Investimentos muito abaixo do esperado. Rodovias em estado de conservação consideradas regulares, ruins e péssimas. Altos índices de acidentes. Custos do transporte elevados.
Estas são algumas das razões que colocam o Brasil na 55ª posição no ranking de performance logística e 93ª (de 141) em competitividade, ficando atrás de outros países da América Latina. Além disso, estima-se que o custo operacional do Transporte Rodoviário de Cargas possa praticamente dobrar em virtude do estado das rodovias. Isso considerando que o País gasta, em média, 28,5% a mais do que deveria para transportar seus insumos.
Pensando nestes e em outros dados pessimistas relacionados à infraestrutura, a Câmara de Transporte e Logística e o Conselho Estratégico para a Infraestrutura e a Logística Catarinense apresentou na tarde desta segunda-feira, 9 de dezembro, a Agenda de Infraestrutura Catarinense de 2020.
As ações do documento preveem a logística integrada Catarinense, agrupando todos os modais do transporte. De acordo com o secretário executivo da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc, Egídio Martorano, a demanda de investimento em infraestrutura para 2020/2023 soma R$ 11 bilhões, o equivalente a R$ 2,89 bilhões/ano, considerando todas as esferas (municipal, estadual, federal e privada). Deste total, R$ 893 milhões devem ser destinadas às rodovias federais e R$ 150 milhões às estaduais, além de R$ 1,45 bilhões nos portos (R$ 363 milhões/ano).
A realidade apresentada concordou com o que o presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli, defende: pagar pedágios oficiais é mais vantajoso do que pagar os não oficiais. “Quando o caminhão para em um congestionamento, há prejuízos que são considerados os pedágios não oficiais, porque não conseguimos repassa-los e o prejuízo fica sempre com o transportador, sem considerar o caos no qual o trânsito se transforma. Já quando você transita por uma rodovia de qualidade, com fluidez no trânsito, a realidade é outra”, disse ao defender a implantação do Free-Flow, o pedagio por quilômetro rodado.
A Agenda para Infraestrutura também contemplou a celeridade na concessão da BR-101 Sul, as melhorias na BR 116 e o adiantamento das obras do Contorno Viário da Grande Florianópolis. Também trata da celeridade na avaliação pela ANTT para obras de contorno, o Free-Flow, o transporte aéreo e ações nos cinco portos catarinenses.
“Precisamos pensar em planejamento de infraestrutura em longo prazo, como um projeto de Estado, não de Governo”, destacou Martorano.
Ao final do evento, o coordenador de exploração da infraestrutura rodoviária da ANTT/SC, Gilmar Cardoso, falou sobre o projeto do Free-Flow.