Clipping Imprensa – Carona é alternativa em Blumenau

Clipping Imprensa – Carona é alternativa em Blumenau

Blumenau, 27.1.16 – Embaixo do telhado do ponto de ônibus antes da ponte Adolfo Konder, no Centro de Blumenau, homens e mulheres dividiam a sombra do local enquanto esperavam pelos ônibus intermunicipais com destino à Indaial e Pomerode. As linhas que vão para as cidades vizinhas acabaram sendo a salvação de blumenauenses que ainda enfrentam dificuldades para se deslocar pela cidade. Ignorada pela maioria dos motoristas que, sozinhos em seus carros, seguiam o fluxo da via, a cena chamou atenção de Veridiana Harmel. Com o banco do carona vazio, a autônoma parou no corredor de ônibus, esticou o braço até a porta, baixou o vidro e perguntou sorrindo:
– Alguém vai para a Itoupava Central?
A pergunta inesperada demorou a ser respondida. A carona solidária, apesar de ser incentivada pela prefeitura e amplamente divulgada nas redes sociais após a extinção do contrato de concessão do Consórcio Siga, ainda é uma prática pouco comum entre os condutores da cidade.
Com medo de ser multada pela Guarda de Trânsito por estar parada na via de rolamento, Veridiana prontamente abriu a porta para a jovem, até então desconhecida.
– Mudei um pouquinho o meu trajeto, mas deixei ela na frente do trabalho. As pessoas ficam com receio de aceitar ou dar a carona porque não se conhecem, mas eu pensei “poxa, porque não?”. Já dependi muito de ônibus e sempre pensava como seria bom ganhar uma carona. Agora que eu posso, tento ajudar. É gratificante – relatou Veridiana.

Transporte alternativo tem dúvidas na estreia – Lançado pela prefeitura como uma medida paliativa para amenizar os transtornos causados pela falta de ônibus regular, o cadastramento do serviço alternativo teve 14 interessados. Com itinerários previamente acordados com o Seterb e sem escalas fixas – os veículos podem rodar a qualquer hora, desde que seja das 6h às 20h, e não podem cobrar mais de R$ 4 pela tarifa –, a prefeitura também liberou os motoristas a fazerem pequenos desvios de rota para atender o máximo de passageiros possível.
As facilidades, que numa primeira análise soam negativamente para quem depende do transporte, garantiram a volta para casa de Ingrid Aquino Nunes, 21 anos. Na rua desde às 6h, a jovem iria voltar para a casa andando se não fosse a carona.
O Seterb, através da assessoria de imprensa, reconhece que o funcionamento do serviço não é o ideal, mas ressaltou que esta medida foi adotada para atender uma pequena demanda diante da dimensão do município.

Baixa procura por vans e micro-ônibus – Recém iniciado, o sistema de transporte com vans e micro-ônibus foi pouco procurado pelos moradores de Blumenau que dependem do serviço municipal para se deslocar. A baixa procura, na avaliação de um dos motoristas, foi a falta de divulgação. Já o que afastou os passageiros da possibilidade de embarcar em uma van foi a indefinição dos horários que este transporte estaria disponível. O serviço foi criado como alternativa depois que o contrato com a empresa Siga foi rompido.
Motorista de ônibus de turismo há 35 anos, Valmir Roncáglio rodou 105 quilômetros até o fim da tarde de ontem. Responsável pela linha que vai até o bairro Água Verde, ele transportou apenas cinco pessoas na parte da manhã. Já à tarde, com o aumento de movimento na Beira-Rio e na Frei Estanislau Schaette, o motorista alterou o itinerário e, no fim, 12 pessoas embarcaram no micro-ônibus.
– Estava muito quente e vi que tinha muita gente precisando ir para a Via Expressa, daí como eu já estava com essa linha aqui o dia todo, resolvi levar esse pessoal até lá – conta o motorista ao garantir que hoje vai seguir operando no transporte alternativo.

