Apostar no empreendedorismo é o quarto maior sonho entre os brasileiros segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (Gem) divulgada pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). O item fica atrás apenas de comprar um imóvel, um carro ou viajar. Com a chegada da pandemia de covid-19 no ano anterior, a instabilidade no cenário econômico impulsionou uma onda de novas formas de empreender.
Ainda de acordo com o estudo, a taxa de empreendedorismo no Brasil bateu recorde, apresentando o maior número de novos autônomos nos últimos 20 anos. Foi observado também que aproximadamente 25% da população adulta do país apostou nesse formato de trabalho neste período.
Com as mudanças no cenário econômico e também no mercado de trabalho ao longo dos anos, os motivos que levaram a população brasileira a empreender também foram alterados. Antes movido pela necessidade, hoje o empreendedorismo ganhou força e credibilidade, trazendo o uso da tecnologia como grande alicerce.
Apesar da tendência brasileira para adotar atividades autônomas como fonte de renda, há também uma série de desafios a serem superados. No setor de transporte rodoviário de cargas (TRC), questões de infraestrutura e segurança ainda são obstáculos para as empresas transportadoras. Eduardo Ghelere, diretor executivo da Ghelere Transportes, situada no interior do Paraná e há 40 anos no mercado, aponta que os roubos de cargas ainda representam prejuízos aos empresários do setor.
“Este é um problema que não cabe ao empresário resolver, porém para mitigarmos essa questão acabamos fazendo muitos investimentos e ainda atrasando a operação”, afirma Ghelere. No ano anterior, o Brasil registrou 14.159 ocorrências de roubos de cargas, uma redução de 23% em relação a 2019 de acordo com dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). Apesar dessa queda, os prejuízos computados ao nosso setor somam aproximadamente R$ 1,2 bilhão.
O Mapa das Empresas divulgado pelo Ministério da Economia em setembro de 2020 apontou que o transporte rodoviário de cargas foi uma das atividades econômicas mais exploradas pelas empresas. Em 2020, o setor contou com mais 24.058 novas empresas no mercado no mesmo intervalo, correspondendo a um aumento de 19,8% em relação ao primeiro quadrimestre do ano.
Algumas ações positivas para o setor de transporte têm sido notadas pelo empresário, o que contribui para o sucesso das operações. “Certas mudanças parecem vir para melhorar a vida de quem trabalha no dia a dia do segmento, sendo elas uma nova lei que visa transformar o Documento Eletrônico de Transporte (DT-e) em algo que de fato dispensa o uso de diversos documentos físicos ou impressos, acelerando a liberação de carga e de descarga”, comenta.
No entanto, há ainda uma série de intervenções que podem auxiliar o cotidiano de quem decide empreender no TRC. “Aceitar definitivamente documentos digitais em barreiras interestaduais, reduzir a necessidade de empresas de meio de pagamento e liberdade em pagar ou não o vale-pedágio antecipadamente poderiam auxiliar os empresários do setor de transporte”, afirma o executivo.
Sendo considerada um dos maiores desafios para as empresas transportadoras, a infraestrutura do país ainda tem muito o que melhorar. “Realizar esse tipo de investimento sempre é um retorno garantido para o País, assistindo quem deseja iniciar no TRC. Quando bem aplicada, a infraestrutura permanece por muitos anos, reduzindo custos e gerando empregos desde seu projeto e execução”, conclui Ghelere.
Fonte: Grupo Mostra de Ideias