Clipping Imprensa – Entraves atrasam obras do contorno viário

Clipping Imprensa – Entraves atrasam obras do contorno viário

Florianópolis, 17.6.16 – Previsto no edital de concessão da BR-101 para 2012, o contorno viário da Grande Florianópolis agora tem novo prazo de entrega: final de 2019. A proposta de alteração foi apresentada pela Autopista Litoral Sul à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que é responsável por avaliar o pedido e decidir se aceita ou não a mudança. A informação da nova troca de prazo foi antecipada pelo colunista do DC Rafael Martini na última semana.
Antes, a expectativa era de que até 2018 a obra fosse terminada. Mas a concessionária também já havia falado em terminar os serviços em 2017. As mudanças de prazos estão diretamente ligadas aos entraves encontrados durante o processo burocrático de preparação da obra. O contorno rodoviário da Grande Florianópolis terá cerca de 50 quilômetros de pista dupla, seis trevos, 22 passagens em desnível, três viadutos, 12 pontes e oito túneis.
Atualmente, segundo os diretores da concessionária, quatro entraves são enfrentados. O principal está ligado às desapropriações. David Diaz, CEO da Arteris, holding que controla a Autopista Litoral Sul, explica que até 40% das liberações de área foram feitas. Os outros 60% seguem em negociação.
Por orientação da ANTT, explica o superintendente da Autopista, Paulo Mendes Castro, todas as desapropriações estão sendo judicializadas. Até agora, foram gastos R$ 200 milhões nas indenizações.
– Protocolamos o nosso cronograma com uma previsão de que todas essas pendências de licenças e desapropriações em um cenário realista de que (a obra) esteja finalizada em 2019 – detalhou Díaz.
Os outros três entraves são ligados a questões ambientais. Os dois primeiros ficam no trecho norte, em Biguaçu. Um deles na região conhecida como Serrinha, onde o Ibama analisa uma alteração no pedido de licenciamento que previa um tipo de corte no morro existente no local e agora a concessionária apresentou uma proposta prevendo muros de contenção, que ainda não foi aprovada pelo órgão.

Alteração do traçado exige licença ambiental – O segundo entrave, em Biguaçu, fica nas proximidades do aterro sanitário da Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda, que atende os 23 municípios da Grande Florianópolis. O projeto original prevê que o contorno passará pela área, o que foi contestado pela empresa responsável na Justiça.
A Autopista aguarda uma decisão judicial, mas admite que já estuda uma alternativa. Por conta desse entrave, 1,7 quilômetro de obra está parados.
– Encaminhamos os estudos para afastar o traçado em 150 metros, o que daria espaço para a empresa usar a área por mais 20 anos. O que queremos é poder avançar com a obra – justifica Castro.
O quarto entrave está na liberação de licenças ambientais no trecho de Palhoça, onde uma alteração de traçado foi feita recentemente. No mesmo ponto, a concessionária enfrenta dificuldades com as desapropriações, já que durante a etapa de projetos, a prefeitura da cidade liberou a construção de um condomínio em uma das áreas por onde passará a obra.
Revisão de pedido de prorrogação feito pela Autopista está sob análise, diz ANTT – Via assessoria de imprensa, a ANTT disse que “Autopista Litoral Sul está em tratativas com os órgãos competentes para revisão dos prazos referentes à obra do contorno rodoviário de Florianópolis”. O órgão diz que “somente após a finalização deste processo deverá ser aprovado novo cronograma”.
A necessidade da construção de um contorno viário para retirar o fluxo pesado da BR-101 na Grande Florianópolis se concretizou a partir de 1998, com a elaboração de um projeto. De lá para cá, entraves empurraram o início para março de 2014.
A conclusão, inicialmente prometida para 2012, foi adiada para 2015 e prorrogada para 2018 e segue em ritmo lento. Desapropriações, pendências na emissão das licenças ambientais e o excesso de chuvas são as principais justificativas da Autopista Litoral Sul. (Fonte: Diário Catarinense – Ânderson Silva)

Contorno sai em 2019

Davi Dias, presidente da Arteris, visitou ontem os principais veículos de comunicação de SC na companhia de assessores e diretores para apresentar o novo cronograma de obras do contorno viário da Grande Florianópolis. A previsão de entrega é no final de 2019, conforme a coluna havia antecipado com exclusividade no último dia 10. A lista de entraves enfrentados pela empresa que controla a Autopista Litoral Sul, concessionária responsável pela construção dos 51 quilômetros, seria motivo suficiente para abrir mão do contrato. Mas Dias, um otimista, diz que a companhia pretende encarar os contratempos como desafios.

