Brasília, 15.8.16 – Nos planos do Planalto, o impeachment se confirma até o final do mês e Michel Temer, garantido como presidente, mostra sua fome por concessões e privatizações. O governo avalia se adia ou mantém para o dia o 25, quando começa o julgamento de Dilma Rousseff no Senado, o anúncio do desenho de seu pacote. Será a hora de ver o que Temer pretende repassar à iniciativa privada. É certo que o plano será mais abrangente do que foi na Era Dilma. Estatais do setor elétrico estão na fila da privatização. No fim de semana no Rio de Janeiro, Moreira Franco, responsável pelo Programa de Parcerias de Investimento (PPI), negou a intenção de privatizar Banco do Brasil e Caixa, mas indicou a possibilidade de repassar as loterias, ideia já estudada por Dilma. Nas ferrovias, chineses têm interesse no trem-bala e na Bioceânica, enquanto russos avaliam a Norte-Sul, incluindo um novo trecho até o porto de Rio Grande. Os planos de Temer são ousados, assim como foram os de Dilma. A petista anunciou dois pacotes de concessões que só deslancharam nos aeroportos. Efetivado, Temer terá o desafio de materializar os projetos em um país acostumado a anúncios grandiosos que ficam no Power Point. A conferir se desta vez será diferente.
Aeroporto – A próxima reunião do programa de concessões do governo federal vai reforçar o anúncio do leilão do aeroporto de Florianópolis. Nos bastidores, há otimismo para o sucesso do pregão.
Conversas – Para desfazer os comentários de rusgas entre as áreas econômica e política do governo, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) garantiu que a mudança do texto do projeto da renegociação da dívida dos estados foi discutida pelo deputado Esperidião Amin (PP-SC) com o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e o presidente interino Michel Temer.
Apoio – A equipe econômica de Temer conta com o empenho e a liderança de Raimundo Colombo diante dos demais governadores para impulsionar a aprovação da PEC do teto de gastos, que terá de passar por Câmara e Senado. O catarinense é considerado um dos poucos governadores que, de fato, defende a redução de custos da máquina estatal. (Fonte: Diário Catarinense – Guilherme Mazui)
Defesa Civil afirma que não houve vítima em erosão fluvial em Porto Velho
A Defesa Civil de Porto Velho classificou na manhã deste domingo (14), o desbarrancamento que arrastou cerca de 15 tanques de combustível para o Rio Madeira, como erosão fluvial. Segundo os moradores da região, na hora do acidente o chão tremeu e assustou a população. No local funcionava um posto de carga que recebe piche para asfalto que vem de Manaus. O peso dos veículos ajudaram na erosão. Ninguém ficou ferido.
O pescador Tarcísio Soriano estava no Rio Madeira e ouviu quando a primeira parte desmoronou. “Estava pescando quando ouvi um estalo forte e cedeu o primeiro lado de uma vez. Caiu tudo de um lado e depois foi caindo devagar na parte das carretas, até que cedeu tudo”, disse.
Uma área de 120 metros foi isolada de imediato. Os danos ainda não foram divulgados, mas é possível ver em meio aos sedimentos, 15 tanques de combustível, uma caminhonete e três motocicletas.
Segundo o empresário Cláudio Henrique, minutos antes do acidente, ele estava ajudando a carregar um dos tanques com piche. “Estava na parte de cima do barranco, ajudando no carregamento. Nós vimos que estava cedendo, mas continuamos trabalhando. No terreno ao lado tinha um incêndio e sai para retirar minha motocicleta. Quando voltei já tinha caído tudo, não podíamos fazer mais nada”, disse.
O coordenador da Defesa Civil Municipal, Marcelo Santos, acredita que o peso sobre o barranco ajudou para que acontecesse a erosão. “Com a enchente histórica de 2014, muitos sedimentos foram parar nas laterais dos barrancos. As embarcações que passam no rio provocam o banzeiro, vai para lateral e desestabilita o barranco. O local é um terreno argiloso, não tem aderência e causa o desbarrancamento, que é uma erosão fluvial. Foi o que ocorreu aqui no Bairro Triângulo”, disse.
