Florianópolis, 5.4.16 – O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de SC (Fetrancesc), Pedro Lopes, foi reconduzido como integrante do Fórum Permanente para o Transporte Rodoviário de Cargas (Fórum TRC) do Ministério dos Transportes. A decisão foi da Confederação Nacional do Transporte e do Fórum criado ano passado para buscar soluções de consenso ao setor. O presidente da Federação das Empresas de Transporte de São Paulo (Fetcesp), Flávio Benatti, também foi reconduzido. Lopes diz que uma das prioridades são os pontos de parada para motoristas.
Tolerância zero no trânsito – O deputado federal Jorginho Mello vai incluir no regime de urgência do Congresso Nacional o projeto de lei que prevê tolerância zero para crimes de trânsito causados por alcoolismo. A sugestão, que estava sendo encaminhada via emenda popular, foi proposta pelo jurista Sérgio Back, presidente da Câmara Internacional de Mediação e Arbitragem, a Sensatus. Entre as penalidades propostas, que serão avaliadas pelo parlamento, estão a prisão do motorista e leilão do veículo caso seja provada a culpa. O valor do carro iria para uma indenização às pessoas feridas. Conforme Back, as perdas com acidentes são incontáveis. Considerando custos públicos, em 2014 o seguro DPVAT pagou no país 52.200 indenizações por morte e 596 mil por invalidez. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
Impasse sindical
Vendido inicialmente como um acordo entre a União e os Estados, o projeto enviado pelo governo federal ao Congresso para renegociar a dívida pública vai chamando atenção daqueles que são colateralmente atingidos: os servidores públicos. As mesmas contrapartidas que tanto assustaram os governadores e que nasceram nas entranhas do Ministério da Fazenda estão fazendo com que entidades sindicais comecem a se movimentar contra a proposta que consideram um perigo aos direitos do funcionalismo e um instrumento de desmonte das máquinas públicas estaduais.
Em Santa Catarina, 32 sindicatos de servidores públicos se reuniram ontem com o deputado federal Esperidião Amin (PP-SC), que deve ser confirmado relator da proposta na Câmara. Querem a retirada do regime de urgência e rediscussão da proposta. Fazem uma crítica que não deve ser desconsiderada mesmo por quem mantém o pé atrás quando se trata de sindicalistas e seus jargões: “O projeto não oferece uma solução para o problema da dívida pública dos Estados, mas posterga para o futuro, quando retornará de forma mais agressiva”, diz um dos pontos do documento entregue ao parlamentar.
Lembrando que a renegociação da dívida proposta pela União não prevê redução dos valores, mas a ampliação em 20 anos do prazo de pagamento e um desconto de 40% na parcela durante 24 meses – valor que será cobrado ao fim da transação. Ou seja, dá um urgente e necessário alívio financeiro a governadores que já sentem dificuldades de pagar as contas mais básicas, mas não resolve o problema estrutural da dívida.
Nas redes sociais, o ex-deputado estadual Amauri Soares (PSOL), hoje diretor da Intersindical Central, desancou a proposta, que chamou de “complô” entre governo federal e governadores para tentar fazer o país cair nas avaliações das agências de risco enquanto “esmaga direitos históricos dos trabalhadores”. É um discurso que começa a se alastrar em setores que são base de apoio ao governo do PT, o que pode gerar resistências ao avanço da proposta durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff – justamente um momento em que os petistas tentam aglutinar sua base social contra o que chamam de golpe.
Nesse contexto, uma das sugestões que têm avançado é de que Amin corte de seu relatório as contrapartidas que endurecem a Lei de Responsabilidade Fiscal para restringir contratações e reajustes salariais, entre outros. Claro que aprovar a renegociação sem as contrapartidas significa veto certo do Palácio do Planalto. Mas isso, também é claro, é problema do Palácio do Planalto. (Fonte: Diário Catarinense – Upiara Boschi)
Inflação de mais de 1% ao mês
A inflação de março em Blumenau ficou acima do esperado pelos economistas da Universidade Regional de Blumenau (Furb) que fazem a pesquisa mensal. No mês passado o Índice Geral de Variação de Preços (IVGP) aumentou 1,2%. A expectativa era de uma variação entre 0,3% e 0,8%. A variação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 9,04%.
