Itajaí, 23.2.16 – A APM Terminals está recebendo desde sábado duas operações de carga-geral nos berços 1 e 2 do Porto de Itajaí – essas são as primeiras cargas do tipo em 2016 e não envolvem contêineres. Os navios vão movimentar, até quarta-feira, mais de 13 mil toneladas de estacas-prancha e bobinas, além de envolver cerca de 800 trabalhadores portuários avulsos, que estariam ociosos no período.
Desde o ano passado, quando perdeu 40% de sua movimentação com a saída da linha asiática, a empresa vem buscando diversificar os serviços e alavancar os negócios. O gerente comercial da APM Terminals, Felipe Fioravanti, explica que a conquista destas cargas fortalece a posição da empresa em estar aberta para novas operações.
Apesar de esporádicas, as cargas movimentam a economia da cidade e criam postos extras de trabalho. Para a APM, as 13 mil toneladas de carga-geral representariam cerca de 500 contêineres. Já para os trabalhadores portuários, esses dias de atividades geram uma renda de aproximadamente R$ 640 mil, considerando encargos sociais, segundo estimativa do Órgão Gestor de Mão de Obra do Porto de Itajaí.
Em janeiro, a APM Terminals movimentou 15.730 TEUs (unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés) – 78,6% a menos do que no mesmo período de 2015. (Fonte: Diário Catarinense – Maikeli Alves)
SC manterá ações até a Páscoa
A temporada de verão em Santa Catarina terá ações do Estado estendidas até o final de março. Foi o que garantiu o governador Raimundo Colombo, ontem, durante a apresentação dos dados da Operação Veraneio deste ano. Colombo pediu aos órgãos do Estado que mantenham os trabalhos até a Páscoa, quando o movimento ainda será intenso.
O governador espera que o fluxo de turistas na Semana Santa se iguale ao do Carnaval. Até fevereiro, 8 milhões de pessoas passaram pelo Estado. Até o final de março, mais 1,5 milhão são esperados, conforme o secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Filipe Mello.
– O objetivo é aumentar o esforço para que até a Páscoa continuemos com as ações. A economia está em queda, e o turismo é a melhor oportunidade para enfrentar esse momento – destacou Colombo.
O governador se mostrou preocupado com a imagem do Estado, prejudicada pelos problemas de saneamento que levaram veículos de comunicação de todo o país e até do exterior a voltarem o olhar para Santa Catarina. Segundo Colombo, depois da Páscoa, o foco será o turismo de inverno.
As secretarias de Estado e autarquias envolvidas nas ações da temporada fizeram um balanço e projetaram investimentos para 2016. O secretário de Segurança Pública, César Grubba, que também participou da apresentação, revelou dados de crimes no litoral catarinense, como roubos de veículos, furtos e latrocínio. Porém, segundo o secretário, os homicídios cresceram 20% nesta temporada, em comparação com o mesmo período de 2014/2015. Os crimes sexuais também foram mais numerosos neste ano, com 16% de crescimento.
Saneamento básico foi um dos temas principais – Com os problemas de balneabilidade na temporada, o assunto foi um dos focos do balanço. Durante quase 20 minutos, O presidente da Casan, Valter Galina, detalhou o que o órgão promete fazer para acabar com os problemas. Uma das garantias é de que a Casan vai assumir a despoluição do rio do Braz, um dos focos de esgoto no mar de Canasvieiras, no norte da Ilha de Santa Catarina.
Outra intenção da companhia é comandar os trabalhos do programa Se Liga na Rede, atualmente de responsabilidade da prefeitura de Florianópolis. O projeto visa garantir que a população faça a ligação das residências com a rede coletora de esgoto.
– Temos que reconhecer que tivemos problemas. Mas faremos R$ 1,5 bilhão em investimentos e, em 2018, seremos o quarto Estado em rede de saneamento no Brasil. Atualmente somos o 18o – comprometeu-se o presidente.
“Se falta de uma fonte, se remaneja de outra fonte” – César Grubba – Secretário de Segurança Pública de Santa Catarina
O senhor apresentou os índices de efetivo no litoral, onde teve o reforço. Mas no interior a criminalidade aumentou. Como fazer para que na próxima operação isso não ocorra?
Temos que ter efetivo, trabalhar na recomposição. Vamos fazer isso em junho, quando o governador vai nomear 658 policiais militares e 420 novos agentes da Polícia Civil. Também temos, para a semana que vem, a formatura de 38 psicólogos, que serão distribuídos para as Delegacias de Criança, Mulher e Adolescente. Temos em formação 31 escrivães na academia e esses novos policiais terão reflexo muito positivo na próxima Operação Veraneio.