O órgão disse ainda que os engenheiros estão no local para fazer o laudo e apontar as causas do acidente. Algumas famílias devem ser retiradas da região devido ao risco de novos desbarrancamentos. (Fonte: G1/Rondônia)
Antaq afasta cobrança
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) emitiu um ofício em que afasta qualquer possibilidade de a Superintendência do Porto de Itajaí (SPI) cobrar tarifas da Portonave, em Navegantes, além da chamada “tabela 1” – taxa que é cobrada dos armadores que operam os navios para cada atracação. O documento foi entregue ao Ministério Público Federal (MPF) em resposta a um inquérito, instaurado em junho pelo procurador Renato de Rezende Gomes, que apura se o porto de Navegantes foi beneficiado por não ter que pagar as mesmas taxas do porto público, e se isso causa concorrência desleal.
O inquérito foi motivado por uma denúncia do Sintac, sindicato que representa trabalhadores administrativos portuários em Itajaí, Laguna e Navegantes. Para o Sintac, o problema está no fato de uma pequena parte do cais da Portonave e o espelho d`água onde atraca o navio fazerem parte da chamada poligonal do porto organizado, ou seja, a área que é considerada pertencente ao porto público.
O sindicato entende que, se está – pelo menos em parte – no porto público e usa o mesmo acesso aquaviário, o terminal deveria arcar com as mesmas tarifas que a APM Terminals, arrendatária do Porto de Itajaí, que opera na margem oposta. Como não há legislação regulamentando o caso, o Sintac defende que se cobre de Navegantes a “tabela 3” – tarifas que incidem sobre uso de infraestrutura.
Mudança no mapa – No ofício, assinado por Maurício Souza, chefe da Unidade Administrativa da Antaq em SC, o órgão federal afirma que a questão se esgotou quando entrou em vigor o novo marco regulatório dos portos, em 2013. A lei afirma que não há terminal de uso privado (TUP), como a Portonave, em área de porto organizado – e que as “autorizações em vigor deveriam ser adaptadas a ela”, conforme a Antaq. Ou seja, a poligonal deveria ser redesenhada para excluir os terminais privados de área pública. O órgão afirma ainda que as alterações deveriam ter sido feitas em até um ano após a lei ter entrado em vigor. O Porto de Itajaí está, no momento, finalizando um levantamento topográfico de sua área e deve encaminhar ao Ministério dos Transportes uma proposta de alteração que libera da área de porto público o cais da Portonave, o que resolveria a questão.
O que diz o porto – A Portonave afirmou, em nota, que está “totalmente adequada à legislação vigente” e que não há que se falar em “tabela 3” em seu caso, já que essa tarifa diz respeito ao uso de infraestrutura terrestre e o porto de Navegantes tem estrutura própria. Completa afirmando que a assimetria concorrencial entre portos públicos e privados não existe e que o assunto já foi discutido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), sem evidência de desvantagem para qualquer um dos terminais. (Fonte: Diário Catarinense – Dagmara Spautz)
Voos para a Oktober
A Azul Linhas Aéreas solicitou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) voos extras com destino a Florianópolis e Navegantes no período da Oktoberfest. A ideia é aumentar a oferta a partir de Porto Alegre e Campinas entre 2 e 30 de outubro. Só para Navegantes serão 22 voos a mais. Turistas de mais de 60 destinos poderão chegar a Santa Catarina com apenas uma parada no terminal paulista (o maior centro de distribuição de voos da Azul) ou na capital gaúcha (maior base da companhia na Região Sul). (Fonte: Diário Catarinense – Pancho)
Jovem morre após automóvel cair em garagem de prédio
Um jovem de 23 anos morreu carbonizado no sábado após o carro que conduzia invadir a garagem de um prédio e pegar fogo no bairro Carvoeira, em Florianópolis. Segundo a Polícia Militar, Lucas Pereira Campos da Silva trafegava com um Peugeot 208 pela rua Capitão Romualdo de Barros quando perdeu o controle do automóvel e colidiu contra o condomínio.