Aliás – A demora na consolidação dos acordos de desapropriações dos terrenos hoje é apontada como principal dificuldade. Das mil áreas mapeadas para negociação, 40% já foram liberadas. O maior problema está em Palhoça por causa da escandalosa construção de um loteamento exatamente no trecho por onde passaria a versão anterior do contorno. Mais um caso de polícia a ser investigado no município, pois contou com a anuência de políticos locais.

Voluntariado – O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, alcançou esta semana uma ambiciosa meta. Já são mais de 1,6 mil catarinenses inscritos no programa Eu Voluntário: deixando o meu legado, do Movimento Santa Catarina pela Educação, iniciativa da Fiesc e das federações do comércio (Fecomércio), agricultura (Faesc) e transporte (Fetrancesc). Agora, estes voluntários serão orientados, de acordo com o perfil informado, para atender demandas de escolas e instituições educacionais que se cadastrarem no programa. Para participar, basta se inscrever no site www.scpelaeducacao.com.br. Até o final de 2016, o projeto deve realizar mais de 200 ações em todo o Estado. (Fonte: Diário Catarinense – Rafael Martini)

Os entraves do contorno da BR-101

Mudanças no projeto original determinadas por questões políticas e ambientais, questões judiciais relativas às desapropriações, falta de licenças de instalação, novas exigências para construção de obras de arte de alto custo, alterações no traçado e até indefinições legais são os principais problemas que estão retardando a construção do contorno da BR-101 em Florianópolis.
Estas informações foram dadas por David Diaz, presidente da Arteris, proprietária da Autopista Litoral Sul, concessionária da BR-101 no trecho catarinense. Ele confirmou que o último cronograma da obra foi aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres. Prevê agora a conclusão para o final de 2019.
A questão das desapropriações é um dos maiores problemas. Até agora foram desapropriados cerca de 40% das 1.015 previstas no projeto. E isto graças à ação da juíza Michele Polipo, da Vara Criminal de Florianópolis, que se dispôs a, voluntariamente, coordenar todas as ações de desapropriações. Estas desapropriações acontecem pela via da judicialização, exigência da ANTT.
O contorno tem 51 quilômetros. Com as alterações no projeto inicial foram acrescidos quatro túneis duplos, dois viadutos e cinco pontes. Os custos destas obras ainda não foram dimensionados. Cerca de 400 pessoas trabalham neste momento no contorno.
A Autopista registrou em 2015 receita de R$ 223 milhões com cobrança de pedágio em Santa Catarina, teve despesas de manutenção do sistema de R$ 138 milhões e lucro operacional de R$ 70 milhões, mas tudo revertido em investimentos, que totalizaram R$ 335 milhões, segundo David Diaz, exigindo que os acionistas fizessem aportes extraordinários na rodovia.
A Autopista protocolou proposta de manifestação de interesse no Ministério dos Transportes para assumir a concessão da BR-101 Sul.

Gaudí em SC – O presidente do grupo Arteris, David Diaz, confirmou para o dia 25 de agosto a abertura da exposição inédita do artista espanhol Antoni Gaudí. Além de várias peças de móveis criadas pelo famoso catalão, a mostra terá uma maquete da excepcional Catedral da Sagrada Família e pinturas de outros premiados artistas espanhóis. A exposição será no Museu de Arte Moderna. Daqui, irá para São Paulo.
Abandonada – Clima de revolta no noroeste do Rio Grande do Sul e Sul de Santa Catarina. O DNIT expediu a ordem de serviço para pavimentação da rodovia BR-285, ligando São José dos Ausentes (RS) a Timbé do Sul (SC). Segundo o deputado Manoel Motta, a construtora Setep, vencedora da concorrência, comprou R$ 40 milhões em máquinas e equipamentos. O DNIT nada pagou e a obra está totalmente parada. Vergonha!

Piada – As dificuldades enfrentadas pelos criadores de aves e suínos do Oeste pelos aumentos elevados de milho e soja encontram agora como adversidade a burocracia federal. Para amenizar o drama dos produtores, a Conab garantiu no dia 6 de abril o fornecimento de 160 mil toneladas de milho para Santa Catarina. Passaram-se mais de dois meses e até agora enviou apenas 2,5 mil toneladas. O déficit catarinense é de 3 milhões de toneladas. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)

Quando termina?