Esses policiais que vão ser chamados no meio do ano já poderão atuar na Operação Veraneio, porque eles ainda estarão em formação, certo?
Alguns estarão formados. Na Polícia Civil, por exemplo, o tempo de formação é menor. Em quatro ou cinco meses já vão estar formados. Na PM, é de 10 meses, mas já estarão aptos para serem aproveitados na Operação Veraneio.
Qual é o balanço até o momento da operação em Joinville?
Estamos desde sexta em Joinville com operação do espaço territorial. Temos algo em torno de 90 policiais militares e forças especiais fazendo operações objetivas e sistêmicas. Tanto que no final de semana, depois de muito tempo, não tivemos um homicídio em Joinville. Conseguimos segurar os assassinatos e vamos combater também o roubo, principalmente à residência e ao comércio.
Sobre a diminuição de recursos na segurança, a secretaria afirma que não há cortes. É isso? Como a secretaria fará para remanejar valores, contratar policiais e investir diante da crise?
Se remaneja recursos de uma fonte para a outra, com autorização da Secretaria da Fazenda e grupo gestor, no sentido de que se falta de uma fonte, se remaneja de outra fonte.
“Não vamos reduzir recursos da segurança pública” – Raimundo Colombo – Governador de Santa Catarina
O saneamento foi – e continua sendo – um dos problemas nesse verão. Como saber se realmente alguma coisa vai mudar?
Porque as obras estão em curso, claro que muito aquém e não em todos os lugares. Vamos passar de 20% para 50% naquilo que é feito pela Casan, porque muitos investimento são municipais. É um investimento histórico. Um processo grande não estará pronto totalmente para o ano que vem. Vamos fazer uma vez e meia o que já temos até 2018. Precisamos continuar, mas a atividade é de longo prazo.
Esse assunto da segurança pública e contingenciamento. O senhor…
Isso não existiu, não sei quem plantou essa matéria. É um desrespeito ao esforço que o governo está fazendo. Estamos fazendo gestão pública. Da forma que foi colocado, quem colocou, a fonte que deu – porque evidentemente existe uma fonte – foi de uma irresponsabilidade completa. Não vamos reduzir recursos da segurança pública. Nós vamos fazer gestão. (Na edição do último fim de semana, o DC publicou reportagem sobre cortes de gastos na segurança pública. Em entrevista, o tenente-coronel João Batista Reus, chefe-interino de comunicação social da Polícia Militar, confirmou que o Estado havia repassado à corporação a indicação de contingenciar gastos).
Como será a Operação Veraneio no ano que vem?
Vamos chamar, em junho, 1,2 mil policiais. Haverá incremento significativo.
Mas eles não entram até lá…
Eles entram, já fazem um trabalho não integral, mas já participam. E essa é a razão de chamar em junho. (Fonte: Diário Catarinense – Ânderson Silva)
É um duro golpe
O mandado de prisão temporária do marqueteiro João Santana é um duro golpe contra o governo e o PT. Além de ser o marqueteiro de Lula e Dilma Rousseff, ele é homem de confiança da presidente da República. É impossível descolar Santana do Planalto, porque ele é consultado com frequência quando o assunto é a imagem de Dilma. Depois do envolvimento do publicitário Duda Mendonça no Mensalão, Santana virou o queridinho de petistas graúdos. O foco das investigações da 23ª fase da Lava-Jato representa, portanto, desgaste político e mais uma dor de cabeça para Dilma. São novas informações que podem atrapalhar a vida da petista no Tribunal Superior Eleitoral, no momento em que ela se defende do processo que questiona a origem do financiamento da campanha de 2014. Petistas negam irregularidades. Se investigadores suspeitam que o marqueteiro foi pago com recursos do esquema da Petrobras depositados em contas no exterior, a partir desses depósitos, a Lava-Jato segue o rastro do dinheiro.
Herança – Os advogados de João Santana usam tese semelhante à defesa que salvou Duda Mendonça no Mensalão. À época o criminalista Luciano Feldens argumentou que o pagamento de Duda não era produto de lavagem de dinheiro, porque o serviço foi prestado e estava previsto em contrato, no caso, a campanha presidencial de 2002.
Há vaga – O senador Delcídio Amaral (PT-MS) passou quase três meses na cadeia, foi solto e o governo ainda não nomeou um novo líder no Senado. A dificuldade estava em encontrar um nome de confiança e que, ao mesmo tempo, não esteja enrolado na Lava-Jato. O Planalto se apressa para anunciar um substituto.
