As mercadorias e produtos que consumimos vão passar, em algum momento, por um caminhão até chegarem em nossas casas. Este transporte, que exige o trabalho de diversos profissionais, pesa no preço final dos produtos, mesmo quando as lojas oferecem o tradicional frete grátis. O custo do frete representa de 15% a 50% do preço final dos produtos.
A Live Fetrancesc que foi ao ar na terça-feira, 15 de abril, mostra porque o setor de transporte rodoviário de cargas exige uma complexa matemática financeira. Para os transportadores, calcular o custo da operação é um serviço complexo, que fica ainda pior diante da defasagem histórica no preço do frete brasileiro.
Veja como foi a live
Peso e dimensão da carga, distância percorrida, tipo de veículo utilizado, combustível, manutenção, salários e tributos são apenas alguns dos itens que compõem o custo de um frete. A sazonalidade da demanda e as condições das estradas também impactam nas tarifas praticadas. Mas o que muita gente não conhece é o amplo universo de valores que envolve a definição dos preços. O coordenador do Instituto Mercadológico da COMJOVEM Nacional e empresário do setor, Geovani Serafim, explica o que entra neste pacote:
“Engana-se quem acha que apurar apenas o Custo por Quilômetro Rodado (CPK) é suficiente para entender os custos de uma operação. O cálculo completo envolve os componentes tarifários, como o Custo Peso — que considera somente a transferência entre os terminais e o pessoal envolvido na operação, com base na distância. Tem ainda o Custo Valor, GRIS (Gerenciamento de Risco) e TSO (Seguro Obrigatório), aplicados conforme o valor da carga e o nível de risco, podendo exigir escolta, isca ou veículos com imobilizador”,
Somam-se a isso, outros itens essenciais que contemplam a operação: as chamadas generalidades do frete e os serviços adicionais.
“Além dos custos básicos, entram ainda as generalidades: pedágio por fração (no caso da carga fracionada), cubagem, devolução, reentrega, estadia, TDE (Taxa de Dificuldade de Entrega, EMEX (no caso do Rio, que tem alto índice de roubo), TAC (taxa para controle de combustível), entre outras”, salienta Serafim. Estas generalidades estão na planilha referencial de custos da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística).
E também há os serviços adicionais, que não podem ser ignorados pelo transportador, como a contratação de equipe para carga e descarga e agendamento prévio. “Ignorar esses componentes compromete a sustentabilidade do negócio e a qualidade do serviço. No transporte, vale a regra: se for bom e rápido, não pode ser barato — e frete barato, no fim, sai caro para todos”, destaca Serafim, que também é conselheiro da Fetrancesc.
Os custos variam conforme o tipo de carga também: se fracionada, quando o transportador fecha o caminhão com mercadorias de vários clientes; ou carga lotação, que transporta os produtos de um único cliente.
Segurança da operação
A cobrança correta do valor do frete contribui para que a empresa consiga fazer a manutenção adequada, a substituição por caminhões mais novos e menos poluentes, além de reter e investir no bom motorista. Consequentemente, as estradas também ficam mais seguras para quem trafega por elas.
“O que vemos hoje é algumas empresas abrindo mão de cobrar itens essenciais para realizar a sua operação, o que acaba gerando uma concorrência desleal e comprometendo a competitividade do setor”, informa a vice-coordenadora do Instituto da COMJOVEM, Valéria Melnik.
Para saber mais, acesse fetrancesc.com.br ou o Youtube Imprensa Fetrancesc.
Fonte: Fetrancesc | Foto: Banco de imagem