Piloto automático do Mercedes Future Truck evita acidentes por erro humano. Em dez anos, esta tecnologia será trivial na Europa

Piloto automático do Mercedes Future Truck evita acidentes por erro humano. Em dez anos, esta tecnologia será trivial na Europa

Rio de Janeiro, 6.7.15 – A Mercedes-Benz demonstrou no dia 2 de julho, o caminhão que estará nas rodovias daqui a dez anos. Chamado de Future Truck 2025, o protótipo reúne tudo o que há de mais moderno em tecnologia de transporte de carga – a começar pelo piloto automático que assume a direção em trechos de estrada.
O Future Truck 2025 estreou no Salão de Hanover de 2014. Em maio passado, foi a vez de o grupo Daimler apresentar em Las Vegas o Freightliner Inspiration Truck – primeiro caminhão autônomo a ser emplacado no mundo. Agora chegou a vez de levar a imprensa especializada para dar uma voltinha no Future Truck 2025. Por questões legais, o passeio não foi feito em estrada aberta, mas nas pistas do aeroporto de Schönefeld, no lado oriental de Berlim.
Antes de mais nada, é bom dizer que – segundo as previsões da Mercedes – os caminhões do futuro ainda terão um motorista para dirigir na cidade. Ao se chegar a um trecho rodoviário, contudo, o chofer aciona a programação do modo autônomo e os computadores assumem a condução mantendo a velocidade de 85km/h, fazendo curvas, evitando obstáculos e alcançando o destino escolhido. É mais ou menos o que já acontece com a aviação comercial há décadas – só que com a adição de uma infinidade de variáveis pela frente.
A base do Future Truck 2025 é o Mercedes-Benz Actros 1845, com motor de 449cv de potência e 224kgfm de torque e transmissão automatizada de 12 velocidades. A direção tem assistência elétrica. Mas basta ver a cabine para perceber que este não é um cavalo-mecânico comum. As formas são suaves e arredondadas, buscando aumentar a eficiência aerodinâmica para reduzir o consumo de combustível.
A redução de gastos, aliás, dá o tom no caminhão “que dirige sozinho”. Os computadores, afinal, podem manter velocidades mais constantes e guiar de forma mais previsível. Além disso, evita-se o erro humano, causa da imensa maioria dos acidentes rodoviários. Nas longas jornadas e em trechos monótonos, o cansaço do motorista será muito reduzido.
 

Conversa entre máquinas

O caminhão inteligente não requer estradas especiais e pode transitar pelas rodovias atuais. Uma câmera estereoscópica com alcance de 100m consegue “ler” placas, sinais e faixas. Além disso, há radares de curta e longa distância no para-choque dianteiro e nas laterais. Sensores e computadores foram combinados e “sabem fazer mais contas” do que nos sistemas usados pelos caminhões europeus atuais. E há o sistema de comunicação atomática entre os veículos à volta – algo que deve se tornar padrão em dez anos.
O motorista vai em seu banco, mas sem tocar o volante. Em vez disso, ele pode programar a próxima viagem em um tablet ou checar (por meio de uma câmera) as condições da carga. Enquanto isso, o sistema autônomo vai lidando com todas as situações cotidianas do tráfego. Há um carro quebrado lá na frente? O caminhão automaticamente muda para a faixa da esquerda (depois de se certificar que não baterá em outro veículo). Depois, sozinho, volta para a faixa da direita mantendo distância de segurança. Quando necessário, o sistema aciona os ferios do cavalo e da carreta na dose certa.
Para sair da rodovia, o descansado caminhoneiro reassume o volante até o destino final. A qualquer momento, aliás, o humano pode tomar o controle: basta pegar o volante ou pisar levemente no pedal do freio.
Como se trata de um protótipo, o pessoal do estilo pôde delirar no acabamento da boleia. É tudo bem limpo, como numa loja de móveis de estilo moderno: são cores claras folhas de madeira e poltronas dignas da primeira classe de um Airbus. Os bancos, aliás, giram por meio de um comando eletrônico. Há até quadros de cristal líquido na “parede” da cabine. O quadro de instrumentos se resume a monitores de LCD. Os retrovisores também foram trocados por telas (que ficam dentro da cabine, com boa visibilidade mesmo em dias de chuva pesada.
Por enquanto a legislação alemã ainda restringe o uso de veículos autônomos e há uma importante questão pendente: quando houver um acidente, quem será o culpado? (A princípio, o motorista é o responsável pela máquina.
De toda forma, a Audi já promete que a próxima geração de seu sedã de luxo A8, a ser lançada em 2018, terá diversas funções autônomas para uso em rodovias. Na Inglaterra e em quatro estados dos EUA, os carros que andam sozinhos já são liberados. É uma questão de tempo – uma revolução semelhante à da troca dos cavalos pelos automóveis. Fonte: O Globo Leia mais e veja mais fotos sobre esse assunto em: http://oglobo.globo.com/economia/carros/caminhao-que-dirige-sozinho-demonstrado-em-berlim-16641525.
Fotos: Divulgação.

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