Em dois anos e meio o Governo do Estado investiu apenas 0,20% (em investimentos totais) em rodovias estaduais. Valor que deveria ser, no mínimo, três vezes maior, segundo estudo feito pelo consultor da Fiesc, engenheiro Ricardo Saporitti, e apresentado na reunião da Câmara de Transporte e Logística (CTL) na tarde desta quarta-feira, 26 de setembro.
O engenheiro falou, ainda, que dos mais de 8 mil quilômetros de rodovias estaduais, 4,7 mil são pavimentados. Do restante, 2,3 mil foram planejadas e 1,18 mil não pavimentadas.
Saporitti explicou que o investimento médio anual pelo Dnit entre 2016 e 2018 foi de R$ 24,5 bi, somando um valor total de R$ 61,2 bi. As agências regionais, por sua vez, investiram R$ 32 milhões, uma média de R$ 13 mi por ano. A soma de todos os valores, que representam apenas as manutenções de rodovias, gera uma média anual de R$ 37 bi.
“A cada 1 dólar que não se investe em rodovias, 3 dólares são usados em manutenção”, comparou Saporitti.
Para evitar os prejuízos e dar celeridade aos investimentos nas SC’s, portanto, Saporitti sugeriu “partir para a iniciativa privada, com concessões”.
O presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli, concordou com Saporitti ao apontar os pouco mais de 300 km pavimentados em rodovias catarinenses em 15 anos, o equivalente a 25 km/ano. “Penso que devemos defender, em conjunto, a concessão. Precisamos de rodovias e, para tanto, é melhor pagar pedagio oficial a pagar o não oficial”, disse o líder do Transporte Rodoviário de Cargas de SC ao sugerir que entidades representativas, a exemplo do Cofem/SC, estejam alinhados com os futuros governantes para atuação neste sentido.
Porto de São Francisco do Sul – “O custo portuário é muito elevado e inviabiliza a cabotagem”, afirmou o presidente do Porto de São Francisco do Sul, Luís Henrique Furtado. Ele também participou da reunião da CTL, quando apresentou os principais números do Complexo.
Investimento defendido pelo presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli. “Sabemos que mais dia menos dia haverá investimento em cabotagem e em outros modais. Nós, transportadores, precisaremos nos adaptar. Até porque reconhecemos esta necessidade e a importância para todos”, salientou.
De acordo com Furtado, a movimentação média no Porto de São Francisco é de 9,3 milhões de TEUs. O dado equivale à elevação de 17,3 milhões de toneladas em 2014 para 19,6 mi toneladas em 2017.
Deste total, a soja e o farelo de soja ficam no topo dos produtos que mais são transportados em uma área de influência em 21 Estados.