Governos devem investir em equipes para aplicar a lei seca e reduzir acidentes de trânsito

Governos devem investir em equipes para aplicar a lei seca e reduzir acidentes de trânsito

Florianópolis, 28.5.15 – Os governos federal, estadual e municipal devem investir em equipes de fiscalização para o uso de álcool e drogas x direção nas vias urbanas e rodovias para reduzir o número de acidentes de trânsito. Essa foi a conclusão dos participantes do I Encontro Catarinense sobre Segurança Viária -Tema: Bebida e Direção, realizado ontem à tarde, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Um documento será entregue nas três esferas da gestão pública para que seja feito o investimento com equipes e equipamentos próprios para esta ação diária.

A diretora do Sest Senat Florianópolis, Patrícia Ferreira, que integra a Rede Vida no Trânsito, organizadora desse debate, afirmou que atualmente o que se faz são blitze esporádicas das polícias e das guardas municipais. “E há a Balada pela Vida e o Amigo da Vez, que são atividades voluntárias, com abordagem exclusiva de alerta e conscientização.”

De acordo com a diretora do Sest Senat, todos do encontro concordaram que o modelo que mais deu resultado é o da Lei Seca do Rio de Janeiro e que o Santa Catarina deve investir em fiscalização semelhante para reduzir os acidentes.

A proposta é resultado do debate de especialistas e do resultado apresentado pelos grupos da Rede Vida no Trânsito, que analisaram os acidentes de trânsito com avaliação dos boletins de ocorrências, dos laudos e das informações dos atendimentos em hospitais. Segundo o relatório, “Em Santa Catarina, as mortes por desastres de trânsito são três vezes mais frequentes que as mortes por homicídios. O ato de beber e dirigir tem grande participação neste cenário. Em Florianópolis, por exemplo, a associação entre bebida e direção foi principal fator de risco associado a óbitos em 2013.”

Ainda de acordo com o Mapa da Violência de 2013, no território catarinense, “ao contrário do que ocorre com a média nacional, a taxa de óbitos em desastres de trânsito é maior que a de homicídios. Em 2011, por exemplo, o trânsito matou três vezes mais que os homicídios: 31,6 óbitos por 100.000 habitantes e 12,6 óbitos por 100.000 habitantes, respectivamente.” (Ver quadro).

Outra parte do trabalho do Grupo alerta para a urgência de se tomar medidas protetivas, pois se não forem implementadas “estima-se que haverá 1,9 milhão de mortes no trânsito em 2020 e 2,4 milhões em 2030 tornando-se a 7ª maior causa de óbitos no mundo, matando mais do que doenças como diabetes e hipertensão (OMS, 2007; 2010). “A responsabilidade pela segurança viária deve ser partilhada entre os planejadores/gestores do sistema viário e os seus usuários, o que é contrário à cultura corrente, onde se culpabiliza apenas um destes. Assim, não há como reduzir a mortalidade no trânsito sem uma articulação de diversos atores governamentais, empresariais e da sociedade civil”, defende o grupo.

NO ano passado, como parte do empenho de instituições ligadas ao trânsito, entre elas o Sest Senat, para cumprir a meta de reduzir os acidentes de trânsito até 2020, proposta pela ONU, foi lançada a Rede Vida no Trânsito. A Rede tem a finalidade de “Garantir o Direito à Vida no Trânsito” e como visão: “Fazer de Florianópolis, até 2020, referência em educação, respeito, gentileza e paz no trânsito, reduzindo o número de mortes e feridos graves”.

No evento de ontem estavam presentes, a diretora Patrícia Ferreira e o gerente do Sest Senat Três Barras, Osnei de Oliveira. O Sest Senat integra a Rede e desde o ano passado, além das reuniões mensais e dos debates e estratégias e propostas de atuação, o instrutor do curso de Motofrete da Unidade, Francisco Murilo Vessling participa do grupo que analisa os acidentes envolvendo motociclistas.

Já foram feitas as pesquisas e agrupadas as informações dos acidentes com motos, e agora elaboram o relatório que deve ser apresentado nos próximos dias.

Maio Amarelo

O I Encontro Catarinense Sobre Segurança Viária integra a programação do Maio Amarelo. Em 2014, Santa Catarina criou uma lei que institui no âmbito do Estado o mês de maio dedicado às ações de prevenção e conscientização no trânsito e atenção à vida. Imprensa Dive

Fonte: Juraci Perboni/Imprensa Sest Senat/Fetrancesc
Fotos: Carla Argolo e Patrícia Ferreira

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