A venda de caminhões no Brasil voltou a ser feita com entrada zero e prazo de 60 meses para o financiamento, afirmou nesta terça-feira, 3, o vice-presidente para a área de caminhões da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Zonta, depois de coletiva de imprensa que apresentou os resultados do setor para o mês de março.
Segundo ele, estas têm sido as exigências dos consumidores para fechar o negócio. Os bancos, principalmente os das montadoras, têm topado. “Os bancos tradicionais estão começando agora a seguir esse movimento”, disse o executivo. As taxas de juros, ainda de acordo com o executivo, também estão favoráveis, em torno de 1% ao mês.
Tais situações de crédito só foram vistas entre 2010 e 2012, disse o executivo, quando as vendas de caminhões baterem recorde – em 2011 o segmento chegou a 172 mil unidades vendidas. No entanto, ele rejeitou a possibilidade de a taxa de inadimplência voltar a subir, como ocorreu naquele período. “Os bancos estão muito mais seletivos”, afirmou Zonta.
Tanto é que, entre 2010 e 2012, o nível de aprovação de financiamentos chegou a ser de oito a cada 10 pedidos, lembrou o executivo. Neste ano, tem sido de quatro a cada 10, contou.
A demanda por caminhões tem crescido principalmente no segmento de extrapesados, bastante utilizado pelos setores do agronegócio e da construção civil. Esta maior procura, somada às condições mais favoráveis de crédito, pode esbarrar em uma dificuldade de oferta, afirmou Zonta, uma vez que várias montadoras de caminhões ainda têm operado com apenas um turno de produção. Ele, contudo, acredita que as montadoras vão dar conta da demanda.
Entre janeiro e março de 2018, as vendas de caminhões no Brasil somaram 14,6 mil unidades, crescimento de 51,6% em relação a igual período do ano passado. Só em março, foram 5,9 mil unidades vendidas, avanço de 44,8% ante igual mês de 2017. A previsão da Fenabrave para o ano todo é de expansão de 17%.