Florianópolis, 20.10.16 – Com o objetivo de chamar a atenção para a necessidade de reduzir o número de acidentes com motocicletas em Santa Catarina, será lançada no dia 29 de outubro, a Campanha Moto pela Vida, na sede do Serviço Nacional da Indústria (SENAI) em São José. A campanha é uma iniciativa do Grupo de Trabalho BR-101 do Futuro, integrado pela Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Fiesc, Arteris, ANTT, Crea/PR, Deinfra, Dnit/SC, OAB/SC, Polícia Rodoviária Federal (PRF/SC) e Senge.
Para o presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli, com esta campanha será possível trabalhar na base da sociedade para prevenir acidentes, iniciativa fundamental para a redução de estatísticas de mortes no trânsito. “Vemos o Moto Pela Vida como um trabalho proativo, em que não apenas os motoristas ganham por não se envolverem em acidentes e terem prejuízos, mas toda a sociedade”, destacou.
Inicialmente, o movimento mobilizará a Grande Florianópolis, com foco no trecho da BR-101 que abrange Biguaçu, São José, Palhoça e Florianópolis, região em que 13% do total de acidentes registrados são com motos, mas será estendido para todo o Estado nas próximas fases da campanha. Também estará permanentemente nas redes sociais.
O movimento propõe medidas para reduzir o número de acidentes. Entre elas, o debate para a implantação de corredores exclusivos para motos, especialmente na Via Expressa (BR-282 Grande Florianópolis). A ideia é trabalhar em sala de aula a conscientização dos futuros motoristas, a exemplo do Projeto Escola, iniciativa da Arteris.
O evento de lançamento é aberto à comunidade, com programação que inclui orientação aos motociclistas, com palestras de policiais rodoviários federais; sorteio de checkups de itens de segurança; minicursos de manutenção; limpeza de capacetes, apresentação de vídeos de conscientização; além de palestra com a atleta paraolímpica Josiane Lima.
Natural de Florianópolis, em 2004 Josiane estava pilotando uma moto quando colidiu com um caminhão e sofreu graves ferimentos na perna esquerda, que foi operada sete vezes. Ela disputa a modalidade remo e tem entre suas conquistas medalha de ouro no mundial da Alemanha em 2007; bronze nas Paraolimpíadas da China em 2008 e prata no mundial na Polônia em 2009. Ela vai relatar sua história de superação e falar sobre conscientização no trânsito.
Índices preocupantes – De cada dez acidentados que chegam aos hospitais catarinenses, seis são motociclistas. Do total de acidentes com motos registrados na BR-101 (trecho norte), há mortes em 20,9% deles. Além disso, dados da Arteris, concessionária que administra a BR-101-SC, mostram que a cada 100 acidentes com motos geram, em média, 104 vítimas. Isso representa mais de um terço dos orçamentos dos hospitais dos maiores centros urbanos de Santa Catarina é gasto somente com vítimas de acidentes de moto.
Desta forma, reduzir acidentes, segundo Rabaiolli, é muito mais do que reduzir estatísticas. “É conquistar qualidade de vida, aplicar melhor os recursos destinados à saúde e trafegar com mais tranquilidade nas nossas rodovias”.
Segundo a PRF, Santa Catarina possui 15 dos 100 trechos mais críticos de rodovias federais do País – o Estado ocupa a segunda e a quarta posição nos km 200 e 220 da BR-101 em São José e Palhoça. Ainda de acordo com o órgão, das 43.075 mortes no trânsito ocorridas no Brasil em 2013, 12.040 foram de motociclistas ou passageiros de moto, considerando apenas os casos em que o tipo de veículo foi identificado. Com 37% do total de óbitos, os usuários de moto formam o maior grupo de vítimas do trânsito no Brasil. Em 2015 foram registrados 14.150 acidentes em rodovias federais catarinenses. Desse total, 3.187 foram com motos – sendo 2.725 com feridos leves, 924 com ferimentos graves e 94 mortos.
Fonte: Assessoria de Imprensa Fetrancesc/GT BR-101 do Futuro