Florianópolis, 9.10.15 – Definições: Posições aprovadas por unanimidade na reunião do fórum parlamentar com os presidentes das federações empresariais: a) Senadores e deputados são contra qualquer projeto de aumento da carga tributária; b) O fórum vota contra apropriações nos recursos do Sistema S; c) Vai lutar pela inclusão de Santa Catarina no orçamento da União e PAC; d) O fórum respalda a indicação do desembargador Nelson Martins para o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça.
Estado crítico – Entre as rodovias estaduais em petição de miséria no Oeste de Santa Catarina ganha destaque a SC-390, que liga Capinzal a Piratuba, a principal estância hidromineral de Santa Catarina. É buraqueira para todos os lados. Os motoristas não têm como desviar das crateras que se espalham pelo trajeto. Lideranças locais já perderam as contas dos apelos ao Deinfra e ao governo estadual.
Pesca: Fritsch denuncia fraudes na china – Missão especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), organizada e comandada pela Fiesc, embarca hoje para a China. Vai participar de eventos, palestras em Xangai e depois visitar a tradicional Feira de Guangzhou. A delegação conta com 145 empresários de vários Estados, sendo 38 de SC. Será liderada pelo empresário Márcio Luiz Dalla Lana, vice-presidente da Fiesc no Meio-Oeste.
José Fritsch, um dos históricos do Partido dos Trabalhadores e o primeiro ministro da Pesca no Brasil, lançou, em Brasília, um manifesto no qual critica a recente reforma ministerial sustentando que, em vez de combater fraudes na emissão de carteiras de pescadores, a presidente extinguiu o Ministério da Pesca.
Ex-presidente do diretório estadual do PT e uma das lideranças de Santa Catarina mais bem relacionadas com o ex-presidente Lula, ele fulmina a motivação da reforma com a eliminação do Ministério da Pesca, afirmando textualmente: “Acho que o setor está sendo penalizado pela desinformação do próprio governo acerca do que a aquicultura representa e pode representar para o desenvolvimento da produção de alimentos. Acho que o nó dessa questão está na falta de informações sobre a real situação do seguro-defeso para os pescadores e pescadoras”.
O ex-prefeito de Chapecó afirma que presidentes de colônias de pescadores patrocinavam algumas facilidades na emissão de carteiras quando o seguro-defeso passou a ser pago aos pescadores. Denuncia que mudanças de ministros na área da pesca, com esta prática repetitiva, causaram profundo desgaste com o cancelamento de um projeto político nacional para o setor pesqueiro.
José Fritsch prevê ainda que a extinção do Ministério da Pesca resultará na suspensão do defeso continental, com cancelamento nos próximos 90 dias do benefício para 400 mil pescadores.
Dispara: “O governo chegou então à conclusão de extinguir o ministério em vez de criar instrumentos para o enfrentamento das fraudes do seguro-defeso. Resolveu dar uma dose letal, em vez de encontrar o remédio adequado”.
Se até José Fritsch alveja decisões da presidente Dilma é porque o governo perdeu o que restava de credibilidade política. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)
Chuva causa primeiros estragos
A chuva que começou ontem e deve se estender até domingo em Santa Catarina já causou estragos e deixa o Estado em alerta em todas as regiões. Uma morte foi registrada em Lebon Régis, no Meio-Oeste, onde um rapaz de 23 anos foi atingido por um raio na localidade rural de Fazenda Rio dos Patos. A chuva afetou mil pessoas e atingiu 200 casas no município, que decretou situação de emergência. Outras oito cidades registraram granizo e alagamentos.
Os acumulados de chuva foram elevados em Lages, onde os números passaram de 100 milímetros, e Campo Belo do Sul, também na Serra, que registrou 90 milímetros. As aulas na rede estadual da região de Lages e da rede municipal da cidade foram suspensas hoje por conta das chuvas.
A tendência até o fim da semana é que os índices fiquem ainda mais elevados em todo o Estado. A mobilização para retirada de pessoas de áreas de risco e deslocamento de reforços das forças de segurança para os municípios mais vulneráveis foram os primeiros passos para a prevenção. As áreas da Serra, Litoral Sul, Oeste e Meio-Oeste são as que mais preocupam a Defesa Civil, com previsão de até 300 milímetros até domingo. O valor é praticamente o dobro do normalmente registrado em todo o mês de outubro, quando chovem de 140 a 170 milímetros. A média nas regiões ficará em 150 milímetros, de acordo com a meteorologista da Epagri/Ciram, Laura Rodrigues.
