Clipping Imprensa – Cinco pessoas morrem em acidentes no fim de semana

Clipping Imprensa – Cinco pessoas morrem em acidentes no fim de semana

Florianópolis, 19.10.15 – Cinco pessoas morreram nas rodovias federais e estaduais de Santa Catarina neste fim de semana. Somente na manhã de ontem foram dois acidentes violentos.
Em Palhoça, uma pessoa morreu e outras quatro ficaram feridas na BR-101. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista de um VW Gol perdeu o controle do carro e colidiu contra um poste, chegando a derrubar a estrutura.
A colisão ocorreu na altura do quilômetro 214, na marginal sentido norte, por volta das 6h50min. Segundo o Centro de Operações da PRF, faleceu no acidente a passageira Thaina Sthephany Appel, 20 anos. Não há informação sobre o estado de saúde dos feridos.
Ainda na manhã de ontem, uma colisão entre carro e caminhão deixou uma pessoa morta na BR-470, em Indaial, no Vale do Itajaí. O acidente ocorreu às 7h40min, no quilômetro 67 da rodovia, e envolveu um veículo Gol de cor branca, com placas de Timbó, e um caminhão Volkswagen 8-150, com placas Itajaí.
O helicóptero Arcanjo 3 chegou a ser acionado para socorrer o motorista do Gol, que ficou preso nas ferragens. O atendimento durou mais de 30 minutos, tempo em que a rodovia ficou bloqueada nos dois sentidos, mas a vítima, cuja identidade ainda não foi confirmada, morreu no local.
Ainda nas estradas federais, o motorista de um Ford Escort morreu no fim da tarde de sábado após colidir com um caminhão no quilômetro 455 da BR-282, em Ponte Serrada, no Oeste de Santa Catarina. Com o choque, o corpo de Adelmo Arnaldo Wurth, 42 anos, foi arremessado para fora de veículo. O local tem pista simples.
O condutor e a passageira do caminhão, um Volvo FH 400, não ficaram feridos. As causas do acidente ainda não foram esclarecidas. A ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Polícia de Ponte Serrada.
Nas rodovias estaduais, uma pessoa morreu na madrugada de ontem, na rodovia SC-390, em Tubarão-SC. O motorista de um Ford Fiesta que não teve a identidade confirmada morreu após o veículo sair da pista.
No sábado, na SC-108, em Urussanga, no Sul, o condutor de um VW Sandero morreu após o automóvel sair da pista e colidir em um barranco. (Fonte: Diário Catarinense – 19.10.15)


Pedradas na SC 401: Polícia aumenta rondas e busca autores


Policiais militares e rodoviários intensificaram ações de inteligência e rondas na SC-401, na altura do cemitério Jardim da Paz, em Florianópolis, onde houve relatos de motoristas que tiveram os veículos apedrejados.
Os militares ainda não sabem se a intenção dos bandidos foi cometer assaltos ou praticar vandalismo. A apuração indica que os autores lançaram as pedras das margens da rodovia e não de viaduto ou passarela.
Depois de duas noites com os ataques (quinta e sexta-feira), na noite de sábado as polícias não tiveram nenhum novo registro. A operação para identificar a autoria e prender os responsáveis pelos crimes mobiliza a Polícia Militar Rodoviária e o 4o Batalhão da Polícia Militar.
– Estamos atentos, reforçamos as rondas no local e estamos em busca dos autores. Já temos um suspeito, que me parece ser da região – afirmou o comandante do 4o BPM, tenente-coronel Araújo Gomes, destacando que PMs do setor de inteligência atuam nos bairros próximos.

Orientação é não parar –  A recomendação de Araújo Gomes e do major Fábio Martins, da Polícia Militar Rodoviária, é que motoristas que tiverem o veículo atingido não parem imediatamente no local e sim mais adiante onde houver um ponto seguro, com luminosidade e de preferência em que haja algum estabelecimento próximo. Em seguida, os policiais orientam para ligar imediatamente ao 190.

Desde quinta-feira, a reportagem apurou que foram ao menos oito boletins de ocorrência registrados pela Polícia Militar Rodoviária. Os ataques atingiram vidros traseiros, dianteiros e laterais de automóveis e ônibus, no sentido Centro-norte da Ilha.
Em depoimentos nas redes sociais motoristas relataram os casos e os momentos de apreensão.
“Meu anjo da guarda é muito forte, por pouco a pedra não pega na cabeça. Policial falou que já tem mais de 10 ocorrências”, escreveu uma das vítimas. (Fonte: Diário Catarinense – Diogo Vargas – 19.10.15)


Mobilização rosa


Centenas de mulheres participaram da programação do Dia D da campanha de combate ao câncer de mama e colo do útero do Outubro Rosa, em Criciúma. Em vários pontos da cidade, elas receberam orientações sobre saúde, além de dicas de beleza.


Conta de luz

O senador Paulo Bauer (PSDB) levou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reivindicação da Federação Catarinense de Municípios (Fecam). O pedido é por ações que desonerem as bandeiras tarifárias sobre a geração de energia voltada para a iluminação pública.


Força da rede



A mobilização popular para substituir a ponte Hercílio Luz, página criada no Facebook, já conta com 5,9 mil confirmações para a manifestação programada para o dia 7 de novembro. Será um belo termômetro para conferir o que a população pensa sobre a reforma da estrutura.