Missão – A equipe econômica está mobilizada para começar a partir de hoje uma campanha junto ao Congresso na tentativa de convencer os parlamentares a aprovar a CPMF até junho. O argumento é que não há dinheiro para pagar as contas e esse é o único jeito de ajudar o país a sair da crise.
O retorno – No próximo dia 3, haverá uma nova reunião da presidente Dilma com o Conselhão. Uma alternativa à CPMF e à reforma da Previdência são dois temas cascudos que ficaram pendentes do primeiro encontro. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)
O impacto
O aumento de turistas nacionais e estrangeiros este ano em Santa Catarina assegurou melhoria na arrecadação estadual. Segundo o governador Colombo, o incremento da receita foi de 8% em janeiro. No segundo semestre de 2015 esteve em zero, sem considerar os índices de inflação. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)
Empresa de SC faz teste para identificar Zika em 24 horas
A Neoprospecta, empresa de Florianópolis que presta serviços na área de epidemiologia e análise microbiológica, consegue realizar em 24 horas exames de DNA para identificar os tipos de vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti em pacientes com sintomas de contaminação. A companhia lançou o Sistema Epíomi, que integra análise epiodemiológica e diagnósticos em larga escala contra as viroses do mosquito. Numa emergência, pode fazer testes até para 50 mil pessoas em duas semanas, informa o pesquisador e diretor da empresa Marcos Oliveira de Carvalho. O faturamento da Neoprospecta cresceu 300% nos dois primeiros meses deste ano frente ao mesmo período de 2015 em função do avanço em trabalhos no combate a essas viroses.
Diante da crescente difusão das doenças causadas pelo Aedes aegypti – zika, dengue chikungunya, nhong nhong e o risco de chegada no Brasil da febre do Nilo – a Neoprospecta preparou o Sistema Epíomi com três níveis, diz Marcos Oliveira. O primeiro é a capacidade de fazer análise em larga escala, com testes para até 50 mil pessoas. O segundo é a criação de um kit para diagnóstico rápido e correto (com a técnica qPCR) para identificar zika, dengue e chikungynia. Será um produto com preço acessível para ser lançado ao mercado até o final do ano. E o terceiro é o desenvolvimento de um kit para identificar se a pessoa já teve infecção pelos vírus.
Com atuação desde meados de 2014, a Neoproscpecta é reconhecida como uma empresa inovadora na área microbiologia para os setores de alimentos, análise microbiológica ao setor farmacêutico e análise de qualidade em serviços hospitalares, com atuação no Brasil. Criada por doutores em Farmácia, a companhia recebeu aporte do fundo CVenture da Fundação Certi, da Capital, e está instalada em novo laboratório no Sapiens Parque. Conta atualmente com equipe de 24 profissionais, sendo 12 doutores.
Facisc importa programa alemão de desenvolvimento – Associações empresariais de Santa Catarina foram as que tiveram mais sucesso na difusão do modelo de núcleos setoriais de empresas da Câmara de Artes e Ofícios de Munique a partir dos anos 90, depois consolidado no Projeto Empreender. Agora, por iniciativa da Facisc, federação que reúne essas associações, avança no Estado o Programa de Desenvolvimento Econômico Local (DEL), baseado no famoso Consenso de Essen, que uniu lideranças dessa cidade alemã para recuperar a economia que, devido ao fim do ciclo do carvão, deixou 100 mil desempregados. A federação, sob a liderança do empresário Doreni Caramori, projeta fechar este ano com a implantação desse modelo em 25 municípios. Para debater o avanço do programa, a Facisc trouxe a SC o mais influente articulador do Consenso de Essen, o empresário alemão Ulrich Meier (C). Ontem, com Doreni (E) e o consultor da Facisc Andreas Dohle (D), ele conversou com a imprensa e se reuniu com lideranças em Florianópolis. Visitará cidades que adotam o DEL e fará palestra sexta, em Itá, no 2º fórum do programa. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
Fachin dá prazo para defesa
Relator da ação em que o governo catarinense questiona cobrança de juros sobre juros no recálculo da dívida com a União, o ministro Luiz Fachin, do Supremo Tribunal Federal, deu 48 horas para que a presidente Dilma Rousseff (PT) explique a metodologia aplicada pelo decreto que regulamentou a lei que determina a renegociação dos débitos de Estados e municípios.