Motorista relata movimento fraco – Diferentemente de Roncáglio, o motorista Diego Colombi, escalado para fazer a linha Ristow – Velha, só vai trabalhar até o meio-dia de hoje. Durante todo o dia, Colombi disse ter transportado apenas três pessoas.
– O pessoal não sabe que está sendo feito esse serviço de van e os poucos que sabem são os que ligam pro Seterb – critica ao adiantar que só trabalhará na manhã de hoje porque já tinha prometido para algumas pessoas.
Conforme o Seterb, não há impedimento caso os motoristas queiram desistir de prestar o serviço, assim como é permitido efetuar pequenas mudanças nos itinerários para atender a comunidade.

Primeiros ônibus da nova empresa já estão na cidade – Os primeiros ônibus da Piracicabana, empresa que vai operar emergencialmente o transporte coletivo de Blumenau a partir de segunda-feira, já estão na cidade. Brancos e ainda sem identificação do município, pelo menos 15 veículos estavam estacionados na garagem da empresa Nossa Senhora da Penha, integrante do mesmo grupo da Piracicabana e que já atua na região.

Número de veículos não foi confirmado – O total de veículos que foram levados para Blumenau não foi confirmado nem pela empresa, nem pela prefeitura, mas, segundo o Executivo, até segunda-feira a frota de 190 ônibus, cada um com média de uso de seis anos, estará completa. Os veículos devem ficar estacionados em garagens pela cidade, entre elas a da Cia. Urbanizadora de Blumenau (URB). A expectativa da Piracicabana é de que, até o fim de fevereiro, 240 veículos estejam circulando pela cidade.
De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, o sistema de bilhetagem dos novos ônibus ainda não foi definido. Entretanto, a prefeitura alerta a população que não jogue fora os cartões que eram usados no sistema do Consórcio Siga e que também não adquiram novos créditos, já que as empresas não estão mais autorizadas a vender as passagens, nem a circular pela cidade.
Diferentemente dos ônibus que rodavam em Blumenau até sábado, a maioria dos veículos da frota da Piracicabana tem apenas duas portas, o que poderia prejudicar o embarque e o desembarque de passageiros. A situação dos veículos, entretanto, não é motivo de preocupação para a prefeitura. Conforme a assessoria de imprensa, esses ônibus atendem uma situação emergencial e por isso não foram feitas exigências como esta. Os detalhes sobre os veículos devem ser contemplados no novo edital de concessão, previsto para sair em, no máximo, seis meses. (Fonte: Diário Catarinense/Jornal de Santa Catarina – Larissa Neumann)

Demissões encaminhadas

As empresas Rodovel e Verde Vale, integrantes do Consórcio Siga, começam a demitir os funcionários hoje. A decisão saiu de uma reunião ontem à tarde entre representantes das empresas e do sindicato dos trabalhadores, o Sindetranscol. Com isso, eles estarão aptos a ser contratados pela Viação Piracicabana, contratada emergencialmente para prestar o serviço de transporte público depois da prefeitura ter optado pela rescisão do contrato com o Consórcio Siga. Na Rodovel, cerca de 300 funcionários serão demitidos. Na Verde Vale serão 184. Todos devem ser contratados pela nova empresa. A homologação da rescisão deve ser feita até o fim desta semana. Segundo o advogado do Sindetranscol, Léo Bittencourt, será uma homologação “fora do padrão”, já que os trabalhadores não receberão o valor a que têm direito. Poderão, no máximo, retirar o FGTS. – Provavelmente eles terão que entrar com uma ação na Justiça do Trabalho – diz Bittencourt. Até o fechamento desta edição, a coluna não conseguiu contato com o advogado da Empresa Nossa Senhora da Glória para saber se ela tomaria a mesma decisão.

Hora de rever planos – Sócio da Verde Vale, Jair Bogo lamenta o episódio. Diz que a empresa será reduzida a um terço do que é hoje. Permanecerão 77 funcionários que continuarão prestando serviço de transporte intermunicipal entre Ilhota, Gaspar e Blumenau.
Os ônibus que eram usados em Blumenau devem ser vendidos para pagar dívidas que a empresa tem. – Jogaram fora 25 anos de história – desabafa Bogo lembrando do tempo em que atuou na cidade. A empresa tem 41 anos de atividade. A coluna não conseguiu contato com o presidente da Rodovel, Valdeci Roza. Segundo o advogado Orivaldo Maus, a empresa cinquentenária deve tentar encontrar outros locais para atuar.