O carro caiu de cabeça para baixo dentro da garagem e pegou fogo. O resgate da vítima levou mais de duas para ser concluído. De acordo com um frentista de um posto de combustíveis perto do local do acidente, o jovem teria parado para abastecer minutos antes e estava com outras pessoas no veículo.
Segundo peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP), ainda é cedo para dizer o que aconteceu, mas o carro “descia a rua em alta velocidade”. Não havia na pista marcas de frenagem do acidente, que ocorreu por volta de 6h50min. Lucas morava no bairro Saco dos Limões.
Moradores tiveram que deixar apartamentos – No prédio, a parte da frente do muro ficou destruída. Chamas do incêndio chegaram a atingir o primeiro andar e os moradores foram orientados a deixar todos os apartamentos.
– Foi horrível o que aconteceu, tentamos ajudar no controle ao incêndio e gastamos todos os extintores do prédio, mas o fogo estava muito intenso. Estávamos com medo que houvesse uma explosão – relatou Jorge Peres, 59 anos, síndico do residencial Florença, onde ocorreu o acidente.
O tenente Wilson Ribeiro, do Corpo de Bombeiros, explica que a posição em que o veículo ficou na garagem foi fatal para que a vítima não conseguisse sair do automóvel, mesmo que estivesse consciente após o acidente.
A enfermeira Nezi Maria Martins, 49, mora logo acima de onde o carro parou e foi uma das primeiras pessoas a descer as escadas e ver o acidente. De acordo com ela, após acordar com um forte barulho de explosão, só conseguiu pegar o casaco e “sair correndo de casa com a família”.
– É muito triste ver isso acontecer perto da nossa própria casa, ainda mais na véspera do Dia dos Pais – declarou.
Empresário morre ao colidir Mercedes – O empresário Eduardo Prim, 29 anos, morreu na madrugada de sábado após capotar na avenida Atlântida, em Balneário Camboriú. Segundo a Polícia Militar, ele conduzia uma Mercedes Benz C250, com placas de Joinville, quando colidiu com um poste e capotou.
A Polícia Civil e o Instituto Médico Legal foram acionados na ocorrência e o corpo do motorista foi encaminhado ao Instituto Médico Legal e o veículo encaminhado ao pátio por medida de segurança. (Fonte: Diário Catarinense)
Hercílio Luz: começa substituição de vigas
Começou sexta-feira a substituição de vigas da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. São 53 transversinas e 424 longarinas – peças que compõem o vão central. Na prática isso representa efetivamente a recuperação da ponte, já que até o momento todas as obras realizadas foram para sustentá-la para permitir a troca das peças.
– Agora entramos em um trabalho artesanal, pois os rebites são retirados um a um, a peça antiga de ferro é retirada e substituída por uma de aço – explica o engenheiro-fiscal da obra de reabilitação e reforma, Wenceslau Diotallevy.
Em um primeiro momento as vigas transversinas e longarinas serão parafusadas para, depois, receberem os rebites, conservando assim as características originais da ponte. Esse trabalho deve ser concluído em seis meses, dependendo das condições climáticas. (Fonte: Diário Catarinense – Ana Paula Bittencourt)
Um passeio na ponte Hercílio Luz
Vivia dizendo que iria morrer sem conseguir saber como seria pisar na Ponte Hercílio Luz, a mais emblemática travessia de Santa Catarina, unindo a Ilha e o Continente. Quando viemos morar em Florianópolis, em janeiro de 1997, a ponte já estava totalmente interditada. Eu ficava só imaginando qual seria a sensação, e se realmente ela balançava mais do que as outras pelo fato de ser pênsil. Pois na última sexta-feira, matei a minha curiosidade e posso dizer que foi muito interessante o passeio, do qual também fizeram parte alguns colegas da imprensa.