A pergunta é sobre a conclusão da Via Rápida, que vai ligar a região de Criciúma à BR-101. A rodovia deveria estar pronta desde o fim do ano passado, mas os trabalhos ficaram parados por quase um ano. O custo da estrada já passou de R$ 77 milhões para R$ 84 milhões. A via começou a ser construída em 2012, principalmente pela demora no pagamento das desapropriações dos terrenos. O Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) acredita que as últimas indenizações já têm previsão para serem pagas. O governo do Estado vai disponibilizar R$ 5 milhões na próxima semana. (Fonte: Diário Catarinense – Ricardo Dias)

Elevado do Rio Tavares

Para quem passa pelo local não é muito evidente o andamento das obras, mas, segundo informações da prefeitura de Florianópolis, está sendo construído o quinto dos nove vãos de estaqueamento de madeira que serão suporte do escoramento da estrutura do elevado do Rio Tavares. O terceiro dos vãos já recebeu a fixação das bases de concreto armado. Após a finalização desta etapa, será iniciada a montagem das formas para concretagem. A estrutura terá 220 metros de extensão e fará a ligação entre a SC-405 e a rodovia Dr. Antônio Luiz Moura Gonzaga, que une Rio Tavares e Campeche à Lagoa da Conceição. A retomada dos trabalhos em turnos dobrados foi a garantia da prefeitura para que as obras do elevado, que promete desafogar o trânsito no Sul da Ilha, sejam concluídas até dezembro deste ano. (Fonte: Diário Catarinense – Ana Paula Bittencourt)

Pesca atracada

Pela primeira vez nos últimos 70 anos, não há barcos industriais catarinenses em busca dos cardumes de tainha. Até ontem, as três únicas traineiras – embarcações usadas para capturar o pescado – que receberam autorização para pescar no Estado ainda aguardavam a emissão das licenças de Brasília. Dezesseis dias após o início da safra, os barcos continuam parados e pelo menos 50 pescadores receberam o aviso prévio. Abrigo da maior frota de cerco do país, Santa Catarina tem visto os cardumes passarem ao largo.
O impasse é resultado de uma série de fatores que passa pela desorganização do governo federal, inclui as preocupações ambientais relacionadas à captura dos cardumes e chega à crise moral vivida pelo setor pesqueiro catarinense desde que a Polícia Federal deflagrou no ano passado a Operação Enredados. A ação resultou em 90 indiciamentos por emissão ilegal de licenças de pesca em SC e no Rio Grande do Sul. Estima-se que o dano ambiental tenha alcançado R$ 5 bilhões. Em 2015, foram 50 licenças emitidas e, em 2014, 60.
O termômetro da crise de credibilidade está na atuação discreta do Sindicato dos Armadores e da Indústria da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) em relação à tainha. A mais forte entidade empresarial de pesca no país recuou após ter vindo à tona a informação de que o governo negou as licenças aos barcos catarinenses porque houve registro de capturas em área ilegal durante a safra de 2015.
O ex-presidente do Sindipi Giovani Monteiro chegou a ser preso no ano passado e está entre os indiciados da operação da PF. Lutando para recuperar o protagonismo da entidade, o atual presidente, Jorge Neves, resolveu não mover uma ação coletiva e orientou os armadores que recorressem individualmente, embora continue tratando do caso com o Conselho Nacional de Pesca (Conepe). Descontentes, alguns empresários resolveram deixar o sindicato nos últimos dias.

