Florianópolis, 4.8.08 – O que pode contribuir para reduzir o número de acidentes de trânsito nas rodovias e áreas urbanas de Santa Catarina? Aumentar a fiscalização, educar, melhorar a sinalização e a engenharia, exigir melhor formação de motoristas e aperfeiçoar a legislação. Essas foram algumas das sugestões apresentadas na reunião realizada pelo presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e LogÃstica de Santa Catarina (Fetrancesc), Pedro Lopes com o superintendente substituto da PolÃcia Rodoviária Federal, Luiz Carlos Padilha e o superintendente do DNIT/SC, João José dos Santos. Também participaram do encontro a pesquisadora da UFSC/Fetrancesc, LÃlian Diesel, o inspetor, Antônio Robson Rodrigues e o assessor da Comunicação da PRF, Vilson Bossei.
Como se tratava da primeira reunião para debater o assunto, um novo encontro deve acontecer, inicialmente, para o dia 22 de agosto, quando a Fetrancesc apresentará um diagnóstico dos quilômetros de rodovias federais e estaduais, ou seja, trechos com muitos acidentes, muitos mortos e ou muitos feridos e as causas dessas ocorrências como ocupação de solo e infra-estrutura, falta de educação dos usuários.
O presidente da Fetrancesc, Pedro Lopes, destacou que o encontro pretendia dar inÃcio a um debate sobre os problemas dos acidentes das rodovias e áreas urbanas, porque tem havido ocorrências que estão transformando o motorista de caminhão em vilão. João José dos Santos concordou e disse que o DNIT e a PolÃcia Rodoviária Federal junto com os caminhões são tachados de bandidos das estradas.
Sobre os números de ocorrências, Bossei também informou que não houve registros de redução com a ?Lei Seca?, mas porque a PRF já usa o bafômetro há muito tempo. Além disso, nos outros Estados, o controle de consumo de bebidas tem sido feito intensamente nas áreas urbanas, ação que quase não aconteceu em Santa Catarina.
Mas para ele, é um equÃvoco, porque nunca se fez tantas obras para melhorar a rodovia e segundo ele, os registros de acidentes caÃram especialmente, no trecho Sul da BR-101 e no geral.
A imprudência continua a ser o fator preponderante nos acidentes. Mas aliado a isso poderá estar problemas de sinalização, geometria, engenharia e educação dos usuários das estradas. Será que a formação dos motoristas pelos centros de formação é suficiente para quem vai trafegar numa rodovia? E o embarcador é responsabilizado quando exige que o motorista carregue mais que o permitido ou limite o tempo de entrega.
Lopes disse que as empresas fazem controle de jornada, inclusive com o corte de combustÃvel via rastreamento, mas quem verifica quanto tempo o autônomo dirige por dia? Disse que tem feito contato com as empresas de transporte de carga própria para que também se engajem na formação dos motoristas e no combate aos acidentes. Lopes disse que denunciar os maus motoristas ao posto de polÃcia mais próximo ou pelo telefone 191, poderá contribuir para retirar das estradas o condutor imprudente.
Ele afirmou que quanto à formação dos motoristas ligados às empresas, fará um levantamento para saber quantos cursos são oferecidos pelo Sest Senat. E pretende realizar uma palestra, com um policial em cada curso, sobre os cuidados e as exigências que a rodovia faz ao condutor. Segundo Lopes, muitos motoristas conhecem muito pouco da dinâmica das estradas e das áreas urbanas. Ele reclamou que falta efetivo na PRF. O próximo concurso prevê 30 policiais para SC quando deveria haver 300 novos patrulheiros. Não se pode deixar de levar em conta o aumento do fluxo nas rodovias catarinenses.
Outra questão abordada tanto pelo representante do DNIT como pela PRF, é a pouca participação dos municÃpios e do Estado na parceria para encontrar alternativas e para melhorar o trânsito e em defesa da vida. Citaram como exemplo, que hoje não tem alternativa de trânsito à BR-101 na Grande Florianópolis e em outras regiões. Se fechassem a BR-101, não teria como seguir para o Norte e nem para o Sul. Lopes disse que se deve derrubar a Lei Estadual que impede concessões. O Governo Federal já fez em Santa Catarina, por que o Estado não pode transferir para a iniciativa privada? Isso poderia contribuir para a construção de outras rodovias paralelas à s federais.
A pesquisadora, LÃlian Diesel, afirmou que a soluções desses impasses devem passar pelo envolvimento de todos os segmentos sociais, inclusive aqueles que ocupam o solo, os que são responsáveis por permitir que a pessoa dirija e especialmente os prefeitos. Cada um precisa saber da sua responsabilidade quando está no trânsito. Fonte: Imprensa Fetrancesc
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