Clipping Imprensa – Em busca de recursos para o transporte

Clipping Imprensa – Em busca de recursos para o transporte

Florianópolis, 24.2.16 – Com a meta de entregar até março de 2018 o sistema de BRTs (Bus Rapid Transit) entre a BR-101 e a Ilha de Santa Catarina, o governo do Estado busca agora o financiamento de pelo menos R$ 400 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para que possa executar os serviços em uma Parceria Público-Privada (PPP). Ontem, no Rio de Janeiro, o superintendente da Região Metropolitana de Florianópolis, Cassio Taniguchi, se reuniu com representantes da área Social do banco para iniciar as tratativas. O valor total do investimento da primeira fase do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus), que é a implantação do sistema de BRTs, está orçado em R$ 850 milhões.
Duas empresas – a Triunfo, de São Paulo, e a Sul Catarinense, de Santa Catarina – já estão fazendo um modelo de parceria que deve ser apresentado ao Estado até a metade deste ano. A intenção é de que o serviço seja concessionado para que a empresa vencedora da concorrência pública faça as obras de implantação dos corredores de ônibus, estações de embarque e melhorias necessárias e administre os serviços por pelo menos 20 anos.
– O Plamus está pronto e aprovado e nós não perdemos muito tempo. Dividimos ele em dois blocos. O primeiro é o que compreende a BR-101, a Via Expressa com as duas pontes e o Anel Central, que está sendo implementado pela prefeitura de Florianópolis. Então, a nós compete, o restante com BRT. A nossa expectativa é que o governador possa inaugurar a primeira etapa das linhas rápidas até 2018 – explicou o superintendente de desenvolvimento regional.
Taniguchi também garante que as negociações com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estão adiantadas, já que parte do corredor de BRT passaria pela BR-282 até chegar na BR-101.

Planejamento de mobilidade prevê ações até 2040 – Mas os BRTs são apenas a primeira parte do Plamus, que prevê ações na mobilidade urbana da região até 2040 com investimentos de pelo menos R$ 3 bilhões. O relatório final do plano, desenvolvido por um consórcios de empresas, foi apresentado ontem no BNDES, no Rio de Janeiro, que bancou o estudo de R$ 10,7 milhões. Na apresentação, técnicos que participam dos levantamentos detalharam as ações e ainda destacaram a importância da implantação do Plamus para a mobilidade urbana da Grande Florianópolis. O sócio da Strategy& PwC, que integra o consórcio que fez o projeto, Carlos Eduardo Gondim, foi enfático ao dizer que o Plamus tem a intenção de não ter propostas impossíveis execução:
– Um plano é um conjunto de ideias num papel. Se ele não virar realidade, não traz os efeitos para as pessoas no dia a dia e não serve para nada. Um dos motes do trabalho foi praticidade e exequibilidade.
Um dos focos do Plamus é qualificar o transporte coletivo para diminuir os problemas de mobilidade. Segundo o levantamento, 48% dos deslocamentos na região são feitos por veículos particulares, enquanto em outras metrópoles do país esse índice fica na casa dos 25%. Outra vertente é voltada para o transporte não motorizado, que prevê 176 quilômetros de vias com infraestrutura para bicicletas e pedestres.
O Plamus sugere ações de reestruturação do transporte coletivo integrado metropolitano, priorização dos modais não motorizados, gestão de demanda, reestruturação do transporte de mercadorias e expansão da capacidade viária e gestão de tráfego.

BNDES acompanhará ações do projeto – Está prestes a ser assinado um termo de cooperação entre o BNDES e o governo de Santa Catarina para que o banco dê apoio operacional nos projetos do Plamus, além de poder contribuir com outras ações que envolvam concessões e Parcerias Público Privadas (PPPs). Gerente da Área de Estruturação de Projetos do BNDES, Bruno Malburg, explica que a equipe do banco auxilia na estruturação das propostas e continuará acompanhando os trabalhos do Plamus na região. Segundo o vice-presidente do BNDES, Wagner Bittencourt, o plano é a mostra de como é possível fazer investimentos, mas que o momento é de execução:
– E agora é a hora de colocar em pé, correr atrás de detalhes, recursos, fazer bons projetos para que fiquem em pé. Agora é a hora do detalhe – diz Bittencourt.