Antes de nós, um outro grupo – o primeiro formado por visitantes que se cadastraram pelo site – também teve o prazer de conhecer a “Velha Senhora” de pertinho e acompanhar a restauração, que, pelo que parece, desta vez não vai mais parar até a completa reabilitação da ponte. Saí otimista com tudo o que ouvi do engenheiro responsável pela fiscalização da obra, Wenceslau Diotallevy.
Depois de uma pequena explanação sobre a segurança na ponte, recebemos nossos capacetes e, acompanhados pelo pessoal da engenharia e da segurança, começamos a visita pela cabeceira insular da Hercílio Luz. Uau! Que visão magnífica! Ela fica ainda mais imponente assim, de perto. Até me acostumar com a altura, com o vento e o mar passando lá embaixo (que dá para ver nas frestas entre as madeiras do assoalho), preferi nem olhar para baixo. E também não precisa, porque há muito o que ver dos dois lados e acima.
Operários com equipamentos de segurança passam de um lado para o outro. Outros carregavam materiais pesados e precisavam se concentrar no serviço. Nas gruas altíssimas, quase nem dava para perceber que havia homens operando os guindastes. De vez em quando, o responsável pela segurança chamava a atenção de alguém que estava se afastando um pouco do grupo. Todo cuidado é pouco em um canteiro de obras, ainda mais quando ele fica no meio da ponte, a mais de 540 metros do nível do mar.
E seguimos avançando, ponte adentro. Em cada trecho, o engenheiro parava e mostrava o que já foi feito, o que está sendo realizado neste momento e o que falta para a ponte ficar pronta. Aquele era um dia muito especial, Wenceslau repetiu isso várias vezes, visivel
ente emocionado. Pela primeira vez desde a interdição da Hercilio Luz, em 1991, os operários estavam finalmente trabalhando no vão central da ponte. Até então, o que vinha sendo feito eram as obras de manutenção (para manter a estrutura de pé), a instalação de quatro torres de sustentação (quando boa parte dos trabalhos eram realizados debaixo dágua) e a construção das treliças. Enfim, havia chegado a hora da recuperação total do vão central.
Naquela tarde de sexta, pudemos acompanhar a troca da primeira viga. Serão substituídas, ao todo, 53 transversinas e 424 longarinas. “Ainda há muito o que fazer, mas estamos no caminho certo”, garante o engenheiro. Fomos até o fim da travessia e voltamos, já com a aproximação do pôr do sol e a chegada de um ventinho frio.
Lá de cima enxergo a longa fila que já se forma desde a Avenida Beira-Mar Norte até a cabeceira da Ponte Colombo Salles, para a saída da Ilha, e penso: será que a Hercílio Luz vai ajudar a desafogar o trânsito caótico de Florianópolis? Provavelmente não. Quando reinaugurada, a ponte deverá absorver até 20% do trânsito de veículos leves, o que ainda é muito pouco para o tamanho do nosso problema de imobilidade. Mas, de qualquer forma, parece que desta vez a “novela” em que se transformou a recuperação do nosso principal cartão de visitas finalmente vai ter um final. O prazo é 2018, quando deverá ser reaberta. “A verdade é que nunca a Ponte Hercílio Luz esteve tão perto de ser devolvida à cidade”, diz o material publicitário distribuído pelo governo do Estado aos visitantes. Tomara. Muito dinheiro já foi investido neste projeto, ao longo de mais de 20 anos. Além disso, segundo todas as pesquisas de opinião, a ponte é, de longe, nosso monumento mais querido. Então, vamos todos usufruir desta beleza.
