Diante de tantas revoluções tecnológicas e comportamentais, o mercado de trabalho também precisou se adaptar a determinadas transformações. Principalmente em decorrência à pandemia de covid-19 e à necessidade de adotar o trabalho remoto, as habilidades interpessoais, conhecidas também como soft skills, tais como trabalho em equipe, comunicação e colaboração, ganharam ainda mais destaque.
Uma pesquisa realizada pelo ManpowerGroup com 26 mil empregadores de 43 países apontou que um terço está investindo no treinamento dessas habilidades de seus colaboradores. No Brasil, foram ouvidas 450 empresas, das quais 43% estão apostando em ações para aprimorar as soft skills da equipe.
Apesar de o mercado apontar que é preciso ter um olhar mais cuidadoso para as habilidades comportamentais, não é uma tarefa fácil para as organizações. Isso porque são mais difíceis de serem identificadas e desenvolvidas, quando comparadas às hard skills, ou habilidades técnicas. O estudo identificou que 31% das companhias brasileiras consideram difícil treinar as competências procuradas e que 64% avaliam mais trabalhoso ensinar as soft skills necessárias para o desempenho pleno dos processos, como pensamento analítico.
Apesar dos obstáculos, o mercado vem exigindo esses diferenciais, de modo que os líderes têm identificado os benefícios que o desenvolvimento de tais habilidades podem agregar à corporação. Eduardo Ghelere, especialista em gestão de negócios e diretor executivo da Ghelere Transportes, que atua há 40 anos no mercado, afirma que as empresas precisam primeiro olhar para dentro de si mesmas.
“Estamos muito acostumados com processos mecânicos e que podem ser facilmente treinados, mas para um bom desempenho profissional é preciso treinar o olhar. Antes de olhar para fora e de procurar aprimorar questões internas, precisamos olhar para dentro de nossas empresas e entender sua cultura e seus valores e também as aspirações profissionais de nossos colaboradores”, aponta.
De acordo com um levantamento produzido pelo PageGroup em setembro de 2020, o Brasil é o país que mais investe na educação profissional, representando 62,4% das companhias.
Segundo os dados, 47,5% dos líderes de grandes empresas da América Latina valorizam a capacidade dos funcionários de trabalhar em equipe, 33,8% dão prioridade à inteligência emocional e 28,8% à comunicação assertiva.
“Ao investir em um bom treinamento de soft skills, as empresas estão investindo em si mesmas”, reflete Ghelere. Com isso, a produtividade no ambiente de trabalho é elevada, reduzindo riscos e promovendo um atendimento ao cliente mais eficaz, afirma também o diretor.
Com a pandemia, o trabalho remoto ou híbrido, em alguns casos, reforçou a importância de se perceber algumas características nos profissionais. “O excesso de reuniões e a necessidade de uma velocidade maior nas respostas dos clientes e colaboradores, junto à pressão do ambiente de trabalho, requerem alguns diferenciais comportamentais”, aponta Ghelere. “O desenvolvimento da flexibilidade, da colaboração e da comunicação eficaz reduz o estresse no trabalho e afeta diretamente o resultado do colaborador em casa e na empresa”, acrescenta.
“A logística e o transporte rodoviário de cargas (TRC) estão diretamente ligados, e para oferecermos um transporte eficiente, os processos devem estar completamente alinhados. Para isso, a comunicação, liderança e proatividade são fundamentais entre o time”, conclui o empresário.
Fonte: Grupo Mostra de Ideias