Monotrilho e VLT foram descartados – No projeto do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus), os técnicos do consórcio contratado estudaram três novas possibilidades para o transporte coletivo além dos ônibus atualmente usados. Foram analisados os usos de BRT (Bus Rapid Transit), VLT (veículo leve sobre trilhos) e de monotrilho. Com base em quesitos técnicos como perfil dos modais, impactos social e ambiental, viabilidade, serviços aos usuários e implementabilidade, chegou-se à conclusão de que o BRT é o mais recomendado:
– Em investimento, o VLT e o monotrilho são maiores do que BRT. Estudamos também concentrar apenas em áreas centrais, e mesmo assim é muito maior – explicou o representante da Strategy& PwC, Carlos Eduardo Gondim.

União de modais não teve interesse – Na avaliação criada pelo estudo, a nota de solução mais eficaz e rentável para o BRT foi de 7,9, enquanto o VLT ficou com 7,3 e o VLT com 7,1. Por isso, então, o novo sistema de ônibus foi apontado como o melhor a ser implantado na Grande Florianópolis. O projeto também analisou a possibilidade de unir o BRT e o VLT e o VLT e o monotrilho. Em ambas as possibilidades as estruturas não se apresentaram interessantes. Gondim detalha que o estudo apontou que os ônibus do BRT podem ser elétricos, o que torna o transporte mais sustentável.

Quarta ponte não é opção imediata – O relatório do Plamus toca em um dos pontos sensíveis da mobilidade urbana de Florianópolis: a quarta ponte entre a ilha e o continente. Apesar de a estrutura ser vista como solução para acabar com as filas atuais, os técnicos que desenvolveram o plano entendem que a nova ligação somente deve ser considerada a longo prazo.
No entendimento do consórcio que desenvolveu o estudo, o que deve ser feito atualmente é se aproveitar melhor as atuais estruturas existentes. O engenheiro da Logit, que faz parte do consórcio, Maurício Feijó, afirma que a construção da quarta ponte faria com que uma nova oferta de mobilidade se criasse e, assim, pudesse haver um novo ponto de sufocamento do trânsito na região. Por isso, Carlos Gondim, da Strategy& PwC, também integrante do Consórcio, entende que a nova ponte possa ser uma solução a partir de 2025.

Modal marítimo é medida paliativa – O transporte marítimo entre Ilha e Continente não faz parte de uma das soluções do plano pela dificuldade de integração com os outros modais. Isso porque, ao chegar na Ilha, os pontos estudados são de difícil acesso aos maiores bolsões de trabalho, que são os mais procurados por quem faz a travessia diariamente.
Então, como explicou, Maurício Feijó, engenheiro da Logit, seria necessário que o passageiro, além de usar o transporte marítimo, precisasse entrar em outro transporte coletivo depois. Além disso, a velocidade do transporte não é tão favorável.
Mas Feijó não descartou totalmente as embarcações. Ele destacou que durante as obras de implantação do BRT, como opção diante da mudança que deve haver temporariamente no trânsito, o transporte marítimo é uma forma de agilizar a travessia pela Ilha. (Fonte: Diário Catarinense – Ânderson Silva)

Via Expressa terá edital em 10 dias

O projeto de duplicação da Via Expressa à BR-282, na Grande Florianópolis, deve ser licitado em 10 dias. O compromisso foi firmado pelo Ministério dos Transportes durante reunião ontem à tarde em Brasília com o Fórum Parlamentar, deputados catarinenses e prefeitos da Região Metropolitana. Do projeto de R$ 500 milhões, na gaveta desde 2011, será disponibilizado um valor de R$ 100 milhões para a execução da primeira etapa, que deve começar ainda este ano.
– Chegamos a um consenso em começar com R$ 100 milhões. Não é o ideal, mas é o que dá para fazer agora – disse o prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Júnior (PSD), presente na reunião.
Amanhã, o prefeito da Capital deve se reunir com o Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT) para discutir detalhes do projeto. A ideia, segundo Souza Junior, é que seja feita uma nova faixa para cada lado da pista, além de melhoramentos nos acessos. Prefeitos das cidades de São José, Biguaçu e Palhoça, também presentes no encontro em Brasília, devem discutir se as novas faixas serão exclusivas para ônibus, conforme aponta o Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável).
– Vamos discutir se será via aberta ou exclusiva para o transporte, que na minha avaliação seria a melhor escolha. São mais de 1 mil ônibus e 180 mil veículos por dia no local – avalia Souza Júnior.