Prejuízo para entidades – A paralisação do transporte coletivo de Blumenau tem impactos em diversos setores. Além dos usuários, trabalhadores e empresas da cidade que penam para trazer e levar os funcionários, cinco entidades assistenciais de Blumenau tiveram a arrecadação reduzida devido às paralisações de dezembro e deste final de janeiro. Elas exploram comercialmente os quiosques de cinco terminais da cidade. É da venda de lanches que vem a maior parte do dinheiro que a Associação Blumenauense dos Deficientes Físicos (Abludef) arrecada para manter os serviços que presta. A entidade tem nove funcionários no quiosque, que funciona das 5h30min às 22h30min. Com a falta de clientes, no mês passado o dinheiro mal deu para bancar a folha de pagamento. (Fonte: Diário Catarinense – Pancho)

Mais um grupo estuda regaseificação no Sul

Tudo indica que aquela insegurança acerca da falta de gás natural em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná para empresas, residências e veículos ficou para trás. Ontem, mais um grupo empresarial anunciou ao governo do Estado estudo para avaliar a viabilidade de implantação de um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) no Porto de imbituba, Sul do Estado. São as empresas Bolognese Energia, Gasporto e TSL Energy, que têm um projeto de gás com usina termelétrica para o Porto de Rio Grande, no RS. Em meados de dezembro, a Engie (novo nome da Tractebel Energia), empresa da multinacional GDF Suez que é a maior geradora privada de energia do Brasil, firmou protocolo de intenções com o governo de SC também para a instalação de um terminal de regaseificação no Porto de Imbituba.
Segundo o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Carlos Chiodini, o plano da Bolognese e sócios é fazer o estudo durante um ano e, se o projeto for viável, investir, numa primeira fase, R$ 200 milhões. Conforme Chiodini, um terminal de regaseificação pode gerar R$ 300 milhões em ICMS. A intenção do grupo é fornecer gás natural não só para a Região Sul, mas também para São Paulo.
Um dos desafios da SCGás, distribuidora do insumo no Estado, é atingir regiões ainda não atendidas como o Planalto Serrano e o Oeste. O contrato com o Gasbol, de 2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, encerra-se em 2020.

Montadora – Uma das maiores fabricantes de veículos da China, a JAC Motors, estuda a instalação de uma montadora de caminhões no Brasil. Um dos Estados avaliados para receber o investimento é Santa Catarina. O secretário de Desenvolvimento, Carlos Chiodini (D), recebeu o diretor da empresa no Brasil, Runs Yuan (E). Entre as razões que levaram a estudar SC estão a qualificação dos trabalhadores, portos e política fiscal estável.

Abatedouro móvel – Com os preços das carnes nas alturas, os municípios querem abater animais nos seus territórios para ampliar o movimento econômico e garantir inspeção sanitária. Por isso há grande interesse pelo abatedouro móvel projetado pela Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia, em parceria com a empresa Engmaq, de Peritiba. O veículo-contêiner pode ser adaptado para o abate de grandes animais – bovinos, suínos, ovinos e caprinos – ou pequenos, como aves e peixes. Anteontem, o técnico para Transferência de Tecnologia da Embrapa, Idair Piccinin, e o analista Cássio Wilbert conversaram com o superintendente do Ministério da Agricultura em SC, Jacir Massi, sobre a possibilidade de certificar abatedouros ao sistema de inspeção Sisbi/Suasa. O veículo pode ser adquirido por consórcios municipais e operado pela iniciativa privada, com inspeção veterinária. Enquanto um abatedouro fixo custa cerca de R$ 2 milhões, o móvel sai por R$ 400 mil.

No topo das exportações – A tradição exportadora de móveis de madeira de São Bento do Sul e região pesa nos resultados. No ranking das 10 maiores empresas exportadoras de móveis do Brasil em 2015, divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, estão cinco catarinenses do Planalto Norte. A líder é a Artefama, de São Bento do Sul. A Temasa, de Canoinhas, ficou em terceiro; a Móveis Katzer, de São Bento, em quarto lugar; a Móveis 3 Irmãos, de Campo Alegre e a Móveis Rotta, de Canoinhas, ficaram em quinto lugar. As demais são do Rio Grande do Sul e do Paraná. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)

