A trajetória e as realizações do Despoluir – Programa Ambiental do Transporte foram celebradas em uma transmissão ao vivo realizada na quinta-feira, 16 de julho, no canal da CNT no YouTube. Participaram da live o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor) e presidente da Seção de Passageiros da CNT, Eudo Laranjeiras; o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas da Amazônia (Fetramaz), Irani Bertolini, o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista; e a consultora ambiental do Programa Despoluir, Patrícia Boson.
O programa, desenvolvido em parceria com a CNT e o SEST SENAT, chega aos 13 anos de existência com resultados significativos. Foram realizadas mais de 3 milhões de avaliações veiculares em ônibus e caminhões, a serviço de mais de 54 mil transportadores em todo o país. Mais de 123 mil cartilhas instrutivas foram distribuídas no período. Foram elaborados diversos estudos, boletins, podcasts, guias rápidos e manuais voltados para o aprimoramento ambiental do setor.
Embora as aferições veiculares sejam o carro-forte, o Despoluir foi idealizado para ir além e promover uma verdadeira mudança de mentalidade. “A estratégia inicial era que a aferição servisse como o cartão de visitas para chegar aos empresários. Elas são voluntárias, gratuitas e têm um caráter educacional – esse é um ponto importante”, lembra Bruno Batista. “Depois, fomos agregando outros componentes. Aproveitamos toda a estrutura do SEST SENAT e o conhecimento da equipe do SEST SENAT na formulação de cursos. Foi uma determinação do próprio Clésio Andrade, ex-presidente da CNT dos Conselhos Nacionais do SEST e do SENAT, que todos os cursos teriam um módulo ambiental, que essa seria uma forma de reforçar a questão junto aos trabalhadores, aos empregados das empresas”, continua ele.
E deu certo. Hoje, o programa desenvolve outras frentes, tendo, inclusive, interlocução com atores internacionais, como o Ministério dos Recursos Naturais do Canadá (NRCan) e o Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT). “O nosso presidente Vander Costa é um entusiasta do programa, tendo atuado fortemente em prol das ações à época em que presidia a Federação das Empresas de Transporte de Carga de Minas Gerais (Fetcemg)”, destaca o diretor da Confederação Nacional do Transporte.
Patrícia Boson complementa, ainda, que, ao longo de mais de uma década, o programa contribuiu para inserir o transporte no debate em torno da legislação e da regulação ambiental, o que é decisivo para que a evolução estivesse adequada à realidade do setor. “Com o Despoluir, o transporte começou a atuar nos fóruns formadores de políticas públicas, especialmente o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Hoje somos até “disputados” quando se tem que discutir alguma norma, algum programa que envolva combustível, motor, a atividade de transporte de alguma maneira. E as normas passam a ter maior efetividade, porque incorporam as necessidades e as especificidades do setor.”
No início, porém, houve alguns desafios, como recorda Irani Bertolini. “Tivemos resistência por parte de alguns empresários da região, que achavam que os veículos com emissão fora do padrão seriam autuados. A gente teve de conscientizá-los e trazer a questão da economia (proporcionada pela queima correta do combustível)”, aponta. “Hoje, é o próprio empresário quem solicita a aferição, pois quer estar de acordo com a ISO 14000 (série de normas desenvolvidas pela International Organization for Standardization – ISO que estabelecem diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro de empresas). O conceito mudou totalmente, e o benefício é grande, diminuindo os custos do transporte”, pondera.
Eudo Laranjeiras conta que, rapidamente, os empresários entenderam que fazer o ambientalmente correto, limitando a emissão de poluentes, também impactava o bolso. “A gente focou muito na economia de combustível e foi conquistando avaliações cada vez mais positivas. Hoje, o ambiental está muito mais forte, e as empresas têm isso como forma de se manterem atualizadas. O resultado é bom para a sociedade como um todo”, acredita.
Nos últimos anos, a qualidade do ar nos grandes centros passou a ser um tema cada vez mais relevante. “O programa Despoluir veio justamente nessa direção. A ação mais forte dele, mais contundente, é essa da melhoria da qualidade do ar. Na medida em que trabalha para que os veículos tenham seus motores regulados para emitir cada vez menos óxido de nitrogênio e dióxido de carbono, dentro dos limites estabelecidos e de acordo com o avanço tecnológico, ele está contribuindo para isso”, sublinha Eudo Laranjeiras. “O programa tem a grandeza de dar qualidade de vida ao cidadão, e isso é motivo de orgulho para todos nós.”
Fonte: CNT