Florianópolis, 23.9.16 – O empresário Pedro Lopes, ex-presidente da Federação das Empresas de Transporte e Logística de SC (Fetrancesc), foi eleito presidente da Associação Brasileira de Transporte de Carga (ABTC). Sucede o presidente em exercício da entidade, Irani Bertollini. A prioridade será defender os interesses dos transportadores que enfrentam entraves logísticos em todas regiões.
Cooperativas são alternativa aos bancos – Como a greve dos bancários está longa, cada vez mais pessoas procuram os serviços de cooperativas de crédito, que são uma espécie de “banco”, com milhares de associados (donos). A maior demanda é para pagamento de contas de água, luz, telefone, cartões de crédito e outros títulos. As filas são menores do que nas lotéricas. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
Capital tem dia de paralisações
Diferentes bandeiras ocuparam ontem as ruas de Florianópolis. O Centro da cidade, já acostumado a manifestações organizadas por coletivos e movimentos, foi também visitado por siglas das centrais sindicais. O ato unificado marcou o Dia Nacional de Mobilização pela ameaça de perdas dos direitos trabalhistas propostas pelo governo Michel Temer (PMDB).
A manifestação foi convocada por entidades como Central Única dos Trabalhadores, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e Força Sindical. Três itens marcaram o protesto: congelamento de recursos em saúde e educação (PEC 241), reformas na Consolidação das Leis Trabalhistas CLT (aumento da jornada e perda de direitos) e Reforma na Previdência (aposentadoria somente a partir dos 65 anos).
Antes do ato unificado, os sindicatos se reuniram na Praça Tancredo Neves, em frente à Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Ao longo da tarde, eles discutiram os reflexos para cada categoria se passarem as alterações na CLT. Além dos bancários, em greve há 15 dias, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte) fez assembleia estadual, assim como o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Na frente da Câmara de Vereadores, os municipários de Florianópolis debateram o impacto da perda dos direitos para os servidores públicos.
Bem cedo Florianópolis sentiu que a rotina de quinta-feira seria alterada. Entre 4h e 6h os ônibus não circularam. O Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb) decidiu dar apoio ao Dia Nacional de Mobilização. A partir das 7h os coletivos começaram a andar. Mas estudantes e trabalhadores que precisam sair mais cedo de casa perderam a hora. À tarde, entre 15h e 16h, nova paralisação relâmpago atingiu o transporte coletivo da Capital.
Por volta das 18h, os manifestantes se juntaram próximo ao Terminal de Integração (Ticen). Do alto do carro de som, os sindicalistas tentaram chamar a atenção dos trabalhadores que passavam falando a respeito das ameaças aos direitos. Nem todos concordaram e houve até quem reagisse de forma contrária:
– Eu acho que tem que parar com essas manifestações – reclamou Maristela Cordeiro de Lima, 25 anos, que voltava apressada para o sul da Ilha.
A reação da mulher chamou a atenção do bancário Haroldo Capistrano, 38 anos, que vive em Palhoça.
– A maioria das pessoas não sabe o que está acontecendo. Vai ter que ser bem explicado à população, por exemplo, que as mulheres vão trabalhar mais e mais tempo para se aposentar – disse.
Sindicalista prevê atos para outubro – Jorge Pera, 37 anos, é professor de Educação Física em Blumenau. Ele fez parte de um grupo de 60 trabalhadores da educação, a segunda maior delegação, atrás de Joinville de onde vieram três ônibus. O professor disse estar preocupado com o futuro dos alunos para os quais leciona, pois entende que a perda dos direitos não atinge apenas a pessoas de sua idade, mas de outras gerações.
Gilmar Salgado falou em nome da CSP Conlutas. O sindicalista disse que a data não significava ato de confiança ao governo que saiu, nem para o que ficou. A presença dos milhares de manifestantes – organização calculou em cerca de 5 mil, mas comando da PM não estimou número de presentes – servia para defender os direitos dos trabalhadores. Heloísa Helena Pereira falou pela Intersindical. Ela explicou que estão previstos mais atos para o dia 29, e que outubro deve ser um mês de lutas em preparação à greve geral marcada para novembro.
