“O mercado está aquecendo”, disse o presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli, ao concordar com o sentimento dos fabricantes de caminhões e demais transportadores, que estão otimistas em relação à economia. Eles participam da edição da Fenatran 2019, que acontece ao longo desta semana, de 14 a 18 de outubro, na São Paulo Expo.
A sensação veio depois de anos de recessão, que começou em 2015. “Há dois anos, na última edição da Fenatran, tínhamos receio no andamento dos negócios. Hoje, no entanto, vemos que a realidade mudou para melhor e o setor tende a deslanchar”, disse Rabaiolli após a abertura do evento, que aconteceu nesta segunda-feira, em São Paulo.
O crescimento econômico, no entanto, tem sido lento no Brasil, com os economistas agora esperando um crescimento inferior a 1% em 2019, uma previsão que passou por várias revisões para baixo desde o início do ano. Ainda assim, apesar de toda a retórica, as quatro maiores fabricantes de caminhões do Brasil não anunciaram novos investimentos no país.
Por outro lado, Rabaiolli considera o crescimento prudente, tendo em vista que o setor poderia não suportar as altas demandas caso superasse a margem de 2% de crescimento. “Faltariam caminhões e haveria o temido apagão logístico”, relembrou.
As vendas e a produção de caminhões desafiaram as tendências econômicas mais amplas, e a Anfavea revisou este mês suas previsões de crescimento para cima. A expectativa agora é de que as vendas domésticas de caminhões no Brasil cresçam 35%, enquanto a produção crescerá 8%, impactada por uma crise na Argentina, a segunda maior consumidora de caminhões brasileiros.
O Brasil tem a maior indústria automobilística da América do Sul e é uma base particularmente importante para as fabricantes de caminhões. As vendas de caminhões do Brasil atingiram 137 mil veículos em 2014 e caíram quase pela metade no ano seguinte, de acordo com dados da indústria. Elas cresceram significativamente desde então e vão alcançar 100 mil veículos pela primeira vez desde a crise daquele ano, mas ainda não se recuperaram a seus níveis atingidos pré-recessão.
Com informações: Reuters