Roubo de cargas no Brasil: Maioria das ocorrências ocorre em áreas urbanas

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Roubo de cargas no Brasil: Maioria das ocorrências ocorre em áreas urbanas

Segundo o relatório da NTC&Logística, os produtos mais visados pelas associações criminosas são cigarros, eletrônicos, combustíveis, bebidas, autopeças e artigos alimentícios ou farmacêuticos. Cerca de 78% dos roubos de cargas registrados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) ocorrem em áreas urbanas. Os ataques em rodovias representam 22% do total. No caso dos crimes nas cidades, a maioria dos ataques ocorre pela manhã, enquanto nas rodovias, o maior volume de roubos é registrado no período da noite.

O presidente da Fetranscarga (Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Rebuzzi, comenta que, quando se roubam cargas, roubam-se também investimentos, empregos, tributos e a sociedade como um todo, agravando ainda mais a situação socioeconômica. Rebuzzi chama atenção para o quadro no estado fluminense, campeão de ocorrências. “Por aqui, após a implementação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), o tráfico de drogas começou a ter uma restruturação no funcionamento e buscou outros caminhos para manter os ganhos financeiros.”

Rebuzzi explica que, segundo levantamentos dos órgãos de segurança do estado, os criminosos encontraram, nos roubos de cargas, uma fonte positiva para diversificar os negócios e evitar confrontos com a polícia. “Começaram a roubar de tudo, porque a carga é comercializada rapidamente – frango, hortifruti, chocolate, insumos, pneus, roupas, medicamentos. Virou saque, e não tem mais um planejamento. É um mercado paralelo forte.”

Por essa razão, o presidente do Fetranscarga reforça que o combate ao roubo de cargas no Rio de Janeiro passa necessariamente pela investigação e pela punição severas da receptação. Ele explica que a fiscalização e a repressão nos pontos de venda são falhas, o que permite que esse tipo de crime seja lucrativo e razoavelmente simples, por possuir locais de comercialização. “Mercadorias de menor valor são vendidas em favelas e por ambulantes em áreas de comércio popular. Já as de maior valor ou em grandes quantidades abastecem comerciantes que fazem parte das quadrilhas. A gente não vê, por exemplo, medicamentos e combustíveis sendo vendidos em camelôs. Logo, existem estabelecimentos legais recebendo e comercializando essas mercadorias.”

O setor de transporte espera que o governo federal coloque em andamento o Plano Nacional de Segurança Pública aprovado no governo do ex-presidente Michel Temer. Procuradas pela nossa reportagem, as assessorias da PRF e o Ministério da Justiça afirmaram que ampliaram ações de inteligência para prender criminosos e evitar roubos de cargas.

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