Empresários e líderes do setor de Transportes Rodoviário de Cargas (TRC) do Brasil se reuniram na cidade de Rio Quente (GO) primeira edição de 2017 do CONET&Intersindical. Vários assuntos foram discutidos e votados pelos representantes, com o objetivo de buscar as melhores condições para o transporte rodoviário de cargas. Durante o evento foi divulgada uma pesquisa nacional na qual apontou que no ano passado em 84% das empresas pesquisadas, o faturamento caiu, em média, 19,13%. O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logistíca no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Ari Rabaiolli, participou do evento.
Durante o CONET, os representantes discutiram questões sobre a situação política do país e a atuação dos empresários e entidades do setor. Segundo o presidente da Fetrancesc, o objetivo do evento foi buscar solução para saber o que fazer nas empresas. “Este é um ótimo evento para saber o que os empresários pensam”, comentou. Os aumentos de custos, a redução drástica do volume de carga, de acordo com o índice ABCR de movimento de veículos pesados pelas praças de pedágios, dentre outros fatores foram discutidos.
No primeiro dia do evento foi aprovado pelo plenário do CONET um documento sobre a Defasagem de Frete. O documento foi baseado na pesquisa nacional realizada em janeiro de 2017 pela NTC&Logística em colaboração com a Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT) , envolvendo 1.785 empresas, revela uma significativa queda no faturamento do setor. Em 84% das empresas pesquisadas, o faturamento de 2016 caiu em média 19,13%. A queda maior foi para as empresas de lotação, nas quais atingiu 87% delas.
A pesquisa aponta alguns fatores que contribuíram para tal situação. Em primeiro lugar, estão os aumentos de custos, especialmente, as majorações nos últimos 12 meses de salários que chegaram a 8,72%, combustível 4,25%, despesas administrativas 9,20%, manutenção 6,58%, veículo 5,61%, e a lavagem 8,40%. Cite-se, em segundo lugar, a redução drástica do volume de carga, provocada pela grande recessão dos últimos dois anos, quando a queda do PIB deverá ultrapassar a casa dos 7%. A redução do Índice ABCR de movimento de veículos pesados pelas praças de pedágio, de 14,81% em relação a 2013 e 6,72% apenas em 2016, dá bem uma ideia dos reflexos da recessão sobre o transporte rodoviário de cargas.
“É importante destacar a existência de custos suportados pelas empresas e que necessitam ser cobrados conforme a especificidade do serviço, como eì o caso do frete valor, GRIS – Gerenciamento de Risco, generalidades como a Taxa de RestriçaÞo de Trânsito – TRT, dentre outras, inclusive as de caráter emergencial e transitoìrio como eì o caso da EMEX – Emergência Excepcional criada para cobrir os custos decorrentes da situaçaÞo de falta de segurança, escoltas urbanas e do aumento no valor da cobertura securitaìria para as cargas nas modalidades CIF e FOB cujo destino seja, por exemplo, nesse momento, a cidade do Rio de Janeiro ateì que termine o estado de beligerância que a assola e, cuja face mais cruel para o transporte eì o roubo de carga”, diz um trecho do documento.