Direitos trabalhistas



Agentes que trabalham na segurança da exposição de Miró, no Masc, em Florianópolis, protocolaram denúncia no Ministério do Trabalho contra a empresa contratante. Reclamam que não estão recebendo vale transporte e sem carteira assinada. Todo a estrutura de serviço é bancada pela curadoria, sem dinheiro do Estado. (Fonte: Diário Catarinense – Visor/Rafael Martini – 19.10.15)


Furto de tempo


Para os entrados em anos, uma hora faz toda a diferença. Pois o governo, que tem nos roubado tempo e dinheiro, acaba de nos “subtrair” uma hora inteirinha, no tal famigerado (pelo menos para mim) horário de verão.
Envelhecer, ver o tempo passar. É como estar no bar de um belo transatlântico, sabendo pedir a música certa à orquestra, aquela canção que vai emocionar a todos – em especial à mulher amada. Mas é também uma torcida para que este bar não seja o do Titanic, só para contrapor a verdade de José Hernández – autor do poema heroico Martín Fierro – àquela suposta verdade de Paulo Francis. O saudoso e rabugento jornalista costumava dizer: “A velhice é um naufrágio”…

Ao que o autor de Martín Fierro declamaria:

“Não é ruim ser velho. O diablo é sábio menos por diablo do que por viejo.”

E um silogismo torto arremataria:

– Logo, é bom ser velho…

Velho engano. Os anos pesam. O melhor conselho é seguir Machado de Assis em Esaú e Jacó: “Não envelheças, meu amigo, por mais que os anos te convidem a deixar a primavera; quando muito, aceita o estio”…

Admitir a própria “madureza” é o constante lamento entre velhos camaradas:

– A gente anda a Felipe Schmidt todinha e não encontra um conhecido, um único parceiro pra “bater uma caixa”!

Numa roda de coroas, conversa sobre futebol é pista reveladora do tempo rodado por cada um. Todos têm os seus ídolos e conceitos encarcerados num prisma do tempo. De repente, instala-se a discussão sobre quem teria sido o inventor da “bicicleta”.

– Foi o Neymar! – garante um garoto da mesma idade do jovem ídolo brasileiro, que acaba de dar show no Barcelona, quatro gols num só jogo.

Negativo! Muito antes do Neymar ou do Pelé, o Leônidas da Silva já pedalava no ar. Foi num jogo do São Paulo contra o Palestra, no Pacaembu, lá pelos anos 1940…

Os noventões diriam que não foi um, nem outro:

– Foi o Friedenreich. Nos anos 1920, e usando um bermudão…

Envelhecer é saber pedir a bebida certa, mesmo no bar do Titanic, de modo a perfilhar Machado de Assis nos seus Contos Fluminenses:

“Barriga encolhida, espartilhado, via-se nele [no coroa] como que uma ruína do passado reconstruída por mãos modernas, de modo a parecer um produto do meio: nem a austeridade da velhice, nem a frescura da mocidade.

Em todo caso, os velhinhos chegaram a uma idade em que não toleram mais o furto de tempo. Abaixo o horário de verão! (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos – 19.10.15).

Nova frente fria traz mais chuva

Prevista para amanhã ou quarta-feira, a chegada de uma nova frente fria trará mais chuva para Santa Catarina, além de descargas elétricas, o que mantém a condição de alerta e monitoramento para a semana. A cheia de rios preocupa, principalmente em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, onde havia ontem mais de 260 pessoas desabrigadas. Outro receio é de deslizamentos em razão do solo estar encharcado.

O alento desde sexta-feira com a alternância entre sol e nebulosidade, principalmente na Grande Florianópolis, deve durar pouco. Vinda do Rio Grande do Sul, a frente fria deve ocasionar novamente períodos chuvosos. Segundo a meteorologista da Epagri-Ciram Marilene de Lima, amanhã pode chover até 30 milímetros, aumentando para até 50 milímetros na quarta e quinta-feira.
– Ainda é cedo para se ter um indicativo do impacto que a nova chuva vai causar, mas exige muito cuidado porque viemos de um período de chuva com mais intensidade – ressalta.

A previsão da Epagri-Ciram indica que as pancadas de chuva devem começar no fim da tarde de amanhã, especialmente na divisa com o Rio Grande do Sul, se intensificando à noite do mesmo dia. Esse quadro poderá permanecer até quinta e a melhoria é prevista apenas na sexta-feira ou no sábado.

O gerente de monitoramento e alerta da Defesa Civil, Frederico Rudorff, diz que a preocupação de alagamentos e inundações existe com chegada da nova frente fria em regiões como Alto Vale e planaltos Norte e Sul, onde o nível dos rios está alto.

– A nossa previsão é que ela chegue na quarta-feira e nos cause bastante preocupação porque o nível dos rios está bem alto. Já temos, por exemplo, cota de emergência – quando há transbordamento de rio – em Rio do Sul, Taió e Laurentino – pontua Rudorff, informando que o acumulado de chuva em três dias (de quarta a sexta) poderá chegar a 100 milímetros, quantidade considerada elevada.

Segundo Rudorff, o dia mais crítico será quinta-feira, quando a frente fria estará operando em todo o Estado. Levantamento de ontem da Defesa Civil apontava 58 municípios com danos causados pelo alto volume de chuvas que castigam Santa Catarina desde o dia 8 deste mês.


Com salas alagadas, aulas são suspensas

Ao menos 260 pessoas continuavam sem poder voltar para casa por conta dos alagamentos em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí. Embora a chuva tenha parado, as regiões mais baixas da cidade seguiam com ruas debaixo dágua ontem, segundo a Defesa Civil do município.

Seis abrigos, nos bairros Progresso, Bela Aliança, Taboão, Barragem e Santa Rita, abrigavam 77 famílias na tarde de ontem.