Sol só volta a aparecer na segunda-feira – A previsão de mau tempo é pior para hoje. No sábado, a frente fria se afasta e haverá a transição para um sistema de baixa pressão, que trará mais chuva no domingo. O tempo só vai melhorar na segunda-feira. Até lá, a Defesa Civil estará de prontidão, assim como o Corpo de Bombeiros. Desde ontem, abrigos estão abertos em cidades como Rio do Sul, Criciúma e Araranguá.
– Vivemos um momento delicado em SC. Esse período de outubro e novembro inspira muitos cuidados, já com influência do El Niño. A Defesa Civil estará orientando as possibilidades dos rios transbordarem durante o fim de semana – disse o secretário de Defesa Civil do Estado, Milton Hobus.
O diretor de prevenção da Defesa Civil, major Fabiano Souza, recomenda que a população se antecipe ao problema.
– Que as pessoas fiquem atentas aos níveis dos rios, possibilidade de movimento de terra, com inclinação de árvores, postes, muros e residências trincadas. Não esperem o problema acontecer e acionem as defesas civis locais.
Defesa Civil do Estado monitora nível dos rios
A previsão de chuva intensa para os próximos dias fez com que a Defesa Civil de Blumenau e outros órgãos que fazem o monitoramento do tempo e do nível dos rios da região ficassem em estado de atenção. De acordo com o coordenador do Ceops, órgão de monitoramento da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Dirceu Luis Severo, se a previsão de chuva se confirmar existe a possibilidade de o Rio Itajaí-Açu atingir o nível de nove metros, mas essa informação ainda é uma estimativa, e não uma previsão de fato.
Com o alerta de temporal vindo para Santa Catarina nos próximos dias, a Comissão Permanente de Gestão de Risco e Apoio a Desastres da prefeitura de Florianópolis preparou um plano emergencial e está com todos os funcionários de prontidão para atender eventuais emergências. Cerca de 70 pessoas das secretarias de Assistência Social, Habitação e Obras, Guarda Municipal e todo o efetivo da Defesa Civil fazem parte da comissão.
– Só no operacional, com caminhões, hidrojato, entre outros, serão 50 pessoas. Estaremos prontos para encaminhar moradores aos abrigos, desobstruir bueiros e orientar para os casos de deslizamentos e alagamentos – explicou o chefe do setor técnico da Defesa Civil, Luiz Eduardo Machado.
Segundo a prefeitura, Florianópolis possui 42 áreas de risco, e todos os pontos prováveis de ocorrências estão mapeados pela Secretaria de Habitação. (Fonte: Diário Catarinense – Ânderson Silva)
Presidente fala em página virada durante encontro com ministros
Para tentar virar a página depois de derrotas no Congresso e no Tribunal de Contas da União (TCU), Dilma Rousseff reuniu ontem a nova equipe administrativa. Diante dos 31 auxiliares, a presidente pediu que os ministros do PMDB façam reuniões semanais com a bancada do partido na Câmara em uma tentativa de recompor a base aliada.
Dilma acredita que o governo vai reverter no Congresso a rejeição pelo TCU da prestação de contas relativa a 2014. O problema é que os parlamentares seguem arredios em relação ao Planalto. A bancada peemedebista, que emplacou dois nomes na Esplanada, se mantém dividida.
O Executivo não tem conseguido nem mesmo assegurar a quantidade mínima de 257 deputados para iniciar a votação dos vetos a projetos com grande impacto fiscal nas contas públicas. O PMDB, que antes da reforma fazia discursos pela redução de ministérios, só aceitou as mudanças após garantir sete cadeiras no primeiro escalão – antes tinha seis.
Segundo o chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, Dilma encarou com respeito a decisão do TCU e entende que a resposta do governo deve ser feita no Congresso. O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, detalhou a defesa em relação às pedaladas fiscais e sugeriu que cada ministro tenha uma cartilha de perguntas e respostas para fazer a defesa do Planalto em relação ao tema.
