A Confederação Nacional do Transporte lançou, nesta quinta-feira (23), o Painel CNT de Rodovias que Perdoam. Esta é uma ferramenta interativa e inovadora que permite analisar a capacidade de perdão das rodovias brasileiras, ou seja, o quanto a infraestrutura rodoviária é capaz de mitigar as consequências dos acidentes, caso ocorram. A dinâmica de dados leva em conta a metodologia inédita, própria da CNT, que permitiu desenvolver o Índice de Perdão.
Este conceito surgiu a partir da relação entre as consequências dos acidentes e as características físicas das rodovias. Na prática, o Índice de Perdão assinala, para os diferentes trechos rodoviários, as potenciais consequências para as pessoas envolvidas nos sinistros. Se os efeitos são menos graves, as rodovias são consideradas de nível de perdão “alto”, o caso contrário é denominado como nível “baixo” de perdão da rodovia.
O lançamento do Painel está alinhado à campanha Maio Amarelo 2024, cujo tema deste ano é “Paz no trânsito começa por você”, iniciativa realizada ao longo do mês, pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), em favor da diminuição do número de acidentes de trânsito e mortes no Brasil.
“As análises técnicas da CNT mostram que a infraestrutura das vias pode influenciar o comportamento dos condutores, assim como as medidas de educação e fiscalização. Por isso, é fundamental desenvolver ações e políticas públicas para garantir rodovias que permitam uma direção segura e contribuam para a redução de acidentes e mortes no trânsito”, ressalta o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa.
Desempenhos
Os resultados apresentados no painel podem ser consultados por meio da aplicação de filtros com recortes regionais, estaduais e por rodovias, além de tipos de jurisdição e gestão. Neste último caso, as rodovias concedidas apresentaram melhor desempenho no Índice do que a malha sob gestão pública. Foi atribuído alto perdão a 62,5% da malha concessionada e o baixo perdão a 2,0%. Por outro lado, apenas 6,4% das rodovias públicas foram conceituadas com alto perdão, enquanto a performance de 43,5% foi considerada como baixo perdão.
Esta primeira versão do painel da CNT levou em conta a condição de 111 mil quilômetros da malha avaliada na Pesquisa CNT de Rodovias 2023. A distribuição nacional do Índice de Perdão para toda a extensão percorrida pela pesquisa identificou: 21.806 km de alto perdão; 52.023 km com médio perdão; e 37.673 km em condição de baixo perdão.
Há vários fatores que podem levar à ocorrência de acidentes viários, inclusive simultaneamente, a exemplo da infraestrutura, do condutor, do veículo e das condições ambientais. Portanto, o indicador não está relacionado ao número de acidentes em si, mas à probabilidade das suas consequências mais graves para os usuários das vias. A metodologia foi desenvolvida a partir da relação verificada entre os resultados dos acidentes e as características físicas das rodovias e, ainda, a chamada taxa de severidade, adotada pelo Ministério dos Transportes para identificar locais críticos de acidentes de trânsito.
A abordagem criada pela CNT aproxima-se do conceito de segurança viária das rodovias que perdoam, que são aquelas construídas ou adequadas para evitar a ocorrência de acidentes e tornar menos graves as suas consequências. A prevenção só é possível porque sua infraestrutura abrange a implantação de diversos elementos de segurança viária, também conhecidos como equipamentos de segurança passiva. São exemplos: zonas livres, dispositivos de contenção, atenuadores de impacto, sonorizadores e acostamentos.
>>> Acesse o Painel CNT de Rodovias que Perdoam
Fonte: CNT