‘Privatizar é agir proativamente’, alegou o presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli

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‘Privatizar é agir proativamente’, alegou o presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli

Florianópolis, 6.10.16 – O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Ari Rabaiolli, defendeu na manhã desta quarta-feira, 5 de outubro, que a concessão é a única saída para a melhoria da conservação de cada uma das rodovias que cortam o Estado. “Privatizar é agir proativamente”, reforçou. Ele fez o pronunciamento durante a Audiência Pública para tratar das estradas federais catarinenses que aconteceu na Assembleia Legislativa (Alesc).
“É melhor que haja a cobrança oficial de pedágios e tenhamos rodovias concessionadas, em melhor estado de conservação, à desembolsarmos um pedágio forçado por prejuízos gerados em virtude de estradas ruins e congestionamentos”, exemplificou Rabaiolli.
O presidente da Fetrancesc fundamentou a defesa da concessão ao apresentar números que contabilizam prejuízos quando o motorista enfrenta, por exemplo, filas. Para cada hora parada, explicou, soma-se o custo fixo de R$ 97,03, sem considerar despesas com diesel, pneus e insumos. Deste valor, R$ 31,81 correspondem à hora paga ao motorista. Além disso, Rabaiolli esclareceu que a perda de faturamento de um caminhão parado por uma hora pode chegar a R$ 198,85.
Este valor não é à toa. Rabaiolli apresentou um comparativo do estado de conservação das estradas em todo o Brasil e demonstrou que a realidade rodoviária piorou significativamente nos primeiros anos desta década. Em 2011, por exemplo, 57% das estradas tinham avaliação regular/ruim/péssima, número que subiu para 65% em 2013. Já as que estavam em ótimas condições caíram de 12% para 10%, respectivamente.
“Nós aceitamos o pedágio quando há o retorno (ao usuário). O que não podemos aceitar é o tapa buraco”, retrucou o deputado estadual, Valdir Cobalchini, ao lembrar que não bastam reparos para rodovias depredadas. Propositor da audiência, o parlamentar, Milton Hobus, acrescentou que “todos os modais sofrem com os mesmos problemas de infraestrutura”.
“A concessão não pode ser vista como uma duplicação, mas como o olhar para a rodovia sob o ponto de vista de empresários, para oferecer ao usuário um tráfego seguro e tranquilo, sem adversidades”, reforçou o presidente da Fetrancesc.

Prejuízos diversos – São diversos os prejuízos identificados pelas empresas do TRC ao considerar a falta de investimentos e o péssimo estado de conservação em rodovias. Um deles é o agravamento da apólice e franquia de seguros. Também há o aumento no custo de manutenção da frota, perda da produtividade, atendimentos de saúde (no caso de lesões ou óbitos em acidentes) e perda de receita com impostos.

Agenda permanente – Durante a audiência pública, as entidades representativas dos setores de transporte e da indústria defenderam a criação de uma agenda permanente para discutir o problema e a elaboração de um plano de ações visando a situação das rodovias federais em Santa Catarina.
“Agora todos falaremos a mesma língua na hora de cobrar medidas para melhorar as nossas rodovias. Não mais olharemos pontualmente. Criaremos uma voz única e na mesma direção. O custo de transporte e logística em SC está acima da média nacional”, disse Rabaiolli.
Milton Hobus acrescentou que na última década a previsão era de R$ 12 bilhões nas rodovias catarinense e houve apenas R$ 5,7 bilhões investidos, sendo que a maioria foi utilizado para concluir a BR-101.
Segundo Hobus, as rodovias federais em Santa Catariana necessitam de pelo menos R$ 15 bilhões de investimentos nos próximos três anos. No entanto a previsão do Ministério dos Transportes é de R$ 2 bilhões para investimentos em todas rodovias do Brasil. “Ari (presidente da Fetrancesc), os caminhões vêm lá do extremo oeste catarinense cruzando a BR-470 numa verdadeira aventura de custo insuportável, porque os mercados não pagam por essa ineficiência. Então as indústrias vão ter que ir embora porque senão elas vão quebrar também”, emendou.
Para o secretário de Estado da Infraestrutura, João Carlos Ecker, é necessária a criação de uma agenda permanente de discussão e que o Governo do Estado, Poder Legislativo e as entidades representativas se unam para cobrar do Governo Federal investimentos na malha viária do Estado. “Temos que juntos cobrar que a União faça investimentos pelas rodovias federais no Estado”, afirmou.

Fonte: Imprensa Fetrancesc

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