Inoperância atinge exportação de ovas – A pesca da tainha é considerada a salvação para os armadores especializados em cerco durante o defeso da sardinha, capturada com o mesmo tipo de embarcação. A interdição do pescado começou na terça-feira, depois de um final de safra tímida. Nas pesqueiras de Itajaí, com 80% da frota de traineiras do país junto com Navegantes, trabalhadores descarregavam ontem as últimas sardinhas. A estimativa é de que, se a situação da tainha não for resolvida, 800 pescado
es fiquem sem ocupação.
Os armadores falam em prejuízo de R$ 60 milhões, contando os investimentos que fizeram nos barcos que não puderam ainda operar – no ano passado, a safra industrial faturou R$ 32 milhões em SC. Além da perda direta, a inoperância da pesca industrial impacta a exportação das ovas, que são o produto mais valorizado da tainha. Sem estoque excedente, a empresa Bottarga Gold, em Itajaí, que produz o “caviar brasileiro”, precisou abrir mão dos planos de turbinar a exportação para Europa e Ásia.
A Frente Parlamentar Catarinense, liderada pelo senador Dario Berger (PMDB), tem feito a ponte entre os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente (MMA) para a liberação de licenças. Esta semana, colocaram frente a frente armadores, pescadores e técnicos da pasta. Os empresários saíram esperançosos da reunião, com a promessa de que os critérios serão avaliados o mais rápido possível.
– Há pontos de vista diferentes, interpretação equivocada. Um termo de ajuste de conduta (TAC) poderia permitir que a operação acontecesse. Há muitos trabalhadores em risco de perder emprego – diz Berger.
Ontem à tarde, Samir Pinheiro, indicado para Secretaria da Pesca em Brasília, recebeu representantes do Conepe e se comprometeu a reavaliar os pedidos de licenças para a pesca da tainha ainda hoje.

800 – É o número estimado de pescadores desocupados em SC caso as embarcações continuem sem licença, segundo o setor no Estado.

Espécie é abundante mas vulnerável, diz pesquisadora – A pesca industrial é o principal alvo de uma série de medidas mitigatórias determinadas pelo Ministério Público Federal, na última década, para proteger os estoques de tainha. A regulamentação fez o número de barcos empenhados nas capturas diminuir de 120 para 40, e as reduções seguem ano a ano. Também foi delimitada a área de captura para além de cinco milhas da costa no Estado e, desde o ano passado, a pesca industrial começa um mês após o início da captura artesanal.
O foco exclusivo sobre a pesca industrial incomoda os armadores. Para eles, o esforço da pesca artesanal é quase tão intenso quanto o dos profissionais, mas a prática continua sem regulamentação e controle.
A tainha precisa de atenção ambiental diferenciada de outras espécies porque é capturada em período reprodutivo, algo que não se admite na maior parte das pescarias. Ocorre que é durante a reprodução que as tainhas migram da lagoa dos Patos (RS) para águas mais quentes. E é nesse período que os cardumes estão à disposição dos pescadores.
– É uma espécie importante, abundante e vulnerável – diz a pesquisadora Monica Brick Peres, diretora nacional da ONG Oceana, que atua em todo o mundo na proteção da fauna marinha, e uma das responsáveis pelos levantamentos de estoque do peixe na lagoa dos Patos.
As tainhas chegam tarde à idade adulta, só pelos cinco anos de idade, e é nessa fase que são capturadas. Como migram juntas, em cardume, os bons números de safra não podem ser usados como parâmetro para determinar o estoque. Pelo contrário: os pesquisadores afirmam que a quantidade de tainhas diminui ano a ano. Os cardumes são densos e a captura se mantém nivelada embora a espécie esteja declinando. Para Monica, o esforço de pesca no Sul e Sudeste – e isso inclui a pesca artesanal – é maior do que a população de tainhas pode repor:
– Quando se pesca muito num ano, o resultado só aparece cinco, seis anos depois com falta de reposição e estoque – afirma.

ONG defende manejo biológico – A adoção do sistema de cotas é apontada pela pesquisadora como a melhor solução para gerir a tainha. Mas ela reconhece que controlar uma captura que ocorre em diversas praias simultaneamente é um desafio. A ONG defende o manejo biológico como forma de proteger a espécie e a rentabilidade do negócio. Uma das sugestões é evitar a baixa de preços durante a safra.
– Importa que os pescadores ganhem mais, não que pesquem mais. Não precisamos esperar a tainha colapsar, queremos que continue gerando emprego, renda, alimentando pessoas.