O nível do Rio Itajaí-Açu em Rio do Sul estava estabilizado em 7,74m ontem. A barragem de Taió operava com seis das sete comportas abertas e a de Ituporanga totalmente aberta, o que seguia trazendo água para o Alto Vale. A Defesa Civil ainda trabalha em estado de atenção, com uma margem de segurança de 9,5m no nível do rio.

Na rede de ensino, as escolas Pedro dos Santos e CEI Titio Karam, no bairro Canoas, ficarão fechadas sem previsão de volta. O colégio Daniel Maschio, na Barra da Itoupava, fecha somente hoje para limpeza das salas, enquanto o Centro Educacional Prefeito Luis Adelar Soldatelli atende de forma reduzida. O restante da rede trabalha normalmente. (Fonte: Diário Catarinense – Diogo Vargas/Lucas Paraízo – 19.10.15)

Ex-ministra Ideli Salvatti é aguardada no Brasil para depor na Polícia Federal

Morando nos Estados Unidos, catarinense deve ser ouvida em viagem ao país, o que ainda não tem data para acontecer. Investigações apontam que, enquanto ministra, ela teria conhecimento de suposto esquema de propina envolvendo o PP
Com o depoimento de Ideli Salvatti (PT-SC) autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), investigadores que atuam na Operação Lava-Jato esperam que a ex-ministra ajude a esclarecer se o Palácio do Planalto tinha conhecimento dos desvios na Petrobras e se usou o esquema de corrupção para assegurar apoio de partidos políticos no Congresso. A petista não é investigada e deve falar na condição de informante.
O depoimento foi solicitado pela Polícia Federal, com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), dentro do inquérito 3.989 que tramita no STF e apura as condutas de 39 pessoas de diferentes partidos, como PT, PMDB e PP. Entre os investigados neste inquérito da Lava-Jato aparece o ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC).

Ministra da Secretaria de Relações Institucionais no primeiro mandato de Dilma Rousseff, Ideli respondia pela articulação do Planalto com a base no Congresso. Em junho, ela foi nomeada como secretária de Acesso ao Direito e à Equidade na Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington.

Petista foi citada por conflito no pp

A petista teve o nome citado pelo doleiro Alberto Youssef na descrição do conflito interno do PP que levou à troca do comando do Ministério das Cidades, em fevereiro de 2012. Por trás da disputa dos grupos de Mário Negromonte (PP-BA) e Ciro Nogueira (PP-PI) pelo controle da bancada do PP estaria a prerrogativa de receber os recursos desviados na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, ocupada por Paulo Roberto Costa. Ministro das Cidades, Negromonte foi substituído por Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), aliado de Ciro.

Segundo Youssef, o conflito do partido chegou ao conhecimento de Ideli, então ministra das Relações Institucionais, e de Gilberto Carvalho, que era ministro da Secretaria-Geral da Presidência, e também teve o depoimento autorizado pelo Supremo. O doleiro relatou que Paulo Roberto teria dito em reuniões com líderes do PP que necessitava de uma indicação do Planalto para saber qual grupo da sigla deveria receber o dinheiro da estatal. O ex-diretor negou em depoimento que tenha tratado do assunto com Ideli e Carvalho. Youssef ainda disse que o deputado Nelson Meurer (PP-PR) e Negromonte teriam afirmado que se reuniram com os ministros para discutir o tema.

Lula será ouvido no mesmo inquérito

No relatório em que solicitou o depoimento de Ideli, a PF considerou plausível que a catarinense tenha participado das conversas com o PP em virtude da função que exercia no governo. A investigação pretende apurar se a troca nas Cidades ocorreu com o conhecimento de Ideli e Carvalho sobre o esquema na Petrobras e se “eles com o mesmo anuíram em troco do apoio político do Partido Progressista, integrante da base aliada do governo”.

A PF sustenta no documento que é necessário ouvir os ex-ministros para que eles apresentem suas versões. Neste mesmo inquérito prestarão depoimentos o ex-presidente Lula, o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, o presidente do PT, Rui Falcão, e José Fillipi Jr, tesoureiro de campanhas de Lula e Dilma. Ministro-relator do caso no STF, Teori Zavascki autorizou os depoimentos dos petistas na condição de informantes. Investigadores interpretam que eles serão ouvidos como testemunhas, ou seja, terão de falar a verdade, porém com o direito ao silêncio.

No caso de Ideli, PF e PGR discutem a melhor forma de ouvi-la, já que em junho ela foi indicada para o cargo Organização dos Estados Americanos (OEA) e se mudou para os Estados Unidos. A tendência é de que aguardem uma viagem da catarinense ao Brasil.

Procurada pelo Diário Catarinense, Ideli informou por meio de sua assessoria que aguarda ser notificada pela Justiça e “está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos”. (Fonte: Diário Catarinense – Guilherme Mazui – 19.10.15)

Acordo no pacífico preocupa

Lideranças do agronegócio do Estado estão preocupadas com o fato de o Brasil ter ficado fora do maior acordo comercial do mundo, a Parceria Transpacífico, que inclui, Estados Unidos, Japão e mais 10 países. Elas estudam alternativas para não perder boa parte do mercado japonês de carne de frango, onde as agroindústrias brasileiras dominavam com nada menos de 90% do total. O tema foi abordado na Expolages, que se encerrou ontem. – Foi um erro da diplomacia brasileira não ter acompanhado, negociado ou participado das tratativas que resultaram na aprovação do acordo que criou o mercado comum do Pacífico – afirmou o presidente da Federação da Agricultura do Estado, José Zeferino Pedrozo. O atendimento pode ser pelos EUA. O Brasil se diferencia porque não teve gripe aviária.

