A Fetrancesc recebeu o Troféu Alma Gaúcha, nesta quarta-feira, 2, em Porto Alegre. A premiação reconhece as iniciativas de personalidades e entidades que se destacaram durante as enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul. A cerimônia contou com a participação de diversas lideranças do setor de transporte e logística e foi promovida pela Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (FETRANSUL). O vice-presidente da Fetrancesc, Riberto Lima, representou os transportadores catarinenses no evento e recebeu o troféu em nome da entidade.
O setor de transporte de Santa Catarina, por meio de seus sindicatos e empresários, foi reconhecido por sua forte atuação no suporte logístico e humanitário em prol dos vizinhos gaúchos. “A Fetrancesc mobilizou seus membros, organizou envio de donativos, fortaleceu a divulgação sobre os pontos de coleta e criou uma campanha para receber doações em dinheiro para as vítimas da tragédia climática. Já os sindicatos foram essenciais para operacionalizar o envio dos donativos ao Rio Grande do Sul”, afirmou Lima.
Só nas primeiras semanas de inundações, Santa Catarina usou mais de 440 caminhões para transportar cerca de nove mil toneladas de doações. Na etapa de reconstrução, o setor viabilizou o transporte de mais de de 166 mil tijolos ao estado vizinho, numa ação solidária que incluiu empresas vinculadas ao Sindicato dos Ceramistas do Vale do Rio Tijucas (Sincervale). Em dezembro de 2024, a Fetrancesc esteve em Cruzeiro do Sul para acompanhar de perto a construção das casas, que devolverão a 29 famílias não apenas um teto, mas também o conforto e a segurança de um recomeço.
Seminário Caminhos para um Transporte Sustentável
Durante a programação do evento, foi realizado o painel “Caminhos para um Transporte Sustentável”, que reuniu especialistas e líderes do setor para discutir soluções inovadoras para a mobilidade e sustentabilidade no transporte no Brasil.
A primeira palestra foi conduzida por Erica Marcos, gerente executiva ambiental da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que abordou o papel dos combustíveis alternativos como solução para a redução das emissões. Em seguida, Henry Joseph Junior, diretor de sustentabilidade da ANFAVEA, discutiu as inovações tecnológicas nos veículos, destacando as mudanças necessárias para operadores e embarcadores. Gilvani Mossoi, diretor da Transportes Cavalinho, trouxe uma análise sobre a visão do transportador, além dos desafios do cenário atual e futuro da descarbonização. O painel foi encerrado por João Carlos Dal’Aqua, vice-presidente da Fecombustíveis, que compartilhou sua visão sobre a matriz de combustíveis e os rumos da indústria.
Na solenidade de abertura, o presidente da Fetransul, Francisco Cardoso, comentou sobre os desafios enfrentados pelo setor e destacou a responsabilidade compartilhada no processo de descarbonização do transporte.
“O setor de transporte tem plena consciência de seu papel na agenda de descarbonização. A Confederação Nacional do Transporte acredita que a solução passa, necessariamente, por um programa nacional de renovação de frota. Não se trata apenas de discurso, mas de uma necessidade real. Um caminhão Euro 6 emite, em média, 96% menos CO₂ do que um modelo Euro 2, ainda em circulação no país. Essa é uma resposta concreta que salva vidas, gera empregos e reduz emissões”, afirmou Francisco Cardoso.
O presidente da CNT, Vander Costa, também reforçou a importância da renovação da frota para a descarbonização do transporte.
“A modernização da frota é um caminho inadiável para reduzir emissões e tornar o transporte mais eficiente. Não estamos falando apenas de uma necessidade ambiental, mas de uma medida que impacta a saúde pública, a economia e a competitividade do setor”, declarou Vander Costa.
*Com informações do Setcergs | Foto: Fetransul
