O aumento de 18,8% no litro da gasolina e de 24,9% do diesel anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira, 10 de março, invariavelmente será sentido pela população. Aliás, antes mesmo do aumento oficial da refinaria, postos de combustíveis já elevavam seus preços nas bombas.
O impacto direto desta oscilação no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) é de conhecimento popular. Principalmente o efeito cascata, que atinge toda a cadeia de produção, desde o produtor rural até o bolso de todos nós cidadãos.
As causas alegadas para mais este aumento, a guerra na Ucrânia, não justificam os novos valores. Aliás, é inaceitável que uma empresa estatal, que paga em real (R$), fundamente a cobrança do seu produto em dólares – justamente no País do real –, ou seja, a dolarização dos preços dos combustíveis.
Enquanto os postos passam imediatamente a alta aos preços, as empresas de transportes não têm essa opção, os embarcadores pressionam para não ter alta e o setor acaba acumulando prejuízos.
Na condição de entidade representativa de mais de 18 mil empresas em Santa Catarina, segmento este que demonstra profunda insatisfação com a atual política de reajuste nos preços da Petrobras, o Sistema Fetrancesc entende ser inadmissível a distorção de a estatal, que detém monopólio da atividade no Brasil, definir seus próprios preços, sem concorrência direta. Para este controle, assim como nos setores de energia e telecomunicações, deveriam estar nas mãos da agência reguladora do segmento, a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Outra vez, a federação, em sua posição de representatividade, exige e espera por (1) equilíbrio e previsibilidade nos reajustes dos preços dos combustíveis; (2) parâmetro de reajustes em conformidade com a moeda brasileira (R$); (3) abertura do mercado; e, por fim, (4) alternativas urgentes para esta escalada desenfreada e avassaladora do preço das bombas.