Uma das importantes feiras de transporte e logística do Brasil, a Transposul começou nesta quarta-feira, 5 de junho, em Bento Gonçalves, com expectativa de movimentar mais de R$ 150 milhões. Além de movimentar valores milionários, também recebeu visitantes de todas as regiões do País para se abastecerem de informações e novidades sobre o setor.
Primeiro a palestrar nesta edição do evento, o transportador, membro da Câmara Interamericana de Transportes (CIT) e importante liderança nas entidades do segmento, Paulo Caleffi falou sobre como os países das Américas conseguiram superar a crise no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC). “A gente tem que começar a se preocupar com os problemas que não são nossos, porque eles podem nos atingir, principalmente em um País em que é fácil comprar caminhão e tem muito mais caminhão do que realmente precisa”, disse.
Caleffi apontou cases de países que estão vivenciando crises, especialmente civis, que refletem diretamente no transporte. Ele reiterou a importância do transporte para a economia, principalmente ao abordar os impactos destas ações em momentos de crises citadas nas palestras. “Igualmente ocorreu no Brasil em 2018, inicialmente por conta dos aumentos constantes no preço do combustível”, comentou ao lembrar da Greve dos Caminhoneiros Autônomos e pontuar situações de outros países integrantes da CIT. “Não foi o caminhoneiro que fez a greve. Foi a sociedade. Ela usou o caminhoneiro para fazê-la e ainda deixou o transportador como vilão”, acrescentou.
O Marco Regulatório como salvação – Paulo Caleffi acredita que haverá determinado período para ajustes do Marco Regulatório do TRC, após a aprovação no Congresso, contudo avalia como fundamental para o segmento. “O erro do Marco foi ter sido iniciado, mas não estabelecido”, pontuou.
Confiança – O problema no País é a baixa circulação do dinheiro, na avaliação de Caleffi. “Num país em que há confiança, o dinheiro circula e as coisas acontecem”, comentou.
Ele defendeu a privatização e alegou que “a competência do setor público é diferente do privado”, diferenciando que o governo visa o bem-estar social e o privado o lucro. Além disso, reforçou que há empresas públicas, a exemplo dos bancos, que precisam visar lucro para fazer a economia girar. “O governo é o que faz e fiscaliza as regras, mas ele precisa ouvir mais o setor privado”, finalizou.