Para sobreviver, transporte de cargas precisa de armaduras novas, por Alan Rubio*

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Para sobreviver, transporte de cargas precisa de armaduras novas, por Alan Rubio*

Dentro do mercado de transporte existem dois inimigos gigantes e que já estão fora de controle: condição das estradas e a segurança. O primeiro, entre eles, é aquele com quem melhor lutamos, pois, o mercado se mantém em movimento, buscando alternativas e vencendo pequenas batalhas diárias. Contra o segundo estamos nas cordas, próximos de sofrer a derrota e isso pode significar o fim da linha, em uma situação onde não será mais possível realizar transporte no Brasil.

A mais recente pesquisa sobre os crimes nas estradas, realizada pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), mostrou que o prejuízo estimado ultrapassou R$1,4 bilhão em 2016, um sinal de alerta muito forte de que algo precisa ser mudado. Nós chegamos a oitava colocação no ranking de piores países para o transporte de carga, para um país de nossas dimensões e que dependemos tanto do transporte via rodovias, esse número é um sinal alarmante.

Muitos integrantes do mercado ainda não enxergam como essa situação pode onerar o mercado de transporte, além daquilo que se se salta aos olhos. Caso esse cenário não se modifique rapidamente, questões como o seguro das cargas, valor cobrado pelos motoristas e do frete em geral podem sofrer aumentos significativos e acrescer burocracia e limitações sobre o mercado.

Atualmente as seguradoras já possuem procedimentos especiais para trechos e mercadorias especificas, isso já possui um impacto no preço final do produto, fazendo com que toda a cadeia sinta essa diferença. Esse é o típico caso de uma falha do Estado que impacta na atuação das empresas.

Existem duas alternativas importantes que o mercado deve fazer para que esse ciclo seja modificado. A primeira é uma pressão sobre os governos para que a questão da segurança se modifique, mais de 65% das cargas do país são transportadas pelas estradas e essa é uma parcela muito significativa dentro da economia do país e tem força para pressionar por maior cuidado.

Outro ponto é o uso da tecnologia. Esse investimento é, em curto prazo, o maior aliado e aquele que alcançará resultados importantes. Rastreadores, GPS, bloqueadores e afins já são comuns e não surtem mais o efeito de outrora, agora é necessário pensar além, em tecnologias mais complexas e que possuam diferenciais.

O mercado se vê no ponto de sofrer uma derrota amarga e de difícil recuperação, precisa começar a se mexer, ou não conseguirá mais sair desse beco. É importante essa mudança, pois o mercado de transporte de outros países começa a evoluir e se não tivermos um cenário competitivo, iremos perder para a concorrência.

*Alan Rubio, diretor de Logística da CargoX
Extraído do Portal CargoNews

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