A situação das rodovias federais catarinenses foi destaque nas discussões do Encontro Regional Sul do Brasil, na tarde de quinta-feira, 29, na Alesc. O evento, promovido pela Frente Parlamentar Mista de Infraestrutura e Logística (Frenlogi), com apoio da Fetrancesc, reuniu parlamentares, senadores, prefeitos, entidades, autarquias, representantes dos governos federal e estadual e empresários do setor de transportes.
O painel sobre as rodovias teve como mediador o deputado federal e membro da Frenlogi, Valdir Cobalchini, e contou com a participação do deputado Pedro Uczai, do presidente da Fetrancesc, Dagnor Schneider, e do diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale. Representando o Ministério da Infraestrutura, participaram o diretor-presidente da INFRA S.A., Jorge Bastos, e o superintendente do DNIT em Santa Catarina, Alysson Andrade.
O presidente da Fetrancesc apresentou dados da pesquisa CNT de Rodovias, chamando a atenção para a insegurança no trânsito e o baixo nível de fluidez do trecho Norte da BR-101. “A BR-101 é a nossa única rodovia federal duplicada. Supostamente deveria ser a melhor via. Mas a única certeza que temos é de que não vamos chegar no horário. Há trechos em que a velocidade média fica em 30, 40 por hora, quando não está tudo parado. A realidade atual é igual ou até pior em comparação a 20 anos atrás, quando a BR-101 tinha pista simples. É um caos”, afirmou Dagnor Schneider.
A consequência da saturação nos 245 quilômetros do trecho Norte da BR-101 em SC é um custo na ordem de R$ 550 milhões por ano ao setor de transporte, principalmente por conta do aumento do consumo de combustível, sem contar as perdas com produtividade.
O presidente também abordou a importância do projeto de construção de uma rodovia paralela à BR-101, cujo projeto está na Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE). O traçado da nova estrada liga Joinville a Biguaçu.
O diretor geral da ANTT, Rafael Vitale, falou sobre a necessidade de concessão das rodovias para a iniciativa privada. Segundo ele, esta seria a principal saída para o problema. “O recurso público sempre será insuficiente, por isso a pauta das concessões é tão importante. Queremos fazer mais concessões para que haja um salto de qualidade na infraestrutura. Nossa meta é realizar 35 leilões até o fim de 2026”, explicou. Além do debate sobre rodovias, o encontro reuniu painéis sobre ferrovias, portos, hidrovias e aeroportos.
Também participaram do evento o diretor executivo da Fetrancesc, Renato Macedo, e os presidentes do Setcesc, Osmar Labes; do Setram, Norberto Mendes; do Sindicargas, Raphael Cavalcante, além de representantes do Setransc e do Sitran.
Nesta sexta-feira, 1, a Fetrancesc acompanha a comitiva da Frenlogi em visita ao Porto de Imbituba e ao Museu Ferroviário de Tubarão.