O despacho foi assinado pelo magistrado ainda na noite de sexta-feira, quando foi sorteado para atuar no caso. Como o prazo começa a valer a partir da notificação, o prazo para a resposta do Planalto se encerra amanhã. O ministro determinou “intime-se, com a urgência que o caso requer, pelo meio mais célere, inclusive fax”.
A ação foi protocolada pelo governo do Estado sexta-feira, mesmo dia em que o ministro Nelson Barbosa, da Fazenda, recebeu os governadores para negociar um alongamento no prazo de pagamento das dívidas dos Estados com a União, em troca de medidas de ajuste fiscal e de apoio para a recriação da CPMF. O governador Raimundo Colombo (PSD) participou da reunião, mas não ficou até o final.
Pela tese defendida pelo Estado junto ao STF, a dívida de Santa Catarina com a União, hoje em torno de R$ 8,5 bilhões, já estaria quitada se fosse aplicado o recálculo previsto na lei aprovada pelo Congresso Nacional no final de 2014. Na época, os parlamentares aprovaram a mudança dos indexadores de correção dos débitos e determinaram que os novos índices deveriam ser utilizados sobre toda a dívida. Até então, os valores eram corrigidos pelo índice de inflação IGP-DI acrescidos de 6% de juros. Pela lei aprovada, a base do cálculo seria o IPCA, que teve variação menor no período, e os juros cairiam para 4%. Além disso, ficou instituído que a taxa de juros Selic, oficial do país, seria o teto da correção.
Em dezembro, o Ministério da Fazenda editou decreto para regulamentar a renegociação das dívidas aprovada em 2014. O governo estadual alega que o decreto mudou a lei aprovada ao fazer o recálculo dos débitos utilizando “Selic capitalizada”, e não “Selic atualizada”, como diz o texto aprovado pelos parlamentares. Isso caracterizaria a cobrança de juros sobre juros. No caso de Santa Catarina, a dívida mantém-se no patamar atual, podendo até ultrapassar R$ 9 bilhões. A chamada Tese de Santa Catarina despertou a atenção de outros Estados. Os governos do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro acompanham a movimentação catarinense e estudam entrar com ações semelhantes se o pedido do Estado junto ao STF tiver sucesso. (Fonte: Diário Catarinense – Upiara Boschi)
Xilindró legislativo
Enquanto os presidentes da Câmara e do Senado prestam contas à Justiça – e correm ambos o risco de serem afastados de seus tronos –, as instituições inauguram uma nova fase, com as orelhas ardendo de vergonha.
Vergonha dos representados, que somos nós. Não dos representantes, que não se pejam de comparecer ao trabalho sob o regime de prisão domiciliar.
A esse ponto chegamos: senadores com restrição de liberdade, processados pelo STF, saem de casa durante o dia “para o trabalho”. Mas se obrigam a voltar para casa ao anoitecer. E se a sessão deliberativa avançar madrugada adentro?
Não estamos muito distantes do cenário de realismo fantástico, assinado pelo próprio Gabriel García Márquez na Câmara Municipal de Macondo – que, na verdade, acaba de materializar-se no Senado em Brasília.
– Quero homenagear aqui o nosso senador, que em respeito à representação popular aqui comparece com o desconforto de uma antiestética tornozeleira, mas não abdica do exercício do seu sagrado mandato. Meus parabéns à Vossa Excelência!
– O que não faço pelo meu povo? Lembro aqui outr
s companheiros, da Câmara e do Senado, que exerceram seus mandatos diretamente da cadeia e que tiveram seus pulsos e tornozelos igualmente limitados pelas barras nem sempre justas da lei. Tenho permissão para votar qualquer matéria, até mesmo a que sacramentará um novo Código Penal para o nosso país. A circunstância de ser eu mesmo um preso não me constrange, pois defendo o meu povo até de mãos e pés atados!
Brasil insano – Enquanto o Aeroporto Hercílio Luz – 3,5 milhões de passageiros/ano – foi literalmente abandonado pelos desgovernos e pela Infraero, figurando num projeto de concessões que navega ao sabor das calendas gregas – o Piauí inaugura o Aeroporto Internacional de São Raimundo Nonato, a 517 quilômetros de Teresina, novinho em folha e demanda zero.
Pronto há seis meses, nenhuma empresa aérea arrisca inaugurar sua pista insuficiente até para voos domésticos, necessitando de mais 730 metros para acolher jatos da Boeing. A única atração do lugar é abrigar um sítio arqueológico da arte rupestre.
Superestimaram a demanda, e o aeroporto de R$ 140 milhões está às moscas. (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos)