Florianópolis, 4.3.16 – Prometida desde 2011, a ampliação da Via Expressa, na BR-282, em Florianópolis, deve ser discutida entre prefeitos da região metropolitana e o Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit/SC) hoje. A meta é readequar o projeto para a realização da primeira etapa.
Na semana passada, o Ministério dos Transportes prometeu licitar parte da obra, com a liberação de R$ 100 milhões, do total de R$ 500 milhões em que está orçada a ampliação dos 5,6 quilômetros de extensão da via. Prefeitos cobram de Antonio Carlos Rodrigues o prazo de 10 dias, que vence hoje, para lançar o edital. Em nota, o Dnit nega: “não foram estipulados prazos para a realização da licitação”.
– Ou eu estou louco e mais de 30 pessoas sofreram de alucinação coletiva, ou ele garantiu sim. Eu perguntei quando vão abrir (a licitação) e ele disse: dentro de 10 dias. Falou textualmente – disse o prefeito de Florianópolis, Cesar Souza (PSD), presente na reunião da semana passada.
A expectativa entre os prefeitos de Florianópolis, São José, Biguaçu e Palhoça é discutir o andamento da obra e a implantação de uma faixa exclusiva para o transporte coletivo. No governo do Estado, segundo o secretário do Planejamento, Murilo Flores, o discurso vai na mesma linha.
– O Cnit já acatou nossa proposta. O BRT é um transporte rápido, que vai sair do shopping Itaguaçu e chegar ao Ticen em 15 minutos, em horário de pico – disse Flores.
O que dizem os prefeitos da região – “Nossa energia tem sido política para ver se de fato o ministro cumpre a palavra. Essa questão da faixa exclusiva para ônibus já foi colocada pela prefeitura em outro momento. Esperamos pela abertura do edital para que as prefeituras de São José, Florianópolis, Palhoça e Biguaçu e o DNIT possam se dedicar a este projeto”.
Cesar Souza (PSD) – Florianópolis – “Primeiro ele disse que não tinha dinheiro, mas por causa da nossa intervenção, mostrando a dificuldade do trecho, autorizou licitar parte do projeto. Temos que trabalhar visando toda a região metropolitana e para isso priorizar o transporte público. O que interessa é o DNIT empenhado em executar. Importa é fazer um bom edital para uma boa execução”.
Adeliana Dal Pont (PSD) – São José – “Este caos que está transformando as filas na Via Expressa faz com que motoristas entrem em Palhoça e gerem um congestionamento. A faixa que será aberta tem que ser exclusiva para ônibus, para priorizar o transporte público. O ministro disse que em 15 dias colocaria o edital na rua, ficamos contentes, mas vamos cobrar, é prazo”.
Camilo Martins (PSD) – Palhoça – “Ele confirmou a licitação do projeto de R$ 100 milhões com previsão de início em 10 dias. Alguma coisa tem que ser feita, se não dá para pensar num projeto maior que fizesse algo para amenizar como o corredor exclusivo para ônibus. Motoristas que saem de Biguaçu para Florianópolis, preferem ir pelos bairros de Barreiros e Estreito do que pela Via Expressa”. (Fonte: Diário Catarinense – Mônica Foltran)
Mais uma
Promessa não cumprida e calote anunciado, outra vez. O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, prometeu que hoje seria lançado o edital para nova pista da Via Expressa, na Grande Florianópolis. Não vai sair hoje e nem tão cedo. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)
BNDES libera Governo para realocar recursos para a Ponte Hercílio Luz
O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), no Rio de Janeiro, deu carta branca ao secretário de Estado de Planejamento, Murilo Flores, ontem para que seja feito um remanejamento de recursos para priorizar a reforma da ponte Hercílio Luz, cartão-postal de Florianópolis. Agora um novo contrato do programa Pacto por Santa Catarina será feito.
Atualmente, a obra está na fase de colocação das cinco treliças para sustentação da estrutura – quatro já foram posicionadas. Após todas essas estruturas de 30 metros de altura e 80 toneladas serem içadas, elas formarão um leito em que serão posicionados 54 macacos hidráulicos destinados para a etapa de transferência de carga. Somente depois disso que irá começar a restauração propriamente dita da ponte. A previsão é que esta etapa, que está sendo feita pela empresa Empa, do grupo português Teixeira Duarte, seja finalizada até o mês que vem. (Fonte: Diário Catarinense – Mônica Jorge)
Governador discute dívida do Estado em Brasília
O catarinense Raimundo Colombo (PSD) chega à reunião dos governadores com a presidente Dilma Rousseff (PT), hoje, com uma proposta de entendimento diante do impasse judicial sobre a aplicação dos juros no recálculo da dívida de Santa Catarina com a União. Em encontro ontem com o ministro Nelson Barbosa, da Fazenda, ele sugeriu que o governo federal apresente um percentual de desconto aos débitos dos Estados, junto com a proposta já realizada aos governadores de alongar a conta por mais 20 anos.
A medida seria uma alternativa à aplicação da taxa Selic simples no recálculo das dívidas de Estados e municípios, como Santa Catarina pleiteia em mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). No encontro, Barbosa defendeu a proposta de ampliar o prazo de pagamento da dívida por 20 anos – de 2028 para 2048 – como forma de reduzir as parcelas, mas teria ficado de estudar a ideia sugerida pelo catarinense.
– Como envolve muitos governadores, eu não tenho o poder de fazer uma proposta. Apenas defendi a tese de que se houver um desconto fica muito mais fácil fazer um alongamento – afirmou o governador.
Colombo sugeriu aos demais governadores uma reunião prévia, às 12h de hoje, para que todos cheguem com um discurso afinado para a conversa com a presidente.
O governador catarinense também aproveitou a ida a Brasília para encontrar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para defender os argumentos de Santa Catarina no mandado de segurança em que pede a não aplicação de juros sobre juros no recálculo da dívida do Estado. Entre ontem e quarta-feira, Colombo teve reuniões com nove dos 11 magistrados, entre eles Luiz Fachin, relator do caso, e Ricardo Lewandowski, o presidente do STF. (Fonte: Diário Catarinense – Upiara Boschi)
Queda de investimento ainda afeta o PIB. SC está melhor
Os números do IBGE divulgados ontem que estampam a queda de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado não só confirmam a maior recessão desde 1990, mas também indicam que ela vai continuar e ainda pode piorar. O que sinaliza essa tendência negativa é a queda de 14,1% dos investimentos no ano passado, quando eles fecharam com taxa de 18,2% do PIB, menos do que os 20,2% do ano anterior. A formação bruta de capital fixo, outro indicador importante sobre o nível de atividade futura, teve retração de 18,5% no ano passado. A falta de confiança do setor privado também pesa para a continuidade da recessão.
Segundo o Banco Itaú, a herança estatística negativa do ano passado já provoca queda de 2,5% do PIB deste ano, mesmo que as condições da economia continuem como estão. Mas o banco estima que 2016 fechará com retração de 4%, o que vai confirmar o pior ciclo de decrescimento da economia brasileira.
O que mais pesou para a queda do PIB ano passado foi a indústria, que vem sofrendo há vários anos. O setor caiu 6,2% em 2015, com maiores dificuldades enfrentadas pela indústria de transformação, que teve retração de 9,7%. A construção civil foi um pouco melhor, recuou 7,6%. A agropecuária fechou em alta, comércio e serviços também foram duramente atingidos pela recessão.
O detalhamento do PIB por Estados fica pronto cerca de um ano depois. Mas dá para antecipar que o PIB de SC terá menor retração que o do Brasil, mesmo com a indústria tendo sido atingida mais fortemente pela crise em 2015. Para se ter ideia de como a situação catarinense é melhor, o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR-SC), considerado uma prévia do PIB, apurou que no ano passado SC teve uma retração de 2,62% enquanto o Brasil recuou 4,08%. No mês de dezembro frente ao mesmo período de 2014, SC teve resultado negativo de 3,71%, e o país, de 6,51%. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
É bomba
O estrago está feito. O governo Dilma Rousseff passa por um dos piores momentos da crise aguda que já completa 15 meses. O mundo político em Brasília teme o potencial explosivo da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS). Ele não é um político qualquer.
Quando foi preso na Lava-Jato, o petista era líder do governo no Senado, homem de confiança de Dilma, confidente do ex-presidente Lula, amigo de deputados e senadores de diferentes partidos. Depois de quase três meses de prisão, sentindo-se abandonado pelos companheiros, Delcídio fechou acordo e delatou.
Em nota, o senador não confirma ou reconhece os documentos da reportagem da revista IstoÉ. O senador teria acusado Dilma e Lula de tentarem interferir na Lava-Jato. A reação do Planalto foi quase desesperada. Os ministros José Eduardo Cardozo (AGU) e Jaques Wagner (Casa Civil) passaram a desqualificar Delcídio, enquanto o palácio reuniu documentos para rebater acusações, como a responsabilidade de Dilma na compra da refinaria de Pasadena.
Há meses, ministros passam mais tempo defendendo Dilma e Lula do que se dedicando a combater a crise econômica e a paralisia da Esplanada. Uma situação que volta a alimentar a discussão do impeachment – que estava adormecida na Câmara – e os movimentos contrários ao governo que preparam nova manifestação no dia 13 de março. Enquanto o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vira réu, a operação se volta cada vez mais para o núcleo político e chega muito perto do governo e do PT.
Dipp desiste – Alegando motivos de foro íntimo, o ex-ministro do STJ Gilson Dipp não é mais advogado de Delcídio Amaral no Conselho de Ética no Senado. O jurista foi surpreendido pela notícia da delação premiada do petista.
Sem mágoas – A presidente Dilma telefonou no último domingo para o governador Raimundo Colombo para desejar os parabéns pelo aniversário. Ela não falou em renegociação de dívida, CPMF ou crise política. Preferiu bater um papo com o governador sobre a vida: dieta, saúde, exercícios físicos. Hoje, Colombo participa de reunião de governadores com a presidente. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)