Atenção especial à base aliada – Evidentemente que a presidente preferia que a análise do TCU terminasse de outra forma. Ela encarou com respeito e entende que é uma página virada. – disse o chefe da Casa Civil.
Wagner afirmou que a presidente pediu atenção aos auxiliares à movimentação da base aliada no Congresso:
– Dilma reafirmou o pedido de atenção de cada ministro, principalmente do PMDB, para marcar uma reunião semanal para fazer o balizamento da bancada.
O ministro ressaltou a necessidade de execução dos acordos feitos com partidos aliados para melhorar a relação com o Planalto. Em troca do apoio das pautas do governo, siglas como PR, PRB, PTB e PP têm cobrado a liberação de emendas parlamentares e a indicação para cargos.
– É importante que os ministros cobrem das bancadas uma postura de sustentação do governo, para que tenhamos sucessos nas votações daqui para a frente – disse Wagner. (Fonte: Diário Catarinense)
Cunha teria fechado duas contas depois da Lava-Jato
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria fechado duas das quatro contas que mantinha no banco suíço Julius Baer em abril do ano passado, um mês depois do início da Operação Lava-Jato. A informação, segundo o jornal O Globo, estaria em relatório do Ministério Público da Suíça, entregue nesta semana à Procuradoria-Geral da República brasileira, sobre investigações a respeito de suposto envolvimento do parlamentar com corrupção e lavagem de dinheiro. O saldo das outras duas contas, bloqueadas, é de US$ 2,4 milhões.
As contas localizadas pelo Ministério Público suíço foram abertas em nome de offshores e têm Cunha e a mulher dele, a jornalista Cláudia Cruz, como beneficiários finais. Os documentos informam, inclusive, que o endereço do destinatário de uma das contas é o mesmo onde vive o casal, no Rio de Janeiro.
Ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirmou em ofício encaminhado à Câmara que há contas bancárias em nome de Cunha e de familiares na Suíça e que seus saldos foram bloqueados pelas autoridades daquele país. O documento foi feito em resposta a requerimento apresentado pela bancada do PSOL na Câmara. O partido afirmou que ingressará na terça- feira, no Conselho de Ética da Casa, com um pedido de cassação de Cunha.
Lei permite divulgação dos dados, afirma Janot – No documento, Janot responde à pergunta formulada pelo deputado Chico Alencar (RJ), líder da bancada do PSOL, se a Procuradoria “confirma a existência de contas bancárias em nome do deputado federal Eduardo Cunha e dos seus familiares na Suíça”. “A resposta é afirmativa”, escreve Janot. O procurador-geral também informa que os saldos dessas contas foram bloqueados, mas não revela valores. Segundo Janot, embora a lei permita haver sigilo sobre informações relacionadas a investigações criminais em andamento, o caso de Cunha é diferente já que ele preside a Câmara, inserindo-se na categoria de “pessoa politicamente exposta – cidadãos que por sua posição institucional ou funcional estão sujeitos a mais estritos critérios de transparência”.
Mais uma vez, Cunha negou-se a comentar o assunto:
– São variações do mesmo tema, contraditórias umas com as outras. Se for notificado, quando for notificado, no conteúdo que tiver, meus advogados vão falar.
Na quarta-feira, 30 deputados federais de sete partidos protocolaram na Corregedoria da Câmara representação pedindo a abertura do processo de cassação de Cunha. A Corregedoria é um órgão auxiliar da Mesa da Câmara, presidida por Cunha. O Conselho de Ética, embora controlado por aliados do presidente da Casa, pode aprovar a cassação – ela só se efetiva com o voto em plenário de pelo menos 257 dos 513 deputados. (Fonte: Diário Catarinense)
A lição do TCU
Entre a recomendação do Tribunal de Contas da União para que o Congresso reprove as contas do último ano do primeiro mandato da presidente e o impeachment da senhora Dilma Rousseff, há uma distância quilométrica, repleta de obstáculos jurídicos, políticos e de dúvidas constitucionais. São prazos regimentais tão longos e questões legais tão duvidosas, que o mais provável é a indefinição até o final do mandato, como, aliás, ocorreu com outros presidentes que ainda não tiveram suas contas examinadas pelo Congresso.