A manifestação dos sindicalistas se encerrou por volta das 18h30min. Parte do grupo voltou para as cidades de origem, enquanto outros se juntaram à manifestação pelo Fora Temer, no Largo da Alfândega, e que seguiu em passeata pela Avenida Beira-Mar Norte. O coronel PM Marcelo Pontes avaliou a manifestação de ontem como sem incidentes. Mas lembrou que, assim como os manifestantes do Fora Temer, também as centrais sindicais não comunicaram à Polícia Militar sobre as manifestações pelo centro da cidade. (Fonte: Diário Catarinense – Ângela Bastos)
Movimentação no complexo portuário
O Complexo Portuário de Itajaí fechou os oito primeiros meses do ano com crescimento de 5% na movimentação. A expectativa é chegar ao fim do ano com a marca de um milhão de TEUs (medida que equivale a contêineres de 20 pés) – o que representará aumento de 8% em relação ao ano passado. Os números positivos, entretanto, se devem à movimentação expressiva da Portonave, em Navegantes, que acumula crescimento de 38% de janeiro a agosto. A APM Terminals, arrendatária do Porto de Itajaí, registrou no mesmo período redução de 35% no número de contêineres. Reflexo, ainda, da perda de linhas. As duas estratégias traçadas para que Itajaí recuperasse o prejuízo este ano foram frustradas. Primeiro, pela decisão do mais representativo serviço asiático que opera na região a manter suas atracações em Navegantes (a perda desse serviço foi a principal causa para a queda de movimentação em Itajaí no ano passado). Depois, porque o berço 3, que poderia operar carga geral e amenizar a crise, ainda não tem data para o reinício das obras. O superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos Junior, ouviu da Secretaria Especial de Portos (SEP), hoje ligada ao Ministério dos Transportes, que ainda falta o aval do setor financeiro para pagar R$ 4 milhões que o governo federal deve à construtora Serveng, responsável pela obra do berço 3. Enquanto o dinheiro não for autorizado, a empresa não retomará os trabalhos. (Fonte: Diário Catarinense – Dagmara Spautz)
Multiplicação de fraudes
A Polícia Federal deflagrou ontem a 34a fase da Operação Lava-Jato, denominada Arquivo X, marcada pela prisão temporária do ex-ministro Guido Mantega e de mais sete pessoas, além de oito mandados de condução coercitiva e 33 mandados de busca e apreensão. O nome da operação é uma referência à empresa OSX, do empresário Eike Batista, que costumava batizar suas companhias sempre com a letra “X”, segundo ele um sinal de multiplicação de riquezas. A suspeita, porém, é de que havia uma multiplicação de fraudes: a investigação apura irregularidades em dois contratos assinados entre a Petrobras e o consórcio Integra Offshore, formado por OSX e Mendes Júnior, para a construção de plataformas petrolíferas e exploração das reservas do pré-sal.
O fato mais impactante da operação foi a prisão, revogada poucas horas depois, por razões humanitárias, do mais longevo ministro da Fazenda desde a redemocratização e homem de confiança dos governos Lula e Dilma.
Mantega é acusado de negociar com as empresas contratadas pela estatal para repassar recursos destinados ao pagamento de dívidas de campanha do PT. De acordo com depoimento espontâneo do empresário Eike Batista, que tinha livre acesso ao Palácio do Planalto nos governos petistas, o ex-ministro teria pedido (e recebido) US$ 2,35 milhões para facilitar contratos com a Petrobras, além de R$ 5 milhões em 2012 para saldar dívida de campanha com o marqueteiro João Santana.
São gravíssimas as acusações, considerando-se o cargo por ele ocupado. Mas sempre é bom lembrar que prisão temporária não significa condenação. O ex-ministro, mantido em liberdade para acompanhar a internação hospitalar de sua mulher, continua sendo investigado por suposta participação no esquema delituoso que saqueou empresas estatais e os cofres públicos. (Fonte: Diário Catarinense)
Inflação sobe menos e corte da taxa básica fica mais próximo
Uma eventual redução da taxa básica de juro (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em outubro, se tornou mais provável, na visão de analistas. Essa expectativa aumentou depois que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou em setembro mais do que o esperado.
A prévia da inflação oficial brasileira, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou alta de 0,23% neste mês, depois de subir 0,45% em agosto. O principal responsável pela desaceleração foi o segmento de alimentos e bebidas, que registrou deflação de 0,01%, após avançar 0,78% no mês passado. Em 12 meses, o indicador aumentou 8,78%.
