Florianópolis, 23.8.16 – Uma grande preocupação do setor de transportes, o roubo de cargas será combatido com mais rigor em Santa Catarina. A medida é reflexo de uma parceria firmada entre a Federação das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado de SC (Fetrancesc) e Polícia Rodoviária Federal (PRF/SC), que vai associar a necessidade de elucidar casos deste crime com o trabalho ostensivo da entidade de segurança.
Em uma reunião na tarde desta segunda-feira, 22 de agosto, com o superintendente da PRF/SC, Fabrício Colombo, e o superintendente substituto, Admar Luciano Filho, o presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli, falou sobre esta que é uma angústia do empresário do Transporte Rodoviário de Carga (TRC). “É um grande prejuízo ao transportador, que clama por medidas drásticas”, destacou.
A solução enxergada por Colombo é um trabalho ostensivo da PRF, atividade que vem sendo realizada, porém com poucos recursos de informação. “Não costumamos ser procurados para o registro destes crimes. Conseguimos solucioná-los ao deslocar pessoal para atividades de monitoramento”, desabafou, ao garantir que poderia haver menos crimes contra o transportador.
Colombo garantiu que é possível mapear os lugares e suspeitos, mas, para isso, dependeria do repasse de dados por parte do TRC. Com a parceria, a Fetrancesc se comprometeu em concentrar os dados com a cooperação dos sindicatos, organizar por meio de relatórios e “municiar a PRF para este trabalho”.
“Vamos discutir entre a diretoria uma forma de evoluir a informação e entregar à PRF dados com maior precisão possível. Temos a necessidade de dar um basta nisso”, enfatizou Rabaiolli, ao lembrar do trabalho participativo de todos os gestores da Fetrancesc.
O líder do TRC também falou sobre a responsabilidade compartilhada do receptador da carga roubada. Propôs, portanto, a discussão para o “aumento da pena” para estes, “equiparando aos responsáveis pelo roubo”.
Ciclo completo de Polícia – Uma grande dificuldade encontrada pela PRF/SC para eliminar índices de crimes, sobretudo de roubo de cargas, está na necessidade de transferir a demanda para outro setor da segurança ou do judiciário na metade do processo, destacou Fabrício Colombo. Explicou, por exemplo, que, em muitos países, o responsável pela abertura do procedimento o conduz até o final. É o chamado “Ciclo Completo de Polícia”, defendido pelo superintendente para implantação no Brasil, que dependeria de grandes mudanças, a começar pela Constituição Federal. O presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli, propôs que o assunto seja tratado pelas entidades empresariais, abrindo espaço à participação de Colombo nas discussões do Conselho das Federações Empresariais de SC (Cofem).