Florianópolis, 6.11.15 – O superintendente catarinense do DNIT, Vissilar Pretto, confirmou presença na reunião do Fórum Parlamentar Catarinense neste sexta-feira, às 10h, na sede da Associação do Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), em Blumenau. Além dele, segundo a assessoria do coordenador do fórum, o deputado Mauro Mariani (PMDB), devem vir a Blumenau o diretor de Planejamento e Pesquisa do DNIT, Adailton Cardoso Dias, e um representante da diretoria geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Não acredito que tanta gente venha apenas para ouvir os apelos repetidos dos deputados, senadores e lideranças catarinenses. Que venham com boas notícias também. (Fonte: Diário Catarinense)
Carolina Bahia: Nas mãos do baixo clero
A escolha do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) para a relatoria do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), era pedra cantada. Embora o PRB seja partido aliado, os outros dois candidatos eram piores. O deputado do PR é ainda mais próximo do presidente da Câmara. Quanto ao petista, não era conveniente ao governo. Enquanto o impeachment contra Dilma permanece em banho-maria, os governistas preferem assistir a distância. Agora, o máximo que Pinato pode fazer para favorecer o colega é jogar com os prazos. Eleito com míseros 22 mil votos, na esteira do popular Celso Russomano, Pinato recebeu a grande chance de alcançar alguma notoriedade. Para isso, primeiro precisa votar pela admissibilidade do pedido, levando adiante o processo. Mesmo que demore, a votação em plenário será aberta. Por isso, o cerco se fecha. Se os deputados não cumprirem a missão de afastar o presidente da Casa, ele acabará saindo graças ao MP.
Enxuga – Apesar da crise, o Judiciário insiste na criação de novos cargos. Foi preciso uma articulação com o relator do Orçamento Geral da União 2016, Ricardo Barros (PP-PR), para tirar da pauta da Comissão de Finanças a previsão de 10.468 vagas que seriam divididas entre as justiças Federal, do Trabalho, Militar e STJ. O gasto previsto era de R$ 135,2 milhões.
Carne de pescoço – Pressionado pelos Estados, o ministro Antonio Carlos Rodrigues (Transportes) não esconde da bancada do PR na Câmara o descontentamento com a falta de verbas. Depois de tanto brigar por um ministério que era considerado um filé, agora o partido reclama que terá pouquíssimas obras para inaugurar.
Na estrada – A nova Superintendência da ANTT em Santa Catarina deve ser inaugurada no dia 13 de novembro. Gilmar Cardoso, que já é responsável pelos trabalhos técnicos no Estado, vai assumir o comando. O deputado Jorginho Mello (PR) garante que o Ministério dos Transportes já deu aval para a nova estrutura. (Fonte: Diário Catarinense)
Caminhão tomba e produto perigoso escorre em direção a um mangue em Biguaçu
Obras no Contorno Viário da Grande Florianópolis são parcialmente liberadas após reunião
A reunião de conciliação entre a Autopista Litoral Sul e a Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda, que gerencia o aterro sanitário de Biguaçu, resultou em acordo provisório para reduzir o trecho embargado pela Justiça Federal referente às obras do Contorno Viário da Grande Florianópolis. Os trabalhos agora podem ser retomados entre os Km 178,8 e 184,5 da nova estrada, exceto num trajeto de aproximadamente 1,8 quilômetros que fica mais próximo ao aterro.
Segundo Pedro de Menezes Niebuhr, advogado da Proactiva, a empresa se “sensibilizou” pela continuidade das obras no local e aceitou reduzir a área de suspensão. Foi ela a responsável por ingressar na Justiça com um pedido para suspender os trabalhos, alegando risco à segurança de motoristas e da estrutura do aterro caso as obras avançassem.
No atual traçado, a pista ficaria apenas a 100 metros do local, o que, segundo a empresa, ameaçaria o aterro por conta das vibrações decorrentes das detonações de rochas para a abertura da rodovia.
