No dia dedicado à memória das vítimas do trânsito, pessoas se engajam para a redução da violência nas ruas, calçadas e estradas

No dia dedicado à memória das vítimas do trânsito, pessoas se engajam para a redução da violência nas ruas, calçadas e estradas

Florianópolis, 16.11.15 – A saudade e a dor pela perda de vidas no trânsito e a tentativa de achar explicações para essa violência se tornam força para uma caminhada pela paz, pelo respeito e pelo fim dessa tragédia diária nas ruas e estradas entre motoristas, pedestres, ciclistas e motociclistas. É isso que passou cada nome e cada palavra colocados no Painel em Homenagem às Vítimas do Trânsito, instalado pelo Sest Senat Florianópolis, para a Rede Vida no Trânsito no ato para marcar o Dia Mundial em Memória às vítimas do Trânsito realizado ontem pela manhã no Parque de Coqueiro.
O evento realizado pela Rede Vida no Trânsito, formada por diversas entidades da cidade engajadas na redução do número de acidades, teve ainda, à noite com missa na Igreja Nossa Senhora do Carmo. A secretária da Rede Vida, Jane Laner Cardoso escreveu o nome do filho, Alexandre Laner Cardoso, 27 anos que morreu, ao capotar o veículo após tentar desviar de um animal na pista, em rodovia em São Paulo. Segundo ela, essa dor não se supera e talvez por isso, esteja ainda mais engajada nessa luta para um trânsito mais tranquilo.
O primeiro a colocar o nome no espaço de lembranças foi o engenheiro Edmar Martins. Escreveu o nome do irmão, Edson Martins, morto em 1977, em uma colisão frontal, na BR-101. Rose Cunha colocou o nome dos três sobrinhos, Rogéria Cunha, Emerson Haupten e Marcelo Cunha, que perderam a vida muito jovens entre 21 e 25 anos. Ela defende mais campanha à juventude especialmente para o combate ao uso de bebidas.
A aposentada,
 Emiko Iizuks, escreveu o nome do sobrinho Nelson Kichicki, que morreu ao desviar de um pedestre que atravessava a rodovia Fernão Dias, em São Paulo. Para ela é preciso leis mais rígidas para combater os acidentes.


Sest Senat Florianópolis distribui informações sobre segurança
– As pessoas que estavam no Parque foram convidadas a participar da cerimônia e passar pelas barracas montadas pelas entidades da Rede Vida. A do Sest Senat, com a técnica Shirley Durieux e a assistente administrativa Adriana Sampaio, distribui material sobre o uso de álcool antes de dirigir e as consequências, explicou sobre como os motoristas devem se comportar ao passar por ciclistas, como passar com velocidade reduzida e a um metro e cinquenta centímetros de distância do ciclista e dicas de como trafegar nas rodovias e vias urbanas pelos ciclistas.
Shirley Durieux ressaltou que a homenagem às vítimas de trânsito teve participação muito boa da população e que o trabalho que as entidades realizam junto com a memória aos mortos, é uma forma de conscientização que o trânsito precisa de mudanças.
 Mas segundo ela, agora depende de cada um aplicar no seu dia a dia o respeito. A Informação é sempre importante, mas às vezes a 
O assunto chamou a atenção do importador, Patrick Derycke, que transforma bicicletas em veículos elétricos.
Ele queria tirar uma dúvida que consta deum panfleto do Sest Senat de o ciclista trafegar na lateral da via. O coordenador de Desenvolvimento Profissional do Senat, Marcos Ávila e o de Promoção Social do Sest, Sidnei Rocha, explicaram que o Código Brasileiro de Trânsito (CTB), artigo 58, define o que é trafegar em via lateral.
O 58 diz que em vias urbanas e nas rurais de pista dupla a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos, lateral, da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via. Ávila lembrou que em rodovias, o ciclista deve seguir em sentido contrário aos dos veículos no acostamento para ser visto pelo motorista. Mas também lembrou a Derycke queo CTB garanta que o pedestre tem prioridade sobre o ciclistas e este tem preferência sobre os veículos automotores. E que qualquer um não atendendo ao que define a lei estará cometendo uma infração.
Derycke que é belga, ressaltou que apesar da falta de infraestrutura, é possível usar a bicicleta em Florianópolis. Mas segundo ele, é necessário conhecer bem os roteiros e escolher caminhos que facilitem o percursos. Para ele, precisa se sentir tranquilo. Ele acredita que quanto mais pessoas usarem a bicicleta mais forte se torará a necessidade de o poder público oferecer vias adequadas. Para ele, o que melhorou muito em Florianópolis é a relação entre motoristas de ônibus e ciclistas, com mais respeito do maior pelo menor.


Crianças tem dia lúdico para aprender sobre trânsito –
Uma maneira de saber se pode dirigir ou não após ingerir qualquer quantidade de bebida alcoólica é fazer o teste do bafômetro e para facilitar essa verificação, a banda da Balada pela Vida, distribuiu muitos desses equipamentos e também fez demonstração de como usuá-los.
Mas quem mais fez sucesso no Parque de Coqueiros foi a tenda de recreação “Pinturinha no Rosto para Crianças, Guarda Municipal de Florianópolis, que distribuiu cartilhas educativas. A garotinha Liz Custódio preferiu um coração na mão e que exibia para o pai, Murilo Custódio; Emily Carolina de Carvalho escolheu uma borboleta no rosto e no braço. E não ficou só na brincadeira, ela ajudou a distribuir panfletos do Sest Senat ao público, para que “as pessoas respeitem o trânsito”, disse ela.
Mas quem saiu e casa no domingo para participar só para participar do evento foi o menino Eduardo Virgílio, que tem aula de trânsito na disciplina de Ciências, no colégio. Ele preferiu escrever no braço Vida no trânsito para chamar a atenção que a circulação das pessoas pelas ruas, calçadas, rodovias não é sinônimo de morte. Enquanto a guarda municipal, Cláudia Correia, pintava as letras, Eduardo muito falante “entregava” como os pais se comportam no trânsito.
Disse que prefere andar de carro com o pai, porque a mãe é muito preocupada e que quando está como o pai, quer “dirigir! E imitando-a diz “cuidado, olha o carro”. A mãe, Mirela Vírgilio, se divertia com as revelações do filho. Ela contou que é enfermeira na UTI do Hospital Regional de São José e que já viu tantas situações extremas que decidiu fazer o mestrado e ter como foco de pesquisa o que está por trás da violência no trânsito. E para isso acompanha as reuniões mensais da Rede Vida.


Missa lembra que cada um deve construir a paz
– Na entrada da Igreja Nossa senhora do Carmo foi estacionado pelo Icetran um veículo batido e antes da missa em memória às vítimas do trânsito, o painel da Rede Vida, foi colocado o lado do carro. Na missa que teve como foco da liturgia a paz, foi citado que um trânsito mais social foi defendido pelo papa Francisco, na encíclica Louvado Seja e da própria CNBB que defende que devemos ser mais responsáveis para sermos menos violentos.
E que cada um deve promover a paz com as suas atitudes diárias. Menos vítimas significa menos dor que sentimos e vivemos no dia a dia. A igreja foi decorada com bandeirolas com o tema Paz no trânsito. Fonte: JP/Imprensa Fetrancesc/Sest Senat
Fotos: Juraci Perboni

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