Terminal de cargas

O governador Raimundo Colombo apontou a importância de novos investimentos no Aeroporto Regional Sul Humberto Ghizzo Bortoluzzi, em Jaguaruna. A intenção é prepará-lo para o transporte de cargas. O projeto inicial, antes da construção, previa um terminal para esta finalidade. Para isso, será preciso, além da construção desta estrutura, a ampliação tanto em largura quanto em comprimento da pista. “Existe um grande interesse em operacionalizar Jaguaruna por sua localização geográfica”, disse Colombo. Estudos indicam que a região poderia, inclusive, ajudar a desafogar o terminal de cargas do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, o maior a América Latina. (Fonte: Diário Catarinense – Marco Antônio Mendes)

Procura-se um gerente

É assustadora a falta de sintonia entre os ministérios envolvidos na operação de combate ao mosquito que transmite a dengue e o zika vírus. Essa disfunção ficou clara
ntem, um dia depois de o ministro da Saúde, Marcelo Castro, ter anunciado a distribuição de repelentes para grávidas do Bolsa Família e a mobilização de 220 mil homens das Forças Armadas para levar informações às comunidades. Logo cedo, o Ministério do Desenvolvimento Social contabilizava as beneficiadas por Estado, e o Ministério da Defesa corria atrás da declaração do ministro, organizando a força-tarefa nas regiões. Nos governos, é corriqueiro que o anúncio ocorra bem antes de a parte técnica operacionalizar as ações. Mas desta vez está em jogo uma grave questão de saúde pública. É preciso pressa, coordenação entre as pastas e ações certeiras. Castro chegou ao ministério graças a uma indicação do PMDB do Rio de Janeiro. A confusão atual é prova de que um ministério estratégico como o da Saúde jamais deveria ter entrado no balaio sem critério das barganhas políticas.

Kiss – A Lei Kiss sobre segurança contra incêndios ainda não foi aprovada pelo Congresso Nacional. O texto aprovado pela Câmara passou por modificações no Senado e, agora, precisa ser votado de novo pelos deputados. A definição da pauta depende do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Falando nele… – Dentro do PMDB há quem aposte que o Supremo Tribunal Federal não vai acolher o pedido de afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. Os procuradores da Lava-Jato, porém, estão convictos de que, no cargo, ele atrapalha as investigações.

Pressa – A presidente da Comissão de Orçamento, Rose de Freitas (PMDB-ES), vai pautar a votação do parecer sobre as contas da presidente Dilma logo na retomada dos trabalhos do Legislativo. Em análise, o relatório do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) conclui pela aprovação das contas com ressalvas.

Corpo a corpo – O vice-presidente da República, Michel Temer, estará amanhã, às 15h, em Florianópolis para reunião com o PMDB. Temer está em campanha pela presidência nacional do partido, mas não tem qualquer trabalho no Estado, onde conta com o apoio da maioria. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)

Colombo: aumentar impostos é covardia

Durante encontro com jornalistas na Casa da Agronômica, o governador antecipou que o principal objetivo da reunião de todo o secretariado amanhã no Sesc, em Lages, é apertar o cinto com rigor, com cortes em todas as áreas.
Raimundo Colombo prevê 2016 pior do que o ano passado, em termos econômicos, com reflexos na arrecadação estadual. Depois da reunião governamental de Lages ocorrerão conversas com os secretários e os presidentes de empresas e fundações para compartilhamento da gravidade da situação e seus reflexos em Santa Catarina. Nestes dois eventos, o governador pretende conscientizar todo o governo para os cortes.
Entre boas notícias de novos investimentos no Estado começou citando estudos técnicos da Secretaria da Fazenda, que visam a transformar o aeroporto regional de Jaguaruna no melhor entreposto aeroportuário do Sul do Brasil. Seria preciso o alargamento da pista atual de 30 metros para 45 metros, ampliação de 2,5 quilômetros de extensão para 3,5 quilômetros e aparelhos que possibilitarão mais operações de pouso e decolagem. Neste caso, Jaguaruna passaria a ser o terceiro maior aeroporto de cargas do Brasil, perdendo apenas para São Paulo e Rio. O investimento previsto é de R$ 9 milhões, divididos entre o governo, a prefeitura e o aeroporto.
Colombo voltou a enfatizar que não vai aumentar impostos. E proclamou: “Aumentar imposto neste momento é ato de covardia”.

Via expressa – Deputado Esperidião Amin (PP) enviou ofício ao ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, pedindo urgência para uma reunião do Fórum Parlamentar Catarinense e prefeitos da Grande Florianópolis. Na pauta, a posição do DNIT e do Ministério dos Transportes sobre as tão prometidas obras de ampliação da Via Expressa, no acesso à Florianópolis.

Enrolação – No documento remetido ao ministro, Amin lembra que em junho de 2015, na sede da Fiesc, o DNIT garantiu que o projeto executivo de melhoria da Via Expressa (lidando a BR-101 à Ilha de Santa Catarina) estaria concluído naquele ano. E que as obras começariam no início de 2016. Este problema vem sendo tratado no fórum desde 2013. Pela Via Expressa passam todos os dias pelo menos 130 mil veículos.

Primo pobre – Um levantamento realizado pela Ordem dos Economistas de Santa Catarina sobre os impostos federais pagos pelo Estado revelou as injustiças da União. O total da arrecadação atingiu R$ 46,2 bilhões. Desse montante, apenas R$ 7,6 bilhões retornaram em obras e serviços. Quer dizer: menos de um sexto.

Curtas – O grupo Tractebel, maior gerador de energia elétrica do Brasil, com sede em Florianópolis, está interessado na concessão e construção do Terminal do Aeroporto Hercílio Luz. Informação de Raimundo Colombo. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)

Quando a crise fortalece, por Antonio Gavazzoni*

Dólar, inflação, desemprego e taxa de juros, que deveriam cair, subindo. Preços do petróleo e do minério de ferro, estabilidade política, confiança do consumidor e do investidor, que deveriam subir, caindo. Não há dúvida de que o Brasil atravessa um momento delicado, com más notícias brotando de Brasília e respingando em todos os Estados. Dezoito deles já elevaram impostos – e alguns, mesmo com o reforço de caixa, se viram obrigados a atrasar o pagamento de fornecedores e o salário do funcionalismo.
Santa Catarina não elevou impostos, não atrasou salários nem fornecedores, mas não somos uma ilha. Depois de anos seguidos de crescimento da arrecadação na casa de dois dígitos, ela vem caindo mês a mês. Fechamos 2015 com dinheiro em caixa, mas precisamos nos preparar para 2016. Tudo indica que este ano será ainda mais desafiador.
Conceitualmente, o orçamento público é um sistema elementar que financia políticas públicas com o dinheiro do contribuinte. Simples de ser explicado, tem uma operação complexa, porque é composto por milhares de rubricas que precisam ser monitoradas. O papel do governo tem sido analisar uma a uma, para separar o joio do trigo. Cortamos na carne: enxugamos estruturas, renegociamos contratos, diminuímos custeio, extinguimos cargos. Desenvolvemos alguns dos sistemas de planejamento e gestão financeira mais eficazes do Brasil e, para nosso orgulho, frequentemente copiados. Ajuste fiscal é parte da nossa rotina há anos.
Além das ações de reforma administrativa, o governo de SC aprovou a mudança da sua previdência, desarmando uma bomba-relógio programada para explodir. Unificamos fundos, aumentamos as contribuições de Estado e servidores e criamos uma previdência complementar que vai abrigar quem entrar no serviço público a partir deste ano. Outra conquista foi a aprovação de um plano de carreira para o magistério, que nos permitirá remunerar melhor aqueles com maior titulação.
Precisamos dar ao setor privado as condições para que siga seu caminho, permitindo que acelere mais quando a economia vai bem e desacelere menos quando as coisas não vão tão bem, como agora. Santa Catarina tem o 6º maior PIB do Brasil, resultado da diversidade da nossa economia e de indicadores sociais e econômicos notáveis. Somos o Estado com a menor taxa de desemprego e com o menor número de analfabetos do país. Devemos ter clareza de que a crise política e econômica produzirá efeitos ainda mais sérios sobre nossas vidas – e precisamos aproveitar o momento para dar a Santa Catarina condições de sair da crise como o Estado mais competitivo do Brasil.
*Secretário de Estado da Fazenda e doutor em Direito Público
(Fonte: Diário Catarinense – Artigos)

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