Inscrições pelo site para a visita – As pessoas que estiveram na ponte na tarde da última sexta-feira fizeram parte do primeiro grupo de visitação guiada, um projeto que terá continuidade até o final das obras. O objetivo é reaproximar a comunidade da ponte e permitir que as pessoas acompanhem de perto a reforma. As inscrições são feitas pela internet, e somente na primeira semana o número de inscritos superou todas as previsões: foram mais de 500. Por isto, novas inscrições estão suspensas temporariamente. Os passeios não têm uma periodicidade fixa, e as datas das próximas visitas serão determinadas pelo Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) e pela Secretaria de Estado da Comunicação, para não interferir no andamento das obras. O tempo estimado de cada visita é de 40 minutos. Mais informações: www.nossahercilioluz.com.br. (Fonte: Diário Catarinense – Viviane Bevilacqua)
Exportação de suínos cresce 42% no país
As exportações de suínos cresceram 42% de janeiro a julho deste ano em relação aos primeiros sete meses de 2015, atingindo 413 mil toneladas, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa) divulgados na sexta-feira. O faturamento foi de US$ 755 milhões, com crescimento de 6,2%. Em julho houve uma queda de 3,6% em volume atribuída à greve de fiscais federais e problemas climáticos.
Destaque para o mercado de Hong Kong, que cresceu 58%, comprando 98 mil toneladas de carne suína, 24% do total de vendas do Brasil.
Agropecuária cresce 1,6 % menos do que a inflação – O valor bruto da produção agropecuária catarinense, que representa tudo o que o que foi pago aos produtores, atingiu R$ 28,3 bilhões na safra 2015/2016. Isso representa uma queda de 1,6% em relação à inflação, que foi cerca de 9% nos últimos 12 meses.
O secretário adjunto da Agricultura do Estado, Airton Spies, avaliou que a queda catarinense foi inferior à do país, de 2,3% no valor bruto agropecuário.
A área vegetal teve um acréscimo de 6,4%. O milho, apesar da queda na produção, teve um acréscimo de 24,7%, passando de R$ 1,45 bilhão para R$ 1,74 bilhão, em virtude da valorização do cereal no mercado. A cebola cresceu 80%, de R$ 473 milhões para R$ 852 milhões. Já na área animal houve uma queda de 6,9%, já descontando a inflação. Nos suínos, que enfrenta uma crise, a redução foi de 13,15%, baixando de R$ 4,1 bilhões para R$ 3,6 bilhões. No leite a queda foi de R$ 2,8 bilhões para R$ 2,5 bilhões.
Economista prevê queda de juros – O economista Roberto Padovani, palestrante do 2º Fórum de Desenvolvimento Econômico do Grande Oeste, realizado na quinta-feira à noite, na Unoesc de Chapecó, prevê a queda de juros nos próximos meses. Ele afirmou que, num cenário em que governo, empresas e trabalhadores estão com dívidas, a saída é reduzir os juros. A expectativa é de retomada do consumo, embora em níveis mais baixos. Ele afirmou que o governo de Michel Temer não tem outra saída a não ser adotar uma gestão econômica responsável. E que investidores internacionais estão só esperando um cenário de estabilidade para investir no Brasil. (Fonte: Diário Catarinense – Darci Debona)
Setor têxtil começa sentir certo alívio
Um dos principais setores industriais catarinenses e dos mais geradores de empregos, o têxtil começa a sentir um certo alívio da crise, em sintonia com o que ocorre com os seus pares no Brasil. Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit) junto a empresas do setor no país apurou que para 43%, a produção de junho foi acima do esperado se comparada com o mesmo mês do ano passado. E as vendas também superaram expectativas para 48% dos entrevistados, No primeiro semestre, o déficit da balança comercial têxtil do país ficou em US$ 1,52 bilhão, uma redução de 44,97% em relação aos mesmos meses do passado. A queda das importações ajudou o setor no período. Ano passado, em SC, a produção de têxteis caiu 12,2% e a de confecção recuou 2,9%. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
Sinais de preocupação do mercado com Temer
Com três meses no Palácio do Planalto, Michel Temer tem contado até agora com o apoio precioso de empresários e analistas que depositam no presidente interino – e em sua equipe – esperança para dar guinada na economia brasileira. Mas após recuo em várias decisões e sucessivas concessões a parlamentares e sindicalistas, a relação começa a dar os primeiros sinais de desgaste.