Mais de 10 processos oriundos do TCU ainda aguardam exame do parlamento, que nunca foi muito rigoroso na análise dos pareceres. Mas, afora as controvérsias jurídicas e políticas provocadas pela deliberação do Tribunal, o país passou a dispor de uma lição válida não só para o governo federal, mas para todos os
administradores estaduais e municipais. A Lei de Responsabilidade Fiscal, que o setor público ainda teima em desprezar, tem de ser respeitada. O TCU fez valer, a partir de avaliações técnicas, o cumprimento de normas e parâmetros que não podem valer apenas para o prefeito de uma pequena cidade.
Os preceitos orientadores da moralidade na administração devem ser respeitados por todos os setores da área federal. Não era o que vinha acontecendo há muito tempo e, pelo que informa o Tribunal, agravou-se nas contas do ano passado. União, Estados e municípios, sustentados por máquinas administrativas ineficientes e propensas à corrupção, terão de se submeter, sem exceções, às leis e à austeridade, sob pena de enfrentarem as penalidades daí decorrentes. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)
As contas e o desgaste do governo
Um novo embate de natureza essencialmente política vem sendo travado no âmbito do Congresso Nacional, com repercussão direta sobre o Executivo federal. Trata-se do debate a respeito das chamadas “padaladas fiscais”, artifício que consiste em melhorar artificialmente as contas do governo. Ao tentar maquiar os dados e ludibriar os agentes econômicos, o Planalto teria incorrido em erro que resultou, até agora, na rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff relativas ao exercício de 2014, esta semana, pelo Tribunal de Contas da União. Este não seria o único deslize do executivo federal, de acordo com relatório do TCU. Pelo menos mais uma dezena de irregularidades teriam sido praticadas no ano passado, incluindo o uso de bancos públicos para cobrir despesas de programas sociais e a maquiagem dos balanços para evitar o corte de gastos do governo. O argumento da situação é de que esses atos são prática antiga, no que há grande dose de razão, porém um equívoco, por mais consagrado que seja, não justifica a sua repetição ad infinitum. Esse episódio fornece combustível para que os opositores assestem suas baterias contra a presidente e os partidos que lhe servem de base. O que se almeja, dentro do jogo político, é desgastar Dilma e o Partido dos Trabalhadores, o que vem sendo facilitado pela crise econômica do país. De qualquer forma, há práticas nocivas que precisam ser peremptoriamente riscadas da rotina administrativa, para não se tornarem aceitas como naturais no campo da política. (Fonte: Notícias do Dia – Editorial)
Ladrão pagando imposto
Imagine-se um ladrão legalizado, pagando imposto direitinho e ainda por cima legislando sobre crime contra o patrimônio. Seria como reescrever o Novo Testamento: Barrabás julgando Jesus. E O condenando.
Ainda não escapamos desse horror: há parlamentares que não se incomodariam com essa triste imagem. Acham que ser corrupto é padecer no Paraíso. O único risco é ser descoberto pela imprensa enxerida e golpista, que “adora” fazer escândalo de tudo. Que gosta de maltratar e expor ao ridículo os nossos ladrões mais “honestos” e mais tradicionais.
Corrupto também sente vergonha. A seu modo, é claro. Vergonhoso mesmo seria perder, por exemplo, “aquela” concorrência pública que já estava combinada – e, por isso, no papo.
Roubar é verbo conjugado no Brasil desde Pedro Álvares Cabral – e nunca se soube que tenha sido banido como verbo avesso aos usos e costumes da Terra Papagalis.
Anda tão disseminada no Brasil a transgressão ao sétimo mandamento das tábuas de Moisés – o “Não roubarás” – que já se tornou uma verdade quase bíblica a suposição de que, aqui, o ladrão já nasce feito.
Talvez seja o tempo de “legalizar” logo o furto. E cobrar imposto de renda toda vez que o tesouro da Viúva for roubado. Roubo acima de um milhão, alíquota máxima! O ladrão pagaria 27,5% de IR sobre o total “aliviado” do Tesouro…
Quem seria o primeiro parlamentar a acolher a ideia, transformando-a em projeto de lei? Talvez aqueles com gorda conta na Suíça, mas que vivem repetindo: “Quem encontrar um centavo meu no exterior, terá o direito de herdá-lo…”
Com a legalização da ladroagem, os contribuintes seriam menos lesados. Afinal, ficaria valendo aquela sábia máxima tributária, segundo a qual “quando todos pagam, todos pagam menos”.
