Apenas 9% da frota de veículos do Brasil tem controle de estabilidade

Apenas 9% da frota de veículos do Brasil tem controle de estabilidade

Brasília, 24.11.15 – Enquanto, no mundo, a estimativa é que 63% da frota de veículos tenha o controle eletrônico de estabilidade, no Brasil o índice é de 9%. O chamado ESC é considerado uma das inovações mais importantes em segurança automotiva. Ele age para garantir que o motorista tenha controle do carro em situações de risco, como curvas fechadas e pisos escorregadios, por exemplo. Os dados são do Global NCAP, sigla em inglês para Programa Global de Avaliação de Carros Novos, que visa estimular a fabricação de veículos mais seguros em todo o mundo. 
A obrigatoriedade do sistema na fabricação dos carros, ônibus e caminhões é uma das sete medidas consideradas essenciais pela ONU (Organização das Nações Unidas) para aumentar a segurança veicular e, assim, reduzir a quantidade de mortos e feridos no trânsito. 

Conforme o Global NCAP, desde 1995, pelo menos 188,5 mil acidentes com ferimentos foram evitados e mais de 6,1 mil vidas foram salvas na Europa, onde a tecnologia é obrigatória. Para se ter uma ideia, hoje 88% dos veículos europeus possuem o controle eletrônico de estabilidade. Na América do Norte, o índice chega a 96%. 

Para a organização, o Brasil precisa tornar a tecnologia item de fábrica para todos os modelos. A meta é que 59% da frota do país esteja equipada com o ESC até 2021, se aproximando, assim, do Japão (que deve chegar a 90% nos próximos anos), da Europa (94% até 2021) e da América do Norte (98% até 2021). Mas a obrigatoriedade do uso da tecnologia na indústria automotiva brasileira ainda está em discussão pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito).  
Frenagem automática de emergência -Outra tecnologia apontada pela ONU como uma das principais para reduzir o número de mortes no trânsito é o sistema AEB, sigla em inglês para frenagem automática de emergência. Ele possui um sistema de monitoramento com radares, câmeras ou sensores óticos para detectar a proximidade de outros veículos e pedestres. A tecnologia faz o carro reduzir a velocidade caso o motorista não responda a uma situação iminente de colisão ou atropelamento. A estimativa do Global NCAP é que o AEB reduza em 35% os danos causados em um acidente de trânsito. 

Fonte: Natália Pianegonda/Agência CNT de Notícias


Países se comprometem a priorizar pedestres, ciclistas e motociclistas


Os mais de 130 países que se reuniram em Brasília (DF), nos dias 18 e 19 de novembro, para a 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, assumiram o compromisso de desenvolver políticas mais efetivas para priorizar pedestres, ciclistas e motoristas, os mais vulneráveis do trânsito em todo o mundo. O objetivo foi priorizado na Declaração de Brasília sobre Segurança no Trânsito. O documento foi assinado pelas nações, que, com isso, renovaram o comprometimento com a Década Mundial de Ação pela Segurança no Trânsito da ONU (Organização das Nações Unidas), que termina em 2020.
No Brasil, pedestres, ciclistas e motociclistas somam 66% dos óbitos no trânsito, segundo dados de 2013, os mais recentes do SUS (Sistema Único de Saúde). A situação mais grave é a dos motociclistas: quase 37% das mortes envolvem motos, embora elas representem 25% da frota de veículos no país. 
O documento internacional enfatiza a importância da promoção de meios de transporte sustentáveis e coletivos para tornar as vias mais seguras. Entre as ações recomendadas, está a promoção de “modos de transporte ambientalmente saudáveis, seguros, acessíveis de qualidade e a preços acessíveis, em especial transporte público e não motorizado, bem como conexões intermodais seguras, como meio para aprimorar a segurança no trânsito, a equidade social, a saúde pública, o planejamento urbano”. 
“É necessária uma ação efetiva e uma cooperação conjunta para que os resultados apareçam”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro, no discurso de encerramento da conferência. “Os países devem assegurar transportes públicos sustentáveis e adotar ações importantes para fortalecer suas legislações e a fiscalização”, assinalou ele, destacando, ainda, o fortalecimento da cooperação internacional. Na avaliação do Ministério, isso contribuirá para mudar o paradigma do debate sobre trânsito em todo o planeta. 
“Mortes e lesões no trânsito são uma questão de equidade social, já que as pessoas pobres e vulneráveis são, com maior frequência, também usuários vulneráveis das vias (pedestres, ciclistas, motoristas de veículos motorizados de duas e/ou três rodas e passageiros de transporte público inseguro)”, afirma a declaração. “Eles são desproporcionalmente afetados e expostos a riscos e lesões e mortes no trânsito, que podem levar a um ciclo de pobreza exacerbada pela perda de renda”, assinala o documento.
As recomendações são para que os países efetivem legislações, fiscalização, infraestrutura adequada e ações de conscientização em favor de todos usuários do trânsito. A Declaração de Brasília reconhece que a maioria expressiva das mortes e lesões no trânsito é previsível e evitável – e, na metade da Década de Ação, há muito a ser feito apesar dos progressos e melhorias em vários países.
Ao assinar o documento, os países também reafirmaram as metas de reduzir à metade, até 2020, o número de mortes e lesões causadas pelo trânsito em todo o mundo, e de aumentar de 15% para 50% o percentual de países com legislação abrangente sobre os cinco fatores-chaves de risco – não uso de cinto de segurança, de capacete e de dispositivos de proteção para crianças, mistura álcool/direção e excesso de velocidade.

Para ler a íntegra, clique aqui 

Fonte: Com informações do Ministério da Saúde – Natália Pianegonda/ Agência CNT de Notícias


Acidentes com motos dificultam ações para atingir meta da ONU sobre mortes no trânsito


Ouça a reportagem aqui

Compartilhe este post