Confirmado o afastamento definitivo de Dilma Rousseff, o governo terá de ser bastante ágil na aplicação do ajuste fiscal prometido. Caso contrário, a acalentada lua de mel com a iniciativa privada pode estar com os dias contados.
Até o momento, o bom humor do mercado com a gestão Temer está mais ancorado na impopularidade de Dilma – que retornaria caso o impeachment venha a ser barrado – do que em resultados propriamente ditos. Apesar da fama de negociador habilidoso, calcada em décadas de articulação política nos bastidores, o interino tem enfrentado resistência na base aliada e colecionado derrotas parciais no Congresso. Foi obrigado a sancionar aumento de 41,4% a servidores do Judiciário em troca de apoio, e precisou fazer concessões importantes para aprovar projeto de renegociação da dívida dos Estados: retirou do texto trecho que restringia reajustes ao funcionalismo estadual por dois anos. Uma semana antes, havia suprimido o parágrafo que obrigava governadores a reduzirem gastos com pessoal para se enquadrarem na Lei de Responsabilidade Fiscal.
A condescendência do Planalto representou a primeira grande derrota de Henrique Meirelles. Espécie de fiador do governo interino para o mercado, o ministro da Fazenda afirmou em diversas entrevistas que considerava “essencial” a limitação de gastos públicos nos Estados para realização do ajuste fiscal prometido.
– O episódio demonstrou que o ministro não tinha toda a força imaginada ou que, pelo menos, todo o simbolismo que tem no mercado não se reflete na Câmara. Mesmo assim, é um caso diferente do que aconteceu com Joaquim Levy, que era frequentemente desautorizado pela própria Dilma. Meirelles tem apoio do presidente. Apesar de concordar sobre o que precisa ser feito, Temer cedeu para conseguir aprovar o texto-base. Entregou os anéis para ficar com os dedos – avalia José Luís da Costa Oreiro, professor de economia da UFRJ.
Condição de interinidade estica paciência de investidores – Com receio de perda de apoio do setor produtivo na fase final do impeachment, Temer iniciou ofensiva na tentativa de garantir legitimidade. Promoveu, além de audiência com grandes empresários, evento público com representantes da construção civil. E já prepara agenda de encontros com executivos de outros setores, como do agronegócio e da indústria.
Por ora, a leitura é de que a tolerância com o Planalto deve durar mais algum tempo. O entendimento é de que a interinidade e a herança deixada pelo PT limitam os movimentos do governo, mas que o caminho apontado como norte – o ajuste fiscal – está correto. O relógio deve começar a contar de fato a partir do eventual momento em que Dilma for oficialmente afastada do cargo. A expectativa é de que, uma vez efetivado com a faixa presidencial, Temer adote postura mais contundente.
– Todo mundo sabe que reformas na Previdência e na legislação trabalhista não sairão da noite para o dia, ainda mais tendo eleições logo adiante. Mas é esperado que até o final do ano mostre alguma capacidade de fazer mudanças. Bom termômetro será a votação do teto dos gastos federais, em novembro – diz Bruno Piagentini, analista da corretora CoinValores.
Perfil parlamentar alimenta desconfiança – No meio acadêmico, o prestígio do interino também não é unânime. Após falhar na implantação de medidas de ajuste, já passa a ter o governo considerado “frágil” por economistas como Monica de Bolle, do Peterson Institute for International Economics, nos EUA. Ela avalia que o reequilíbrio das contas públicas só ocorre com reformas dependentes de pulso firme que Temer não tem e nem terá. E que apesar da área técnica forte, o lado político é tão complicado quanto o do governo Dilma.
– O teto de gastos sozinho não significa nada, porque para você fazer realmente teto que tenha efeito no crescimento das despesas, precisa fazer junto as outras reformas, como a da Previdência, que, por enquanto, ainda estão longe de sair do papel – avalia Monica, ressaltando que é ilusório acreditar que Temer agirá completamente diferente caso saia vitorioso ao fim do processo de impeachment.