Hoje os corruptos de plantão podem até continuar a sua nefanda prática, mas já não escaparão de ser apontados nas ruas como os novos Judas da nação brasileira. (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos)
Conflitos em torno de terras polarizam discussões em SC
Os conflitos de terra envolvendo indígenas, poder público e agronegócio foram um dos principais tópicos de discussão da Conferência da Regional Sul da Funai, realizada em Florianópolis entre quarta e ontem. A organização do evento – que é uma etapa prévia para um primeiro encontro nacional previsto para dezembro – afirma que pretende formalizar nova política indigenista para evitar que contestações fundiárias tornem-se impasses na Justiça.
SC hoje abriga dois casos que se arrastam no Supremo Tribunal Federal, sem previsão de julgamento: Morro dos Cavalos, em Palhoça, e Ibirama La Klanõ, próximo à José Boiteux. As demarcações são contestadas pelo governo estadual.
Para o coordenador da regional Litoral Sul da Funai, João Maurício Farias, o governo de SC comete um “equívoco” ao se posicionar contrário à regularização das terras, pois isso não contribuiria com a solução do problema.
– O Estado está defendendo um grupo. No Morro dos Cavalos há vários atores interessados. Por que o governo não botou as partes numa mesa e tentou encontrar uma solução?
Representantes indígenas também criticam políticos associados ao agronegócio e que reforçariam discursos contrários aos índios.
– As manifestações contrárias aos nossos direitos têm se acirrado no Congresso. É importante combater este retrocesso – afirmou o coordenador da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul, Marciano Rodrigues.
Presente no evento, o assessor especial do Ministério da Justiça, Flávio Chiarelli, explicou que um grupo de trabalho foi instituído em setembro deste ano e deve, num prazo de 90 dias, apresentar propostas concretas para resolver conflitos fundiários em todo o âmbito nacional. (Fonte: Diário Catarinense – Luis Hangai)
Agronegócio prevê perdas com o acordo Transpacífico
Enquanto o governo federal perde o sono para se manter no poder, a Parceria Transpacífico (TPP na sigla em inglês), assinada nesta semana pelos EUA, México, Japão, Austrália e mais oito países visando vantagens comerciais, começa a provocar insônia em líderes da agropecuária brasileira. Ontem, no Fórum Catarinense do Agronegócio, realizado pela RBS TV durante a Expoeste 2015, na Efapi, em Chapecó, foi o assunto predominante. O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, o presidente da Aurora, Mario Lanznaster, e o vice-presidente da Federação da Agricultura (Faesc), Enori Barbieri, afirmaram que o TPP, considerado o maior acordo comercial do mundo, vai prejudicar o agronegócio de SC e do país, embora ainda seja difícil quantificar. Também defenderam articulação urgente do governo federal para buscar acordos bilaterais com outros países e parcerias com blocos econômicos. Afinal, essa é tarefa da União.
Para Lanznaster, o impacto negativo começará a ser sentido daqui a dois anos, quando esses países equacionarem as parcerias.
– Tem um ditado que diz: diga-me com quem andas que eu direi quem és. O Brasil não buscou aproximação com outros mercados. Esse acordo TPP vai prejudicar sim, e muito, as nossas exportações, especialmente na Ásia – prevê Lanznaster.
Na avaliação de Rodrigues, haverá perdas porque o acordo envolve mercados nos quais o Brasil atua. Os EUA fornecem frango e suíno ao Japão, onde SC é líder no primeiro e luta para avançar com o segundo produto; a Austrália produz carne bovina e açúcar, mercados ocupados pelos brasileiros, e assim por diante.
Para Barbieri, o TPP vai trazer prejuízos e faltou ao Brasil fazer algo simples: olhar o que os vizinhos estão fazendo. O Chile tem acordos bilaterais com 180 países.
Aliás, a falta de acordos internacionais é um dos motivos pelos quais as exportações da indústria brasileira não param de cair. É preciso firmar parcerias urgentes com grandes mercados, especialmente EUA e Europa.
