Mesmo em meio à crise gerada pela pandemia da Covid-19, Santa Catarina manteve o volume de carga transportado. Não houve variação positiva ou negativa, mantendo a média de queda de 32% de maio. A informação é da pesquisa divulgada nesta terça-feira, 30 de junho, pela NTC&Logística, durante live com lideranças do setor.
De acordo com o segundo-vice presidente da Fetrancesc e presidente do Setram, Riberto Lima, que representou SC na transmissão ao vivo, o Estado vivenciou momentos diversos ao longo destes quase quatro meses de pandemia.
“Mesmo os dados refletindo a realidade das empresas, o sentimento do transportador ainda é de queda drástica. Estávamos começando um ano com boas perspectivas de mercado, com grandes expectativas. Por isso, a variação é muito mais do que se apresenta, somada a tudo o que tínhamos previsto para crescimento neste ano”, avaliou Lima.
Em nível Brasil, a demanda do Transporte Rodoviário de Cargas apresentou leve avanço na última semana. Com dados monitorados semanalmente, a NTC&Logística informou que a demanda atingiu variação negativa de 34,01% em relação aos níveis pré-pandemia, mas com melhora de 2 pontos percentuais em relação à semana anterior, quando havia registrado a primeira queda em um mês.
Com isso, o índice volta a se aproximar do nível verificado na semana de 8 a 14 de junho (-33,9%), o melhor desde o final de março, a partir de quando quarentenas contra a disseminação do coronavírus derrubaram fortemente as atividades.
“Os números começam a melhorar e isso se dá pelo fato de alguns Estados e municípios flexibilizarem as medidas de isolamento social, com a abertura gradual da economia”, disse o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio. E, acrescentou: “ainda está muito longe do ideal, continua alto o impacto que a pandemia vem trazendo para o transporte rodoviário de cargas e sabemos que a recuperação será lenta.”
A NTC&Logística realiza sondagens sobre a demanda por transportes rodoviários de cargas no País desde meados de março, quando os efeitos mais drásticos da pandemia de coronavírus começaram a ser sentidos. O maior impacto até o momento ocorreu na semana de 13 a 19 de abril, quando a variação na demanda por carga apresentou recuo de 45,2%.
Apesar do resultado positivo para a demanda na semana passada, o percentual de empresas que tiveram queda no faturamento em função da pandemia voltou a subir, atingindo 91%, pior resultado em um mês —o índice chegou a bater 94% no final de maio e estava em 89% na semana passada.
Para cargas fracionadas, que contêm pequenos volumes, a sondagem mostrou uma melhora de pouco mais de 2 pontos na comparação semanal, atingindo variação negativa de 31,10% frente aos níveis pré-pandemia.
Confira os dados do mês de junho
Confira a pesquisa semanal
Já para cargas lotação, que ocupam toda a capacidade dos veículos e são utilizadas principalmente nas áreas industriais e agrícolas, a retração chegou a 36,27% na semana, ante 37,4% na semana anterior.
Os setores mais afetados no mês de junho estão na indústria automobilística em 58%, seguido por produtos eletrônicos, alimentícios e o agronegócio, na faixa dos 30%. Segundo a pesquisa os Estados mais afetados foram o Espírito Santo com 51,7%, Mato Grosso 50%, Rio de Janeiro, 45,8% e Pernambuco com 43,9%.