A Proactiva, no entanto, aguarda que a Autopista Litoral Sul consiga, junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a alteração do traçado original de modo a afastar a rodovia do aterro sanitário. Uma nova reunião está prevista para ser realizada em janeiro e a empresa espera que até lá a concessionária tenha conseguido aprovar a mudança para se firmar um acordo definitivo.
A Autopista informa que na quarta-feira já encaminhou à ANTT um pedido de alteração do traçado e que agora depende apenas da aprovação da agência. A concessionária esclarece também que as atividades como detonações de rochas necessárias à construção da nova rodovia também estão suspensas temporariamente nas proximidades do local. (Fonte: Diário Catarinense)
Ricardo Dias: riscos de deslizamentos na SC-390 aumentam com a chuva
Com a chuva constante em Santa Catarina, a preocupação aumenta muito na SC-390, rodovia que liga a região serrana ao Sul do Estado. Os deslizamentos por lá têm sido constantes. O Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) chegou a interditar a estrada, mas muitos motoristas continuam se arriscando. Ontem, uma equipe da Defesa Civil, Deinfra e Polícia Rodoviária Estadual (PRE) esteve no local para verificar o que pode ser feito para evitar riscos à população.
Conclusão imprevisível – A revitalização da SC-370, em Grão-Pará, e do trecho da Serra do Corvo Branco, interditado há mais de um ano, era para ser entregue em dezembro, mas isso não deve ocorrer. O superintendente do Deinfra, Lourival Pizzolo, disse que a chuva tem impedido os serviços de manutenção da pista de estrada de chão. Sem a conclusão dos trabalhos, iniciados em dezembro de 2013, sobra para quem precisa usar a estrada.
Ponte Anita Garibaldi – O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) respondeu ao requerimento do deputado estadual Luiz Fernando Vampiro (PMDB) que solicitava o esclarecimento sobre as medidas compensatórias da construção da ponte Anita Garibaldi, em Laguna. Segundo o DNIT, a Licença de Instalação concedida pelo Ibama para a construção da travessia de Cabeçuda e canal de Laranjeiras não determinou nenhum tipo de compensação a ser aplicada. (Fonte: Diário Catarinense)
Prefeitura de Florianópolis recebe primeira parcela de recursos para obras de mobilidade
O prefeito Cesar Souza Junior (PSD) assinou documento para liberação de R$ 36 milhões pela Caixa Econômica Federal para as obras do primeiro anel viário de Florianópolis ontem à tarde. No projeto estão previstos 17 quilômetros de faixas exclusivas ou preferenciais para ônibus, entre outras melhorias.
O objetivo é qualificar o transporte público da cidade e, assim, incentivar as pessoas a deixarem os carros em casa e optarem por ônibus. Para que isso ocorra, é preciso mudar rotas, linhas e horários de ônibus também, mas a assinatura de ontem já é um grande passo para o início de uma transformação necessária e urgente na Capital. Esta é a primeira parcela de um total de R$ 211 milhões que serão repassados ao município pelo governo federal. (Fonte: Diário Catarinense)
Seinfra prevê mais de 60 dias para reparar buracos das ruas de Joinville
Se o céu amanhecesse azul nesta quinta-feira (5) e o tempo continuasse limpo em Joinville pelas próximas semanas, um “milagre” já descartado por meteorologistas, ainda assim levaria dois meses ou mais para que as três equipes de tapa-buraco contratadas pela Prefeitura pudessem dar conta de todo o trabalho atrasado por causa das chuvas. Ou seja, haveria muito o que fazer no ano que vem.
A estimativa tem base em um mapeamento da Secretaria da Infraestrutura (Seinfra), feito a partir dos pedidos de serviço encaminhados pelas subprefeituras. A secretaria não divulgou o número de pedidos. Como não há condições de se mexer no asfalto úmido, os reparos pendentes vão se acumulando na medida em que mais buracos aparecem nas ruas – Joinville pode completar hoje 43 dias consecutivos com registro de chuva.