Em setembro, as famílias gastaram menos com transportes (-0,10%). Ficaram mais baratos passagens aéreas, gasolina, conserto de automóvel e automóvel usado. Também houve redução no cigarro (-1,55%). Na direção oposta, ocorreu pressão de itens impulsionados pela indexação de contratos, como condomínio e planos de saúde.
Para mercado, baixa na Selic é mais provável – “Com o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central dos EUA) não subindo juros e a expectativa de inflação para os próximos períodos mais benigna, um corte na Selic em outubro se mostra mais provável, desde que sinais de redução da incerteza sobre ajustes na área fiscal sejam materializados”, escreveram, em relatório, os economistas José Francisco de Lima Gonçalves e Julia Araújo, do Banco Fator.
Nesse caso, o ciclo de queda da Selic pode começar no ritmo de 0,50 ponto percentual.
Além da reunião de outubro, o Copom tem mais um encontro em novembro. Até então, analistas esperavam que um corte da Selic ocorresse somente na última reunião de 2016. A taxa está atualmente em 14,25% ao ano.
Analistas citam ainda a manutenção da menor pressão dos alimentos no IPCA e o efeito positivo do câmbio como outros fatores que podem levar à redução do juro no próximo mês. José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, também acrescenta que “a notícia de que a Petrobras poderia reduzir o preço dos combustíveis ajuda”.
Após a divulgação do IPCA-15, analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, da Agência Estado, estimavam uma alta de 0,10% a 0,29% para o indicador fechado de setembro, o que resultou numa mediana de 0,20%. O IBGE divulga o IPCA de setembro em 7 de outubro. (Fonte: Diário Catarinense)
Aumento da confiança ainda não sinaliza recuperação
O aumento na confiança do empresário industrial sinalizado pela prévia da Sondagem da Indústria de setembro ainda não pode ser encarado como uma recuperação.
A alta de 1,2 ponto no Índice de Confiança da Indústria em relação a agosto está mais para uma redução no nível de pessimismo do setor, avaliou a economista Tabi Thuler, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
O ICI passou de 86,1 pontos no resultado final de agosto para 87,3 pontos na prévia deste mês. O avanço é fruto da combinação de uma piora das avaliações sobre a situação atual e de uma melhora das expectativas em relação aos meses seguintes.
– Mas mesmo as expectativas não estão melhorando tanto quanto parecem. Não significa que há um otimismo, porque esses indicadores ainda estão em patamares muito baixos. Ainda é um movimento de diminuição do pessimismo, mesmo nas expectativas – avaliou Tabi Thuler.
O Índice da Situação Atual (ISA) recuou 0,5 ponto em setembro ante agosto, para 84,7 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) avançou 2,7 pontos, para 90 pontos. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria atingiu 75%, o maior registrado desde setembro do ano passado.
Índice aponta redução da capacidade ociosa – Se confirmado, o desempenho representará um aumento de 1,2 ponto porcentual em relação à sondagem de agosto, quando o Nuci estava em 73,8%.
– O Nuci está sinalizando uma redução da capacidade ociosa na indústria, o que pode estar associado a um aumento de produção, mas ainda com um nível de comparação muito baixo – ponderou a economista do Ibre/FGV.
A prévia dos resultados da pesquisa da Sondagem da Indústria contemplou a consulta a 780 empresas entre dias 5 e 19 de setembro. (Fonte: Diário Catarinense)
Lava-jato cerca o PT
A Operação Arquivo X complica ainda mais a vida de Lula, Dilma e do PT. A Lava-Jato investiga a origem do dinheiro que bancou as campanhas do partido. Com base em informações de Mônica Moura (mulher do marqueteiro João Santana) e de Eike Batista, o ex-ministro da Fazenda
uido Mantega teria pedido propina ao ex-mega-empresário para cobrir dívidas de campanha. Para a Lava-Jato, uma peça fundamental para comprovar a ligação de mais esse partido com o Petrolão, afinal, Eike tinha negócios com a Petrobras. Mantega nega que tenha existido essa conversa. Temendo ser alvo das investigações, Eike se adiantou e repassou espontaneamente as informações e documentos. Esse é o centro da questão. Petistas e aliados reclamam que Mantega não poderia ter sido preso porque estava acompanhando a mulher em uma cirurgia. Para evitar celeumas, o juiz Sérgio Moro revogou a prisão de Mantega em tais condições, o que deveria ter sido feito desde o começo. Bola ao centro, o que importa é se dinheiro de propina pagou ou não a campanha de Dilma. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)