“Se nós podemos combater a corrupção, então também podemos avançar com políticas públicas consistentes para os outros crimes. É evidente que não podemos fazer sozinhos, porque isso é uma obrigação de todos os cidadãos”, disse o ministro de Justiça e Segurança Pública (MJSP), Sergio Moro, em sua participação na 3ª edição do Momento Brasil – Conhecer, Contribuir, Agir.
O evento aconteceu no auditório do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, na manhã desta segunda-feira, 30 de setembro, e foi promovido pela Acaert/SC.
Moro reforçou o compromisso assumido com o Governo Federal ao escolhê-lo como Ministro: “combater o crime organizado. Este é um compromisso que vale para hoje e amanhã”. Ele destacou que a atuação do Ministério está fundamentada no tripé de combate à corrupção, ao crime organizado e à criminalidade (violenta).
“É diferente de quando vemos estes problemas nas páginas de jornais e vemos o quão grande eles são. É uma corrupção sistêmica, que virou hábito e gera a deterioração não só dos nossos cofres públicos, mas da dignidade do brasileiro”, comentou o Ministro ao tratar do combate à corrupção. E, ao abordar as taxas de criminalidade, acrescentou os “números recordes, dignos de uma guerra civil”.
Principais ações do Ministério – Sergio Moro comentou as principais ações do MJSP nestes primeiros 9 meses de gestão. Iniciou falando no incremento para a Polícia Federal, com a ampliação de vagas em um concurso público de 500 para mil agentes, cujo foco de atuação é o combate à corrupção e para a qual rasgou elogios.
Citou, ainda, o estímulo à criação de delegacias anticorrupção em todos os Estados da Federação e o reforço ao Conselho de Controle das Atividades Financeiras (COAF), “extremamente importante contra a lavagem de dinheiro e ao terrorismo”.
O Ministro falou, inclusive, sobre a atuação contra o crime organizado, com destaque para a transferência de lideranças do PCC para presídios federais. “Em 2006, o PCC era um problema de São Paulo. O Estado se acomodou e isso permitiu a expansão para o País, o que os deixa emitir a imagem de que o Estado tem medo de enfrenta-los”, acrescentou.
Moro falou, ainda, em destravar investimentos para a Segurança Pública e investir em força de cooperação para intervenção penitenciária, de modo que se possa retomar o controle dos presídios mais problemáticos. Aproveitou, portanto, para elencar as principais operações do Brasil, a exemplo da Luz da Infância, contra abuso e exploração sexual de crianças. O controle das fronteiras, segundo Sergio Moro, também está no radar do Ministério. “Nossas fronteiras são muito vastas, então nosso desafio é enorme”, disse.
Ele também comentou sobre o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (SINESP), inclusive tema de uma das palestras do 3º Encontro de Segurança do Transporte Rodoviário de Cargas do Sudeste-Sul, na semana passada. Outra ação do Ministério, destacou, é “Investir em dados, inteligência, em mecanismos que permitam a formulação de políticas públicas com indicadores reais. Isso é muito importante, porque até março deste ano não tínhamos dados federais oficiais – o que é algo extremamente assustador. Nem dados de homicídios tínhamos”, alertou.
E, sobre o combate à criminalidade, comentou sobre a seleção de cinco cidades com altos índices, em que o MJSP implantou projeto piloto de integração das forças nacionais. “A ideia é de termos uma saturação das forças policiais naquela cidade para termos mais efetividade na redução dos índices e política pública”, destacou.
O Ministro Sergio Moro finalizou a participação pedindo apoio da Acaert/SC para campanhas de sensibilização pela aprovação do pacote anticrimes.
Representação – Os empresários do Transporte Rodoviário de Cargas de Santa Catarina foram representados pelo presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli, o coordenador da federação, Alan Zimmermann, e o presidente do Setram (Tubarão/SC), Riberto Lima.