Soja via SC

A movimentação do Porto de São Francisco do Sul registrou alta na exportação de soja e madeira em setembro. Com isso, manteve o título de 2º maior porto brasileiro em movimentação de carga não conteinerizada. A exportação do grão aumentou 313%, se comparado ao mesmo período do ano passado. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti – 19.10.15)

Hora de destravar

O Brasil assiste a uma sucessão de fatos negativos, que continuam a desafiar a capacidade de resistência da economia aos efeitos perversos dos confrontos políticos. O mais recente foi expresso pelo rebaixamento na avaliação do país pela agência de risco Fitch, na sequência de decisões semelhantes anunciadas por outras duas organizações do setor. Acumulam-se as percepções de agências internacionais e de investidores sobre a fragilidade da situação econômica, no contexto de um impasse político que às vezes se apresenta como aparentemente insuperável.

O que governo e Congresso precisam fazer, diante desta realidade, é provar que podem, sim, superar esse momento e contribuir para o fim de uma travessia penosa para todos. Há uma sensação generalizada, não só entre empresários e analistas, mas entre a população em geral, de que o duelo de forças políticas paralisou o país. O ajuste fiscal não avança no Congresso, que acaba, ao invés de contribuir para a melhoria das contas públicas, por criar mais despesas. Vetos presidenciais que se opõem a projetos já aprovados pelo Legislativo, na contramão da austeridade, aguardam apreciação em plenário. E pautas decisivas para o encaminhamento de soluções são travadas pelo embate estritamente político, em que prevalece o jogo de força entre governistas e oposicionistas, com desprezo quase total pelos problemas nacionais.

As circunstâncias favorecem o antagonismo. O presidente da Câmara, sob investigação, tem contra si provas, enviadas pelas autoridades suíças, de que mantinha contas secretas no Exterior. O governo, por sua vez, não consegue desvencilhar-se dos danos políticos dos casos de corrupção identificados pela Lava-Jato e, ao mesmo tempo, mostra-se incapaz de reaglutinar a própria base parlamentar. A falta de determinação do Executivo, a postura irresponsável do Congresso e, por decorrência, a desconfiança de quem produz e investe formam um cenário preocupante.

Enquanto isso, até lideranças petistas falam abertamente na demissão do ministro Joaquim Levy, como se essa fosse a solução. O que a sociedade deseja é que as forças que se opõem passem, em algum momento, a trabalhar pelo bem comum, e que a economia, há muito tempo abalada pelos desacertos do governo, deixe de ser vítima de intermináveis confrontos patrocinados pela política. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial – 19.10.15)

Combustível terá novo reajuste

Os catarinenses mal tiveram tempo para assimilar o último aumento no preço da gasolina e precisam preparar o bolso para mais um reajuste. De acordo com a Agência Nacional de Petróleto (ANP), nas últimas semanas o Estado teve aumento médio de 6,25% no preço do combustível, variação próxima da margem do reajuste de 6% feito pela Petrobras nas distribuidoras no final de setembro. Nesta semana, porém, deve chegar às bombas uma atualização levando em conta a alteração do valor-base do ICMS.

O percentual de 25% do imposto estadual era calculado sobre o valor de R$ 3,33 (preço médio estadual segundo dados da Secretaria Estadual da Fazenda), que agora foi reajustado para R$ 3,45. De acordo com a Secretaria, essa segunda elevação no mês de outubro acompanha os aumentos de impostos do governo federal e do preço feito pela Petrobras.

– Ainda devem ser repassados mais R$0,05 ou R$0,06 e o aumento do etanol também tem impacto – diz Júlio Zimmermann, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Blumenau, região que concentrou os maiores aumentos nas últimas semanas.

Cidades elevaram acima do recomendado

Embora a variação média do aumento da gasolina nas últimas semanas esteja próxima da margem de 6% feito pela Petrobras, em algumas cidades de SC o reajuste foi acima do recomendado: é o caso de Blumenau (9,37%), Biguaçu (8,7%), Joinville (8,66%) e Brusque (7,7%). A média de preço no Estado está em R$ 3,39. Apesar do aumento, Santa Catarina tem a quinta média de preço mais baixa no país (veja tabela ao lado).

Ao analisar valor médio, Florianópolis e Blumenau compartilham o topo com o litro a R$ 3,49. Já o local mais barato para abastecer, entre os analisados pela ANP, é Itajaí, onde o litro de gasolina está vendido a uma média de R$ 3,24. O preço da venda para as distribuidoras oscila entre R$ 2,78 e R$ 2,93.

O presidente do sindicato dos postos de gasolina de Florianópolis, Valmir Espíndola, explica que o aumento total para as distribuidoras foi maior que 10% se somados todos os impostos.

– Só o que a Petrobras aumentou já foi 6%. Com PIS, Cofins e outros impostos subiu mais de 10%. E ainda deve vir o aumento do ICMS – diz.

O Procon estadual ainda não tem uma posição sobre os reajustes. As unidades municipais estão fazendo levantamentos e devem enviar manifestação nas próximas semanas, após a conclusão.

– O que ressaltamos sempre é que a pessoa deve pesquisar. Não colocar gasolina no primeiro posto que encontrar. Basta procurar para encontrar preços melhores – orienta o coordenador de fiscalização do Procon estadual, Isnando Bezerra.

Apesar do aumento, consumo cresce no Estado

Mesmo com altas sucessivas no preço do combustível desde o início de 2015, o consumo de gasolina no território catarinense cresceu 1,4%, entre janeiro e agosto deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado.