Duplicações ficam sem garantia do governo – Deputados catarinenses e entidades saíram insatisfeitos com o posicionamento do governo federal pelo fato de não garantir a inclusão da duplicação entre as rodovias do Oeste Catarinense e a BR-470, no Vale do Itajaí – uma das principais reivindicações da bancada catarinense em relação à concessão do trecho entre as BRs-476/153/282/480 entre o Paraná e Santa Catarina.
Conforme o atual projeto, a duplicação deve ligar o Oeste do Estado ao Paraná. Entidades catarinenses contestam por entenderem que a obra desviará o desenvolvimento econômico e turístico de SC para o Estado vizinho.
– O ministro disse que a mudança depende da autorização do Ministério do Planejamento – disse a deputada Luciane Carminatti (PT).
Durante a reunião em Brasília, que contou com a participação da direção do DNIT e da Secretaria de Concessões do Governo Federal, o ministro dos Transportes se comprometeu em antecipar o estudo para a concessão da BR-470 de julho para maio.
O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, também anunciou na audiência outras mudanças, como a alteração do local da praça de pedágio em Xanxerê, aplicação de terceiras faixas no decorrer da BR-282 ao invés de duplicar todo o trecho e alterações nos valores de pedágio. As mudanças seguem as determinações feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que concluiu na semana passada o estudo para a concessão. Também foi acordado um investimento de R$ 150 milhões – recursos das emendas da bancada catarinense para a realização de melhorias e colocação de terceiras faixas na BR-282 entre São Miguel do Oeste e Ponte Serrada. (Fonte: Diário Catarinense – Mônica Foltran)

Recuperação

Empresa contratada para recuperação da ponte Hercílio Luz está erguendo a quarta e penúltima treliça que permitirá a sustentação do vão central e execução das obras emergenciais. A última treliça será colocada no início de março. O contrato previa que a conclusão desta etapa se daria em abril.

Via expressa – Ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, autorizou ontem o DNIT a lançar edital para contratar a construção das terceiras faixas na entrada e saída de Florianópolis pela BR-282, a Via Expressa. A obra está orçada em R$ 100 milhões. Na audiência concedida ao Fórum Parlamentar e aos prefeitos da Grande Florianópolis, o ministro perguntou se o DNIT tinha o projeto. A resposta foi negativa.

Concessões – Entrou areia no processo de concessões de rodovias federais no Oeste catarinense pela Agência Nacional de Transportes Terrestres. O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União, apontou 44 restrições ao edital da ANTT para duplicação de rodovias no Estado. Entre os vetos está a previsão de uma praça de pedágio em Xanxerê. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)

Pressão pelo Aeroporto Quero-Quero

Reunido com usuários do Aeroporto Quero-Quero – ou Aeroporto Regional de Blumenau, como preferem alguns – o governador Raimundo Colombo pediu à Secretaria de Estado da Infraestrutura um projeto para melhorar as condições de operação do aeródromo. As principais reivindicações do grupo, que esteve em Florianópolis na segunda-feira, são a implantação de iluminação noturna, a recuperação da cerca que contorna o Quero-Quero, a impermeabilização da pista para evitar infiltração de água da chuva e o corte de árvores nas regiões vizinhas.
A expectativa dos blumenauenses é de que os pedidos sejam atendidos ainda neste ano, quem sabe até no primeiro semestre. A ideia do grupo é dar ao local as condições ideais para manter e estimular cada vez mais a aviação executiva, além de melhor atender as necessidades do helicóptero Arcanjo, que agora tem base no local, e os voos com órgãos para transplantes. O gestor administrativo do Aeroclube de Blumenau, Maurício Rutzen, diz que até mesmo o retorno de voos comerciais seria viável se as condições fossem melhores. (Fonte: Diário Catarinense – Pancho)

Porto Belo busca novas escalas de cruzeiros

A temporada de cruzeiros tem rendido b
ns frutos a Porto Belo. Ontem, a cidade recebeu 2.199 passageiros vindos de Santos a bordo do MSC Armonia e já começou a prospectar novas escalas. Para o próximo verão, estão confirmadas cinco embarcações, que somam 5.903 passageiros. Além disso, outros três navios têm passagem prevista ainda neste ano: Seven Seas Mariner, Costa Pacifica e Regatta, que encerrará as escalas no dia 5 de março.
Nesta temporada, a cidade recebeu 25 transatlânticos, cerca de 70 mil passageiros e em torno de 30 mil tripulantes. A intenção da Fundação de Turismo é manter os bons números. O presidente Claudio Souza explica que o município conseguiu se firmar no mercado de cruzeiros e recuperar o movimento perdido. No ano anterior, Porto Belo teve apenas 10 paradas.
– Fizemos um trabalho de reestruturação e participação em eventos internacionais e em rodadas de negócios para mostrar a cidade. Estimamos que estes turistas movimentem, em média, R$ 12 milhões na região – explica.
Esses visitantes incrementam, inclusive, o turismo das cidades vizinhas, como Balneário Camboriú, Nova Trento, Penha e Ilhota.

