Um dos maiores entraves dos portos catarinenses são os acessos rodoviários. E uma das condições que mais contribuiria para o desenvolvimento são os contornos ferroviários. A informação foi evidenciada durante a reunião do Conselho Estratégico para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense e da Câmara para Assuntos de Transporte e Logística da Fiesc, nesta quarta-feira, 13 de novembro, no Portonave.
O desenvolvimento destes dois modais, rodoviário e ferroviário, associados aos portos, fariam de Santa Catarina referência em integração dos modais – um pensamento à frente que precisa ser colocado em prática pelo transportador, na avaliação do presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli.
“O transportador que pensar em integrar o Transporte Rodoviário de Cargas à cabotagem, entregando o produto no Porto e retirando no outro, vai se desenvolver e se destacar na atividade. Este é apenas um exemplo de que as novidades estão vindo e precisamos nos antecipar”, reforçou.
Ele, acompanhado do gerente executivo da federação, Alan Zimmermann, e do vice-presidente do Seveículos, Djonas Fernandes, acompanharam a apresentação da realidade de cada um dos portos do Estado. A começar por Navegantes, anfitrião da reunião, cada um relatou deficiências e características que os fazem destaque de alguma forma. Cada uma destas informações contribui para os R$ 256 milhões do PIB catarinense. Estas informações integram a Agenda Estratégica de Transporte e Logística Catarinense 2020.
A reunião teve participação do senador Esperidião Amin e da coordenadora-geral do Departamento de Política e Planejamento Integrado, Secretaria de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, Maria Carolina Noronha. Após a reunião, o grupo fez uma visita técnica ao Portonave.
Navegantes e Itajaí – Com a finalização das obras da bacia da evolução do Portonave e Itajaí, que ampliam em 530 metros de diâmetro e de 14 a 16 metros de profundidade, a movimentação nos Portos elevará em 25%. O Complexo portuário tem capacidade para receber navios de até 350 metros. Está entre os 120 maiores do mundo e é considerado o maior do Brasil, sendo o segundo em movimentação de Contêiner (13,88%), ficando atrás apenas de Santos/SP. Os acessos ao Complexo são pelas rodovias BRs 101 e 470.
São Francisco do Sul e Itapoá – Com 7 berços de atracação, que dispõem de 17 metros e 14 metros no canal de acesso, o Complexo Portuário de São Francisco do Sul e Itapoá, localizado na Baía da Babitonga, é o único de Santa Catarina conectada à ferrovia da malha nacional. Os acessos rodoviários a estes portos são feitos pelas rodovias BRs 101 e 280, além das SCs 416 e 417. Juntos, os dois portos somaram, em 2018, 8 mil empregos, sendo 950 empregos diretos (mais de 50% da mão de obra economicamente ativa é do município). A expectativa é que em 2025 sejam mais do que 40 mil.
Imbituba – Desde 2012 gerido pelo Estado, após 70 anos de exploração privada pela Companhia Docas, o Porto de Imbituba acumulou crescimento de 154% até 2018. Em 2019, a expectativa é que some mais 9%. Com mar aberto, o custo para dragagem é praticamente zero e esta condição é favorável para o trabalho nos quatro berços de atracação, que receberam 289 navios em 2018 e 189 até setembro. A carga mais movimentada é o milho, seguida de coque, containers, soja e sal.