O levantamento da ANP leva em conta os valores da gasolina de poucas cidades, apenas 10 em Santa Catarina, por exemplo. Mas a limitação se repete nos outros Estados do país. Dentro dos últimos valores pesquisados em outubro, a média do litro a R$ 3,39 só é maior que em Piauí (R$3,38), São Paulo (R$3,32), Paraíba (R$3,30) e Maranhão (R$3,27). O abastecimento mais caro do Brasil é no Acre (R$ 4,01).

No Rio de Janeiro, Estado que concentra a maior produção de petróleo do país (74% do total), o preço médio da gasolina está R$ 3,69, mais caro que o do Distrito Federal (R$ 3,67). (Fonte: Diário Catarinense – Thiago Santaella – 19.10.15)

8 milhões de turistas

Em relação à próxima temporada, a Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo reitera que a expectativa de movimento turístico é de aproximadamente 8 milhões de visitantes, entre estrangeiros, nacionais e catarinenses, deslocando-se em nosso território. Cacau achou o número exagerado na sua coluna de ontem. Os referidos números foram consolidados a partir de dados informados por entidades do trade turístico nacional, internacional e catarinense que atuam em parceria com esta Secretaria de Estado, bem como operadoras de viagens, parques temáticos, sindicatos do setor hoteleiro e companhias aéreas e, neste caso, convém destacar que, pela primeira vez na história, a empresa Aerolíneas Argentinas confirmou e já opera a venda de passagens para três voos diários de Buenos Aires para Florianópolis nos meses de verão.

Sim, tenho dito que eles vêm, mas 8 milhões de turistas em dois meses e num só Estado, só vendo pra crer. Não venham de carro, pelo amor de Deus!

Amadorismo

Achei um sábado livre para andar pelo Centro e ir ao Mercado rever a turma. Cheguei às 11h, e no principal estacionamento público central, antigo Terminal, do lado do Camelódromo, o funcionário me informou que eu teria que voltar às 14h, pois é o horário que eles fecham aos sábados. Não deu pra almoçar. É mais uma piada. Não sem razão, movimento no Mercado não era dos melhores.

Catedral Metropolitana de Florianópolis, o ponto mais visitado pelos turistas no Centro, fechou naquele dia às 11h.

Renúncia

A República está borbulhando: ministro Marco Aurélio Mello, do STF – um show quando resolve falar – defende a renúncia coletiva da presidente Dilma Rousseff, do vice Michel Temer e do presidente da câmara, Eduardo Cunha.

Em inglês

Presidente da Embratur, o nosso Vinicius Lummertz, encerrou agenda oficial nos Estados Unidos cumprindo atendimento à imprensa estrangeira sexta-feira. Em entrevista ao jornalista Richard Quest, do programa Quest Means Bussiness, da CNN, falou que 85% das obras para os Jogos Olímpicos já estão prontas. Lummertz destacou também, num perfeito inglês, que a isenção temporária de vistos poderia estimular mais norte-americanos a virem para o Brasil no próximo ano. Ele defende que, após o evento esportivo, a dispensa evolua de temporária para definitiva.

Táxis, o problema

A título de informação, o leitor José Luiz diz que o “déficit” é de apenas 100 veículos na frota de táxis em Floripa e que o maior problema está justamente na falta de mobilidade urbana, pois até mesmo em corridas curtas, o veículo demora a retornar a seu ponto em função dos constantes congestionamentos.

Tem que pegar o passageiro onde ele está, meu caro José, e não só no ponto, é assim no mundo todo.

Só depois

Comerciantes do Mercado Público de Florianópolis foram informados que a cobertura do vão central só sairá depois do Carnaval, e não mais no prazo combinado que seria início de dezembro deste ano. (Fonte: Diário Catarinense – Cacau Menezes – 19.10.15)


Ponte Hercílio Luz


Apesar desse assunto parecer esgotado, considero extremamente discutíveis os argumentos que explicam a contratação da empresa portuguesa para recuperação da ponte Hercílio Luz. Se eles são capazes e já estão trabalhando por que pedir orçamento para a American Bridge?

José Augusto Oliveira, engenheiro civil e professor da área de estruturas da UFSC por quase 30 anos, mesmo assim não se sente autorizado a emitir opinião técnica sobre a situação como fazem leigos e engenheiros de outras especialidades – exceção feita, ressalte-se, ao professor Roberto Oliveira, ex-colega e eminente autoridade no assunto. Por outro lado, ele acha que a ponte Hercílio Luz recuperada, ainda que contribua de forma importante, ficará longe de resolver o problema do tráfego ilha-continente. Essas razões e a perspectiva de continuarmos a gastar fortunas sem solução o levaram a sugerir pelo menos a avaliação de uma alternativa que, lhe parece, poderia ser viabilizada pela iniciativa privada. A inspiração vem da ponte Vecchio de Florença, na Itália. Reconstruída em 1345, alberga inúmeras lojas e é uma das maiores atrações turísticas da cidade da Toscana. 

Como ex-diretor e ex-presidente do BRDE desde logo, José Augusto crê viável uma solução com financiamento pelo BNDES à iniciativa privada, sempre mais ágil e eficiente que o governo.

Dano moral

Se a moda pega, nossos aeroportos daqui pra frente vão andar na linha. Um delegado da Polícia Federal, que trabalha em Florianópolis, obteve na Justiça a condenação da companhia aérea por ter atrasado o seu voo em 11 horas, vindo de Brasília. A sentença do juiz Fernando Vieira Luiz, da Capital, acolhendo ação do advogado Luiz Augusto Cavaler da Silva, determinou a ré a pagar R$ 15 mil ao reclamante por danos morais. Cacau Menezes (Fonte: Diário Catarinense – Cacau Menezes – 18.10.15)

O Brasil embretado

O trânsito não anda, mas a vida passa. Essa é a dramática conclusão que se pode tirar de recente pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que revela dados preocupantes sobre a permanência dos brasileiros nos deslocamentos para o trabalho, para o estudo e para outros compromissos que exijam sair de casa. Pelo menos 31% dos pesquisados em 142 municípios disseram que passam mais de uma hora no trânsito diariamente. Nas cidades com mais de 100 mil habitantes, o percentual sobe para 39%. Essa demora involuntária, causada por congestionamentos, pelo excesso de veículos particulares nas ruas e pela concentração de pessoas em áreas centrais, causa prejuízos, provoca estresse e evidencia a urgência de políticas públicas mais eficientes para equacionar o brete da mobilidade urbana no país.