Itajaí prevê recuperação – Enquanto Porto Belo comemora o bom desempenho, Itajaí amarga queda no número de escalas: de 22 na temporada anterior para 16 neste verão. O secretário de Turismo, Agnaldo Hilton Santos, afirma que os custos operacionais afetaram o mercado. No entanto, garante que a cidade já pensa em recuperação:
– Estamos planejando junto com a Secretaria de Estado de Turismo e a Santur a participação em uma feira de cruzeiros que ocorre de 14 a 17 de março, em Miami. A ideia é vender as cidades de SC que recebem navios e oferecer um pacote de mini cruzeiros.

Movimentação – Em janeiro, a APM Terminals teve uma redução de 48% na movimentação de contêineres em relação ao mesmo período de 2015. A informação anterior publicada na coluna, de uma queda de 78%, havia sido repassada pela Superintendência do Porto de Itajaí. Já o volume movimentado nos dois navios de carga-geral que atracaram na cidade é 60% maior do que o movimentado em todo 2015 para este tipo de carga. (Fonte: Diário Catarinense – Maikeli Alves)

Vigilância na BR-101

Estão em fase de testes as câmeras instaladas em nove pontos da BR-101 entre Garuva e Barra Velha para monitoramento pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). As imagens poderão ser acompanhadas pelos policiais nos postos da PRF. A instalação está sendo feita pela Autopista Litoral Sul, que mantém outros 186 aparelhos para monitorar o tráfego. As câmeras não terão função de radar e devem entrar em operação nas próximas semanas.

Mais rápido – A saída para tentar evitar novos atrasos na obra do elevado da Santos Dumont, em Joinville, será conseguir autorização da SC Gás para que a Secretaria da Infraestrutura faça a remoção da rede de gás (etapa que precisa ser realizada para dar continuidade às obras). Se a companhia fizer o serviço, terá de licitar, e a construção será paralisada à espera do serviço. Em relação às redes de energia e de água, Celesc e Águas de Joinville montaram cronograma para fazer os desvios sem necessidade de parada. Em reunião em Joinville, o secretário João Carlos Ecker disse acreditar em conclusão do elevado – e da duplicação da Santos Dumont – ainda neste ano. (Fonte: Diário Catarinense – Jefferson Saavedra)

Reviravolta no gogó

O começo da reunião com prefeitos e bancada federal catarinense com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, ontem, em Brasília, foi um balde de água fria. Rodrigues abriu a discussão dizendo que todos os recursos para investimentos estavam indefinidos até o Planalto detalhar o corte de R$ 25 bilhões. Como só a obra de ampliação da Via Expressa estava orçada em R$ 500 milhões, logo ficou claro que não haveria dinheiro.

Foi quando… – O prefeito Camilo Martins, de Palhoça, fez um relato sobre os gargalos que o município enfrenta com a BR-101 e a 282 (Via Expressa), que o jogo começou a virar. Até que surgiu a solução apresentada por Cesar Souza Junior, que defendeu um projeto revisado, mais simples, orçado em R$ 100 milhões. A proposta prevê ao menos a construção de uma terceira faixa e melhoria nos acessos ainda em 2016.
O ministro gostou e disse que em 10 dias lança o edital.

Pai da ideia – Em tempos de crise, o milionário mineiro Douglas Aguiar, que morou um bom tempo em Florianópolis, está cético quanto ao ritmo e à conclusão das obras de restauração da ponte Hercílio Luz. Segundo ele, o governo do Estado deverá enfrentar dificuldades para bancar a etapa mais cara e delicada do trabalho: a substituição dos olhais. Aguiar afirma ter sido, em parceria com a empresa de engenharia RMG, o “pai” da ideia dos pilares de sustentação. (Fonte: Diário Catarinense – Rafael Martini)