Mesmo quando ocorre um dia isolado de sol, normalmente, ainda é preciso aguardar mais um dia para que o pavimento fique seco. Assim, a única opção do município tem sido preencher as aberturas com brita, saibro ou areia até que haja condições de se fazer o recapeamento asfáltico das vias danificadas.
– A primeira solução é tentar sinalizar o local. A segunda é verificar se a área tem condições de receber material alternativo, como brita e areia. Se não for possível alguma dessas soluções, não tem jeito. Tem que aguardar para fazer o remendo definitivo – explica o presidente da Seinfra, Romualdo França.
O uso de alternativas como brita e saibro, observa Romualdo, é voltada à prevenção de acidentes porque a chuva carrega os materiais com facilidade. Medida mais resistente seria o uso de massa asfáltica com aplicação a frio. Em Jaraguá do Sul, esse método será usado em pontos mais críticos.
O problema, diz o presidente da Seinfra, é que a formulação implicaria em custos mais altos.
– Se tivéssemos uma condição financeira boa, poderíamos até aplicá-lo, porque ele serve por alguns momentos. Mas depois tem que retirá-lo e fazer o complemento final. Jogar qualquer tipo de material à base asfáltica, mesmo pré-misturado a frio em local que está úmido, é vida limitada – reforça Romualdo França.
Incomodado com a situação da rua do Príncipe, no Centro, mas sem perder o bom humor, Antônio Carlos da Silva encenou uma pescaria em um buraco em frente a sua lanchonete.
As alternativas
Fixação – O aglomerante usado pela Prefeitura (base de asfalto) não incorpora a água. Assim, não há aderência ao pavimento molhado, o que atrasa as operações tapa-buraco em épocas de chuva. Para o serviço ser, feito é necessário, em média, dois dias de tempo bom porque o solo precisa estar seco.
Emergências – Como os trabalhos de tapa-buraco ficam suspensos em dias de chuva, a Prefeitura realiza serviços alternativos, com uso de brita, saibro ou areia. Buracos já foram preenchidos com esses materiais em vias como a avenida Beira-rio e a rua Monsenhor Gercino. Mas a medida só minimiza o problema e é adotada para evitar acidentes. Esses trabalhos são feitos pelas subprefeituras, que também têm autonomia para lidar com paralelepípedo e lajotas. As equipes de tapa-buraco só consertam o asfalto.
Aplicação a frio – O uso de massa asfáltica com aplicação a frio poderia garantir, momentaneamente, melhores resultados no preenchimento dos buracos porque a adesão ao pavimento é quase imediata Em Jaraguá do Sul, a Prefeitura anunciou o uso do material em pontos críticos. Joinville descarta esse recurso por causa do alto custo.
Tapa-buraco – As três equipes que realizam operações tapa-buraco não são as mesmas que fazem os trabalhos emergenciais de sinalização e colocação de material alternativo. Trata-se de um serviço licitado e que só recebe pelo trabalho realizado. A Seinfra calcula que, com bom tempo, será preciso entre 60 a 70 dias de trabalho ininterrupto para fechar os buracos em ruas asfaltadas. (Fonte: Jornal A Notícia)
Jefferson Saavedra: trânsito já deixou 72 mortos neste ano em Joinville
O trânsito em Joinville já deixou 72 mortos neste ano, em estatística atualizada até julho pela Secretaria de Estado da Saúde. Nessa conta, não está incluída a tragédia de março, na Serra Dona Francisca, quando 51 pessoas morreram na queda de ônibus em ribanceira. Exatamente a metade das vítimas de acidentes em Joinville é formada por ocupantes de motocicletas, repetindo fenômeno iniciado na década passada, quando a frota de motos passou a se multiplicar.
Alertas – Em Jaraguá do Sul conforme apurou o repórter Leandro Junges, uma das principais preocupações da Defesa Civil é com a ameaça dos deslizamentos por causa das chuvas. Moradores já foram avisados. Em Joinville, a Defesa Civil tem preocupação semelhante e já fez alertas em vários pontos.
Reforços – Policiais militares de Joinville estão participando de operações de combate à criminalidade em São Francisco. Também houve participação de PMs de Joinville no policiamento da Oktoberfest, em Blumenau. E vai ter também na Marejada, em Itajaí. De acordo com o comando da PM, mudanças nas escalas permitem que o policiamento não seja afetado em Joinville. (Fonte: Jornal A Notícia)
“Nosso maior alerta é para deslizamentos”, afirma diretora de resposta da Defesa Civil de SC
A chuva não dá trégua a Santa Catarina há quase 30 dias. Enquanto os acumulados de precipitação vão diminuindo e dando um respiro para as barragens e rios que cortam o Estado, elas transferem as preocupações para o solo. Bastante encharcados, o alerta da Defesa Civil é para a iminência deslizamentos em áreas por toda a faixa que vai do Centro ao Litoral de SC.
E as notícias que vem da Epagri não são animadoras nesse sentido. Ao longo dos próximos dias, a previsão indica que a instabilidade permanecerá em todas as regiões, mas, em geral, fraca e com acumulados menores. O tempo firme deve aparecer somente próximo ao feriado de 15 de novembro:
— A chuva vai seguir fraca, com exceção do dia 10 em que h&aacut
; um acumulado mais intenso. Tempo firme mesmo está indicado apenas para os dias próximos ao feriado de 15 de novembro, e mesmo assim serão por dois ou três dias. Depois a chuva volta, mesmo que fraca — alerta a meteorologista da Epagri/Ciram, Laura Rodrigues.
A princípio, a chuva constante não traz preocupação para o nível dos rios e barragens de Santa Catarina. Segundo a Defesa Civil, as últimas medições mostraram rios no Vale do Itajaí, como Taió, Ituporanga e Rio do Sul, e no Planalto Norte, como Mafra e Rio Negrinho, estavam subindo, mas nenhum deles alcançava cota de emergência. As barragens de Taió, com 25,8%, e de Ituporanga, com 6,4%, também ainda tinham espaço para água.
“Nosso maior alerta é para deslizamentos”, diz diretora de resposta da Defesa Civil
Diário Catarinense: A previsão desta semana mostra uma diminuição da chuva para os próximos dias e até aberturas de sol. É o suficiente para que a situação não seja mais preocupante em Santa Catarina?
Caroline Rodrigues: Não. Até porque a previsão é de uma diminuição da chuva não de um dia todo só de sol. O solo em todo o Estado está encharcado pelas chuvas que persistem há quase um mês. Não sabemos precisar quanto tempo seria necessário para que a situação do solo se normalize e os riscos de deslizamento diminuíssem.
Quais são as áreas do Estado que mais preocupam para os próximos dias?
Basicamente a chuva prevista para os próximos dias se concentra do Litoral ao Centro, ou seja, as bacias do Vale do Itajaí, Planalto Sul e Planalto Norte são as monitoradas com mais cuidado nesse momento. Nessas regiões, ainda não há rios em níveis de emergência, mas a situação é de atenção. Nossa preocupação agora é com as cidades em que o relevo é propício, como as cidades do Vale. As pessoas que moram em áreas de risco devem ficar alertas aos boletins da Defesa Civil.
Há risco de novas enchentes?
Nosso maior alerta no momento é para deslizamentos, devido aos solos encharcados e a chuva que não para. Como os acumulados previstos para os próximos dias não são altos, não há riscos significativos de enchente. Mas vários deslizamentos pontuais já foram reportados como em Jaraguá do Sul (no Norte), em Palhoça (na Grande Florianópolis), e em Rio dos Cedros (no Vale do Itajaí).
Qual é a orientação neste momento?