Afora a apreensão com o acordão comercial e a falta de infraestrutura, os participantes do painel traçaram um cenário promissor para o agronegócio brasileiro e catarinense. Além de Rodrigues, Barbieri e Lanznaster, foram debatedores do evento mediado pela colunista e comentarista do Grupo RBS em Brasília, Carolina Bahia, o presidente da Organização das Cooperativas do Estado, Marcos Zordan; e o conselheiro da Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro) e presidente da Cooperalfa, Romeo Bet.
Na foto, a partir da esquerda: Romeo Bet, Mario Lanznaster, o secretário de Estado da Agricultura, Moacir Sopelsa, Carolina Bahia, Roberto Rodrigues, Marcos Zordan e Enori Barbieri.
Cadeias produtivas – Embora não perceptível para a maioria, as cadeias produtivas completas garantem estabilidade à economia de SC, observou o vice-presidente da Faesc e presidente da Cidasc, Enori Barbieri. Ele citou os sistemas integrados de aves e suínos e também a produção de fumo, da qual 95% são exportados. Para ele, é preciso que SC amplie a produção de bovinos de corte e aprimore a qualidade do leite para exportar mais.
Falta de ferrovia – Presidente da maior cooperativa agropecuária do Estado, a Cooperalfa, que integra a Coopercentral Aurora, Romeo Bet aproveitou o evento para tocar num dos maiores gargalos do setor, a falta de ferrovias, especialmente para trazer grãos ao polo do Oeste. Ele disse temer uma migração das indústrias para regiões produtoras de grãos e alertou sobre o risco iminente de aumento do custo do milho porque o dólar subiu.
Paz pela boca – Do alto da experiência de quem passa circulando pelo mundo por fazer parte de 39 conselhos e entidades do Brasil e exterior, o engenheiro agrônomo e ex-ministro Roberto Rodrigues trouxe emoção ao fórum de ontem ao enfatizar que a alimentação garante paz.
– Tenho sete netos. Penso: que culpa eles têm de ter nascido? A culpa é minha. Só tenho uma missão: trabalhar para que digam que o avô deles lutou até o último dia para o Brasil ser o campeão mundial da paz – afirmou, numa referência à expansão do agronegócio que já responde por 43% do PIB.
Conforme Rodrigues, muitos homens com filhos com fome fazem uma guerra.
Celeiro mundial – Diante da necessidade de incrementar a produção de alimentos no mundo, a FAO e a OCDE recomendaram ao Brasil até 2020 aumentar em 40% a oferta. De acordo com Marcos Zordan, da Ocesc, isso não será difícil com tecnologia porque o país elevou em 156% a produção de grãos nos últimos 10 anos em apenas 25% a mais de área cultivada. Segundo ele, o crescimento da população significa vantagens ao agronegócio. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
SC é maior produtor de ostras, diz IBGE
Santa Catarina se consolidou na produção de quatro culturas em 2014, segundo dados do relatório de Produção Pecuária Municipal, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado liderou mais uma vez os rankings de suinocultura e maricultura no país.
Em 2014, 98% das 21,665 mil toneladas de mexilhões, vieiras e ostras cultivados no Brasil saíram de Santa Catarina. O município de Palhoça, na Grande Florianópolis, foi o destaque, com 60,8% da produção estadual e 59,6% da nacional. Outras oito cidades catarinenses apareceram no ranking das 10 com a maior produção do país.
Já Florianópolis está na liderança da produção de sementes para a maricultura. As fazendas da Capital coletam 88,2% do total das sementes dos mexilhões, vieiras e ostras que geram novas produções e substituem as envelhecidas.
A suinocultura cresceu 3,2% em 2014 no país, chegando a 37,93 milhões de cabeças. Esse número faz do Brasil o quarto maior produtor do mundo, atrás de China, União Europeia e Estados Unidos. Dentro desse montante, 14,4% são produzidos em Santa Catarina, especialmente na Região Oeste.
Certificados como o de zona livre de aftosa sem vacinação, único no país, fazem do Estado um grande exportador do produto. O destino mais frequente é a Rússia, mas recentes aberturas para os Estados Unidos, em novembro de 2014, e conversas avançadas com o Japão podem incentivar ainda mais a produção em 2015.
A Região Sul, como um todo, é responsável por 49,3% dos suínos produzidos no Brasil. (Fonte: Diário Catarinense)