O impasse em três capítulos
1 A pesca foi um dos setores atingidos pelo corte de ministérios, em Brasília, ainda no ano passado. Passou a ter status de secretaria, vinculada ao Ministério da Agricultura. Mesmo assim, demorou seis meses para que tivesse um titular. Logo depois ocorreu o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) e os nomes à frente da pesca trocaram novamente. A instabilidade resultou em atraso na publicação dos condicionantes para os barcos candidatos às licenças e selou o primeiro capítulo do impasse.
2 Na semana passada, nove dias após o início da safra industrial e ainda sem traineiras no mar, o Ministério da Agricultura emitiu uma lista negando licenças a 53 embarcações – a maioria de Itajaí e Navegantes. Além de uma ou outra incoerência nos mapas de bordo, que são preenchidos após o desembarque e indicam onde foram feitas as capturas, o governo atestou no documento que todos os barcos inscritos haviam pescado em área irregular na última safra. A informação foi obtida através do Preps, monitoramento via satélite que indica onde está a embarcação e a que velocidade. Os armadores alegam que parar em área proibida não significa que houve captura. Mas uma norma emitida no ano passado já afirmava que não seria tolerada qualquer atividade das traineiras no corredor de proteção da tainha – área de 3 a 5 milhas da costa à qual nem a pesca industrial nem a artesanal podem ter acesso.
3 Os armadores recorreram das licenças indeferidas no Ministério da Agricultura e também na Justiça. Uma nova lista foi emitida, desta vez autorizando 40 embarcações. Porém, apenas três são de SC. Outros três são de São Paulo e as outras 34 de RS. Apesar da aprovação, o governo federal negou a emissão das licenças para os barcos aprovados até que sejam avaliados os recursos das embarcações cadastradas na primeira lista. (Fonte: Diário Catarinense – Dagmara Spautz)

Jogo do resta um

A queda do terceiro ministro de Michel Temer, engolido pela Lava-Jato, fragiliza o governo interino. Desde que assumiu o Palácio do Planalto, Temer enfrenta escândalos políticos semana após semana, sem trégua. Uma situação de desgaste criada por ele mesmo que, na hora de escolher sua equipe, resolveu pagar para ver e nomeou peemedebistas envolvidos no Petrolão. A conta está ficando cara. Não era segredo que Romero Jucá (PMDB-RR) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) seriam motivos de constrangimento. Aliás, logo que Jucá caiu, Alves foi chamado para uma conversa no Palácio do Jaburu. Ministros do núcleo duro do Planalto defendiam que ele deveria aproveitar para deixar a Esplanada. Na ocasião, ele jurou a Temer que nada comprometedor apareceria. Na delação do momento, Sérgio Machado o acusou de ter recebido R$ 1,55 milhão em propinas entre 200?8 e 2014. E mais acusações devem aparecer. Também citado por Machado, Temer veio a público para um pronunciamento forte, negando envolvimento na Lava-Jato e se comprometendo com o futuro:
– Se tivesse cometido um delito, não teria condições de presidir o Brasil – afirmou.
A seguir, cenas dos próximos capítulos.

Escola Cunha – Acuado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está perdendo a mão nas declarações sobre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A ideia de dar prosseguimento ao pedido de impeachment de Janot, que está no Senado, já revela um desejo de vingança.

Renegociação – Governadores convidados para a reunião com o presidente interino, Michel Temer, sobre a renegociação da dívida podem se preparar para a seguinte proposta: prazo de carência de 24 meses, mas sem desconto no estoque da dívida. Alguns secretários de Fazenda já receberam um resumo para estudo prévio. O encontro está marcado para segunda-feira.

Que feio – Deputados da base aliada estão em meio às indicações para os cargos em comissão na estrutura federal. Isso é um fato corriqueiro em Brasília, mas a deputada Geovania de Sá (PSDB-SC) foi no mínimo amadora ao mandar ao Itamaraty cartinha pedindo cargo de diplomata para um afilhado em uma vaga reservada a concurso público. E mais: ainda colocou a culpa da trapalhada na equipe do gabinete. Até o fisiologismo tem limite. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)

Reflexos da crise no emprego

Quem passou pela Avenida Paulo Fontes ontem se assustou com a multidão à procura das vagas oferecidas no 5º Feirão de Empregos realizado pela prefeitura, por meio do Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis (Igeof). O grande número de interessados nas 1,5 mil vagas ofertadas por cerca de 25 empresas foi um retrato do atual momento econômico no Estado, que atualmente tem 219 mil pessoas fora do mercado de trabalho, uma taxa de desocupação de 6% no primeiro trimestre deste ano – a maior desde o início da série histórica do IBGE.
Os estandes foram montados no espaço em frente ao Mercado Público e as filas iam até a frente do Terminal Cidade de Florianópolis. Grande parte das vagas ofertadas era na área de serviços gerais e comércio. Ainda havia estandes de empresas para matrículas em cursos técnicos e de especialização. Mais de 10 mil currículos foram entregues durante a ação. Os números finais serão divulgados hoje.
Muitos esperaram no local por mais de quatro horas. A quantidade de pessoas era tanta que muitos não conseguiram atendimento.
– Em uma manhã, superamos o número de entrega de currículos de dois dias de Feirão de Empregos que tivemos ano passado–disse o superintendente do Igeof, Ronaldo Torquato.