É que as pessoas, especialmente aquelas que residem em áreas de risco ou próximas a encostas, percebam os sinais de possíveis deslizamentos. Rachaduras no solo ou na casa, movimentos de terra próximos a residência são sinais de que é necessário sair do local e ligar para Defesa Civil (no 199) ou nos Bombeiros (193) para uma vistoria. (Fonte: Diário Catarinense)
Desassoreamento
O complexo portuário de Itajaí deixou de operar este ano 45 dias, um prejuízo milionário para empresas e municípios. Vários deles por problemas na barra, outros pelo assoreamento, do Rio Itajaí-Açu. O projeto de desassoreamento está pronto para ser autorizado pela Secretaria Nacional dos Portos. O ministro Helder Barbalho agilizou medidas, tem dotação, mas existem dúvidas sobre a liberação, em função da crise. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)
Mortes no trânsito
O Brasil é o país com maior número de mortes no trânsito por habitante da América do Sul, informa a ONU Brasil. Em 2013, mais de 41 mil pessoas perderam a vida nas estradas e ruas brasileiras, apesar de o país possuir normas que combatem os principais fatores de risco, como o uso de cinto de segurança, capacete, limite de velocidade, segurança para crianças e proibição de ingestão de bebida alcoólica antes de dirigir. Acidentes de trânsito são uma das principais causas de morte no mundo, vitimando 1,25 milhão de pessoas por ano, principalmente nos países pobres.
A União faz a força – Fui a Caçador, município no Meio-Oeste, para ministrar uma palestra aos estudantes do Curso de Jornalismo da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp) na quarta-feira. Junto com o editor de imagem Emerson Souza, encaramos os mais de 400 quilômetros de estrada em péssimas condições, sob a condução segura do Augusto, espécie de anjo da guarda diante do aguaceiro que desabou durante toda a viagem. No percurso, imaginei um bate-papo de pouco mais de uma hora, depois jantar com um querido amigo da cidade e voltar para o hotel porque na quinta-feira já pegaríamos a estrada novamente. Nada muito diferente de outras incursões pelo Estado.
Menos de 24 horas depois, saí do município com pouco mais de 80 mil habitantes com uma convicção: sem alarde, apoio político quase inexistente e com pouquíssimo recurso dos órgãos públicos, Caçador está passando por uma silenciosa revolução em duas áreas fundamentais: educação e saúde.
Em 2010, simplesmente não havia ensino superior na cidade. Hoje, a Uniarp oferece 28 cursos de extensão, tem cinco mil alunos e já caminha para a instalação de dois mestrados, avançando na pesquisa. Na saúde, mereceria um estudo de caso. Há apenas dois anos, o único hospital do município, o Maicé, estava prestes a fechar as portas. As irmãs da Congregação dos Santos Anjos, que montaram a estrutura há 35 anos, já não suportavam mais o déficit mensal de quase R$ 400 mil.
Mas graças a uma mobilização capitaneada pela Associação Comercial e Industrial de Caçador (Acic) e com apoio de Fiesc, Sesi e outras entidades empresariais, em apenas dois anos o Maicé virou o jogo e hoje é considerado hospital referência para o Meio-Oeste e Alto Vale do Rio do Peixe, vasta região que abrange 600 mil pessoas. Em ambos os casos, alguns empresários abnegados puxaram a fila da mobilização, mas se não fosse o apoio principalmente de toda a comunidade, Caçador não teria uma universidade e um hospital que em breve terá 20 leitos de UTI, urgência e emergência e atendimento de alta complexidade como neurologia e traumatologia. Isso, com 83% dos atendimentos via SUS. Não é milagre. É gestão e mobilização.
Queijo suíço – O acesso ao terminal Rodoviário Rita Maria, em Florianópolis, está uma vergonha. Simples assim. Ah, claro, a culpa é da chuva. (Fonte: Diário Catarinense – Visor/Rafael Martini)
Saiba quais serão os próximos passos no processo de Cunha no Conselho de Ética
Rompimento de barragem causa enxurrada de lama no interior de MG
Duas barragens — Fundão e Santarém — da mineradora Samarco se romperam na tarde desta quinta-feira em Mariana, município localizado a 100 quilômetros de Belo Horizonte, na região central de Minas Gerais. Conforme informações da Defesa Civil, há pessoas mortas, soterradas e ilhadas no distrito de Bento Rodrigues — região mais afetada pela enxurrada de lama contaminada com rejeitos de mineração que tomou conta da área com cerca de 600 moradores.
