions  e –OnBR  Trade Vale Corretora de Seguros, TNIX,  e contou com apoio da Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc) e a Fundação Dom Cabral.

Fonte: Textos Vanessa  NTC&Logística
Fotos: Heloiza Abreu/Imprensa Fetrancesc

 

 

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