Mais integração dos governos para combater o roubo de carga, defendem representantes do Transporte Rodoviário de Carga

Mais integração dos governos para combater o roubo de carga, defendem representantes do Transporte Rodoviário de Carga

Florianópolis, 6.10.15 – Presidente da Fetrancesc e vice-presidente da Seção de Cargas Confederação Nacional do Transporte (CNT), Pedro Lopes e o diretor executivo da entidade nacional, Bruno Batista, disseram aos delegados da Polícia Federal que é necessário melhorar a fiscalização, a investigação e as leis para combater o crime organizado no roubos contra o transporte de cargas, de passageiros e de valores.
Os representantes do transporte participaram do IV Encontro de Chefes de Delegacias de Repressão ao Crime contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas, que começou nesta segunda-feira (5) e segue até sexta (9), no Majestic Palace Hotel, em Florianópolis.
Inicialmente, Lopes apresentou o perfil do transporte rodoviário de carga no Brasil. São902.959 registros de autônomos com 1.055.619 veículos e 183.480 registros de empresas com 1.243.613 veículos e mais 428 cooperativas com 18.421 veículos.
O faturamento anual do setor Logístico é de R$ 447 bilhões (8,1% do PIB). Só o modal do transporte rodoviário de carga tem faturado R$ 320 bilhões (5,8% do PIB). O Transporte rodoviário de carga tem 5,8 milhões  e  sua participação no transporte da produção econômica do país é de 60%. 
Em 2014, foram 17,5 mil ocorrências de roubo de cargas no Brasil, que provocaram prejuízo de mais de R$ 1 bilhão, segundo levantamento de dados da NTC&Logística. Se contabilizados os caminhões não recuperados, o montante passa dos R$ 2 bilhões. Em 2009 foram 13 mil registros.
Lopes também sugeriu que sejam incorporadas, nesse trabalho, as Secretarias estaduais da Fazenda, especialmente na questão dos receptadores de cargas roubadas. Para ele, é preciso que os governos de todos estados tenham o mesmo modelo de atuação.
Citou que algumas unidades da federação já têm leis que determinam, por exemplo, a cassação do CNPJ de empresas que comercializam produtos de cargas roubadas. Mas é preciso ter lei para dar perdimento aos produtos do roubo.


Santa Catarina é a único estado do Sul a não ter delegacia especializada


Bruno Batista destacou que deve haver, também, a atuação integrada das polícias nos estados. Segundo ele, alguns já têm esse sistema de trabalho, bem como criaram delegacias especializadas, mas são poucos. No Sul do país, somente Santa Catarina ainda não tem trabalho conjunto das polícias e nem delegacia especializada no combate e investigação do crime organizado contra o transporte. 
O chefe da Divisão de Repressão e Combate aos Crime contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas da Polícia Federal (Dpat), delegado Luís Flávio Zampronha, o trabalho integrado entre os diversos órgãos de segurança pública e também com o setor privado é importante para corrigir essa deficiência: “Sabemos que a sociedade brasileira está farta de crimes. Nossos índices de criminalidade estão entre os maiores do mundo e precisamos, como estado, reagir a essa situação. O setor de transportes é um dos principais setores da economia que sofrem com a violência. E é muito importante a parceria da PF com o setor transportador para o enfrentamento a esse crime”, disse.
O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José Fonseca, e o representante da Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Pessoas Terrestre de Passageiros (Abrati), Walace Suares, também falaram dos problemas enfrentados pelos segmentos no roubo dos autônomos e de passageiros. Prestigiaram o evento o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de carga e Logística de Santa Catarina (Setcesc), Osmar Ricardo Labes e o representante do Grupo JCA Transporte de Passageiros, Helênio Almeida.
O Encontro dos Delegados da Polícia Federal que atuam no combate a crimes contra o patrimônio e ao tráfico de armas acontece, nesta semana, em Florianópolis (SC), no Majestic Palace Hotel, para discutir novas estratégias e ações para enfrentamento aos grupos criminoso organizados.

Fonte: JP/Imprensa Fetrancesc
Fotos: JP/Imprensa Fetrancesc e Sergio Alberto/CNT

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