Até as 20h, haviam sido confirmadas sete mortes, no entanto sindicatos de trabalhadores locais falavam em 15 mortes. Pelo menos 52 feridos foram socorridos: 39 no local e 13 no Hospital Monsenhor Horta, em Mariana, alguns em estado grave. Entre os soterrados estão alguns funcionários que trabalhavam no local do acidente. A tragédia deve transformar-se na mais grave na área ambiental do Estado.
Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil utilizam helicópteros para fazer o resgate das pessoas, pois não há acesso por terra. Elas estão sendo abrigadas no Ginásio Municipal de Mariana. Estima-se que cerca de 200 moradores estavam em Bento Ribeiro quando a lama atingiu o distrito. As autoridades ainda não estimaram o número de desaparecidos.
Segundo o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, a situação na região é catastrófica.
— Ainda não há condições de saber o número total de mortos — disse.
O bombeiro Adão Severino Junior, do efetivo de Mariana, disse que nunca tinha visto uma situação tão dramática.
— A lama desceu como uma grande enxurrada, arrastando tudo, levando porcos, bois, gente e carro. Não tinha nada que resistisse. Teve casa que não sobrou parede.
Segundo ele, às 21 horas ainda escorria lama dos pontos altos.
— Há gente escondida no mato, tremendo de frio e fome. Nosso pessoal não quer suspender as buscas, pois pode ter gente viva no meio da lama — disse.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos de Mariana (Metabase) Sergio Alvarenga de Moura conta que a mineradora Samarco informou que foram registrados dois abalos sísmicos na região por volta das 14h, duas horas antes do acidente. Os tremores teriam chegado a 2,38 graus na Escala Richter.
— A origem dos abalos ainda não foi identificada, mas há a hipótese de eles terem causado o rompimento.
Por questões de segurança, a prefeitura pediu aos moradores de Bento Rodrigues para evacuarem o local e se dirigirem imediatamente para o distrito de Camargos, que é mais alto e seguro. No início da noite, a lama chegou até o distrito de Paracatu de Baixo, que também foi evacuado. Em nota (leia abaixo), a administração municipal informou que agentes da Guarda Municipal e da Defesa Civil estão no local para avaliação dos danos. Cães farejadores também auxiliam nas buscas por vítimas.
Conforme a mineradora Samarco, todos os esforços estão sendo empregados para priorizar o atendimento às pessoas e a mitigação de danos ao meio ambiente. “As autoridades foram devidamente informadas, e as equipes responsáveis já estão no local prestando assistência. Não é possível, neste momento, confirmar as causas e extensão do ocorrido, bem como a existência de vítimas”, diz a empresa na nota.
No comunicado, a Samarco reitera a “importância de que não haja deslocamentos de pessoas para o local do ocorrido, exceto as equipes envolvidas no atendimento de emergência”.
Causas – O Ministério Público abriu inquérito para apurar as causas da tragédia. Para a imprensa, o promotor Ferreira Pinto destacou que “nenhuma barragem rompe por acaso, não é uma fatalidade”. A região atingida pelo acidente é alvo de exploração desde o período colonial. O início da alteração da paisagem data do século 18, com intenso desmatamento praticado por mineradoras em busca, principalmente, de ferro. A análise é da própria Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do governo de Minas Gerais. As informações constam de um relatório oficial elaborado em 2013 pela pasta, que atendeu a um pedido da empresa Samarco para aumentar a capacidade de armazenamento de rejeitos da Barragem do Fundão. A outorga tinha validade de seis anos e previa o aumento da pilha de rejeitos com uma barragem de até 152,5 metros. A secretaria relata que o desmatamento da região foi intensificado nas últimas décadas. “As matas de grande porte foram fragmentadas e substituídas por plantações de eucalipto”.