Entre os 25 grupos de produtos pesquisados os que mais aumentaram de preço foram os produtos de limpeza (5,51%), os produtos de panifício (3,45%) e os alimentos in natura (3,16%). A maior baixa de março foi verificada nos serviços de manutenção de veículos (-2,86%). No total são monitorados os preços de 580 itens.
Já a cesta básica aumentou 1,68% no mês passado, atingindo o valor de R$ 363,77. Nos últimos 12 meses o aumento acumulado é de 16,23%.
Nenhum dos 13 produtos monitorados teve redução no preço em março. Os que mais aumentaram foram o leite (9,15%), a batata-inglesa (9,02%) e a banana (7,61%). (Fonte: Diário Catarinense – Pancho)
Nova lei eleitoral, por Felippe Malta*
A Lei 13.165/2015, que provocou mudanças nas regras para a campanha eleitoral, trará muitos desafios para as eleições de 2016 no que diz respeito ao marketing. A legislação trouxe uma diminuição do tempo de TV para os programas eleitorais, mas ao mesmo tempo aumenta as inserções avulsas de 30 segundos, principalmente em horários nobres, nos quais estão os programas de maior audiência e também os maiores anunciantes com verbas robustas para a produção.
O maior desafio para o marketing político será dividir este espaço com grandes marcas e se tornar relevante para o público. A produção de um vídeo em horário nobre é determinante para que o telespectador não troque o canal durante o intervalo de seus programas favoritos. Será uma competição direta entre políticos e marcas na disputa pela atenção da massa. É neste momento que o bom profissional de comunicação terá que usar sua maior aliada: a criatividade.
Espera-se com isso que os programas deste ano apresentem conteúdos e formas inovadoras de produção e saiam da mesmice que faz o telespectador se desinteressar ainda mais pela política. Outro aspecto importante e criativo é saber usar a tecnologia a nosso favor, buscando alternativas viáveis dentro do atual cenário. Neste item específico, pela nova lei os candidatos poderão, com muito cuidado e suporte jurídico, investir em promoção de conteúdo na internet durante o período pré-eleitoral (até 15 de agosto).
Este movimento online pode ser determinante para o resultado das urnas. Não me refiro aqui somente aos posts patrocinados em redes sociais e acúmulo de seguidores e fãs, mas sim de análise e coleta de dados permitidos por lei e que vão traçar o perfil destes seguidores através de inúmeras ferramentas disponíveis na grande rede. Isso gera subsídios para campanha na web durante o período eleitoral, quando o investimento financeiro não será mais permitido. Coletando o máximo de dados no período de pré-campanha, o candidato poderá segmentar os eleitores.
Além disso, a web pode servir de grande plataforma para arrecadação financeira de pessoas físicas. Quando se tem uma análise e coleta adequada de dados, fica mais fácil identificar o eleitor que tem maior probabilidade de doar para campanha x ou y, e com isso abordá-lo de forma mais eficaz.
*Publicitário e vice-presidente do Sindicato das Agências de Propaganda de SC (Fonte: Diário Catarinense – Artigos)
Dilma precisa de tempo
A estratégia da bancada do PT é tentar adiar ao máximo a votação do pedido de impeachment no plenário da Câmara. Os próximos passos já estão desenhados e têm como objetivo impedir que a proposta do afastamento seja analisada até o dia 17 de abril. Além de pedidos de vista na própria comissão especial, também estão preparadas ações a serem encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal. O principal argumento é que os debates não estão restritos à questão fiscal. Não à toa, a defesa da presidente teve como foco principal as pedaladas e os créditos suplementares. Com a experiência de quem já foi deputado, o ministro José Eduardo Cardozo (AGU) sustentou que não houve crime de responsabilidade. A política, no entanto, não ficou fora. O ministro alegou que o recebimento do pedido de impeachment foi uma retaliação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contra o PT, que anunciou o voto favorável à abertura do processo no Conselho de Ética. Neste ponto, o ministro tem razão, tanto que Cunha voltou a ser chamado de Malvado Favorito pela oposição. A grande questão no momento é que já estão nas cabeças dos deputados – e na pressão dos eleitores – os últimos escândalos, de Delcídio Amaral às conversas pelo telefone entre Dilma e Lula.
