De acordo com uma pesquisa realizada pelo LinkedIn com dados dos mais de 610 milhões de usuários da rede em 2019, as mulheres têm 13% menos chances de serem consideradas por recrutadores das empresas. Um estudo da Harvard Business Review apontou que para conseguirem as vagas, as mulheres precisam preencher 100% dos requisitos, enquanto os homens, de acordo com o levantamento, são aprovados atingindo apenas 60% dos pontos considerados pelo entrevistador.
Apesar das dificuldades encontradas, as mulheres têm conquistado seu espaço no mercado de trabalho. Segundo o IBGE de 2018, elas ocupam 45,3% das pessoas no mercado de trabalho no Brasil. Porém, algumas empresas não se sentem satisfeitas com os números e buscam atividades únicas para incentivar ainda mais o crescimento desse espaço às mulheres. Exemplo disso, é a TransJordano, especializada no transporte de combustíveis e cargas perigosas, que criou um projeto especial chamado Jordanetes, para unir as mulheres e entender como poderiam ajudá-las em seus desenvolvimentos dentro da organização.
Segundo Joyce Bessa, Head de gestão estratégica, finanças e pessoas da empresa e uma das idealizadoras do projeto, foi necessário um planejamento para a colocar as ideias em prática. “Mapeamos o número de mulheres que trabalham na TransJordano e criamos uma rede de contato com essas profissionais. Criamos grupos de whatsapp e email para mantermos as conversas e atividades sempre ativas. Atualmente realizamos encontros trimestrais com o principal objetivo de trocar experiência entre elas e temos a meta de aumentarmos o número de mulheres na empresa em mais 10% até o final de 2021, o que resultará em um total de 40% do quadro de colaboradores composto por mulheres”, afirma Bessa.
O setor de transportes de cargas é conhecido por ser um segmento muito masculinizado. Recentemente, o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e Região – SETCESP, realizou uma pesquisa com mais de 640 mulheres que atuam no setor para saber como é o dia a dia delas nas empresas, 66% das entrevistadas afirmaram que existem mais colaboradores homens nas empresas que atuam e que 73% dos cargos de liderança executiva são ocupados por homens. Porém, apesar das discrepâncias, a pesquisa apontou que 79% das mulheres acreditam que o setor de transporte de cargas possui oportunidades profissionais que as permitirão alcançar uma posição maior que a atual.
Joyce acredita que as empresas do setor precisam incentivar mais a participação das mulheres e afirma que a equidade trará maiores ganhos para as organizações que realizarem esse trabalho bem feito.
“A maior equidade na empresa traz diferentes visões de mundo e pensamentos. LGBTs, heterossexuais e diferentes gerações encaram as situações de maneiras distintas de acordo com as suas experiências. Para uma empresa, ter essa pluralidade é essencial para as tomadas de decisões serem mais assertivas”, finaliza a executiva.
Fonte: NTC