Mudança de planos – Senhas até chegaram a ser distribuídas pela manhã, mas o processo não deu certo. Muitos reclamavam de pessoas furando a fila e sem respeitar a ordem de chegada. A organização anunciou que os atendimentos ocorreriam até a noite, mas, depois do meio- dia, a estratégia mudou. Senhas deixaram de ser entregues e foi limitada a apresentação de currículos até as 17h.
– As 1,5 mil vagas serão preenchidas com o Feirão. Os documentos vão passar por uma triagem e serão encaminhados para as vagas inscritas ou para o Balcão de Oportunidades Municipal – complementou Torquato. (Fonte: Diário Catarinense – Caroline Stinghen)

Questão do milho tem pouco avanço

Parlamentares catarinenses e o secretário adjunto de Santa Catarina, Airton Spies, entregaram ontem demandas catarinenses do agronegócio para o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Entre elas o aumento da oferta de milho da Conab. O ministro informou que apenas 10 mil toneladas devem ser liberadas para SC, o que representa cerca de um dia de consumo. Maggi acenou com a possibilidade de retirar impostos para importação do cereal e medidas para incentivar o aumento do plantio. (Fonte: Diário Catarinense – Darci Debona)

O custo político e a falência moral

As revelações de Sérgio Machado, somadas a tantas outras já apuradas pela Operação Lava-Jato, evidenciam o estágio de degradação ética atingido pela política brasileira.
Ainda é preciso conferir se a megadelação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado está ancorada em provas e evidências concretas, mas o que já veio a público coloca contra a parede o governo do presidente interino Michel Temer e escancara a degradação moral do sistema político-eleitoral brasileiro. O vice-presidente no exercício da Presidência reagiu com veemência, classificando as declarações de Machado como levianas e criminosas, mas o detalhamento de nomes e datas fornecidos pelo delator aos investigadores da Operação Lava-Jato é bastante convincente. Além disso, ele não é o primeiro investigado a nomear políticos e partidos como beneficiários dos recursos desviados da Petrobras e de outras estatais brasileiras.
Sérgio Machado apenas foi mais didático do que outros delatores. Explicou minuciosamente que o esquema ilícito de financiamento de campanhas eleitorais e de enriquecimento de políticos e servidores corruptos vem funcionando a pleno desde 1946, e de forma tão esquematizada, que os empresários prestadores de serviços ao governo já moldavam seus orçamentos com a incorporação do chamado custo político – o pagamento de propina aos padrinhos dos diretores de empresas do governo, mediante a garantia de novos contratos. Nem é preciso dizer que os valores das propinas eram incluídos no custo do serviço prestado, de modo que a estatal e o contribuinte brasileiro pagavam a conta superfaturada.
O novo candidato a delator-geral da República também foi tristemente irreverente e irônico ao afirmar que “a Petrobras é a madame mais honesta dos cabarés do Brasil”. E justificou a ironia nomeando vários órgãos estatais que utilizariam práticas menos ortodoxas de corrupção, o que os investigadores têm o dever de aferir.
Essas revelações, somadas a tantas outras já apuradas pela Operação Lava-Jato, evidenciam que o estágio de degradação ética atingido pela política brasileira só será revertido com reformas radicais e com a punição exemplar dos envolvidos. A corrupção generalizada também evidencia a fragilidade e a inoperância dos mecanismos de controle da administração pública, sejam eles os conselhos fiscais e
administrativos das estatais ou os tribunais de contas e cortes judiciais. Quando um juiz ou um procurador-geral da República se destacam no enfrentamento de corruptos e corruptores, os cidadãos ficam no direito de perguntar por que outras autoridades com iguais atribuições não fizeram o mesmo, incluindo antecessores e contemporâneos.
O Brasil precisa mesmo ser ressignificado.

Em resumo – Editorial diz que a corrupção generalizada também evidencia a fragilidade e a inoperância dos mecanismos de controle da administração pública e defende uma ampla reforma na política e nas práticas administrativas do país. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)

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