O interino, que inicialmente fez questão de ressaltar o contraponto à intransigência da antecessora, começa a ser encarado por alguns analistas como pessoa que foge do confronto, com estilo demasiadamente parlamentar para quem ocupa cargo no Executivo.
– Os anos no Congresso moldaram o jeito dele (Temer) de agir. Avança dois passos para recuar um. Acontece que no Planalto é diferente. Ninguém governa se quiser agradar a todo mundo. O risco que se corre é ficar dois anos paralisado pela falta de disposição de comprar brigas – afirma o analista da Pezco Mycroanalysis, João Ricardo Costa Filho.
Os testes mais importantes ainda estão por vir. A emenda constitucional que impõe aos gastos federais o teto da inflação e o debate das mudanças no regime de Previdência só devem avançar no Congresso após a sentença a Dilma. Caso Temer se mantenha no Planalto, as duas questões, consideradas prioridades pela equipe econômica, têm potencial explosivo, capaz de azedar qualquer clima de lua de mel. (Fonte: Diário Catarinense – Cadu Caldas)
Melhora tímida por acerto na escolha da equipe e uma pitada de sorte
Embalada pelo aumento na produção industrial e pelo avanço nos índices de confiança empresarial, a economia começa dar sinais embrionários de reação com Michel Temer no Planalto.
Diferentemente da bolsa e do dólar, que refletem a animação de investidores com as mudanças de comando em Brasília, o avanço em outros indicadores tem menos relação com o trabalho do governo interino. Já apareciam, mesmo que de maneira discreta, antes de Dilma Rousseff ser afastada em razão do processo de impeachment. Mas três meses depois, o maior desafio segue em aberto: reduzir o rombo bilionário nas contas públicas. E o entrave enfrentado pela gestão Temer tem sido o mesmo que afligia a equipe econômica anterior: convencer o Congresso a aprovar projetos que causam enorme desgaste com o eleitorado.
No últimos meses, a economia tem mostrado sinais irregulares de melhora. Após registrar crescimento marginal em abril, o nível de atividade voltou ao terreno negativo em maio conforme o IBC-Br, indicador criado pelo Banco Central para monitorar a atividade econômica no país. Em junho, o índice retomou alta, com 0,23%, mas na comparação entre o segundo trimestre e o primeiro, a queda foi de 0,53%.
A inflação voltou a ganhar força em julho em relação a junho, mas continua a recuar no acumulado em 12 meses.
– Avaliando os indicadores de forma mais ampla, é possível dizer que paramos de piorar. O próprio discurso dos empresários, que sentem o ritmo da economia no dia a dia, mudou, está mais otimista. Isso é mérito do presidente interino, que soube escolher nomes de credibilidade na Fazenda e no Tesouro – avalia Sérgio Goldman, da gestora de patrimônio Maximizar.
Recuperação do cenário internacional ajudou – Temer também contou com um po
co de sorte. Depois de um início de ano desastroso nas bolsas de valores ao redor do mundo, o segundo trimestre foi marcado por recuperação nos mercados internacionais, impulsionados pela elevação nos preços de matérias-primas como petróleo e aço. Somado ao otimismo gerado pelo afastamento de Dilma do poder, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, prosseguiu escalada durante a semana, alcançando o maior patamar do ano na quinta-feira, com 58.299 mil pontos.
O dólar segue caminho contrário e não para de cair – atingiu na quarta-feira o valor mais baixo (R$ 3,13) desde julho de 2015. Depois, entre quinta e sexta-feira, registrou elevação, fechando a semana a R$ 3,18 (leia mais na página 19). A maior confiança estrangeira com o governo conta a favor do real, e o cenário externo também ajuda. Bancos centrais adotaram medidas para prevenir efeitos negativos da saída do Reino Unido da União Europeia, deixando mais recursos disponíveis.
– O apetite pelo Brasil tem aumentado, já que tem muita liquidez no mundo e os juros aqui são altos, o que é atrativo. A sinalização do governo de que haverá privatizações deverá trazer mais capital estrangeiro – projeta Pedro Raffy Vartanian, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. (Fonte: Diário Catarinense)