Porteira fechada – Na tentativa de troca de voto por cargos, o Ministério da Agricultura foi oferecido ao PR. Se fechado o acordo, o nome sugerido foi o do líder do partido na câmara, Maurício Quintella Lessa (AL). Embora seja amiga da presidente Dilma, a ministra Kátia Abreu (PMDB-TO) não tem votos contra o impeachment. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)
Grades com grife
As prisões brasileiras voltaram à ribalta, depois que o primeiro estrato social voltou a frequentá-las, com o prestígio de dirigentes partidários, parlamentares e empreiteiros bilionários. O que fazer se não temos cadeias chiques para tanta “grife”?
O terror que emana das masmorras – com o banditismo organizando o crime de dentro dos presídios – é resultado dos desgovernos que assolam o país. No poder com o seu partido há 13 anos, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, se queixou dos cárceres nacionais, como se o governo não tivesse nada a ver com isso:
“Prefiro morrer a cumprir pena em um presídio brasileiro…”
Ora, e a quem se deve o descalabro por prisões que não passam de fábricas de monstros, num ambiente “medieval”, senão aos governos de todos os partidos, de Pedro Álvares Cabral até hoje?
O brasileiro médio transfere cinco meses de salário por ano ao governo, naquela que é a maior carga tributária entre países emergentes. Mas os orçamentos federais jamais contemplaram a construção de presídios decentes, humanos, com unidades industriais, “laborterapia”, instalações asseadas e modestas, mas capazes de preservar a dignidade dos apenados.
O resultado é essa “vingança” dos mortos-vivos contra os mortos de medo. Os encarcerados vingam-se das vítimas, do cidadão inocente, e não do verdadeiro réu, o Estado incompetente.
Nos EUA, o assunto está bem resolvido há séculos. Todas as prisões são “standards” – dignas, mas espartanas. Leona Helmsley, sonegadora de impostos, Bernard Madoff, investidor fraudulento de Wall Street, Tony Gebauer, banqueiro estelionatário – e todos os VIPs americanos já vestiram o macacão cor de cenoura dos “internos”.
Talvez uma boa solução fosse a privatização dos presídios, sob a supervisão do Estado, como acontece nos países do mundo civilizado. No hemisfério norte, o sistema já vigora, até com a operação de navios-prisões.
No Brasil, contudo, dificilmente os “investidores” e a turma do colarinho branco aplicariam seus recursos num sistema do qual, um dia, poderiam vir a se tornar hóspedes… (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos)
Solução constitucional
O país ingressa no quarto mês do ano sem uma perspectiva de solução para a crise política que entrava a economia e a retomada do desenvolvimento. Há uma enorme pressão sobre a presidente da República, que não faz outra coisa a não ser se defender do processo de impeachment na Câmara e garantir que não vai ceder às pressões para renunciar. Ora, o país precisa voltar a andar. Seja pelo impeachment, seja pela continuidade do atual governo, o importante é que a Constituição seja respeitada e que se busque logo uma definição para o impasse, transformado em motivo de aflição permanente para os brasileiros.
Num processo dessa importância, é óbvio que todos os prazos legais precisam ser rigidamente observados. Ainda assim, a solução constitucional tem que ser apontada logo. O país precisa dispor de uma alternativa pacífica e democrática, que permita ao setor produtivo voltar a se programar com um mínimo de segurança, retomando os investimentos nos níveis necessários para reduzir a recessão e o desemprego.
No cenário atual, marcado por um antagonismo radicalizado, a própria sociedade não consegue mais preservar o diálogo necessário para encontrar saídas – tampouco os políticos, que são treinados para o debate. Menos mal que as instituições tentam se manter distantes desse clima passional, mas nem isso é suficiente.
O país precisa restabelecer de imediato as condições de governabilidade, capazes de permitir-lhe sair de uma crise que tem razões éticas e corrói a economia. Os brasileiros não podem continuar pagando o preço dessa paralisia decisória. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)