Amigos da inflação

Muitos brasileiros de memória “rentista” sentem saudade da era da economia pluridigital. Dos tempos do overnight e da inflação de quatro dígitos. Não se trata da mesma saudade que sentiriam da juventude perdida; de uma amante carinhosa; do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça; de tainha frita com pirão dágua; ou de um trânsito mais civilizado. É outra coisa: é a compulsão e a comichão pela ganância.
E a culpa não é só do desgoverno gastador. Tem empresário e até autônomo prestador de serviço que adora dar uma dentada no consumidor, aumentando abusivamente o produto ou serviço à venda. Banqueiros também sentem uma epidérmica falta da inflação. A besta-fera em sua nova e civilizada aparência: uma inflaçãozinha palatável, coisa entre 10% e 12%. Acham que um pouquinho de inflação não faz mal.
No Brasil é assim: basta haver um indício de demanda para que cresça o olho grande naqueles que têm “alguma coisa pra vender”. Passam os planos econômicos e a mentalidade continua a mesma: aumentar as margens de lucro, aproveitar a maré, ganhar sobre a unidade e não sobre a escala, faturar “mais” sobre “menos”.
Se as doenças são as mesmas dos tempos da inflação braba, os remédios também repetem a época do Emplastro Sabiá, do Rhum Creosotado e da Pomada Minâncora. A pura remarcação de preços diminui a procura, mas, paradoxalmente, não diminui a inflação. O resultado é esse bicho novo que atende pelo nome de “estagflação”.
A carestia é uma zika a respeito da qual nutrem uma tolerância muito parecida com a do consumo da Cannabis sativa, a popular maconha. “Um pouquinho só não vicia.” E, no caso, o maior viciado é o governo, que vive gastando o que não tem.
A inflação dos alimentos – vilã do momento – vem da transformação dos gêneros alimentícios em ações das bolsas ditas agrícolas, cuja meca é Chicago. Numa época de juros baixos ou negativos (no hemisfério norte), os especuladores lançam-se como cupins nas bolsas mercantis e de “futuros”.
O que fazer para alimentar um estômago pobre quando o feijão e o arroz estão cotados em bolsa?
Reagem como um “ativo”, uma “ação” de grande empresa. Quer dizer: os ricos das economias desenvolvidas conseguiram transformar a comida em commodity de sua sortida cesta de investimentos. (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos)

Tudo parado

A prisão do marqueteiro João Santana já contribui para o desgaste político da presidente Dilma Rousseff e atrapalha as negociações junto ao Congresso para a votação de pautas polêmicas. Neste início de trabalhos legislativos, as atenções miram o destino do marqueteiro e as próximas revelações da Lava-Jato. Enquanto partidos aliados ficam paralisados, a oposição ganhou ânimo. Um comitê suprapartidário foi organizado, com a participação dos movimentos de rua, com a intenção de bombar o impeachment. Enquanto isso, a presidente tenta reagir, assumindo o comando da articulação política. Ontem, pela primeira vez, ela recebeu a bancada do PTB na Câmara para um almoço no Palácio da Alvorada. Serviu peixe como prato principal e a defesa da reforma da Previdência como sobremesa.

Aquecimento – Ao decidir entrar no STF contra a União, o governador Raimundo Colombo dá sinais de que está disposto a se descolar do governo Dilma. Já seria um aquecimento para a campanha ao Senado, em 2018.

Tabelinha – Rio Grande do Sul e Santa Catarina fizeram uma jogada ensaiada na briga contra a União. Depois de reuniões e trocas de informações, o governador Raimundo Colombo (PSD) foi ao STF e, em seguida, José Ivo Sartori (PMDB) entrou com ação na Justiça Federal de Brasília. A tese é a mesma: os Estados questionam os juros aplicados pelo Ministério da Fazenda na renegociação das dívidas.

Troca – O Ministério dos Transportes sugeriu uma alternativa mais barata à obra de melhoria da Via Expressa (Florianópolis). Em reunião com deputados e prefeitos, o ministro Antonio Carlos Rodrigues apresentou como saída à paralisação do empreendimento a construção de mais duas faixas na rodovia. Com isso, as demais obras de melhorias seriam abandonadas porque falta dinheiro para o projeto original, orçado em R$ 500 milhões.

Protelando – O Ministério da Fazenda apresentou uma conta tão salgada aos Estados, que não deixou alternativa aos governadores. Ao mesmo tempo, a turma do ministro Nelson Barbosa ganha tudo o que queria: tempo. Enquanto a briga se arrasta na Justiça, a renegociação fica parada. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)

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