Confira a nota da prefeitura de Mariana
“Na tarde desta quinta-feira, por volta das 16h20, houve o rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco Mineração, atingindo parte do distrito de Bento Rodrigues, zona rural, a 23 quilômetros de Mariana. As equipes do Corpo de Bombeiros, agentes da Guarda Municipal e Defesa Civil municipal estão no local neste momento para avaliação dos danos.
Por questões de segurança, a assessoria da empresa Samarco, em contato com a prefeitura de Mariana, está pedindo aos moradores de Bento Rodrigues que evacuem a comunidade local e sigam, imediatamente, para o distrito de Camargos, que é mais alto e seguro.
A Samarco e a Prefeitura de Mariana estão com as equipes no local para auxiliar a comunidade no que for necessário. Segundo informações da assessoria da empresa, no momento não há confirmação de vítimas, e sim danos materiais. Aguarde mais informações.”
Prefeitura de Ouro Preto presta auxílio – A prefeitura de Ouro Preto enviou viaturas do Serviço de Atendimento Móvel Urgência e ambulâncias ao local. Além disso, a Unidade de Pronto Atendimento do Município foi colocada à disposição da cidade vizinha para auxiliar no atendimento aos possíveis feridos. Em nota, a prefeitura disse que montou uma base de apoio, localizada no Centro de Convenções de Mariana. * Zero Hora (Extraído do portal Diário Catarinense)
Um Estado chamariz
Ainda estamos longe de consumar aquela ideia exagerada de que o Estado de Santa Catarina é um pedaço da Europa revitalizado, um perfeito Shangri-Lá de equilíbrio socioeconômico, as pequenas cidades crescendo mais do que as médias, um organizado exemplo de desconcentração industrial e o mais sólido IDH medido pela ONU.
Este é o reconhecido “modelo catarinense”, único na federação brasileira, capaz de, em dia não muito distante, comprar um ingresso para o mundo dos afluentes e influentes. A confirmação dessa imagem é verdadeira apenas na certeza de que aqui o governo atrapalha menos, compensado por um povo e um empresariado que “se governam” num saudável modelo de industrialização, sem a existência de grandes metrópoles e numa estrutura agrária baseada no minifúndio.
Já não há brasileiro, de Minas para baixo, que não tenha um dia sonhado plantar os pés em nossas terras, a fim de gozar os regalos de uma aposentadoria
E quem já não ouviu falar das famílias que fincam moradia em terras catarinas, mantendo conexões trabalhistas com suas origens — gente que chegou das metrópoles assustada com a ascensão do crime e com a violência das grandes cidades?
Pois chegou a hora do susto migrar, das esquinas góticas de São Paulo ou das ondas dopetit-pavé de Copacabana para as médias e até as pequenas cidades de Santa Catarina.
Reflexos da crise urbana, as grandes cidades vivem imersas num ambiente de insegurança. Com o prometido PIB negativo para 2015 e até mesmo para o ano que vem, Estados mais estáveis como Santa Catarina correm o risco de “importar” toda esta insegurança.
Espantam ao mais arguto planejador os números da progressão do crime na Ilha-Capital, onde crescem em escala geométrica o tráfico de drogas e as ameaças do crime organizado de dentro das cadeias. Assusta saber que as autoridades da Segurança estão imersas numa muda perplexidade e que o déficit de policiais militares em nossa PM chega a ser de quase 100%: onde deveria operar um efetivo de 20 mil policiais militares, engajam-se apenas 11 mil.
O medo não pode figurar entre os imigrantes que buscam a paz, mas “chamam” também os agentes do crime. Santa Catarina precisa se preparar para viver seu novo papel de Estado-chamariz de movimentos migratórios — o custo será pago em recursos financeiros ou, o que é pior, em vidas humanas. (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos)