Florianópolis, 15.9.16 – A economia catarinense sofreu uma retração de 5,2% entre julho de 2016 e o mesmo mês do ano passado. A estimativa de variação do produto interno bruto (PIB) foi calculada pela Secretaria da Fazenda do Estado e divulgada ontem.
De acordo com o governo do Estado, no período, o setor de serviços encolheu 6,2%, a indústria, 3,5% e a agropecuária, 3,1%. O crescimento da pecuária, da indústria de alimentos e dos serviços industriais de utilidade pública não foram suficientes para conter a queda. Na avaliação da Secretaria da Fazenda, a crise chegou mais tarde em Santa Catarina, mas agora é sentida com bastante intensidade.
No Brasil, na comparação do mesmo período, a queda é ainda maior: de 5,6%, segundo dados do Banco Central (IBC-Br).
– Por isso, precisamos tomar medidas para segurar ao máximo as despesas, já que a arrecadação está em queda livre – destaca o secretário Antonio Gavazzoni.
Os indicadores de produção da indústria catarinense na passagem de junho para julho colocam Santa Catarina com a segunda maior queda entre 14 Estados pesquisados. Em julho, o comércio catarinense cresceu 0,6% frente a junho – em comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda é de 2,9%. Esse decréscimo na produção e nas vendas tem refletido fortemente na arrecadação de ICMS.
Avanço do desemprego no Estado preocupa – O economista Paulo Zoldan, consultor da Diretoria de Planejamento Orçamentário da Fazenda de Santa Catarina, chama a atenção para a elevação na taxa de desemprego do Estado. O índice do segundo trimestre em comparação com os três primeiros meses do ano cresceu mais do que a média nacional. Ainda assim, seguimos com a menor taxa do país.
— Com o desemprego em alta, a renda caindo, o crédito mais restrito, seguramente o consumo da famílias seguirá retraído por mais algum tempo — afirma Zoldan.
O economista é responsável pelo Boletim Indicadores Econômico-Fiscais da Secretaria da Fazenda. (Fonte: Diário Catarinense)
Para que o PIB derreta menos durante recessões
Santa Catarina foi um dos últimos Estados do Brasil a entrar em recessão. Enquanto muitos amargavam dificuldades ainda em 2014, a crise pesou aqui em 2015 e neste ano. Mas o governo do Estado divulgou que nos últimos 12 meses o Produto Interno Bruto (PIB) estimado do Estado derreteu, com uma queda de 5,2% frente a meses anteriores. A estimativa para o Brasil, feita pelo IBCr do Banco Central foi ainda pior, de uma retração de 5,6%.
Mas como blindar mais a economia de um Estado para enfrentar com menos dores as crises? Regiões do mundo com economias mais sólidas mostram que isso é possível oferecendo produtos inovadores e necessários para um grande número de pessoas. Isso passa muito por soluções de ponta nas áreas de tecnologia da informação, produtos e serviços inovadores e eficazes voltados à saúde, e alimentos de qualidade, entre outros.
Muito do desempenho positivo de SC em 2014, com liderança na oferta de emprego, deve-se ao agronegócio competitivo, ao mais diversificado parque fabril do Brasil, comércio e serviços de qualidade, incluindo o turismo e a estrutura logística portuária. Mas é possível se blindar ainda mais com novas soluções inovadoras e atuação no mercado global. Um dos maiores desafios é realmente oferecer um ensino fundamental de alta qualidade para todas as crianças, melhorar todo o sistema de aprendizado e fazer com que os demais catarinenses que já trabalham, também estudem para aprimorar suas competências. O Estado tem potencial para isso, mas avança devagar. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
Expectativa
Quase um ano depois do previsto, a inauguração do trecho duplicado da BR-101 em Tubarão, no Sul do Estado, terá data marcada. Até o final da semana, a Superintendência estadual do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) irá definir o dia da cerimônia. A obra está em fase final, com aplicação de asfalto nas vias laterais, sinalização e conclusão da drenagem.
O presidente Michel Temer deve participar da inauguração da obra. A inauguração do trecho foi prometida no ano passado para antes da temporada de verão, mas fatores climáticos atrasaram as obras. Os novos prazos, previstos para fevereiro, maio e agosto, também não foram cumpridos. A espera pela duplicação já dura 20 anos. (Fonte: Diário Catarinense – Ricardo Dias)
Ruim de boleia
São José, na Grande Florianópolis, só perde para Maceió entre as piores cidades do país para se dirigir. Já Florianópolis apresenta o quarto pior nível de satisfação entre os motoristas. Os resultados foram divulgados nesta semana pelo aplicativo Waze. O Waze Global Driver Satisfaction Index 2016 é um ranking que lista as melhores e piores cidades e países para se dirigir com base na experiência dos usuários. Foram 38 países analisados e 186 cidades – só entram na conta os municípios com mais de 20 mil usuários ativos mensalmente no app. A pesquisa é baseada em seis fatores principais, que foram classificados entre “satisfatório” (nota 10) e “péssimo” (nota 1): nível de trânsito (congestionamentos); segurança (acidentes, clima); qualidade das vias e infraestrutura; serviços ao motorista (postos de gasolina e estacionamento); fator econômico e social (acesso a carros, aumento ou baixa dos preços de gasolina); “Wazy”, que representa o quão boa (ou ruim) é a rede de Wazers em termos de ajuda aos motoristas. (Fonte: Diário Catarinense – Ana Paula Bittencourt)
Transporte coletivo
A comissão especial criada para avaliar o edital do transporte coletivo de Blumenau aguarda agenda com Marco Antônio Wanrowsky. O grupo de trabalho vai entregar ao prefeito interino o relatório final que traz mudanças no documento sugeridas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), mas que também apresenta a defesa de pontos que não foram acatados. Wanrowsky, então, vai reapresentar o texto ao órgão, em Florianópolis. Agora é esperar por uma nova análise do TCE. O poder público prefere não trabalhar com prazos, alegando a complexidade envolvida numa concessão pública deste porte e os possíveis questionamentos judiciais que podem surgir quando a licitação sair. A expectativa, porém, é que o edital seja lançado ainda neste ano. Pelo andar da carruagem, só mesmo em meados de 2017 uma nova empresa estará operando na cidade. Até lá, o serviço será prestado via contrato emergencial. O segundo vínculo assinado com a Piracicabana vence em 17 de janeiro. (Fonte: Diário Catarinense – Pedro Machado)
Movimentação cresce em Navegantes
A movimentação de passageiros no Aeroporto de Navegantes cresceu 9,2% no mês de agosto em comparação com o mesmo período no ano passado. Parte do aumento se deve aos cariocas, que tiveram as férias de inverno transferidas para agosto devido aos Jogos Olímpicos – embora ainda não haja estimativas oficiais, a sensação no trade turístico é que os turistas vindos do Rio de Janeiro fizeram a diferença no balanço mensal em Santa Catarina.
O acumulado do ano no aeroporto também é satisfatório, de 991 mil passageiros em oito meses, contra de 953 mil em 2015. A expectativa da superintendência é fechar 2016 com incremento de 5% na movimentação. (Fonte: Diário Catarinense – Dagmara Spautz)
Lula: denúncia é o começo do fim
Lideranças petistas já esperavam que os procuradores da Lava-Jato apresentassem denúncia contra Lula. Mas nem em seus piores pesadelos imaginaram que o Ministério Público Federal fosse lançar tamanho petardo contra o ex-presidente. Lula foi chamado de general do maior esquema de desvio de recursos do país, denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro. É o começo do fim dos planos do PT, que ainda sonhava em voltar ao poder em 2018.
Como disse o próprio procurador Deltan Dallagnol – lembrando o processo do Mensalão – desta vez, Lula não poderá alegar que “não sabia de nada”. Ele deixou digitais. A denúncia aponta que o ex-presidente foi beneficiado pelas relações nada republicanas com as grandes empreiteiras. As acusações, que se estendem à ex-primeira-dama Marisa Letícia, dizem respeito ao famoso tríplex do Guarujá. Essa seria a prova material da propina. Mas Lula é acusado de liderar a engrenagem chamada da “propinocracia”.
Mergulhado em uma crise externa e interna, o PT tinha no ex-presidente a grande esperança de voltar ao poder em 2018. Com essa denúncia avassaladora, os planos políticos começam a desmoronar. Se o juiz Sérgio Moro aceitar a denúncia, o que é tendência, Lula será réu por duas vezes. Na prática, se condenado, ele ficará sem condições políticas e jurídicas de concorrer em 2018.
Tudo isso ocorre 15 dias depois do impeachment de Dilma Rousseff. Embalada pela narrativa do golpe, a militância estenderá o argumento ao ex-presidente. A vitimização do ex-presidente e o discurso da perseguição já começaram. Mas só vai atrás dessa conversa quem está cego pela paixão partidária. A denúncia segue a lógica que já colocou dois tesoureiros do partido no xadrez. As investigações mostram que o PT se beneficiou do Petrolão.
Na época do Mensalão, Lula conseguiu emplacar a versão que de nada sabia. Agora, na Lava-Jato, ele não tem como escapar porque a lavagem de dinheiro deixou rastros. Assim como Collor – à época todo enrolado – caiu por causa de um Fiat Elba, Lula foi pego por não resistir ao conforto de um apartamento de frente para o mar. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)
A propinocracia denunciada
A Operação Lava- Jato, que investiga o maior esquema de desvios de recursos públicos da história do país, chegou ontem ao seu ponto culminante com a apresentação de denúncia formal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua mulher Marisa Letícia e mais seis pessoas, por corrupção, lavagem de dinheiro e recebimento de propinas. O alvo principal da denúncia é o ex-presidente Lula, apontado pelo porta-voz da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, como “comandante máximo do esquema criminoso” e “maestro da grande orquestra concatenada para saquear a Petrobras e outros órgãos públicos”.
A denúncia é bombástica e certamente terá repercussão internacional, uma vez que Lula ainda é reconhecido como o operário que se tornou presidente e promoveu mudanças sociais históricas no Brasil. Mas as provas e indícios levantados ao longo da investigação não deixam dúvida de que o político mais popular do país tem muitas explicações a dar à Justiça. Oportunidades para se defender não faltarão, pois o processo está sendo acompanhado com lupa pelo STF e por todo o Brasil. Oficialmente, ele está sendo acusado de receber propinas da empreiteira OAS, de forma indireta, por meio do triplex do Guarujá, cuja propriedade nega, pelas reformas do sítio de Atibaia e pelo custeio do depósito de seus bens. Porém, a sua participação no esquema criminoso, segundo o MP, é bem mais ampla: Lula é apontado como cabeça do conceito de governo que os procuradores definem como “propinocracia”, baseado em três pontos: governabilidade corrompida, perpetuação criminosa e enriquecimento ilícito de seus integrantes.
De acordo com o minucioso levantamento de dados e testemunhos apresentado pelos investigadores, o Partido dos Trabalhadores comandava um núcleo político, integrado também pelo PMDB e pelo PP, que subtraía recursos públicos com a cumplicidade de servidores graduados e de empresários que prestavam serviços ao governo. No centro desse núcleo, segundo os denunciantes, sempre esteve Lula, que tinha poder, prestígio e influência para gerenciar cargos nas estatais e negociar com as empresas, ainda que por intermediários.
Os valores divulgados pelos procuradores são estratosféricos. Lula está sendo acusado de ter recebido indevidamente R$ 3,7 milhões, mas o total de propina pago no petrolão teria atingido R$ 6,2 bilhões e o prejuízo da estatal é estimado em R$ 42 bilhões. Significa que muito ainda precisa ser apurado e que todos os responsáveis pela roubalheira têm que ser punidos para que os brasileiros se sintam minimamente desagravados por terem sido vítimas de tanta infâmia.
O Partido dos Trabalhadores e seus aliados nos últimos governos saem fortemente chamuscados das denúncias apresentadas ontem, pois são apontados como beneficiários das propinas pagas pelas empresas detentoras de contratos públicos, de modo a se manterem como maioria política no comando do país e a garantir a perpetuação do esquema no poder.
Independentemente de quem for efetivamente responsabilizado pelos crimes apontados, o Brasil não pode mais tolerar essa indignidade apelidada de propinocracia. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)