Pesquisa CNT aponta que 68,2% da malha rodoviária de SC apresenta problema

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Pesquisa CNT aponta que 68,2% da malha rodoviária de SC apresenta problema

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o SEST SENAT divulgaram os resultados da 25ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias. Os dados apontam que 68,2% da malha rodoviária pavimentada avaliada em Santa Catarina apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima.

Por outro lado, apenas 31,8% da malha rodoviária catarinense foi classificada como ótima ou boa. Já em relação ao pavimento, 67,6% da extensão avaliada apresenta problemas, sendo 42,4% em condição satisfatória.

Sinalização: A pesquisa da CNT apontou que 54,1% da extensão da malha rodoviária da região é considerada regular, ruim ou péssima e 45,9% é classificada como ótima ou boa. Além disso, 6,3% estão sem faixa central e 17,4% sem faixas laterais.

Assim como 70% da malha rodoviária de Santa Catarina apresenta algum tipo de problema e apenas 30% é classificada como ótima ou boa. As pistas simples seguem predominando em 84% e em 54,2% falta acostamento.

Além disso, 22,5% dos trechos com curvas perigosas não tem sinalização em Santa Catarina. Por fim, o relatório identificou 18 pontos críticos no Estado.

Ainda conforme a pesquisa, as condições do pavimento catarinense geram um aumento de custo operacional do transporte de 34,7%. “Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos”, aponta a CNT.

Dessa forma, são necessários R$ 2,25 bilhões para recuperar as rodovias em Santa Catarina, com ações emergenciais de restauração e de reconstrução. Assim como, em 2022, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 35,3 milhões de litros por conta da má qualidade do pavimento da malha rodoviária no Estado. “Esse desperdício custará R$ 161,10 milhões aos transportadores”.

Pesquisa da malha rodoviária brasileira

Os dados levantados pela CNT mostram que o estado geral da malha rodoviária brasileira piorou em 2022. Dos mais de 110 quilômetros avaliados, 66% foram classificados como regular, ruim ou péssimo. Em 2021, esse percentual era de 61,8%.

Com o objetivo de colaborar para o desenvolvimento do transporte rodoviário de cargas e de passageiros, a Confederação avalia 100% da malha rodoviária pavimentada federal e as principais rodovias estaduais.

Durante 30 dias, 22 equipes percorreram as 5 regiões do Brasil de forma a compor os resultados da Pesquisa de 2022, que passa a integrar a maior série histórica de informações rodoviárias do país, realizada pela CNT desde 1995.

Trata-se do maior e mais completo acompanhamento sobre o estado geral das rodovias brasileiras. Neste levantamento, são analisados Pavimento, Sinalização e Geometria da Via, como também a existência de pontos críticos.

Tais características levam em conta, respectivamente, variáveis como condições da superfície; placas e faixas de sinalização e defensas; além de elementos da via, como curvas, acostamentos, pontes e viadutos. Esses aspectos recebem classificações que vão desde Ótimo e Bom a Regular, Ruim e Péssimo.

Em toda a malha pesquisada, foi observada uma piora significativa na característica Pavimento em relação ao resultado de 2021.

A CNT identificou que 55,5% (61.311 quilômetros) da extensão encontram-se em estado Regular, Ruim ou Péssimo, um acréscimo de 3,3 p.p. em relação ao ano anterior. Para a Sinalização, 60,7% (66.985 quilômetros) foram considerados deficientes (Regular, Ruim ou Péssimo), enquanto para Geometria da Via, este valor corresponde a 63,9% (70.445 quilômetros).

Rodovias sob gestão pública

Na comparação com o ano passado, a piora dos trechos federais e estaduais sob gestão pública chama a atenção. O Estado Geral na classificação Ótimo e Bom caiu de 28,2% para 24,7%, em 2022 — sua segunda queda consecutiva. Em 2019, o percentual era de 32,5%.

Em 2020, o levantamento não foi realizado devido à pandemia de covid-19. Portanto, 75,3% (65.566 quilômetros) da malha rodoviária sob gestão pública apresentam algum tipo de problema, sendo classificados como Regular, Ruim ou Péssimo.

Já entre as características analisadas, o Pavimento destas rodovias apresentou a maior queda de qualidade: o percentual da classificação Regular, Ruim e Péssimo aumentou de 59,4%, no ano passado, para 62,7%, este ano.

Rodovias sob gestão concedida

Em contrapartida, os resultados da avaliação do Estado Geral das rodovias concedidas apontam que 69,0% dos 23.238 quilômetros pesquisados são classificados como Ótimo ou Bom; 25,8% (5.988 quilômetros), Regular; e apenas 5,2% (1.209 quilômetros), Ruim ou Péssimo.

O cenário é diferente porque, tradicionalmente, há um maior investimento feito pelas concessionárias em relação às aplicações realizadas pelo setor público. Porém, assim como os trechos sob gestão pública, em 2022, as rodovias sob responsabilidade da iniciativa privada também não escaparam da piora. Em 2021, o Estado Geral Ótimo ou Bom destas rodovias era de 74,2% — ou seja, o índice apresentou queda de 5,2 p.p.

Estes resultados são desfavoráveis aos transportadores e aos demais usuários, visto que circular em rodovias em condições inadequadas pode trazer graves riscos à segurança, além de custos adicionais de operação, como manutenção frequente do veículo e aumento do tempo de viagem e do consumo de combustível.

Empresas do transporte rodoviário de cargas podem ter um acréscimo de, em média, 33,1% no custo operacional que teriam caso as rodovias estivessem em estado Ótimo.

Essas condições inadequadas ocasionam, ainda, danos ambientais e à saúde, pois propiciam o aumento de emissões de gases de efeito estufa.

Além disso, representam um custo de, aproximadamente, R$ 4,89 bilhões para os transportadores de cargas e de passageiros no Brasil, uma vez que se estima um consumo adicional e desnecessário de 1,072 bilhão de litros de diesel. Assim, os resultados da Pesquisa CNT de Rodovias 2022 demonstram a urgência de estruturação de ações voltadas à melhoria das rodovias brasileiras.

Fonte: CNT

 

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