Entre os fatores que agravam o problema do trânsito no Brasil, estão a má qualidade do transporte público, o aumento de renda e de crédito para o consumidor nos últimos anos e também uma causa histórica, que é a política rodoviarista. Tudo gira em torno do automóvel. As cidades, os prédios, as vias urbanas, os espaços de compras e lazer, todos são planejados mais para os veículos do que para as pessoas.

O resultado, além dos engarrafamentos já referidos, é a poluição ambiental e sonora, que reduz ainda mais a qualidade de vida dos habitantes das metrópoles. Sem investimento em transporte público eficiente, não há saída. Por mais que os administradores públicos e os especialistas tentem organizar o trânsito, com obras e sinalizações adequadas, o excesso de veículos provoca colapsos.

Quando as cidades são atingidas por intempéries, como vem ocorrendo nas últimas semanas nos Estados do Sul, o asfalto se deteriora, a sinalização fica comprometida e o tráfego se torna inviável. Cidades sem metrô subterrâneo, como Porto Alegre e Florianópolis, ficam reféns do transporte rodoviário, seja ele individual ou coletivo. As experiências com bicicletas e ciclovias ainda são pouco significativas.

A mesma pesquisa da CNI demonstra que 36% dos brasileiros consideram o transporte público ruim ou péssimo, 32% o classificam como regular e apenas 24% consideram-no ótimo ou bom. De onde se conclui que nossos governantes, mesmo que não disponham de recursos para investir em novas alternativas de transporte, deveriam qualificar os equipamentos disponíveis para ao menos atenuar o desconforto dos cidadãos. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial – 18.10.15)


Estudantes viajam por ferrovia no Sul


Nos próximos quinze dias, estudantes universitários farão testes na Ferrovia Tereza Cristina para o deslocamento até as universidades de Criciúma. Nesta segunda-feira, o trem parte às 18h10 da Rodoviária de Içara, indo até as proximidades da Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (Satc), no túnel de passagem no bairro Jardim Angélica.
O retorno será às 22h30 e os estudantes vão embarcar de volta para casa no mesmo local do desembarque. O percurso tem tempo estimado de 35 minutos– Isso vai facilitar a vida dos jovens que muitas vezes chegam atrasados devido aos congestionamentos. Agradecemos a parceria da Ferrovia que nos cedeu o Trem do Museu Ferroviário. Este é, sem dúvidas, o primeiro passo para iniciarmos um novo processo de mobilidade urbana entre as duas principais cidades da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec) – afirmou o prefeito de Içara Murialdo Canto Gastaldon. De acordo com ele, a expectativa é que além do transporte dos alunos, futuramente, o restante da população seja contemplada e possa percorrer o trecho no trem. Os detalhes finais foram acertados em reunião na Unesc, junto de membros da Universidade, da Faculdade Satc, da Polícia Militar e da Coordenação de Transportes de Içara. Os detalhes da segurança, no local de embarque e desembarque e nas regiões por onde o trem passará, também já foram acertados com o a Polícia Militar. Inicialmente, serão disponibilizados cinco vagões com capacidade para 40 passageiros cada um.
História ligada ao carvão – Há 130 anos, a Ferrovia Tereza Cristina foi construída aos moldes ingleses para impulsionar a produção de carvão no Sul de Santa Catarina. Ela continua funcionando e não parou durante o último século. A Inglaterra, em plena Revolução Industrial, interessada na descoberta de carvão na região, investiu na construção da ferrovia e a inaugurou em 1884.O visconde de Barbacena recebeu do governo imperial português a concessão da ferrovia. A partir de então, ele implantou colônias que geraram desenvolvimento para a região, como Grão Pará e Azambuja. Somente em 1902, o governo brasileiro passou a cuidar daquele trecho, mas os trilhos continuaram transportando carvão e outras cargas. Na década de 1960, ele parou de transportar pessoas. Atualmente, a ferrovia mantém características históricas, mas se modernizou para ter mais potência e economizar energia. Uma empresa privada tem a concessão da Tereza Cristina SA. Hoje, grande parte do carvão da Usina Jorge Lacerda, da Tractebel, é levado pelos trilhos. (Fonte: Diário Catarinense – 18.10.15)


Tesourada em gasto social

A tesoura do ajuste fiscal não poupa as vitrinas da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Ao comparar o orçamento deste ano com as previsões de 2016, importantes ações do governo vão para o sacrifício. Os investimentos no Ciência Sem Fronteiras e no Pronatec (cursos técnicos) cairão pela metade, enquanto o Minha Casa Minha Vida sofrerá redução de R$ 4,3 bilhões em seu caixa e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de R$ 22 bilhões.
A Agência RBS solicitou ao Ministério do Planejamento os orçamentos de 2015 e as estimativas para o próximo ano de 10 programas badalados na corrida eleitoral. Conforme os dados disponíveis, entre podas e acréscimos, haverá queda de investimento superior a R$ 32 bilhões, redução que poderá ser ainda maior.
As estimativas constam na versão do projeto de Lei Orçamentária enviada ao Congresso com déficit de R$ 30,5 bilhões para 2016. Para equilibrar a conta e garantir superávit primário, o governo trabalha em revisão da proposta, o que pode diminuir aportes, em especial pela dificuldade de aprovar a volta da CPMF. Relator-geral do Orçamento da União para 2016, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) não pretende considerar o imposto como receita assegurada.
– Tiraria a credibilidade do orçamento. Meu compromisso é deixar o texto superavitário, R$ 1 já está bom. Se não tiver dinheiro, a política pública será reduzida – afirma.


Bolsa família e mais médicos
terão aumento de valores


A perspectiva de cortes em 2016 pode ser ampliada, já que todos os anos o governo anuncia no primeiro semestre contingenciamentos para adequar despesa e arrecadação. Apesar das reduções, o Planejamento assegura que todos os programas federais serão mantidos.

Nos bastidores, admite-se que o ritmo tendem a reduzir. A situação destoa do prometido por Dilma ao longo da campanha do ano passado. O Planalto reconhece os cortes de forma tímida, mas mantém o discurso de preservação do investimento social.
– O governo não vai terminar com programas ou parar obras – garante o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do governo na Comissão de Orçamento.
Com ritmo lento em 2015, a construção de creches sofrerá tesourada afiada. Neste ano, apesar da dotação de R$ 3,7 bilhões, o programa executou apenas R$ 309 milhões. Para 2016, a previsão é investir R$ 550 milhões – o Planejamento informa que os recursos serão suficientes para concretizar a meta de construir 6 mil creches.
Vitrine eleitoral, o PAC seguirá em velocidade mais baixa. No próximo ano a estimativa é aplicar R$ 42 bilhões. Já outros programas badalados serão preservados. Bolsa Família, Mais Médicos e Fies, voltado ao financiamento estudantil, terão acréscimo de orçamento. No caso do Fies, o aporte salta de R$ 17,8 bilhões para R$ 18,8 bilhões, o que gera protestos na oposição. A deputada Professora Dorinha (DEM-TO) acredita que seria melhor direcionar os recursos para formação de crianças e adolescentes.
– O Fies é importante, mas o ideal seria fomentar a educação básica, que vem perdendo recursos e tem desempenho ruim. Sabemos que existe a crise, mas não dá para ser Pátria Educadora desse jeito – afirma.
(Fonte: Diário Catarinense – 18.10.15)


Entrevista | Eduardo Fagnani – Professor de Economia da Unicamp

“Fies e Pronatec precisam ser adequados”

Coordenador da rede Plataforma Política Social, uma das entidades que assinam o documento Por um Brasil Justo e Democrático, Eduardo Fagnani critica a política econômica do governo.

Reduzir recursos de programas é o caminho para sair da crise?

Acho que não. A questão que temos de nos preocupar não é o déficit primário, mas o nominal. De 2014 para cá, o gasto do Brasil com juro passou de 6% para 9%. A divida pública em relação ao PIB aumentou mais de seis pontos percentuais. Isso preocupa.

Por que o governo mudou a política econômica?

O governo caiu no conto do vigário dos economistas liberais. Não existia razão para dizer que o Brasil vivia crise terminal em 2014. Tínhamos 5% de desemprego, um dos mais baixos do mundo. Já o que passou a ser feito em 2015 é uma tragédia. Adotou-se o que a Europa faz: políticas de austeridade que aprofundam a estagnação. Agora estamos em crise.

Tem como reverter?

Por que ter uma taxa de juro de 14% ao ano? Você precisa fazer mais economia fiscal para pagar juros. No primeiro semestre de 2014, pagamos R$ 130 bilhões em juro, no primeiro semestre de 2015 vamos pagar R$ 260 bilhões. O valor é muito maior do que todo o esforço fiscal.

Ajustes em programas são necessários, como Fies e Pronatec?

Fies e Pronatec são programas que precisam ser adequados, houve uma expansão muita rápida, com falta de alguns critérios.

O governo caiu no conto do vigário dos economistas liberais. Não existia razão para dizer que o Brasil vivia crise terminal em 2014. Tínhamos 5% de desemprego, um dos mais baixos do mundo.(Fonte: Diário Catarinense – 18.10.15)

Entrevista | Otto Nogami – Professor de Economia do Insper

“O governo deveria rever suas estruturas”

Para o economista Otto Nogami, seria mais eficaz ao governo rever seu organograma em busca de redução de despesas. Mas ele reconhece que alguns programas devem passar por ajustes.

Reduzir investimentos em programas é o melhor caminho?

Cortar gastos, em tese, é simples, mas grande parte da despesa é vinculada, há impedimento para cortá-la. É estranho ver o governo cortando programas em detrimento de cortes estruturais da máquina. O governo deveria rever suas estruturas, como salários, e o organograma.

Sem força no Congresso, o ministro Joaquim Levy é pragmático ao cortar programas?

Não tem jeito, porque são exatamente as contas que o governo tem condições de mexer. Em vez de buscar a solução estrutural para acertar as contas que sobem, o governo opta por reduzir investimentos e por buscar receitas, como a CPMF. A política econômica é necessária na atual circunstância.

O Fies é exemplo de programa que extrapolou capacidade de financiamento?

O Fies é importante, mas não adianta canalizar o recurso para empresas sem agregar conhecimento ao beneficiado. Você gerou volume sem qualidade, gastou dinheiro à toa e beneficiou um grupo de empresários.

Pronatec e Ciência Sem Fronteiras devem perder recursos. Os programas aprovaram?

Empresários dizem que contratar um egresso do Pronatec é a mesma coisa que contratar alguém sem qualificação. Se você gasta dinheiro para nada, é melhor não gastar. O Ciência Sem Fronteira é importante, mas não agrega tanto conhecimento.

Empresários dizem que contratar um egresso do Pronatec é a mesma coisa que contratar alguém sem qualificação. Se você gasta dinheiro para nada, é melhor não gastar. (Fonte: Diário Catarinense – 18.10.15)

Associação de Engenheiros solicita informações

Um dos órgãos mais próximos ao acompanhamento da reforma da Ponte Hercílio Luz diz ter poucas informações sobre o atual estágio da obra e pede ao Estado maior participação no andamento da reforma. A Associação Catarinense de Engenheiros (ACE) fez um documento que será encaminhado ao governo na próxima semana pedindo transparência no processo.

Representante da entidade e um dos especialistas mais próximos ao trabalho de restauração, Roberto de Oliveira, afirma que o documento cobra também o funcionamento de uma comissão de acompanhamento da obra criada em 2011.O grupo, no papel, é formado por entidades como UFSC, OAB e Assembleia Legislativa. De acordo com ele, em nenhum momento houve convocação para reuniões desta comissão.– Não sabemos mais do projeto e não estamos sentindo que haja uma diretriz na condução técnica. Queremos ter acesso total ao projeto de restauração– reforçou o engenheiro. (Fonte: Diário Catarinense – 18.10.15)

Em busca de mais dinheiro

Com a pretensão de anunciar nesta semana o contrato da terceira e mais importante etapa da reforma da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, o governo do Estado trabalha com a calculadora em mãos. Somando recursos disponíveis e diminuindo desse cálculo os investimentos já feitos, busca-se equacionar uma conta complexa por verbas que ainda precisam ser captadas para a conclusão da obra.

Para fazer a restauração do vão central e a substituição das barras de olhal – ponto crítico da estrutura – a empresa portuguesa Empa, que atualmente trabalha na conclusão da base de sustentação da ponte, pediu R$ 300 milhões. Desse valor, o DC apurou que o governo tem em caixa apenas R$ 169 milhões, sendo R$ 109 milhões do convênio assinado com o BNDES em 2013 e R$ 60 milhões aprovados via Lei Rouanet, que ainda precisam ser captados. Para fechar a conta, ainda falta ao governo levantar R$ 131 milhões (veja o cálculo ao lado).O valor faltante se soma aos R$ 562,5 milhões divulgados pelo Ministério Público do Tribunal de Contas do Estado (MPTC) como comprometidos para serem gastos na reforma da ligação desde a interdição da ponte, em 1982. No final de setembro, o procurador do MPTC Diogo Ringenberg concluiu o relatório e cobrou respostas do Estado sobre o montante investido sem a obra estar concluída. Na época, o governador Raimundo Colombo reagiu com veemência ao questionar os dados e afirmar que apenas uma parte dos recursos do BNDES e da Lei Rouanet haviam sido usados, e não a totalidade como havia sido incluído no documento. Durante a última semana, o governador Raimundo Colombo evitou falar em valores do novo contrato. Sem querer detalhar o assunto em entrevistas, disse apenas que pretende anunciar na próxima semana o desfecho das negociações. Nos bastidores do governo, comenta-se que o Estado pretende buscar um novo financiamento ou um refinanciamento para concluir a obra. A expectativa é que até terça-feira haja uma definição sobre o assunto. Engenheiros do Estado têm pressa em uma definição para evitar que em algum momento a reforma fique parada. No momento, a Empa está montando as treliças que ligam as quatro bases de sustentação da estrutura. Na próxima etapa – a última da restauração – o vão central será levantado para que as barras superiores que sustentam a ponte sejam substituídas.

Definição sobre forma de pagamento – Para dar sequência às obras, a forma com que o novo contrato deve ser pago também está em discussão. Isso porque, segundo o secretário-adjunto da comissão de Licitação e Contratos da Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB/SC), Bernardo Wildi Lins, a Lei de Licitações prevê que somente sejam selados acordos mediante a apresentação de documentos que comprovem as formas de pagamento dos valores.

– O Estado não pode se comprometer não tendo recursos ou perspectivas de tê-los – destaca Lins. E além de vencer essa etapa em busca de capital e tentar reduzir o orçamento apresentado pela Empa, o Estado ainda precisa resolver outro entrave: a forma de contratação. O governo cogita dispensar a licitação e contratar a empresa de forma emergencial. Entretanto, contratos emergenciais, como alerta Lins, têm prazo limite de 180 dias. Tempo muito inferior aos dois anos e meio necessários para concluir a restauração da ponte, que deve ser finalizada em 2018.

– Outras opções que a lei prevê são por notória especialização, quando apenas uma empresa tem a possibilidade de executar aquele serviço, ou quando não há concorrência na licitação – explica. (Fonte: Diário Catarinense – 18.10.15)

Atividade econômica tem queda de 0,76%


A queda registrada nas regiões Norte e Centro-Oeste derrubou em agosto o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), levando-o para o menor nível desde março de 2012. Em agosto, a economia caiu 0,76% em relação a julho. O recuo foi o terceiro consecutivo e acabou maior do que esperavam especialistas do setor privado.

Com isso, analistas já acreditam que a recessão do país será ainda mais forte do que a prevista inicialmente. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o resultado é de -4,47%. No acumulado do ano, a atividade econômica registrou retração de 2,99%. Considerando os últimos 12 meses terminados em agosto, a queda registrada no indicador do BC é de 2,16%.

IBC-Br é visto como a prévia do PIB –  O IBC-Br serve como referência para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Indicadores mensais já apontavam para um cen&aac

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